A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 19
Aberração




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De volta a sala Brenda e Alex estavam me esperando.

–Onde você estava? –Brenda falou.

–Fui ver uma pessoa na área de tecnologia.

–Não gosto daquele povo. Se acham mais que a gente só porque sabem fazer calculo. –Alex dificilmente gosta das pessoas. –Foi ver quem daquela área?

–Henry. Ele é meu amigo.

–Hum... amigo! Sei, sei! –Alex logo foi interrompido com a entrada de mais um professor.

No final da aula Brenda e Alex foram embora juntos e eu fiquei esperando Henry encostada no carro dele.

–Ah que bom que eu te encontrei. –Samuel estava ofegante, deve ser pelo fato dele ter vindo correndo.

–Aconteceu alguma coisa? –Perguntei.

–Olha eu sei que é repentino mas, o parque de diversão aqui perto vai inaugurar uma nova montanha russa e eu queria saber se você quer ir comigo. E então?

–Ah eu não sei. –Henry não quer eu fique perto do Samuel. Olhei para o lado para ver se Henry estava vindo e ele estava. Só que com aquela menina pendurada no pescoço dele. – Vai ser legal ir com você Samuel.

–Ótimo. A gente se fala então. –Samuel saiu e pouco tempo depois Henry apareceu do meu lado.

–Por que você estava com aquele cara? –Sua voz estava grossa.

–Por que aquela garota estava pendurada no seu pescoço? –Entramos no carro sem responder as perguntas.

Eu não sei porque mas queria gritar com ele ou até talvez até dar um tapa nele. Henry sabe fazer eu sentir coisas boas mas agora ele está fazendo eu sentir algo ruim.

Fomos o caminho todo sem falar nada e até em casa nós não nos falamos. Fiz o jantar dele e deixei na mesa, ele comeria se quisesse. Fui para o meu quarto e me arrumei para deitar.

Eu ainda estava querendo bater nele mas não entendi o porque. Como estava difícil dormir levantei e fui para o computador fazer uma pesquisa.

Segundo alguns sites e eu estava com “ciúmes” e pelo visto Henry também, mas as pessoas sentem isso quando gostam de um jeito amoroso da outra e nos não temos isso.

Passei a noite toda acordada, nos últimos dias quando eu estava deitada com o Henry eu conseguia dormir e sonhar mas se não estamos deitados juntos eu nem se quer consigo fechar os olhos.

Na manhã seguinte coloquei uma meia fina branca com os desenhos de uns pássaros e um vestido vinho de veludo que vinha até o joelho, com a manga longa. Eu não tinha tirado a pulseira que Henry tinha me dado e não pretendia tirar mas eu ainda não queria falar com ele.

Nós só trocamos um “Bom dia” dentro do carro e fizemos de novo o caminho todo sem nos falarmos.

–Bom dia Margot!! –Brenda vinha correndo na minha direção.

–Bom dia Brenda. Henry essa é a Brenda, ela é da minha sala.

–Muito prazer. –Henry deu aquele sorriso doce de sempre, nem parecia mais o mesmo.

–Bom dia minhas thucas. –Alex parou ao nosso lado e abriu a boca quando olhou para o Henry. –Bom dia deus grego.

–Henry esse é o Alex, ele também é da minha sala.

–Bom dia para vocês mas agora eu preciso ir. Até depois Margot. –Ele então saiu e se juntou ao mesmo grupo que eu tinha visto ontem.

–Foi esse o cara que você foi na sala? –Brenda perguntou.

–Sim. Nós moramos juntos.

–Meu amor se você quiser dividir esse bofe comigo eu super aceito. –Alex falou e passou os braços envolta dos meus ombros e dos ombros da Brenda nos levando para a sala.

Depois na nossa hora do almoço eu fiquei de novo esperando Henry aparecer mas nada aconteceu. Na verdade quem apareceu foi o Samuel.

–Tudo certo para o nosso encontro hoje?

–Ah claro. Que horas vai ser?

–Posso passar na sua casa as sete?

–Pode. –Samuel e eu passamos a hora do almoço juntos. Ele comeu um lanche e eu fiquei apenas observando.

Até poucos dias atrás eu nunca sairia de casa e agora aqui estou eu, tendo amigos e marcando de sair com uma pessoa para fazer coisas normais.

–Ohh garota da tatuagem. –Aquele cara que eu tinha visto na sala do Henry ontem estava me chamando. –O Henry está te chamando.

–Vai lá Margot. A gente se vê mais tarde.

–Tudo bem. Até mais tarde. –Eu segui o garoto até a sala do Henry mas ele não estava lá.

Tudo o que eu vi foi todas as pessoas daquela sala usando uma mascara de caveira mexicana e no quadro negro a palavra “ABERRAÇÃO” escrita em letras enormes.

Todos estavam rindo alto e mexendo as máscaras para me assustar. Eu queria e precisava sair dali, era pior do que quando eu era criança, aquilo tudo era muito mais cruel. Me virei para sair correndo mas alguém fechou a porta.

–Não deixem ela sair. –Do meio daquele monte mascaras uma garota apareceu, a mesma que eu já tinha visto agarrada com o Henry. –Escuta aqui aberração, eu só vou falar uma vez. Fica longe dele ou eu mesma tiro essa caveira da tua cara esfregando ela no asfalto, entendeu? –Eu não conseguia responder.

–Abram a porta! –Era a voz do Henry. A mesma caveira que fechou agora abria a porta. –O que é isso?

–Só uma brincadeirinha amor. –Ela disse.

–Margot? –Henry colocou a mão no meu braço e eu a tirei com um tapa.

Eu não conseguia nem olhar pra ele. Corri o máximo que pude, mas eu não tinha pra onde ir, mesmo assim eu corri. A imagens das crianças do passado se misturavam com as pessoas de hoje e tudo que eu queria era sumir de novo.

Eu não tinha mais pra onde ir então voltei pra minha sala. Nem precisei dizer nada para Alex e Brenda verem que tinha algo de errado. A principio eles não me perguntaram nada apenas me abraçaram, e isso foi melhor do que palavras.

Só na penúltima aula que eles tocarão no assunto.

–O que aconteceu? –Brenda perguntou.

–Fui chamada na sala do Henry e quando cheguei lá vi um monte de pessoa rindo da minha cara e usando mascaras de caveiras mexicanas.

–Aquele povo é desprezível. –Alex falou.

–Sem contar que fui ameaçada por uma das garotas.

–Qual delas?

–Uma de cabelos curtos, castanhos e com olhos grandes, pretos.

–Ah. O nome dela é Angelina. Ela é a rainha das cobras. –Não entendi o que Alex disse mas provavelmente foi um insulto.

–Não liga pra ela e nem pra nenhum deles. –Brenda novamente me abraçou e eu fiquei feliz em ter tomado a decisão de ter voltado pra sala e não ter fugido. Se eu tivesse feito isso provavelmente estaria sozinha de novo mas eles dois me mostraram que eu realmente não estou mais sozinha.


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