Buuh! escrita por Ying Lee, Gustavo3450


Capítulo 4
Sombras


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Em um lugar um pouco distante de Phanwood... Percorrendo a margem de um rio fluente de água cristalizada, Morte encarava seu reflexo sobre as calmas e pequenas ondas d’águas.

– “Cavaleiro”? Tantos já me chamaram assim... Não só o Colecionador... Mas o que isso quer dizer? Eu sinto uma grande dor ao me chamarem assim... Mas por que? – De repente, seus olhos se espantam e sua mão direita é levada ao peito, enquanto Deaph sussurra para seu reflexo: - Eu sinto... Dor... –

Deaph distorce sua imagem refletida na água com o passar rápido de sua mão, segundos antes de se levantar e continuar sua caminhada até Vaniaville, o vilarejo onde ele encontraria com o seu velho amigo.

– Será que... Foi impressão minha? – Morte colocava a palma da mão esquerda sobre a testa, enquanto fechava os olhos e acreditava que tudo não passava de um truque de sua mente confusa. – É... Foi tudo coisa da minha cabeça. Afinal... Eu sou a “Morte”, eu não sinto dor... Eu não sinto... Nada... Não é? – Deaph estava perdido em seus milhares de pensamentos, enquanto de longos e raros momentos ele sentia um aperto em seu peito, mas garantia ser apenas um truque de sua mente.

A água fluía tranquilamente pelo riacho a esquerda de Deaph, as nuvens passavam lentamente quase que acompanhando os passos do dono da vida, o ar estava refrescante e na quantidade exata, a luz do sol daquele nascer tocava o pico das montanhas e o restante das terras em poucos segundos.

– Já tem alguns anos que não vejo um por do sol tão forte... – Deaph colocava a mão diante os olhos, para cobrir a visão dos raios de sol que incomodavam tanto sua vista, enquanto seu bravo companheiro, Corvo, pousava sobre o ombro de seu mestre para descansar as asas após uma longa noite de vigia.

– Hum? Está cansado? Não tem problema... Pode descansar por enquanto, pois tenho tudo sobre controle. – Os passos vão se tornando mais constantes, o balanço da mão mais rápido, o ar mais intenso e o vento sobre seu rosto, mais e mais presente.

Sem perceber, Morte estava correndo como um guerreiro corre até seu oponente, quando ele se deu por si já era tarde demais e seus pés seguiam em um ritmo veloz e dificilmente poderia ser acompanhado por alguém, mesmo que um vampiro muito veloz.

Cada vez mais a estrada de terra seca pela qual percorria se diluía e tornava-se uma com o riacho, dando mais passagem às montanhas que mais pareciam muralhas gigantescas de terra ao redor daquele rio.

Por essa e outras razões, Deaph salta sobre o rio e continua sua corrida por ele, mas não com os pés dentro d’água, mas sim correndo sobre a água como um “Deus”. Porem, enquanto estava em sua emocionante caminhada, a silhueta de três pessoas surgiram no horizonte e aquela imagem fez com que Morte perdesse seu controle e os pés afundassem no rio, causando sua queda e um rolamento entre os pedregulhos daquele riacho.

– Aah... M-mas o que foi aquilo?! Que droga... – Morte fica de pé e ignora completamente aqueles cortes insignificantes pelo seu corpo. – Corvo! Cadê você?! – Ele gritou por seu companheiro, que surgiu de dentro do bolso de seu casaco, grasnando como se desejasse a liberdade.

– Corvo... O que está acontecendo comigo? – E o animalzinho corvejava para seu mestre. – O que...? O que você disse...? – Novamente o pequeno pássaro corveja para seu mestre.

– Não seja ridículo! Eu não estou “enfeitiçado”... Ou... Estou? Ah que besteira! É claro que não estou enfeitiçado. – Deaph olha para o horizonte, enquanto uma leve brisa atravessa seu corpo gelado e deixa-o a imagina quem um dia ele foi. - Vamos embora... – Morte volta a caminhar calma e tranquilamente em direção ao sol nascente, no horizonte que o aguardava.

– Deaph... – Ele ouve sem nome ser sussurrado.

– O que?! Quem disse isso?! – Morte rapidamente transfere sua foice para suas mãos, enquanto seus olhos se voltam para todas as direções tentando encontrar quem o chamava.

– Deaph... – Mais uma vez o nome é dito...

– De onde vez essa voz...?! Corvo! Procure o responsável! – Ordenou Deaph, permanecendo a beira do rio e preparado para qualquer problema.

O pequeno animal corveja e logo salta do ombro de seu mestre para fazer a ronda pela região, mas não ouve mais nenhum som do pequenino, o que só significava que seus olhos não encontraram nada e nem ninguém por perto.

– O que isso significa...? Será que essa voz... É da minha mente? – Ele se perguntava, enquanto seus olhos encaravam a sua imagem refletida nas águas do rio.

De repente, uma sombra em forma humana se aproximava de Morte, caminhando sobre o rio vinda do horizonte. Era robusto, alto, mas ainda sim a silhueta era humana, talvez fosse Thor: O Deus do Trovão, pois em seu ombro estava sendo carregado uma enorme marreta que também era vista somente por sua silhueta.

Mas essa criatura sombria possuía olhos brancos, pura luz ou talvez fosse o reflexo da luz do sol em sua verdadeira aparência.

– Mas que diabo é você...? – Perguntou Morte, apontando a lâmina de sua arma diante seu corpo, como um aviso de ameaça ao forasteiro.

– Eu sou aquilo que você deveria ser. – Respondeu a silhueta, antes de golpear a marreta diante seus pés e destruir o solo, causando um leve declínio no cenário e fazendo Morte perder o equilíbrio.

– Tsk! Maldição!! – Resmungou Deaph, antes de receber um soco em sua face, da Silhueta Guerrilheira.

O Guerrilheiro combatia Morte, o Ceifador, de igual para igual, bloqueando seus ataques e sendo bloqueado, mas alguma coisa estava impedindo Deaph de destruir aquela sombra, pois ele se continha em seus ataques e por isso... Deaph foi desarmado e derrubado diante o Guerrilheiro Sombrio.

Os olhos avermelhados de Morte encaravam aquela intensa luz que era chamada de “olhos”, no rosto de seu inimigo, e tentava buscar respostas sobre o que era isso tudo e qual seria o motivo desses estranhos acontecimentos tão repentinos.

– Quem... Ou o que é você...? – Deaph estava diante seu inimigo, caído diante seus pés, mas “medo” de morrer era algo que esse Ceifador não possuía, pois o encarava com bravura e raiva.

– Por que quer saber quem eu sou? Se nem mesmo sabe quem você é... – De repente, a silhueta toma a forma idêntica de Deaph e junto à transformação, surge a foice, sobre a mão do Guerrilheiro e com a lâmina pressionando o pescoço de Morte.

– Eu... Eu sei quem eu sou! Eu... Eu... – Antes que Deaph fosse capaz de finalizar sua frase, seu reflexo o interrompeu: - “Eu sou Deaph, O Ceifador de Almas”. Ridículo... Já faz tantos anos que você vem se escondendo atrás de sua “mascará” que nem lembra-se de seu rosto verdadeiro. Buuh irá morrer... E você não será capaz de salva-lá, mas talvez... Ela seja capaz de salvá-lo da própria morte. –

Guerrilheiro Sombrio desaparece como se jamais houvesse existido, deixando Deaph com mais duvidas do que respostas. Corvo pousa sobre seu ombro e corveja para seu mestre, perguntando-se o que fará agora e sem palavras, Deaph levanta-se e faz sua arma desaparecer, voltar para a sua dimensão.

O Ceifador Sinistro agarra o capuz de sua jaqueta e cobre seu rosto com a mesma, enquanto após isso suas mãos vão de encontro com os bolsos da vestimenta e seus pés mergulham-se no rio gelado daquele lugar.

Deaph caminha em direção ao sol, ao norte, ao horizonte que já pouco importa para si mesmo, andando pelo rio em silêncio e ignorando tudo que acabava de ocorrer, mas a cima de tudo... Ignorando Corvo, seu fiel companheiro que estava preocupado com a instabilidade mental de seu mestre...

Buuh... O que ela significa? Quem ela é? Por que mexe tanto assim comigo?

Por quê? Por quê? Buuh... Por que dei esse nome? Por ele me intriga tanto? Por que desejo tanto protegê-la...?

Por quê...?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^



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