Boulevard of broken dreams escrita por Cami


Capítulo 27
Até mais e boa noite


Notas iniciais do capítulo

Esse sim é o ultimo capitulo da fic, ficou maior que o outro, mas estou super orgulhosa dele :3 Quero dar um agradecimento especial a MariiraM e a Luiza Magalhes pelas lindas recomendações, brigada mesmo darlings.
Trilha sonora da fic (essas musicas me inspiraram)
Helena - My Chemical Romance ( https://www.youtube.com/watch?v=ThLH8vMTslk )
When your gone - Avril Lavigne ( https://www.youtube.com/watch?v=lGds2Y50ACk )
Stop Crying your heart out - Oasis ( https://www.youtube.com/watch?v=H7V0iLNPNzA )



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Pov. Percy

Não sabia como reagir naquele momento fiquei totalmente em choque, a única coisa que pensei em fazer foi sair correndo, e foi isso que fiz. Corri para o ultimo lugar que ela esteve antes de ir para ponte, fui tentar entender por que ela fez isso.

Entrei em seu quarto e estava um caos, havia roupas por toda parte, objetos espalhados. E então não consegui mais segurar, sentei no chão, abracei meus joelhos e comecei a chorar, lagrimas desciam pelo meu rosto como nunca vi antes, uma dor inundava meu peito e ela não passaria tão fácil. Depois de algum tempo me obriguei a levantar e antes de sair do quarto percebi um papel dobrado ao meio ao lado de sua cama, por algum motivo aquilo me chamou a atenção. Peguei o papel, ou melhor, a carta e comecei a ler.

Nem sei por onde começar, não gosto de me despedir dizendo adeus, porque dizendo adeus significa ir embora e ir embora significa esquecer, e eu não quero esquecer ninguém ou ser esquecida, quero que saibam que aonde eu estiver estarei sempre pensando em vocês, não importa quanto tempo passe.

Tive amigos maravilhosos a quem tenho muito que agradecer, por todas as risadas e todos os bons conselhos.

Nesses últimos dias eu tive uma frequente visita, meu irmão Max, ele veio me visitar e conversava comigo, e isso me fez ver o quanto eu sentia falta dele, e aquilo começou a me deixar cada vez mais confusa.

E esses mesmos últimos dias foram muito difíceis para mim, tanta coisa aconteceu e eu fui ficando cada vez mais tristes, tentei esconder de todos isso, não queria ser mais peso morto do que eu já era, e então teve o estopim, foi quando caiu a ficha, eu estava sim atrapalhando a vida de todos, eu era mais um fardo do que outra coisa, decidi, com a ajuda de Max, qual era a coisa certa a fazer, e fiz meu sacrifício final.

A minha mãe, você sempre me ajudou em tudo, nunca me deixou na mão, vá viver sua vida, aquela que eu tirei de você, tomei tanto seu tempo que não a deixei viver, não foi de proposito, te amo muito e só quero seu bem, o papai estava certo havia algo de errado comigo, se um dia o encontrar diga que eu senti a sua falta e que o perdoo. Fique bem, vou estar em paz.

A todos meus amigos, foram os melhores que eu pude ter, se eu de alguma forma os magoei, me desculpe, e agradeço pelos melhores momentos que passamos juntos, vocês tem um lugar especial em meu coração, para sempre.

Percy, só os deuses sabem o quanto você me ajudou, e o quanto me fazia sentir normal de novo, eu sabia que não era, mas me esforçava para parecer. Quero agradecer por todos os momentos bons que passamos juntos, foram os melhores da minha vida, e tem um lugar especial dentro de mim. Eu te amo, não sei se já sabia, mas enfim lhe digo agora. Caso eu tenha atrapalhado sua vida, me desculpe, nunca foi minha intenção, você é meu porto seguro e a pessoa em que mais confiei em minha vida, só que lhe pedir que não me odeie. Vou ser sempre a sua Sabidinha.

E por fim, espero que um dia possamos nos ver de novo, estarei esperando de braços abertos todos vocês. Que entejem felizes e bem sempre, eu os amo muito.

Com amor Annabeth Chase”.

As lagrimas invadiram meus olhos de novo, ao lado da carta havia uma foto, aquela que havíamos tirado no dia em que a pedi em namoro, a guardei em meu bolso com todo o cuidado do mundo, e fui embora para minha casa.

Não tenho mais vontade de comer, dormir ou fazer qualquer outra coisa, estava submerso em meu próprio mundo sem vontade de sair. Meu pai me obrigava a comer o mínimo que eu conseguia.

E então chegou o dia do enterro da Annie, e por ela, me obriguei a sair da cama e do meu quarto, coloquei terno e gravata e desci as escadas. Decide acompanhar Athena até a igreja. Chegando lá ela me deu um abraço e em meu pai.

Eu havia escondido a carta que a Annie escreveu de todos, mas me senti muito egoísta então a entreguei para Athena e dei privacidade para ela ler.

Na igreja estava todos nossos amigos e alguns de seus familiares.

Thalia estava de mãos dadas com Nico, Luke estava isolado em um canto com seu pai, Bianca estava com a cabeça apoiada no ombro de Leo (que perdeu todo seu olhar brincalhão pela primeira vez) enfim todos estavam lá. Assim que passei pela porta da frente quase todos vieram me dar um abraço e tentar me reconfortar com palavras, mesmo sendo em vão.

Então a cerimonia começou, o padre fez um discurso que deve fazer a todas as adolescentes que morrem nessa idade, depois que terminou chamou a mãe dela para dizer algumas palavras. Ela por sua vez começou super bem, mas não aguentou até o final e caiu no choro, e para a minha surpresa ela me chamou para dizer alguma coisa também, não havia preparado nada, mas fui mesmo assim.

Olhei para o caixão e vi Annie, estava branca e sem vida, senti um aperto no coração, mas continuei andando.

–Muitos de vocês sabiam que eu era namorado de Annabeth Chase, ou melhor, minha Sabidinha. Eu nunca me importei com o fato de ela ter essa doença mental, ou de precisar de um pouco mais de atenção, aquilo simplesmente não me incomodava e eu fazia de todo o coração, eu a lembrava de tomar seus remédios e a acalmava quando alguma coisa a assustava – fiz uma pequena pausa e disse a mim mesmo para manter a calma – Estou tentando ser forte por ela, pois só os deuses sabem o quanto a amo, e o quanto sinto sua falta, ela fez um buraco em meu peito que nunca irá fechar. Ela me mudou, me fez ver o mundo de outro jeito. E eu espero que ela esteja feliz aonde quer que se encontre. E quero que saiba que nunca vou te esquecer. Até mais e boa noite.

Depois de mais algumas homenagens, um homem alto e de cabelos loiros entrou, assim que Athena o avistou ficou mais pálida que a parede.

–Com licença padre – ele disse – quero dizer algumas palavras.

–E você quem é?

–Sou o pai dela – fiquei boquiaberto e ao mesmo tempo queria dar um soco na cara dele.

–Venha filho, pode subir aqui – o padre disse, e lhe deu espaço.

–Bom, o que dizer sobre minha filha? – ele disse olhando carinhosamente para o caixão – primeiramente eu queria ter passado mais tempo com ela, eu sai de sua vida quando era muito jovem e me arrependo profundamente de nunca ter voltado para fazer uma visita. Ela era uma garotinha tão encantadora, sempre pronta para ajudar do jeito que podia, e desde muito cedo colocava os problemas dos outros na frente dos seus. Eu não a vi crescer, não participei de sua vida como gostaria nem de seu irmão. Quero me desculpar Annie, se eu pudesse voltar atrás faria tudo diferente – ele disse com lágrimas nos olhos e saiu do palco.

Depois desse discurso inesperado carregamos o caixão até o carro funerário e seguimos em direção ao cemitério. Já estava com a cova cavada e pronta para baixa-lo.

Athena veio até mim e devolveu a carta.

–Pode ficar – eu disse.

–Não – ela disse com os olhos inchados de tanto chorar – está mais do que na cara de que ela queria que ficasse com a carta.

–Obrigada – eu disse e lhe dei um abraço.

A vi depois ir conversar com o pai dela, ela apenas disse algumas palavras e deu as costas.

Todos se reuniram em volta do buraco, peguei algumas rosas vermelhas e as coloquei delicadamente em cima do caixão. Depois de todos colocarem, começaram a baixa-lo, lágrimas escorriam sem parar pelo meu rosto. Eu fui o ultimo a sair de lá, ninguém conseguia me fazer mover os pés, mas quando começou a chover me obrigaram a ir para casa.

Passei uma semana trancado no quarto antes de conseguir sair de novo, comecei a pensar que a Annie não ia querer que eu perdesse minha vida sofrendo. Então de pouco em pouco sai da cama e me arrumei para ir à escola.

Algumas semanas depois todos se esforçavam para que tudo voltasse ao normal, mesmo sabendo que isso nunca aconteceria.

15 Anos depois.

Demorou um tempo para que eu percebesse que a vida de Annie havia parado, mas o mundo não. Fui forçado a seguir em frente contra minha vontade. Tentei ser forte por ela.

Thalia namorou Nico na escola, depois de perceber que realmente gostava dele. Nunca perdoou Luke por ter ameaçado de sair do país e de ter magoado Annie e a ela. Alguns anos depois ela se casou com Nico e eles tiveram uma filhinha chamada Elizabeth.

Bianca e Leo começaram a namorar também, eles ficaram muito ligados e hoje tem dois filhos (John e Mary). Leo nunca desiste de seu sonho de ter um time de futebol chamado Team Leo.

Athena se casou com Hermes alguns anos depois, se deixou levar por pelo menos uma vez, ele a ajudou a sair da depressão que aconteceu após a morte da filha. Vivem hoje como uma família.

O pai de Annie vem todo ano visitar o tumulo da filha e depois visita o de Max, em Nova York, ele tenta se redimir de qualquer jeito, mesmo sendo tarde demais.

Luke nunca se perdoou por ter falado a Annie que ia sair do país, se culpa todos os dias, saiu de casa depois que o pai se casou de novo e alugou um apartamento com vista para a praia. Conheceu uma garota alguns anos depois e se casaram depois de 9 meses.

Rachel, Drew e Calypso desapareceram, nunca mais ouvi falar delas, depois daquele dia na escola elas pediram transferência para outro Estado e mudaram de numero, talvez estivessem com medo das consequências de terem invadido uma casa.

Meu pai, depois que eu sai de casa se mudou para Los Angeles onde abriu um centro de pesquisa marinha, eu o visito sempre.

E eu nunca mais consegui me envolver com ninguém, simplesmente não achava outra pessoa que me entendesse como ela fazia, mas decidi adotar uma garotinha que coloquei o nome de Annabeth, ela foi a luz da minha vida, me trouxe alegrias há muito tempo perdida. Conto a ela quase todos os dias a história de uma garota que resolveu os problemas do jeito dela, e ela adora ouvir. Depois de algum tempo contei quem era essa garota, e isso só a deixou curiosa, me pedia para mostrar fotos e contar mais e mais sobre aquela época. Ela nunca reclamou por não ter uma mãe, me dizia que não era necessário e que era feliz daquele jeito e isso bastou para mim.

Todo ano no dia do aniversario da minha Sabidinha eu vou até o cemitério e “converso” com ela por horas, deixo um buque de rosas e vou embora, faço isso para deixar sua memória viva comigo sempre e me lembrar dos momentos que passamos juntos.

Ainda vejo meus amigos algumas vezes por ano, depois que saímos da faculdade é um pouco difícil de continuar a fazer as mesmas coisas, mas sempre marcamos para se encontrar, e a nossa amizade continua firme e forte.

35 anos depois

Como sempre fazia à tarde, me sentava em minha poltrona e lia um bom livro. Pensava sobre a minha juventude e sobre uma garota com alguns problemas, mas que eu amava. Pegava uma pequena caixa e passava horas vendo fotos antigas uma carta, depois pegava um anel e o admirava.

Naquele dia minha filha veio me visitar e me pegou vendo a caixa, ela me olhou curiosa.

–Depois de todo esse tempo? – ela me perguntou.

–Sempre – eu respondi com lágrimas nos olhos.

Ela se sentou no chão a minha frente como fazia quando era criança e pediu para eu contar histórias de quando era adolescente, e mesmo com uma idade um pouco mais avançada lembrava com detalhes de cada uma.

Depois de eu contar pela milionésima vez ela sorriu e tirou seus cabelos longos e loiros do rosto, vi algumas lágrimas escorrendo, lhe dei um abraço apertado e um beijo em sua testa.

–Eu te amo, pai – ela me disse.

–Eu também te amo, querida – lhe disse carinhosamente.

Ela então foi embora e deixou um jantar para mim. Li mais uma vez a carte e fechei os olhos, dei meu ultimo suspiro e a escuridão me tomou.

Depois da escuridão naturalmente vem a luz, olhei para minhas mãos e estavam jovens, me sentia com dezesseis anos de novo.

–Percy? – ouvi alguém dizer meu nome.

Olhei para trás e vi minha Sabidinha olhar para mim com os olhos brilhando, estava linda, parecia um anjo.

Corri até ela e lhe dei um abraço.

–É você mesmo? – perguntei.

–Claro que sou eu – ela me disse sorridente – esperei por você.

–Nunca me deixe de novo – eu disse.

–Nunca mais – ela respondeu e demos um beijo cheio de saudades e paixão.

Fim


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Notas finais do capítulo

É isso ai, tava me segurando para não chorar enquanto escrevia o capitulo, não consigo descrever em palavras o quanto eu gostei de escrever essa fic e o quanto ela foi especial para mim.
Agradeço primeiramente a vocês leitores, até mesmo os fantasmas, eu teria parado no meio do caminho se não fossem vocês. Obrigada a todos que deixaram reviews e recomendações e aos que acompanham desde o inicio.
Espero que vocês tenham gostado da fic! Beijos darlings, até mais...