Resident Evil - The First Fear escrita por Goldfield


Capítulo 2
Capítulos 2 e 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4446/chapter/2

Capítulo 2

A mansão.

De repente, um tiro.

–         Que foi isso? – exclama Jill. – Veio daquela porta da esquerda!

–         Talvez seja alguém da outra equipe... – murmura Wesker.

Segue-se um instante de silêncio.

–         Jill, você pode ir averiguar o que é? – pergunta o capitão.

–         Eu vou com ela! – diz Barry. – Não quero que os outros terminem como o Eddie!

–         OK. Chris, entre com Joseph por aquela porta azul! Ele precisa de cuidados médicos!

–         Sim, capitão! – responde Redfield, amparando novamente o companheiro com seu corpo.

–         Eu ficarei aqui de guarda, caso aquelas coisas consigam entrar!

Os dois grupos, então, seguiram cada um por um lado. Jill e Barry caminharam até a porta-dupla à esquerda da escada e Chris, ajudando Joseph, que caminhava com dificuldade, seguiu pela azul da direita.

–         Chris! – exclama Jill, já com a mão numa das maçanetas da porta.

–         Sim? – indaga o rapaz, voltando a cabeça para a amiga.

–         Tomem cuidado!

O jovem responde com um sorrisinho e abre a porta azul, entrando junto com Joseph, enquanto Jill e Barry também seguem seu caminho. Apenas Wesker permanece no grande hall, braços cruzados, pensativo.

Logo que Barry fecha a porta, admira junto com Jill a bela sala de jantar. No centro há uma mesa com várias cadeiras, bonitos quadros na parede direita e janelas na esquerda, uma lareira na extremidade oposta e uma porta perto desta, à direita. Havia uma parte da sala no andar superior, mas era difícil conseguir ver se havia alguém ou algo lá em cima.

–         Uma sala de jantar! – diz Barry, percorrendo o cômodo na direção da lareira.

Jill segue Burton, pensando em tudo que ocorrera do lado de fora. Por que Edward havia atacado Joseph daquela maneira? O que estaria havendo afinal?

A integrante do S.T.A.R.S. sai de seus pensamentos quando Barry, abaixado perto da lareira, exclama:

–         Jill, venha até aqui!

Valentine segue a passos rápidos na direção do colega, e vê que ele examina uma poça de sangue no chão.

–         Sangue! – murmura Barry. – Espero que não seja de nenhum companheiro...

Nisso, Jill vê que há um papel todo manchado de vermelho no meio da poça do líquido, e ele possuía o carimbo do R.P.D., assim como a assinatura de Brian Irons. Ela o apanha, lendo para si mesma o que estava escrito:

Ordens ao Bravo Team do S.T.A.R.S. (Special Tatics And Rescue Service), unidade de Raccoon City, Califórnia:

1.       Fazer um reconhecimento preciso de toda a floresta de Raccoon, principalmente nas áreas onde ocorreram os homicídios, em busca de provas e suspeitos.

2.       Evacuar qualquer civil que esteja além do cordão de isolamento na região, e interrogar qualquer um que seja encontrado no perímetro.

3.       Fazer um relatório sobre os resultados da operação que deverá ser entregue ao chefe de polícia Brian Irons até o dia 27/7.

Deve-se ressaltar que existe na floresta uma propriedade pertencente a Umbrella Inc., e que não fomos autorizados a transpor seus limites. Caso algum incidente ocorra dentro dessa propriedade, qualquer envolvimento do R.P.D. será negado.

Caso o Bravo Team perca contato com o R.P.D. ou necessite de assistência, o Alpha Team será enviado.

Brian Irons, chefe do R.P.D. (Raccoon Police Department), 25 de julho de 1998.

–         Temo que esse sangue seja de alguém do Bravo Team! – diz Jill, preocupada, entregando o papel a Barry. – Veja isto!

Burton apanha o papel e lê as ordens rapidamente.

–         Isto deve ser do Enrico... – murmura Barry, referindo-se ao comandante do Bravo Team. – Há uma porta logo ali, Jill. Você não gostaria de investigar o que há depois dela?

–         Claro, Barry! Mas não saia daqui, OK?

–         Eu não sairei, Jill. Acho que estamos presos dentro desta casa!

Jill deu uma risadinha sem graça de preocupação e seguiu pela porta perto da lareira, enquanto Barry continuava examinando o sangue.

A jovem ganhou um extenso corredor com varias portas à direita e uma pequena salinha à esquerda. Enquanto ela se decidia para onde ir, um estranho cheiro chegou às suas narinas. Era um odor podre, desses que sentimos quando estamos perto de um cadáver de animal já em decomposição. Depois do cheiro veio um estranho som de mastigação, e tanto o odor quanto o barulho vinham da salinha.

Jill, intrigada, caminhou até o fim do corredor e viu uma cena grotesca.

De frente para um sofá, sobre um tapete no chão, havia um cadáver todo mordido e ensangüentado, vestindo desfigurado uniforme do S.T.A.R.S., tendo a cabeça separada do corpo. Na face deformada havia uma enorme expressão de horror, e logo Jill reconheceu quem era: Kenneth, do Bravo Team.

Mas isso não era o pior. Havia alguém abaixado ao lado do corpo, de costas para Jill, também usando uniforme do S.T.A.R.S., com vários ferimentos e até ossos expostos. Tinha longos cabelos e o barulho levava a crer que estava devorando o cadáver de Kenneth.

–         Mas o quê? – grita Jill, apavorada.

O S.T.A.R.S. que mastiga o corpo do integrante do Bravo Team vira a face pálida e deformada na direção de Jill, com um pedaço de carne nos lábios. Aquele era Forest Speyer, também do Bravo Team.

–         Forest?

O rapaz levanta-se e começa a caminhar na direção de Jill, erguendo os braços em sua direção assim como fizera Edward.

–         Forest, pare! – exclamou a desesperada jovem, enquanto recuava pelo corredor apontando a Beretta para o amigo.

E a arma disparou. Uma, duas vezes. Mas Forest não caía. Parecia não ser afetado em nada pelos tiros.

Encurralada, Jill cruzou a porta de volta para a sala de jantar, zonza de tanto pavor, correndo desnorteada na direção de Burton, que ainda examina o sangue perto da lareira.

–         Barry... – suspira Valentine, trêmula.

Segue-se o som da porta que Jill acabara de cruzar abrindo-se novamente. Surge a figura de Forest, toda deformada, caminhando como um sonâmbulo na direção dos S.T.A.R.S., enquanto solta um gemido.

–         Meu Deus, é o Forest! – grita Barry, apontando sua Magnum.

–         Ele estava devorando o Kenneth, Barry! Está no mesmo estado do Edward!

–         Pare já, Forest!

Mas o membro do Bravo Team não obedecia. Já não era humano.

–         Para trás, Jill! Ele enlouqueceu!

Dizendo isso, Barry disparou, fazendo com que parte da cabeça de Forest explodisse. O corpo veio ao chão sobre a poça vermelha perto da lareira, fazendo com que ficasse maior devido ao seu sangue. Agora os dois S.T.A.R.S. fitavam o cadáver com espanto, enquanto Barry perguntava:

–         Você disse que ele estava devorando o Kenneth?

–         Sim! Ele estava mastigando a carne dele! Foi horrível, Barry! Que diabos está acontecendo, afinal? Primeiro o Edward morde o Joseph e é esquartejado por aqueles cães estranhos, e agora isso!

–         Parece que há mesmo um surto de canibalismo em Raccoon, e nossos companheiros são as mais novas vítimas...

Barry colocou mais munição na Magnum e disse:

–         Venha, vamos relatar isso ao Wesker!

Começaram, então, a caminhar de volta para o hall, apreensivos.

–         Agüente firme, amigo!

Chris disse isso após ajudar Joseph a sentar-se encostado a uma das paredes da escura sala. No centro havia a estátua de uma mulher segurando um jarro, e Redfield viu que havia algo dentro dele, parecia um pergaminho ou coisa assim. No cômodo, além da porta azul que levava ao hall, havia duas outras entradas, uma delas apenas uma divisão da sala bloqueada por um pequeno móvel, adornada com uma cortina vermelha.

O rapaz viu que havia também uma pequena escadinha de madeira, tendo uma idéia. Ele a empurrou para perto da estátua e, subindo pelos degraus, apanhou o pergaminho que havia dentro do jarro da estátua. Era uma espécie de mapa, e logo concluiu que se tratava daquele andar da mansão.

–         Encontrei um mapa, Joseph! – exclamou Chris, examinando o papel. – Há muitas salas para explorarmos!

–         Tomara que também haja uma enfermaria...

Após mais alguns instantes examinando a planta, Chris disse:

–         Há uma enfermaria sim, mas fica do outro lado da mansão, naquele caminho pelo qual Jill e Barry seguiram! Eu posso levá-lo até lá, Joseph!

–         Eu seria eternamente grato, Chris... Oh!

Frost gemeu de dor. Estava realmente sofrendo com o ferimento.

Nisso, os dois ouviram vozes vindas do hall.

–         Vamos, Jill e Barry já devem ter descoberto o autor do disparo!

E, auxiliando Joseph a caminhar, voltou para o hall.

–         Wesker!

A voz grossa de Barry ecoava por todo o hall, enquanto Jill procurava pelo capitão embaixo da escada. Nenhum sinal dele.

–         Mas para onde ele pode ter ido? – perguntou Valentine.

A porta azul se abre. Chris e Joseph ganham novamente o hall, enquanto o primeiro pergunta:

–         Onde está o Wesker?

–         É o que estamos tentando descobrir! – responde Burton.

–         Você não sabe o que aconteceu! – exclama Jill. – Encontramos o Forest no mesmo estado do Edward, devorando o cadáver do Kenneth!

–         Quê? – surpreende-se Joseph.

–         Parece que todos enlouqueceram! Barry teve que atirar nele para que não nos atacasse!

–         Meu Deus! – espanta-se Chris. – Forest morto, após devorar o Kenneth? Isto só pode ser um pesadelo! E para piorar o Wesker desaparece!

–         É, parece que ele não está mais aqui mesmo! – conclui Jill.

–         OK – diz Barry. – Vamos nos dividir novamente! Eu vou averiguar mais algumas coisas na sala de jantar! Jill, você pode investigar o andar superior?

–         Certo! – responde a jovem.

–         Barry, eu encontrei um mapa no qual está a localização de uma enfermaria! – explica Chris. – Preciso levar o Joseph até lá!

–         OK! Leve-o até lá! Nossa prioridade agora é procurar por sobreviventes e descobrir uma maneira de sair desta casa! Se tivermos sorte o covarde do Brad já deve ter explicado ao Irons o que houve, portanto talvez eles mandem mais alguém! Porém, enquanto isso não acontece, precisaremos nos virar!

Todos ouviam com atenção, principalmente Chris. Barry era um líder nato, talvez Irons deveria tê-lo nomeado capitão do S.T.A.R.S. ao invés de Wesker, pois tinha mais experiência.

–         De acordo com o mapa também é possível acessar essa enfermaria pelo segundo andar, ela fica ao lado de uma escada! – diz Redfield. – Nós iremos por cima, assim também estaremos investigando mais salas, além de ser mais perto!

–         OK. Vamos nos separar então!

Barry corre e entra novamente na sala de jantar, enquanto Jill, Chris e Joseph sobem a grande escada na direção do andar superior. Que perigos os aguardam agora?

Capítulo 3

Uma sobrevivente.

A escada se dividia em duas, seguindo uma para cada lado do andar superior do hall. Chris e Joseph seguiram pela esquerda, enquanto Jill subia os degraus da direita. Na direção tomada por Redfield e Frost havia apenas uma porta-dupla. No sentido para o qual Valentine seguia havia uma porta a mais, no final de uma extensão do piso sobre o andar de baixo.

Chris olhou para Jill antes de cruzar a porta, e ela olhou para o rapaz. Ambos trocaram breves e preocupados sorrisos, enquanto a jovem dizia:

–         Cuidado! Há algo de muito estranho nesta casa!

–         Pode deixar!

E seguiram seu caminho.

Barry, na salinha no final do extenso corredor, examinava o lastimável cadáver de Kenneth, comprovando o que Jill dissera. O membro do Alpha Team apanhou um pequeno livro de capa de couro que estava num dos bolsos da calça do rapaz, sujo de sangue. Era seu diário, que Burton leu com atenção:

Diário de Kenneth J. Sullivan, integrante do Bravo Team do S.T.A.R.S. de Raccoon City.

Quinta-feira, 23 de julho de 1998.

Hoje ocorreu mais um assassinato com traços de canibalismo, no distrito de Cider. As pessoas não param de contatar o R.P.D. pedindo informações, e a imprensa da cidade está fazendo um grande sensacionalismo em cima desses crimes. Creio que em breve entraremos em ação. Ficarei satisfeito, pois creio que estaremos ajudando mais se invadirmos a floresta em busca desses psicopatas ao invés de ficar esboçando teorias na delegacia. Estou ansioso para desvendar esse mistério.

Sexta-feira, 24 de julho de 1998.

A operação será amanhã, e os jornais já estão anunciando. Irons quer resolver esse caso a qualquer custo, pois facilitará sua candidatura a prefeito. Ele trata o R.P.D. como propriedade particular, e um belo exemplo disso são as obras de arte que ele comprou para embelezar o prédio. Fará o mesmo com Raccoon se vencer.

Flagrei o Barry conversando algo com o Wesker na sala do S.T.A.R.S., à parte dos outros, mas não faço a mínima idéia do que possa ser. De qualquer forma é estranho, pois desde então o velho Burton parece abatido e desanimado. Espero que não seja nada sobre esses malditos homicídios.

Sábado, 25 de julho de 1998.

19:27:

Neste instante estou no helicóptero do Bravo Team a caminho da floresta de Raccoon, ansioso para entrar em ação, dar um fim nesses canibais! Todos também estão se sentindo como eu, e creio que conseguiremos desvendar esse mistério.

19:48:

Isso é loucura! O helicóptero começou a falhar enquanto sobrevoávamos uma clareira, e tivemos que pousar. Até aí tudo bem, mas logo surgiram cães sedentos por sangue, e eles não tinham pele! Isso mesmo, não tinham pele! Nós corremos para escapar do perigo, mas Edward e Kevin não conseguiram. O pior é que deixamos todo o equipamento para trás! Por sorte, encontramos uma luxuosa mansão, onde nos refugiamos. Deve ser a tal propriedade da Umbrella. Agora precisamos encontrar uma rota de fuga segura!

20:06:

O grupo se dividiu, eu e Forest fomos para o segundo andar da casa, Enrico e Richard seguiram por uma porta azul e Rebecca ficou aguardando no hall. Mas estávamos enganados ao pensar que o perigo havia ficado lá fora. Ao entrarmos numa varanda, um bando de corvos começou a atacar o Forest! Eles o mutilaram, deixaram até seus ossos expostos, mas de alguma maneira ele ainda está vivo! Encontrei um mapa revelando que há uma enfermaria no primeiro andar, e então voltei para o hall com ele. Rebecca desapareceu, e ouvimos alguns tiros. Preciso levá-lo até lá, Forest não pode morrer!

22:25:

Uma das portas do caminho para a enfermaria está trancada, e Forest não está nada bem. Ele perdeu a consciência, mas ainda está vivo. Eu o coloquei sentado num sofá numa salinha do primeiro andar, onde há um corredor, e ali estamos há horas. Para piorar, Enrico me contatou pelo rádio dizendo que há algo como mortos-vivos na casa. Que pesadelo é este afinal?

Hei, parece que o Forest está acordando... Tomara que sobreviva...

Barry balançou a cabeça. Agora entendia o que havia acontecido, auxiliado pelas explicações de Wesker. Qualquer um ferido por aquelas coisas estaria infectado e se transformaria num “zumbi” canibal. Joseph era o próximo. Assim como Kenneth dissera, tudo aquilo era loucura.

Revistando outro bolso, Burton encontrou um pente de balas. Seria útil. Depois, entrou pela última porta do corredor, dupla, usando uma das chaves que Wesker havia lhe dado.

Na parte superior da sala de jantar havia apenas a porta que levava de volta ao hall e uma outra no final de uma das passarelas que circundavam o andar inferior, mais precisamente a da direita. Chris, sempre ajudando Joseph a caminhar, seguiu por essa direção, mas logo parou ao perceber o que havia em sua frente.

–         Quê?

O homem vestia jaleco e possuía um crachá todo sujo de sangue e ilegível. Sua pele estava em frangalhos, assim como Edward, e um terrível cheiro vinha de seu corpo podre. A poucos metros de Chris e Joseph, o “morto-vivo” soltou um gemido e começou a caminhar na direção dos dois, braços erguidos como um sonâmbulo.

–         Atire, Chris... – pediu Joseph, com as poucas forças que tinha.

A Beretta disparou. O primeiro tiro atingiu o tórax do zumbi, não o afetando. O segundo acertou seu braço, e para surpresa de Chris o membro desprendeu-se do corpo jorrando sangue, indo cair no andar inferior da sala de jantar. O terceiro disparo atingiu a deformada testa do morto-vivo, fazendo com que viesse ao chão sobre uma poça de sangue.

–         Mas que diabos houve neste lugar? – exclamou Chris, extremamente confuso.

Nesse instante Redfield viu que havia outro zumbi como aquele de pé na outra passarela, gemendo e vomitando ácido sobre as vestes ensangüentadas. Sem demora, Chris e Joseph caminharam até a porta no final da sala e a cruzaram.

O próximo corredor era em formato de “U”, com uma escada no centro que levava ao andar inferior, e logo Chris percebeu que descendo por ela atingiria seu destino. Havia outras duas portas na extensão final do corredor, mas a prioridade era a enfermaria. E o pior é que havia mais três daqueles mortos-vivos pelo caminho.

–         Atire na cabeça, Chris... – murmurou Joseph, pálido, frio e cuspindo sangue. – Atire na cabeça!

Chris obedeceu, e o primeiro daqueles zumbis, que usava terno preto e tinha parte do cérebro exposto, tombou sobre o chão de madeira ao ser atingido entre os olhos. Um outro logo na primeira curva do “U” olhou para Chris com seus olhos sem brilho, vomitando ácido. O tiro da Beretta explodiu parte de sua cabeça, fazendo com que caísse para trás.

–         Belo tiro! – sorriu Frost.

–         Agüente mais um pouco, cara...

Jill havia entrado pela primeira porta à direita da escada no segundo andar do hall, e agora caminhava por um escuro corredor. Havia uma porta à direita e o caminho fazia uma curva para a esquerda logo em frente, e de repente Valentine sentiu cheiro de carne podre. Em seguida, um vulto humano surgiu na curva do corredor, e logo foi tomando forma: um homem careca vestindo jaleco de cientista, com os braços erguidos como um sonâmbulo, corpo todo sem pele. Igual a Forest. Aquelas coisas não eram humanas... Eram zumbis, mortos-vivos, como num filme de terror!

A integrante do S.T.A.R.S. atirou com a Beretta, atingindo em cheio a cabeça do zumbi. Depois seguiu em frente, virando pelo corredor e passando pelo corpo do morto-vivo, que parecia ter convulsões no chão. Ao ver outra curva logo em frente Jill percebeu que aquele corredor tinha formato de “U”, e que à esquerda havia uma porta-dupla de ferro.

Valentine girou a maçaneta e viu que estava destrancada. Ela entrou sem demora, temendo que mais daquelas coisas aparecessem...

Foi um alívio para Chris ver que a porta não estava trancada. Após descer as escadas ele e Joseph haviam chegado a um corredor escuro e sem zumbis, com a entrada para a enfermaria logo em frente. E entraram sem pensar duas vezes.

Mas logo que ganharam a sala, um tiro passou a poucos centímetros do rosto de Chris, atingindo a madeira da porta. Assustado, Redfield olhou para frente e viu uma jovem ruiva lhe apontando uma Beretta, trêmula, com grande medo no rosto, testa suada.

–         Ah, me desculpe! – exclamou ela. – Eu pensei que fosse uma daquelas coisas! Meu Deus, ele está ferido?

Chris deitou Joseph imediatamente sobre uma cama. Havia ali também uma mesinha com uma máquina de escrever, uma estante com medicamentos e um baú. Acomodado no leito, Frost pareceu ter sua dor um pouco aliviada, mas ainda estava muito mal.

–         O que aconteceu com ele? – perguntou a jovem, que não aparentava mais que dezoito anos de idade, examinando o atirador de elite.

–         Foi mordido pelo Edward, o piloto do Bravo Team! – respondeu Chris, aliviado por ter conseguido levar o colega até a enfermaria. – E você, quem é?

–         Rebecca, Rebecca Chambers! – respondeu a garota. – Bravo Team!

–         Ah, você é aquela novata, não? Médica?

–         Não exatamente – respondeu Rebecca, procurando por morfina na estante de medicamentos. – Sou perita em bioquímica! Mas você disse que o Eddie o mordeu?

–         Sim, ele foi “zumbificado” ou coisa parecida, como todos nesta casa!

–         Eu entendo... Acho que sou a única sobrevivente da equipe... Mas você não é do Alpha Team? Acho que já vi você pelos corredores da delegacia!

–         Meu nome é Chris Redfield, Alpha Team. Fomos enviados para procurar vocês!

–         Tudo foi tão estranho... – suspirou Rebecca, preparando uma injeção de morfina. – Estávamos sobrevoando uma clareira, quando o motor do helicóptero começou a falhar e tivemos que pousar. Foi um vôo tão curto... Em seguida fomos atacados por lobos ou coisa assim, Edward e Kevin ficaram para trás, e corremos para dentro desta casa, que está cheia de mortos-vivos... Há algo de muito errado nisso tudo!

Chambers aplicou a injeção no ombro de Joseph, dizendo:

–         É o melhor que posso fazer por enquanto...

–         Escute, Rebecca! Nós temos que sair desta mansão! Estou com Joseph e mais três integrantes do Alpha Team e nos dividimos pela casa tentando encontrar uma rota de fuga segura!

–         Eu não sou muito experiente em combate, mas posso ajudar! Você quer que eu os auxilie?

–         Sim, claro! Mas, escute: há muitos perigos lá fora! Fique aqui cuidando do Joseph e quando ele estiver melhor, tentaremos encontrar uma saída! Enquanto isso eu explorarei a casa procurando munição e pistas sobre o que aconteceu para aparecerem todos esses monstros!

–         Sim senhor! – sorriu Rebecca, batendo continência. – Eu farei o melhor que puder!

–         OK, então! – disse Chris, virando-se na direção da porta. – Eu voltarei logo!

E deixou a sala.

Continua... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!