Quando a Ana saiu eu fiquei pensando em qual tipo de assunto puxar para o clima não ficar pesado, mas sobre o que falar? Eu havia acabado de conhecer a garota e não tinha a mínima ideia do que ela gostava.

Depois de quase três minutos nos encarando sem nada falar (sim, eu estava contando de tão nervosa), ela apenas sorriu. Um sorriso tão simples e sincero que o meu veio junto automaticamente.

–“Você tem um sorriso lindo”, disse. Fiquei louca de vez! Por que eu falei isso????!

–“Você também, aliás, você é muito bonita, Mariá”, preciso dizer que me senti uma criança ganhando seu presente de natal?

Depois disso a conversa fluiu. A Renne era bastante simpática e tinha opiniões para os assuntos bem parecida com a minha. Logo parecíamos amigas íntimas. A ruiva começou a falar do que achou de sua turma e eu ria muito com seus comentários e concordava. Era incrível que com apenas um dia ela já tivesse percebido tanta coisa, com certeza era ligada nos detalhes. Então, no momento em que percebi isso um frio correu minha espinha “será que ela percebeu como eu me sentia em sua presença?”, não, nem eu sei o que foi isso. Foi apenas algo momentâneo por ela ser bastante bonita e uma novidade na universidade. Com esse pensamento relaxei.

A conversa estava tão boa, sentia-me tão bem na presença dela, mas a hora da aula chegou. Ela não tinha mais aulas nesse dia e esperava sua mãe que viria um pouco mais tarde para comprar alguns móveis novos para sua nova casa. Pensei sinceramente em pular a aula e ficar com a Ren, não queria deixá-la só, mas ao mesmo tempo sabia que soaria estranho ao invés de ir a aula, ficar com alguém que tinha acabado de conhecer. Foi então que tive uma ideia:

–“Por que você não assiste minha aula? Assim não fica aí sozinha, que tal?”

–“Não sei, seus amigos podem não gostar."

–“Que nada! Eles só tem uma cara feia, mas são legais e além do mais o profê é uma bi super hilária, tu vai adorar!”

–“Se é assim então eu vou.”

Quando entrei com ela todos já estavam lá, inclusive a Lívia e foi notável os olhares para cima da Renne, o que me fez sentir... ciúmes? Não, não! Deve ser outra coisa.

A aula foi o máximo ao lado dela, principalmente quando ela tinha algum comentário sobre o professor e tinha que falar no meu ouvido, nunca tinha sentido nada igual antes ou quando falava algo para ela e de tão perto podia sentir seu perfume adocicado, logo eu que nunca gostei de perfumes doces, porém o dela misturava-se com seu cheiro tornando-o irresistível. A Lívia, que estava ao nosso lado, parecia estar gostando de estar com ela também.

Depois do primeiro dia da Ren em nossa universidade vários outros se seguiram e agora estávamos na última semana de aula antes das férias, com tantos trabalhos de final de período estava sendo mais raro nos vermos. Tentei deixar o que eu sentia só para mim, atribuindo as sensações ao lado da ruiva ao fato de gostar de sua amizade.

As coisas mudaram também entre os 13, o que já era esperado acontecer. O grupo se dividiu e apesar de continuarmos nos falando e brincando uns com os outros, os momentos com todos juntos agora era algo raro. Os casais se juntaram a grupos diferentes, duas das nossas meninas agora andavam com as Pats do curso, existiam assuntos/segredos que não eram mais compartilhados com todos e nessa separação, que me fez ficar um pouco triste, o que salvou-se foi minha amizade com Lívia e André que agora estava mais forte que nunca. Eles ainda não tinham ficado, mas pelo jeito que as coisas andavam isto estava próximo de acontecer e eu queria muito, os amava e sabia que o relacionamento seria bom para os dois.

Eu não havia ficado com mais ninguém e com todo esse tumulto de sentimentos dentro de mim resolvi que estava na hora de dar uma chance a um dos garotos. Seu nome era Sandro, fazia economia e era um rapaz carinhoso e bom de papo. Foi em uma festa que fiquei com ele pela primeira vez.