Cendrillon escrita por Sweet Pandora


Capítulo 4
Capítulo 3 - The Chocolate Flavored Feeling




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Yuki abriu os olhos vagarosamente, ao sentir um pouco da manhã entrando pela janela. Sua primeira reação ao despertar foi erguer os olhos na direção da cama, onde Teru acabara dormindo sozinho na noite anterior. Curiosamente, a mesma estava vazia.

O fiel servo estremeceu, mas, por sorte, seu pânico durou pouco. No momento em que pensou em erguer-se da cadeira onde havia adormecido para buscar por seu mestre, percebeu que o mesmo estava desacordado em seu colo.

Delicadamente, para não despertá-lo, o rapaz deitou o mais jovem novamente na cama. De certo ele tivera frio ou um pesadelo ou algo do gênero.

Um segundo pensamento cruzou sua mente em seguida: Como estaria Hizaki? Kaya abandonara o pobre jovem trancado por toda a noite?! Mais do que depressa, Yuki atravessou os amplos corredores até chegar ao quarto de visitas.

Tentou abrir. Inútil! A porta ainda estava trancada.

Eis que sentiu um toque no ombro e virou-se, sempre alerta, bem a tempo de encontrar Juka com um sorriso, estendo-lhe uma chave dourada.

Destrancou a porta delicadamente e, cuidadosamente, a entreabriu. Hizaki estava adormecido na cama, era uma visão mui bela e por um segundo ambos os rapazes se questionaram se um anjo havia descido dos céus e escolhido aquele aposento como local de repouso.

Kamijo observava o sono de seu amado como um guardião celestial. ele moveu seus olhos azuis na direção da porta e, com um sorriso mais que satisfeito, fez sinal para que Yuki e Juka ficassem em silêncio. Eles delicadamente obedeceram e partiram, sem dizer absolutamente nada.

Chapter III - The Chocolate Flavored Feeling

“O jovem mestre anda engraçando-se com essa dama!” comentavam as empregadas de Kamijo umas às outras.

“Ele a visita todos os dias!”

“Tomara que não termine como terminou o caso com Senhora Lillie Charlotte!”

Tais comentários costumavam incomodá-lo, mas repentinamente tornaram-se parte da rotina. Começavam ao que despertava e só se encerravam ao que todos em toda a cidade adormeciam. Ele não se importava mais.

Havia dois meses aproximadamente que descobrira o segredo de sua amada Cendrillon. Desde então, visitar Hizaki dia após dia tornara-se natural e seus sentimentos não haviam mudado nem um pouco.

Seguia o cronograma de sempre: Despertar, arrumar-se e, próximo passo, se encaminhar para a moradia daquele que amava.

Contudo, algo faria questão de atrapalhar sua bem planejada rotina aquela manhã. Ao abrir a porta, Kamijo se deparou com a figura sorridente de Kaya, sempre seguida por Juka. Após um sinal rápido para o cocheiro, a dupla simplesmente adentrou o local, sem sequer pedir licença.

- Você está ficando mui eficiente, Kamijo! - Juka brincou, rindo baixo - Nem ao menos chegamos a bater! Inegavelmente impressionante!

- De fato! - Kaya riu, enquanto algumas empregadinhas eficientes retiravam seus casacos e chapéus - Pretendia ir a algum lugar, Kamijo?

- “Pretendia”?! - O rapaz arregalou os olhos, pasmo - Eu vou a algum lugar! Preciso encontrar Hizaki bem agora! Diga logo o que tem a dizer e parta, Kaya!

- Que grosseria! - Vossa alteza comentou e virou-se para uma empregada em seguida - Meu bem, prepare um delicioso chá para três, sim?

A mocinha o obedeceu prontamente. Kamijo suspirou, mirando longamente o relógio... Contrariar Kaya sempre fora impossível. Talvez algumas horas de atraso não causassem incomodo algum em seu amado.

~o~

- Ele está atrasado!

Já deveria ser a sexta ou sétima vez que Hizaki gritava aquilo. Dado momento, Teru parou inclusive de ouvir e se limitava a ler alegremente, sem tirar os olhos das páginas de seu livro.

Mas em dois meses, Kamijo não se atrasara nenhuma vez! Por todos os céus, qual era a razão disso? Ele havia se perdido? Impossível! Seriam ladrões? Ou um acidente? A mente de Hizaki viajava por entre as hipóteses mais insanas.

O relógio badalou três vezes... Três horas. Já eram cinco horas de atraso! Como?! A idéia de que talvez Kamijo simplesmente não quisesse aparecer o fez sentir algo incomum no abdômen... Era como uma ansiedade dolorida, que o fizera se contorcer levemente.

- Hizaki... - Teru ergueu os olhos pela primeira vez em muito tempo, com um sorriso divertido nos lábios - Acalma-se, sim? Sei que não aconteceu nada com ele.

- Como pode ter tanta certeza? - O rapaz gritou, com uma violência fora do normal - Um rapaz prestes a herdar uma fortuna... Invejado por tantos... Além de tudo, um... um... idiota! Pode ter arranjado um milhão de inimizades sem ao menos se dar conta! Ele...

Batidas leves na porta impediram-no de continuar. Antes que Yuki pudesse sonhar em atender a porta, Hizaki voara em sua direção. Abriu-a com violência e, graças aos céus, era realmente Kamijo. Várias horas atrasado, e com um doce sorriso dançando em sua face.

- Você está atrasado. - Ele suspirou e encarou seu visitante, num misto de alivio e frustração - Qual a sua justificativa? É melhor que seja boa! Eu estive te esperando ansiosamente por toda a manhã e...

- Você esteve me esperando...?

Silêncio... Uma brisa forte e perfumada passou por entre os dois, balançando suas vestes e cabelos. Kamijo alargara o sorriso... Estava sendo aguardado! E ele não tivera que constatar aquilo por si só, seu amado lhe disse, como se fosse algo absolutamente natural... E era.

- Tire esse sorriso bobo do rosto. - Hizaki abriu espaço de forma cortês para que o rapaz passasse, tentando, em vão, ocultar o rubor de sua face com uma das mãos - Entre logo. Sinto que em breve a chuva começará a cair.

Yuki e Teru cumprimentaram o recém chegado com um par de sorrisos receptivos. O servo posicionou prontamente duas xícaras de chá sobre a mesa de centro e puxou rapidamente seu jovem mestre para fora, com o intuito nada discreto de deixar os dois à sós.

Num suspiro, aquele que trajava um vestido apontou uma das poltronas, mandando silenciosamente a visita se sentar.

- Então... - Hizaki bufou, pegando um bombom de dentro de um recipiente que se encontrava repleto deles - Estou curiosíssimo: Qual é a razão de seu atraso? Não é nada polido se atrasar de forma tão absurda, além disso...

- Kaya. - Kamijo respondeu depressa, bebericando seu chá com o sorriso de sempre - Ele queria me convidar para sua festa de noivado daqui uns dias e não me deixou ir embora antes de um bom chá e duas partidas de xadrez.

Várias coisas correram a mente de Hizaki num instante muito curto. A primeira delas foi “Que atitude típica!”, seguida por várias perguntas de naturezas diversas... Todas a cerca da tal “festa de noivado”.

- Noivado? - Falou, por fim, ainda pasmo - Kaya está noivo?! Mas... De quem?

- Um lorde sei-lá-o-que, pelo que parece.

- E esse tal lorde sabe que Kaya é...

- Um homem? Sim. - Kamijo suspirou, deixando parte de sua preocupação escapar-lhe pelos olhos - Pelo que disse-me, esse homem, por alguma razão, precisa de um casamento por aparência... Logo o fato de Kaya ser ou não uma dama de verdade não parece afetá-lo.

Um desconfortável silêncio tomou conta do local. Nem um dos dois podia negar: estavam preocupados com Kaya. Ele fora sempre sorridente e emocionalmente frágil. Seus pai, amigos e até mesmo empregados sempre se empenharam em protegê-lo... Depois do casamento, quem iria cuidar dele?

~o~

A costureira estendia tecidos de texturas diversas sobre o sofá enquanto Kaya, sua mãe e outras damas intrometidas os analisavam boquiabertas. Um mais brilhante, belo e macio que o outro! Realmente, para um casamento da realeza, apenas o melhor.

Juka observava a cena ao longe. Estava divertindo-se um bocado com toda aquela situação! Várias representantes da nobreza afoitas e alegrinhas com a festa a se aproximar, muitas delas planejavam conhecer um bom rapaz nessa festa de noivado e poderem, deste modo, noivar também.

Chegava a ser curioso tamanho alvoroço, visto que ainda nem era a cerimônia de casamento oficial! Quanto esta chegasse, o tamanho da confusão chegava a ser inimaginável!

- Quem diria, né? - Dado momento, uma condessa de qualquer coisa comentou, com um brilho maldoso nos olhos - Princesa Kaya casando-se... Sinto pena de seu futuro marido, sei que ele se enciumará se você continuar assim tão íntima de seu... “amiguinho”.

A referencia a Juka fora deveras perceptível. Todas na sala, incluindo a própria rainha, entregaram-se a audíveis gargalhadas.

- Ora, que besteira! - Kaya forçou um sorriso - sei que ele não se incomodará!

- Não mesmo! - Sua mãe complementou - Afinal de contas, Juka não irá com você após o casamento. Que eu saiba, ele serve a esta casa, lugar onde você não morará mais após o casamento, certo?

As palavras fugiram da mente de vossa alteza. Ele realmente não havia se dado conta: estava prestes a dar adeus à seu fiel servo e amigo.... para sempre! Seu coração se contorceu. Ergueu os olhos e viu Juka encarando-o carinhosamente... E mesmo nessa situação, ele não iria chorar. ao menos, não sob o olhar daquele que amava.


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Notas finais do capítulo

Eu planejava postar esse só domingo, mas... ah, postei hoje mesmo XD
Por favorzinho, leitores... Deixem review! Não gosto da sensação de que estou escrevendo pra ninguém D: /carente
Enfim, mesmo os que não estão a fim de deixar review: obrigada por ter lido! õ/
Sinto muito pelo capitulo muito grande.



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