Boulevard of broken dreams escrita por Cami


Capítulo 26
Boulevard of Broken Dreams


Notas iniciais do capítulo

Olá darlings
Esse é um dos últimos capítulos da fic e ficou enorme,o próximo pode ser o ultimo ou penúltimo, então fique espertos ;)
E provavelmente não poderei postar durante a semana só no fim de semana, por causa das provas D:
Aproveitem



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Pov. Annabeth

Eu só queria correr e ir embora daquele lugar queria ficar sozinha, e estava tão confusa. Abri a porta de casa correndo e entrei no meu quarto e tranquei a porta. Pude ouvir minha mãe batendo em minha porta e falando alguma coisa, mas eu não escutava. Sentei no chão do meu quarto e abracei os joelhos comecei a chorar, minhas piores lembranças começaram a me rodear.

Abri os olhos por um instante e olhei envolta, todas as minhas alucinações que eu havia tido durante o ano estava lá.

“Você é fraca” – disse a menina com a garganta cortada.

“Ninguém te quer” – disse o homem de preto.

“Você está sozinha no mundo”- disse a mulher do espelho.

Para tentar não ouvir essas coisas, fiz a única coisa que passou pela minha cabeça. Tapei os ouvidos e gritei, gritei o mais alto que pude, mas isso não adiantou, eles falaram mais e mais alto do que meus gritos.

Tentei me esconder de baixo da cama, mas eles não iam embora, repetiam as mesmas frases horríveis e não se cansavam.

“Vá embora ninguém te quer aqui” – disseram eles juntos.

“Todos seriam mais felizes sem você aqui para atrapalhar” – continuaram.

–Saiam vocês daqui – essa voz era de Max.

Olhei e apenas vi meu irmão em meu quarto.

–Você os expulsou? – perguntei.

–Claro que sim – ele disse sorrindo – quero te mostrar uma coisa.

–O que? – perguntei e ele apontou para debaixo da cama.

Olhei lá e vi uma caixa de sapato (bem que eu senti que chutei alguma coisa).

Peguei a caixa com cuidado, não abria ela há anos, estava bem empoeirada, tirei a tampa com cuidado. Dentro havia varias fotos e um ursinho de pelúcia que meu pai me deu quando nasci, comecei a olhar as fotos e uma em particular mexeu comigo, lá estava eu, minha mãe, meu pai e meu irmão e de fundo a ponte Golden Gate e um lindo por do Sol. Eu devia ter uns sete anos na foto.

~ Flashback on ~

Papai me acordou cedo hoje, vamos passear. Assim que todo mundo se arrumou, saímos a pé e fomos ao parque, caminhamos entre as grandes árvores e achamos uma clareira onde sentamos e fizemos um piquenique.

–Annie o que você vai querer ser quando crescer – meu pai me perguntou.

–Quero construir prédios grandes e bonitos – eu disse com brilho nos olhos.

–Ela é nerd – disse meu irmão mais velho Max rindo.

–Não sou não, a Lice disse que eu sou incrível com desenhos.

–Quem é Lice – meu pai perguntou.

–A amiga imaginaria da sua filha – disse minha mãe, ela estava um pouco brava hoje.

–Ah, entendo – disse meu pai.

–Ela não existe – disse Max.

–Existe sim – eu disse defendendo minha amiga e joguei bolo na cara dele.

E então começou uma grande guerra de comida entre eu e meu irmão.

–PAREM AGORA VOCÊS DOIS! – gritou mamãe e nós paramos instantaneamente, deu até medo dela.

Lavamos nossos rostos no banheiro e seguimos com o passeio. Meu pai tentava pegar a mão de mamãe, mas ela não deixava. Aquilo era tão estranho eles eram tão carinhosos um com o outro.

Eu e Max brincamos e corremos entre as arvores e tiramos varias fotos.

–Quem quer passear na ponte? – meu pai perguntou.

–EU! – disse junto com meu irmão.

Andamos mais um pouco e subimos um pequeno morro, foi bem fácil para mim, mas para os adultos não, a vista era linda, e como estava no final da tarde, formou um por do Sol atrás da ponte Golden Gate, tiramos outra foto em família, sentamos lá e apreciamos a paisagem. Deitei na perna de meu pai e acabei adormecendo de cansaço.

...

Acordei com os gritos de meus pais, eles estavam brigando feio, estava em minha cama e eles no andar de baixo. Fui até a escada e vi Max sentado vendo a briga, sentei ao seu lado e ele me abraçou de modo protetor.

–Como você acha que eu posso te perdoar?! – minha mãe gritou com ele – Eu vi vocês dois em seu escritório!

–Desculpa Athena, isso não vai acontecer de novo! Eu prometo – ele disse desesperado.

–Você fez uma vez e com certeza fará de novo!

–O que está dizendo? – ele perguntou desconfiado.

–Vá embora – ela disse friamente.

Tentei me levantar para descer as escadas, mas Max não deixou, apenas balançou a cabeça negativamente, em sinal de “é melhor não fazer nada, vai sobrar para nós”.

Percebi algumas malas ao lado da escada, meu pai as pegou violentamente, caminhou em direção à porta, parou no meio do caminho e disse.

–Tem alguma coisa de errado com a Annie, fique de olho.

– O problema dela é ter um pai como você, vai embora! E não volte mais! – disse minha mãe empurrando ele e batendo a porta.

Abracei mais forte meu irmão e comecei a chorar.

~ Flashback off ~

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, depois daquele dia nunca mais vi meu pai, minha mãe jogou fora as fotos tiradas, mas eu as achei no lixo então as escondi na caixa.

Nunca me senti tão abandonada ou inconveniente em toda a minha vida, meu pai, Max e Luke foram embora e estou atrapalhando a vida de minha mãe e Percy apesar de eu estar super chateada com o beijo dele com a Rachel, aquilo machucou demais.

–Irmão, o que eu faço? – perguntei a ele – não quero atrapalhar mais atrapalhar a vida de ninguém.

–Venha até mim – ele disse.

–O que? – perguntei confusa.

Ele disse uma coisa na minha orelha e eu olhei para ele assustada.

–Mas... – comecei, e ele me interrompeu.

–Você nunca mais ficaria sozinha ou com medo. Ficaríamos juntos para sempre, se não terei que ir embora.

–Por quê? – perguntei tristemente.

–Porque estou perdendo minha força vital, não percebe? Estou perdendo cor e ficando invisível.

Assim que ele falou percebi, e comecei a entrar em desespero, se eu o perdesse de novo... Não sei o que faria.

–Vai ser melhor para todos – ele disse calmamente.

–Tem certeza? –perguntei .

–Absoluta.

Vozes começaram a encher minha cabeça.

“Seu pai foi embora por sua causa”.

“Ele sabia que era louca”.

“Ficou com medo de você”.

A cada palavra que diziam, uma raiva em mim crescia.

“Percy nunca gostou de você! Ele estava com pena”.

“Luke tem medo de você, por isso vai embora”.

“Você atrapalha a vida de sua mãe e todos a sua volta”

“É apenas um incomodo que todos a sua volta têm de carregá-la”

A tristeza e a raiva me cegaram e naquele momento tudo fazia sentido, tudo o que essas vozes diziam parecia explicar tudo, pela primeira vez concordei com elas.

–Não vá embora Max, eu vou fazer.

Ele sorriu afetuosamente.

–Eu sou o único que te entende.

Fiquei tão determinada e decidida que não ouvia as batidas da porta nem os gritos de alguém atrás dela.

Peguei alguns lençóis e fiz uma corda, empurrei a cama perto da parede e amarrei a “corda” no pé dela. Troquei de roupa e escrevi uma carta que deixei em cima da escrivaninha.

Desci com dificuldades por ela e acabei percebendo que já havia anoitecido, caminhei pela rua não ouvia nada, só queria acabar logo com isso, então fui ao único lugar onde já senti que pertencia.

Pov. Percy

A Annie corria realmente rápido, mas não desisti corri o mais rápido que pude atrás dela, entrei em sua casa e fui em direção ao seu quarto onde sua mãe estava parada na porta.

–O que você fez com minha filha? – ela perguntou brava.

Contei a ela o que tinha acontecido e ela me deu um tapa na cara.

–Sabia que você ia magoar ela.

Ela disse e ouvi minha Sabidinha gritar dentro do quarto.

Comecei a bater na porta e pedir para entrar, mas ela não abriu.

Athena começou a gritar comigo dizendo que era tudo minha culpa, mas a interrompi.

–Desculpa, mas isso não vai fazê-la abrir a porta, vamos dar tempo a ela.

Sentamos no sofá em silêncio, ninguém abriu a boca, depois de muitas horas quando começou a anoitecer ouvimos moveis se arrastando do quarto da Annie, e pensei ser ela destrancando a porta, então corremos até lá, mas continuava trancada.

–Quando será que ela vai abrir? – perguntei.

–Não sei – Athena respondeu.

–Tive uma ideia – disse empolgado – onde tem uma escada?

Eu a achei no porão da casa, a levei o mais rápido possível até o quintal onde ficava sua janela, e havia lençóis saindo por ela, aquilo não era bom.

–Annie você está ai? – perguntei várias vezes, mas nada aconteceu então chamei sua mãe desesperado.

Quando ela chegou, quase desmaiou de preocupação.

–Ai meus Deuses, ela fugiu.

Corri para a rua, se a conhecia bem sabia exatamente para onde iria em uma situação como essa.

Pov. Annabeth

Corri até chegar à rua dos sonhos quebrados, comecei a caminhar por ela, olhei para traz e vi de novo todas as minhas alucinações me seguindo, como uma multidão seguindo uma líder, aquilo só me encorajou a fazer o que estava pensando, aquela rua me trazia lembranças boas e ruins, mas o que me trouxe a ela hoje, foram meus sonhos totalmente quebrados.

Eu não estava curada e com certeza infeliz e aquela era chance de fazer alguma coisa boa para minha família e amigos, todos vão ficar melhor sem mim, mais felizes, então estava fazendo a coisa certa, eu acho.

Cheguei à ponte, estava bem movimentada, caminhei pelo acostamento e parei em um ponto onde havia uma plaquinha suja e enferrujada. Algumas pessoas me olhavam assustadas, mas não me importei, subi na mureta e pulei para a plataforma embaixo. Pude ouvir de longe alguém chamando meu nome, ignorei.

Fiquei de costas para a água e andei até a beirada da plataforma.

–Venha até mim – ouvi Max sussurrar.

–Estou indo irmãozinho – eu disse.

Fechei os olhos e deixei o vento me levar.

Pov. Percy

Meus pulmões pareciam que iam explodir, não me importava só queria abraçar a Annie, não peguei o carro para não demorar nem pegar trânsito, então continuei a correr, pude vê-la subindo na mureta da ponte, gritei seu nome o mais alto que pude, mas ela pareceu não ouvir, parecia um fantasma vestida de branco. Não queria aceitar a ideia de perdê-la tive um surto de adrenalina e corri com o vento, olhei para trás e sua mãe estava lá ligando para a emergência.

Ela estava na plataforma , do lado de fora da ponte, de costas para a água, eu estava tão perto.

Então ela pulou da ponte.

–ANNABETH! – berrei seu nome.

Quase pulei de lá também, mas Athena me segurou.

–Se não morrer na queda, vai morrer de hipotermia.

Corri até a base da ponte e comecei a gritar seu nome, mas não vi nenhum movimento sobre a água, o resgate chegou e os paramédicos foram em direção à água. Depois de alguns minutos de tensão voltaram com seu corpo inerte e pálido, a colocaram em uma maca e dentro da ambulância, tentaram reanima-la, mas foi inútil.

Um dos médicos se virou para o outro e balançou a cabeça negativamente, e depois olhou para mim.

–Eu sinto muito – ele disse tristemente.


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Notas finais do capítulo

Por favor não me xinguem nos comentários, essa foi minha ideia inicial da fic, desde o titulo até o primeiro capitulo esse com certeza seria o final. Desculpas a aqueles que se ofenderam ou não gostaram, mas essa é a minha fic.
Enfim obrigada por lerem o capitulo, o próximo deve sair na sexta ou sábado.