Pov. Thalia

A Annie chegou até que bem rápido, mas estava muito assustada, assim que chegamos ao meu quarto ela pegou o vidro do remédio e tomou um.

–Meus deuses Annabeth! O que aconteceu? – perguntei assustada.

–Nada que não tenha acontecido antes, me explique essa história direito.

Contei de novo a história e ela me ouviu atentamente, mas negando com decepção em algumas partes.

–Ele me ligou há uns cinco minutos – eu disse.

–E o que ele disse?

~ Flashback on ~

Estava esperando a Annie chegar então para passar o tempo, peguei o celular e coloquei Green Day para tocar, depois de um tempo vi alguém me ligando, era o Luke, respirei fundo, hesitei, mas atendi.

Ele nem esperou eu dar “Oi”.

–Ainda não entendo como você pode fazer isso comigo! – ele respondeu, sua voz dava a entender que ele havia chorado por algum tempo.

–Por favor, Luke, me desculpe, foi ele quem me beijou.

Pude ouvir ele bufando do outro lado, sei que essa frase é clichê, mas é verdade.

–Eu confiei em você, se foi ele quem a beijou – ele fez uma pausa e continuou – por que não fez nada?

–Aconteceu tão rápido que fiquei sem reação, me desculpe.

–Para de pedir desculpa, essas palavras não vão me fazer esquecer o que eu vi ou mudar o que fez – ele fez uma pausa e como eu não disse nada continuou – estou tentando convencer meu pai a me mandar para Grécia para viver com uns tios, preciso sair um pouco dessa cidade.

Comecei a entrar em desespero, não queria que ele fosse embora, ainda mais por minha causa.

–Mas sair do país?

–Sim, assim poderei esfriar a cabeça e esquecer os problemas que tenho aqui. É só isso que tenho a dizer, pretendo te esquecer, faça o mesmo. Adeus Thalia.

E desligou, fiquei tão chocada que nem consegui chorar, mas não demorou muito para a Annie chegar.

~ Flashback off ~

Pov. Annabeth

Nunca vi Luke falar daquele jeito, ele nunca quis sair do país, adora viver aqui.

–Lia, desculpa falar assim, mas você realmente o magoou, nunca o vi falar assim.

–Obrigada por ser tão obvia, tenta ligar para ele, conversar.

Peguei meu celular e disquei seu número.

–Alô? –perguntei assim que ele atendeu.

–O que você quer Annie? –ele disse friamente.

–Calma Luke – eu disse chateada – eu quero saber, como você pode pensar em sair do país?

–Não tente mudar minha cabeça, por que eu vou, não importa o que você diga, quero ficar longe desse lugar, quanto maior a distancia melhor.

–Mas eu preciso de você aqui, para me dar força – eu disse segurando o choro.

Ele suspirou.

–Annie, tente me entender, eu preciso desse tempo sozinho – ele disse calmamente – eu não vou ficar lá para sempre, é só até eu esquecer.

–Então você vai mesmo? – perguntei tristemente.

–Vou, meu pai já está vendo passagem, eu o convenci dizendo como as escolas de lá são boas e que isso aumenta minha chance de entrar na faculdade – ele disse todo ansioso e isso machucou.

–Então boa viagem – eu disse e desliguei.

Sentei no chão e abracei os joelhos.

–Então ele vai mesmo? – Thalia perguntou e eu assenti, ela foi para o banheiro e se trancou lá, costumava a fazer isso quando éramos menores.

–Max? Você está aqui? – perguntei em voz alta, me senti bem idiota de fazer isso, mas não custa tentar.

–Sempre – ele apareceu no meu lado.

Sorri para ele e senti as lagrimas vindo.

–Por que as pessoas me abandonam? – perguntei desolada – elas sempre vão embora, sempre – abracei mais forte meus joelhos e comecei a chorar.

Ele veio para minha frente e se sentou, colocou a mão em meu joelho me dando força, mesmo eu não sentindo seu toque.

–Eu estou aqui, e não vou a lugar nenhum – ele disse me reconfortando.

Achei melhor eu ir embora, dar tempo a Thalia para descansar e absorver tudo aquilo.

Voltei para casa, quando entrei em meu quarto alguma coisa estava errada, foi então que percebi que estava faltando alguns remédios. Achei estranho, minha mãe ainda não tinha chegado em casa, e eu estava sozinha. Que tipo de ladrão rouba remédios? Tranquei todas as portas e janelas por segurança e deitei em minha casa com um taco de baseball do lado. Acabei caindo no sono por cansaço.

Minha mãe me acordou no dia seguinte, eu estava um pouco atrasada então corri e troquei de roupa e escovei os dentes, tomei meus remédios e esperei por Percy, ele chegou e estava dirigindo um Chevrolet Impala 67.

Fiquei boquiaberta, ele saiu do carro e veio até mim, me deu um beijo e começou a rir.

–Sua cara está muito engraçada, e ai gostou? – ele perguntou esperançoso.

–Eu sabia que você gostava de Supernatural, esse carro é incrível!

–Meu pai comprou do ferro velho e consertou para mim, é perfeito.

–Totalmente, vamos então?

Durante a ida para escola, hesitei em contar sobre o Luke, mas ele ia descobrir mais cedo ou mais tarde então abri a boca logo.

–Percy – eu disse e ele me olhou – Luke vai sair do país.

–É ele me contou ontem.

–Não acredito que ele vai fazer isso – eu disse.

–Não acredito que a Thalia fez isso com ele.

Nem falei nada, sabia que ela estava errada.

Estacionamos na rua da escola e caminhamos até lá, assim que entramos as pessoas me olhavam assustadas e com medo. Percy deve ter percebido porque me abraçou pelos ombros.

–Por que as pessoas estão me olhando assim? – perguntei.

–Não sei – ele respondeu.

Entramos no pátio e lá estava a resposta. Rachel, Calypso e Drew estavam anunciando para Deus e o mundo que eu estava louca. Tinham feito até panfletos com minha foto e com as provas daquilo.

–Aquela menina ali pessoal! – Rachel berrou apontando para mim – Ela é louca! Tem uma doença mental, cuidado com ela, pode te matar!

Meus amigos me olhavam confusos e assustados. Bianca veio até mim calmamente.

–É verdade Annie? – ela perguntou.

Soltei-me dos braços de Percy e corri para o banheiro, me tranquei em um dos boxes e fiquei lá por um tempo.

Pov. Percy

Tentei ir atrás da Annie, mas Bianca me encurralou.

–O que está acontecendo? –ela perguntou confusa.

Então contei a ela sobre a esquizofrenia da Annie, mas que ela nunca faria mal a nenhuma pessoa. Ela pareceu confiar em mim, e disse que iria contar as pessoas a verdade.

Fiquei furioso com as meninas que tinham feito aquilo, fui até Rachel querendo satisfação.

–Quem te deu o direito de se intrometer na vida dela – eu disse, ou melhor, gritei com ela.

–Percy querido, veio me pedir desculpas e voltar comigo? Agora que você sabe que aquela loira oxigenada é maluca, volta para mim – ela disse forçando o sorriso e vindo em minha direção.

– Eu gosto da Annie do jeito que ela é, e não me importo se ela tem essa doença ou não, a amo por todos os seus defeitos e qualidades e nada que você faça vai me separar dela.

Ela estava boquiaberta e a beira de um ataque, e eu com os punhos cerrados, e pronto para bater em alguém. Foi então que ela fez uma coisa que eu realmente não estava preparado, ela agarrou meu pescoço e me beijou, logo em seguida a empurrei para longe. Olhei para trás e vi Annie nos olhar com lagrimas nos olhos.

–Annie, espere! – gritei para ela, mas nada adiantou ela correu para longe do meu alcance, mas corri atrás dela o mais rápido que pude.