Cendrillon escrita por Sweet Pandora


Capítulo 9
Capítulo 8 - Letter




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Chapter VIII - Letter

 

O envelope tinha uma tonalidade amarelada quase gentil e emanava um perigoso perfume de flores queimadas.

“Afaste-se dele, minha doce dama”

A caligrafia era linda, arredondada e estilizada, como a dos pomposos convites que Kaya costumava enviar vez ou outra.

“Quando for tarde demais, bem...”

As letras haviam sido escritas com uma tinta vermelha muito forte, cor de sangue... Mas ninguém seria insano a ponto de escrever com o tal... seria?

“Só não diga que eu não avisei, certo?”

Detalhes doirados enfeitavam as bordas do papel de carta, claramente nada barato. O envelope tinha algumas pedras preciosas nos cantos.

“Assinado,

A Pessoa que há de causar a sua morte”

Uma assinatura cruel, fria, ainda na mesmíssima bela caligrafia e em nanquim preto puro. Após ler tal carta, abandonada ao lado de seu travesseiro, Hizaki sentiu o corpo todo estremecer violentamente.

Num impulso quase insano, soltou um grito visceral e fez menção de jogar a carta na lareira... Não conseguiu. Havia algo de fascinantemente macabro e sedutor naquela caligrafia perfeita... Naquelas letras avermelhadas...

Yuki e Teru, os únicos em casa naquele momento, apressaram-se para socorrer o desesperado Hizaki.

- Hizaki! - O servo gritou ao vê-lo tombar, lentamente, ao chão, com a dita carta ainda em mãos - O que houve? O que é isso?

Num desespero profundo, estendeu a carta na direção de seus meio irmão e servo. Ambos leram silenciosamente e, depois disso, em silêncio se mantiveram. Nada bom! Aquilo era uma ameaça!

Yuki amaldiçoou-se por ter previsto aquilo. Num impero de raiva, efetivamente atirou o delicado pedaço de papel no fogo da lareira. Hizaki ergueu a cabeça levemente, observando a ameaça bem escrita derreter em um amontoado de cinzas.

- Quem pode ter enviado isso? - Teru questionou, confuso - Por que alguém mataria Hizaki? Ele não fez nada pra ninguém!

O servo estreitou os olhos com uma certa suspeita... Mas não... Não poderia ser! Seria... óbvio demais.

~o~

Vossa Majestade, a grande rainha, mandara, pela primeira vez em anos, que chamassem Juka. Era urgente, ou assim dizia ela. O rapaz não estava realmente interessado, atenderia somente por obrigação.

Diante daquela a quem devia obediência, o rapaz se viu incapaz de mover-se. Encarava-a friamente, com um sorriso de escárnio estampado em seu rosto. Alguma coisa nele tinha plena noção aonde aquilo acabaria chegando.

- Juka... - A rainha balbuciou, mais para si do que para o jovem à sua frente - Acho que você imagina a razão de ter sido convocado.

- Vagamente.

- Juka... Para o bem de Kaya e de um casamento que pode dar muito certo... - Ela respirou fundo, lançando-o um olhar repleto de pena - Estamos exilando-o deste reinado. Pelo carinho que meu filho nutria por você, contudo, darei duas semanas para que você arrume suas coisas e parta efetivamente.

- Com uma condição, Majestade. - Juka não se atreveu a erguer a cabeça. - Eu quero passar essas duas semanas junto de Kaya.

Um silêncio dominou o local. A rainha sentiu um arrepio por sua coluna... Mas não era um arrepio frio, era quente. Era ódio. Queria gritar e mandá-lo parar de insolências... Mas algo a calou.

O rapaz ergueu a cabeça e a mulher sentiu seu interior ruir... De seus olhos rolavam as mais doces e sinceras lágrimas.

Pela primeira vez, ele pareceu fraco.

~o~

Quem... Mas quem diabos iria querer matar Hizaki? Yuki bebericava seu chá, de forma impaciente.... Não fazia o menor sentido!

Levantou-se, subitamente, largando sobre a mesinha da biblioteca de Kamijo a xícara ainda cheia. Teru, que o acompanhava lendo silenciosamente, fechou seu livro e, num gesto de conforto, enlaçou a cintura do servo.

Carinhosamente, Yuki aproximou o rosto do de seu jovem mestre, roçando os lábios nos dele. Após uma olhadela cautelosa para a porta, eles iniciaram um beijo profundo, lento e acalentador.

O sabor dos lábios do mais jovem levava a mente do outro para o paraíso e o toque suave de sua pele pálida era simplesmente viciante.

Os braços fortes de Yuki trouxeram o garoto mais para perto, até que a distancia entre ambos os corpos fosse quase nula. Teru jogou todo seu peso sobre o outro, num pedido quase desesperado para que ele se sentasse.... Ele o fez.

 Separam-se por um momento, buscando afobadamente por oxigênio. Teru, aproveitando-se dessa curta pausa, sentou-se no colo de Yuki e retomou o beijo egoístamente.

As coisas poderiam ter ido longe aquela noite, se, naquele instante, a porta da biblioteca não tivesse sido escancarada por uma das empregadas. Os dois separam-se num piscar de olhos.

Teru bufou, frustrado, a principio... Contudo, sua frustrado rapidamente tornou-se preocupação ao que ele percebeu a expressão da jovem moça: ela estava desesperadamente em prantos.

- Yuki! - Ela tombou sobre os braços do servo - Elas não param de chegar, aquelas cartas! E agora... uma de nós foi provar a comida de milady...

- Acalme-se! - Yuki implorou-, abraçando a mocinha docemente - Acalme-se, Rina! Conte-me, com calma, o que aconteceu?

- Uma de nós, Hortência... Ela... - A mocinha respirou fundo - Provou a comida de milady e acabou morta... A comida de milady estava envenenada, Yuki!

Um arrepio percorreu ambos os rapazes como uma serpente voraz. Eles estavam absolutamente surpresos e abismados... O mais jovem sentiu, subitamente, uma incontrolável vontade de vomitar.

Os olhos acastanhados da mocinha expressavam puro pânico e, lentamente, ela puxou um pedaço de papel de seu bolso. Uma carta... Tal qual a de mais cedo.


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Notas finais do capítulo

Capitulo curtinho, acho que todos a partir deste serão assim 8D
(gente, o que aconteceu com essa fanfic? Era pra ser soh uma historinha melosa de amor )



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