Descobrindo Novos Sentimentos escrita por rosetta


Capítulo 3
Capítulo 3: O Combate - Parte 1




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Fiquei fora durante toda a noite, e voltei ao amanhecer, vendo todos acordados, conversando.
- Não disse que ele voltava. – Disse o Hanyou, que estava despreocupado, ao contrário dos outros, que pareciam inquietos.
- Miroku, ficamos preocupados com você. – Disse Kagome – Amanhã, vamos seguir pro próximo vilarejo, precisamos voltar pro vilarejo da vovó Kaede, eu preciso ir na minha era.
- DE NOVO, KAGOME? – Explodiu o Meio Youkai, raivosamente
Ignorei o resto da discussão, aos berros, que os dois tinham, dentro da cabana. Todos estavam acostumados com as brigas deles.
Depois que terminaram de brigar, e InuYasha de se recompor dos milhares de “Oswari” que Kagome gritou durante a briga, ficamos na cabana, sem nada dizer. Logo, InuYasha olhou pra fora, parecendo surpreso, e saindo, sem dar explicações, fazendo Kagome se levantar pegando seu arco-e-flecha e correr atrás dele. Eu e Sango nos olhamos, assustados com a inesperada ação de nossos companheiros, sozinhos na cabana, já que o Shippou e a Kirara estavam brincando, em algum outro lugar.
- Sango... – Eu disse, fazendo ela me encarar – Seguimos eles?
- Não, Miroku, eu tenho algo a fazer agora... Tenho que me encontrar com uma pessoa... Se quiser, pode ir com eles. – Ela me respondeu, serenamente, saindo pela porta.
Compreendi, imediatamente, quem era a pessoa. Era Kuranosuke, ela iria lhe dar a resposta... Eu decidi seguí-la, de longe, esquecendo-me completamente de InuYasha e Kagome, que haviam fugido daquela maneira tão estranha.
Fiquei atrás de alguns arbustos, sem fazer barulho, espionando a conversa dos dois. Novamente o ciúme me acometia ao ver os dois novamente juntos.
- Kuranosuke eu... Pensei muito e decidi... Que seria ótimo casar com você, mas... Eu não te amo, não é correto... Eu vou ter uma vida perfeita, mas incompleta, sem amor... Eu já amo o Miroku, mesmo que eu não queira... Será terrível pra mim e pra você se fizermos isso, iríamos nos arrepender... – Ela disse, com lágrimas nos olhos e evidente pesar – Desculpe, não quero te deixar infeliz...
Ao ouvir suas palavras, uma onda de alívio percorreu meu corpo. Ela ainda me amava, eu nada tinha a temer... Mas ela não queria me amar, era doloroso ouvir ela dizer isso... Mas eu ainda tinha uma chance, e isso fez aumentar ainda mais a alegria de meu coração, que começava a sair das trevas da tristeza e do ciúme.
- Mas Sango... Eu lhe daria tudo, uma vida boa, dinheiro, meu amor... Eu a amo muito... Você aprenderia a me amar, com o tempo... Porque não, minha querida? – Ele perguntou, parecendo decepcionado.
- Eu não quero seu dinheiro, seu poder, nem nada disso... Eu quero estar ao lado de quem eu realmente amo... Eu não correspondo seu sentimento, Kuranosuke. Como posso aprender a te amar? Ninguém aprende a amar... As pessoas se conformam, ter aquela pessoa a seu lado é melhor que nada, mas... Você me ama, não posso fazer isso com você... – Ela respondeu, triste, com lágrimas nos olhos.
- Tudo bem, Sango... Mas, se aquele homem lhe fizer algum mal, se você se cansar dele, eu sempre estarei te esperando... – Ele respondeu, visivelmente arrasado – Bem, eu... Vou indo embora...
- Podemos ser só amigos, Kuranosuke? – Ela perguntou, com os olhos úmidos.
- Claro, Sango-Chan, claro... Nos veremos de novo, algum dia. – Ele lhe disse, se retirando, derrotado.
O homem saiu de meu campo de visão, e Sango sentou-se no banco, com lágrimas nos olhos. Parecia sofrer por estar, novamente, sozinha. Eu saí das matas, sentando-me a seu lado, fazendo ela me olhar, assustada.
- Eu ouvi sua conversa com aquele homem. – Eu lhe disse, passando o braço em torno de seus ombros.
- Você não tem o direito de me espionar, Miroku! – Ela reclamou, me demonstrando mágoa e hostilidade – Quero ficar sozinha, vá embora. –Ela disse, levantando-se e me deixando só no banco – Saia, não me faça sofrer mais... A culpa de tudo o que viu é sua, por me causar tanta dor... Eu feri os sentimentos daquele rapaz, só porque você não me ama, você ama qualquer mulher que lhe aparece pela frente... – As lágrimas escorriam de seus olhos, em verdadeiras cascatas.
- Não é verdade, Sango! – Eu reclamei, me sentindo ofendido – Eu amo somente a você, mas... – Parei, sem argumentos.
- Mas o quê? – Perguntou a Exterminadora, furiosa – Você me ama, mas beija aquela Natsuko... Você me ama, mas pede filhos de todas as garotas do vilarejo... Você me ama, mas se tivesse oportunidade, teria filhos com todas as garotas de todos os vilarejos pelos quais passamos... Estou farta, Miroku, FARTA! FARTA DE SUA INFIDELIDADE! - Ela parou, tentando recompor-se, continuando, quando recobrou a calma – Se quer saber, conversar com Karanosuke foi uma espécie de vingança... Eu queria me vingar, Miroku, pelo que você faz comigo... Mas não consigo, eu amo a você, e a ninguém mais... Essa é a verdade, não consigo te trair, não consigo fugir do meu amor por você... Você não me ama... Vá embora, por favor, vá... Eu não sei o que vou fazer se você não for... – Ela terminou, em prantos.
- Não vou, Sango... Eu te amo, não vou te deixar... – Eu lhe disse, chocado com a revelação que ela me fazia.
- Não... É MENTIRA! – Ela gritou, sacudindo a cabeça, negativamente, parecendo perder a calma – Você quer me usar, como faz com todas as garotas... Eu sou uma tola, eu acreditei nas suas palavras. Eu fiquei alegre por você me revelar que me amava, eu pensei que fosse verdade... Mas não... Eu queria fazer você sentir ciúme de mim, mas não sei ser desonesta, Miroku... Seria errado com Kuranosuke, seria errado com meu coração... Queria fazer você sentir o que eu sinto, é horrível, é doloroso, é feio, mas é o que sinto, ciúmes... Agora, tenho remorso de ter feito aquilo com Kuranosuke, de ter-lhe dado esperanças, de fazer o que você fez comigo Miroku... Criar esperanças vãs, alegrá-lo por comodidade minha, o abandonando depois... – Ela parou, quase histérica – Vá embora, por favor, eu estou perdendo a paciência... Preciso pensar, Miroku...
- Certo, eu vou, mas volto logo, Sango. – Eu lhe disse, com os olhos úmidos – Se acalme, volto logo, no final da tarde...
Sai, deixando minha amada sofrendo, na solidão. Senti-me ser atingido pelas palavras dela, como um golpe desferido com poder... E o pior de tudo é que ela tinha razão... Eu havia errado, mas não podia me explicar, o que eu diria? Ela já dissera que nunca me perdoaria...
Pensei até o fim da tarde, quando voltei pra o local aonde a deixei, como prometi. Decidi me explicar e tentar adquirir o perdão dela, mas achava essa hipótese pouco provável.
Ao chegar lá a encontrei no mesmo lugar, sentada, com os olhos inchados e vermelhos, mas ainda com lágrimas escorrendo deles. Me olhou, parecendo bem mais calma, mas seu olhar ainda era hostil.
- Sango eu... – Eu comecei, sentando-me a seu lado – Voltei e estou pronto pra conversar com você... Está mais calma, podemos conversar agora?
- Podemos, Miroku... – Ela disse, com os olhos baixos – Eu acho bom ter um ótimo argumento pra ter feito tudo isso comigo...
Eu não disse nada, percebendo a presença de algo se aproximando, e me levantando, deixando Sango assustada, que se levantou e parou a minha frente, a espera da resposta:
- O que foi, Miroku? – Ela me disse, parada a minha frente.
- Saia, Sango.... – Eu lhe disse, rapidamente – Estou sentindo que algo se aproxima.
Ela se virou, olhando na mesma direção que eu, com os olhos apreensivos. A criatura saiu de seu esconderijo, indo na direção de Sango, parecendo-nos, a primeira vista, apenas um flash vermelho. Eu pulei na frente de minha amada, sendo atingido, de raspão, pelo golpe da criatura a nossa frente.
Olhei para meu oponente, ficando surpreso. Era InuYasha, mas seus olhos dourados estavam inexpressivos, ele parecia ser controlado por algo, seu olhar estava parecido com o de Kohaku, quando era dominado. Meu sangue estava em suas garras, que gotejavam. Ele seguiu, cautelosamente, em minha direção, seguindo cada passo meu, tentando me atacar. Logo, partiu para o ataque, com agilidade, quase me cortando ao meio.
Sango veio em minha defesa, lançando seu Hiraikotsu nas costas do Meio Youkai, que caiu, sem demonstrar qualquer sentimento, me lembrando, novamente, Kohaku. Ele se levantou, muito rápido, correndo em direção a exterminadora, que estava desarmada. Eu corri e a defendi, com meu bastão. Ela pegou sua arma, de novo, derrubando o oponente, fazendo ele tropeçar. Ele se levantou, partindo pra cima dela, outra vez. Ela bateu com seu Osso-Voador na cabeça dele, com força, apesar de controlada. Eu sabia que, nem eu nem ela, queríamos feri-lo demais, muito menos mata-lo. Tentávamos machuca-lo o menos possível, mas seus golpes eram muito violentos, já que era forte demais pra nós.
Decidi terminar logo com aquilo, não adiantava faze-lo sofrer mais. Era arriscado, mas eu decidi tentar. Procurei o centro da energia que o controlava, e lancei-lhe um ofuda, purificado com o meu poder sagrado, muito eficaz. Ele não desviou, e eu atingi no alvo. Tomou um forte choque, fazendo um brilho negro sair de dentro de seu corpo, arrancando-lhe um doloroso grito. Uma esfera negra caiu no chão, e ele caiu a seu lado, com os olhos abertos. Me pareceu morto, a primeira vista, mas logo percebi que ainda estava vivo, apenas inconsciente. Receei em chamá-lo, já que ainda poderia estar sendo dominado, e fosse me atacar de surpresa. Mas preferi arriscar, chamando seu nome e o sacudindo.
Ele não demorou a acordar, sacudindo a cabeça, de leve, parecendo atordoado. A expressão de seus olhos havia voltado, e eu me aproximei, perdendo o medo de me ferir se o fizesse.
- Ai, maldição! – Ele reclamou, parecia sofrer pelo choque espiritual que havia levado – Droga! O que houve? – Praguejou, me parecendo louco pra acabar com o culpado pelo golpe.
- Você foi controlado por alguém... Me diga, a Senhorita Kagome estava com você? – Eu lhe perguntei, aguardando, impacientemente, a resposta.
- A Kagome... – Ele pareceu, de súbito, lembrar-se, ficando espantado – Precisamos procurá-la... – Ele disse, levantando-se, apoiado a parede, pronto pra ir procurar nossa companheira.
- InuYasha, fique aqui, nós a encontraremos. – Eu lhe disse, sabendo que ele negaria, de imediato – Você não pode andar até lá. – Adverti, mas isso não pareceu surtir qualquer efeito naquele cabeça-dura.
- E VOCÊ ACHA QUE EU VOU FICAR AQUI, PARADO? A KAGOME PODE ESTAR EM PERIGO, E EU VOU PROCURÁ-LA! – Ele gritou, passando a nossa frente. Devíamos admitir, ele tinha uma determinação incrível.

Continua...


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