Máscaras — Peeta e Katniss escrita por Tereza Magda


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu não me controlo!
Dois capítulos em um dia, só posso amar muito vocês!
Lembrando que só porque eu postei um novo capítulo, não quer dizer que não tenha que comentar o anterior. Ou seja, se leu e não comentou: tire a preguiça desses dedos e comente todos!

Enjoy!



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Eu nunca, em todos esses anos de vida, sentira tanta pena de alguém.

Sim, Peeta Mellark merecia aquele castigo e talvez até fizesse bem a ele. Mas o modo como suas mãos tremiam sem parar, o suor visível em sua nuca... Daria pena em qualquer pessoa que tivesse um coração. Ou pelo menos um coração que não fora esmagado por Peeta.

Com isso sobram poucas pessoas para sentirem pena dele.

Johanna pegou seu celular e clicou na câmera. Ela ficou em uma posição que pensariam que estava enviando mensagens e focou Peeta de modo que ninguém suspeitasse que estava gravando o que estava por vir.

Peeta parou no meio do gramado a alguns passos de distância de onde Clove e Cato estavam.

— Vamos, Peeta — Johanna murmurou para si mesma. — Coragem!

Peeta, porém, não parecia prestes a desistir. Estava apenas tomando fôlego para o grito.

— Aí! Todo mundo, quero a atenção de vocês! — ele esperou um momento enquanto todos viravam suas cabeças na direção dele e continuou: — Obrigado. Só queria dizer uma coisa a todas as garotas neste campus: sou um babaca. Fui e sempre serei, me desculpem — posso até estar terrivelmente iludida, mas eu vi a sinceridade naquelas palavras. — Sei que todas as desculpas do mundo serão inúteis em alguns casos, mas eu queria fazer isso mesmo assim. Desculpe se te traí. Se fiz alguma aposta idiota para dormir com você. Se te ignorei no dia seguinte. Sério, meninas, me desculpem por tudo — e com isso ele deu os últimos preciosos passos na direção da vingancinha particular de Clove. — E, Clove, agora você namora meu melhor amigo. Sei que sempre houve um clima ruim entre a gente, mas será que pode me perdoar?

Clove saboreou suas palavras de rebaixamento. Umedeceu lentamente os lábios e olhou fundo nos olhos azuis de Peeta antes de pronunciar pausadamente: — Não. Foda-se você e seu surto de culpa. Não acredito nele e espero que ninguém mais aqui acredite, seu estúpido — ela puxou Cato pela mão e mesmo de costas vi um sorriso se formar em seu rosto. — Não era o que esperava, hein?

Humilhação. Isso qualquer um via nos olhos chocados de Peeta.

Todos os estudantes pareceram prender as respirações. Silêncio. Silêncio. E silêncio.

Peeta olhou para os próprios pés pelo que pareceu uma eternidade. E se virou e caminhou até seu carro. Todos ainda estavam em silêncio no momento em que ele pisou com força no acelerador, fazendo o carro rugir alto. Quando ele partiu, houve uma explosão de palavras embaralhadas, umas sobre as outras.

— Por que ele fez aquilo?

— Aquele é realmente Peeta Mellark?

— Deve ser apenas mais uma aposta idiota!

— Ele teve o que merecia.

— Coitado! Ninguém merece ser tratado assim, nem ele.

— Mil vezes ser trancado no armário, do que isso que aconteceu com ele!

— Será que ele está bem?

— Eu juro que vi lágrimas no rosto do Peeta!

— Clove não foi a garota que ele apostou com Marvel que levaria para a cama?

— Aquela garota o humilhou!

— Cato namora a ex do Peeta?

— Ele deve estar precisando de consolo, vou até a sua casa esta noite...

Parei de escutar todas aquelas pessoas.

Eu havia ajudado a causar aquilo, eu provavelmente destruíra todos os últimos momentos do garoto no colegial...

Como fui capaz?!

Acabou. Pra mim acabou. Não haverão viagens, vinganças ou curiosidade que me farão mudar de ideia.

Desculpe falei. — Pra mim acabou. Agora. Não vou continuar com esse joguinho absurdo.

— Você vai continuar. Apenas respire funda e perceba que isso não está nem próximo do que Peeta fez a todas essas garotas.

— Assim nos igualaremos a ele!

— Às vezes essa é a única maneira de atingir o inimigo.

— Mas, Johanna... isso foi horrível — sussurrei e Johanna deixou escapar uma risadinha sarcástica.

— Horrível foi o que ele fez com a coitada da Clove. Isso era o que ele já devia ter feito há séculos! — ela finalmente desligou a câmera.

E eu lembrei. Fora realmente ruim.

— Peeta, por que está fazendo isso? — todos podiam ouvir o choro na voz de Clove. Literalmente todos, considerando que Peeta escolhera o corredor dos armários para dar o showzinho dele. — Você me ama.

Peeta apenas deu uma risadinha cruel.

— Você é gostosa, Clove, isso eu não posso negar. Mas amor? — outra risada sádica. — Não chegou nem próximo disso. Um bom foda é o máximo que consegue de mim.

Lembro da naturalidade que ele dizia aquilo. Quase como se fizesse piada.

— Clove mereceu isso, Katniss — Johanna disse interrompendo minhas lembranças. — E Peeta também. Vou voltar à escola e dizer ao professor Beetee que tive um “problema de mulher” e por isso me atrasei. Volte para casa. Pense bem. Vai perceber que isso será bom até para Peeta, que precisa urgentemente de um caráter melhor. Talvez isso tudo o faça perceber.

Caminhei até a moto que parecia deslocada entre tantos carros e montei.

É. Talvez isso fosse até bom para Peeta. E caso não seja, sempre vou ter a opção de fugir para a faculdade.

Felizmente, após o show que Peeta e Clove estrelaram hoje, eu parei de ser o centro das atenções.

Já estava prestes a sair quando ouvi meu nome ser chamado uma vez. E depois outra.

Gale. Sorri involuntariamente e meu amigo sorri também. Mas o sorriso dele logo se transformou em uma cara não muito boa.

— E aí? Pode explicar? Estou tentando entender, juro, mas tá difícil!

Ah, meu deus! Será que ele havia descoberto meu plano e de Johanna?

— Do que você... Do que você está falando? — fingi uma careta confusa.

— Não minta, Katniss, já disse que você é péssima nisso — ele disse e sorriu novamente. — O que fez você mudar... tanto?

Eram apenas as roupas? Ri internamente.

— Sua namorada maluquinha — falei e Gale torceu um pouco o nariz.

— Johanna não tem jeito — comentou. — E a moto? Pensei que estivesse aposentada para sempre.

— Te dou uma chance — cantarolei.

— Johanna — ele revirou os olhos e riu. — Não mude por ela, ok? Você é linda de qualquer jeito — disse e beijou minha bochecha.

Ao chegar em casa me lancei na cama sem ao menos tirar os sapatos.

Gostaria de dormir até amanhã”, pensei.

Liguei o iPod e coloquei uma música ambiente para tocar. Meus olhos foram se fechando... Lentamente...

E o maldito celular fez barulho de mensagem.

Você perdeu a maior. Quando saí da detenção (sim, o bobalhão acreditou), a escola parecia um ringue de assuntos. Mas os principais eram “Peeta mais escorraçado que cachorro na chuva” e “Katniss, a nova gostosona do pedaço”. Até que chegou aquela menina ruiva (aquela que tem focinho de raposa, sabe?) que cuida dos bailes da escola e disse que vocês eram os favoritos para Rei e Rainha do baile. Que dia!”.

Isso era realmente possível que tivesse acontecido apenas nos minutos que eu havia levado para chegar em casa? Contando com o tempo que eu passei na Starbucks, são o quê? 35 ou 40 minutos?

Em uma coisa eu concordava com a Johanna: que dia!


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Notas finais do capítulo

Mais de trinta leitores e menos de dez comentam? Que é isso, pessoal, assim vou pensar que vocês não estão gostando da história :(

xoxo