Resident Evil - The First Fear escrita por Goldfield


Capítulo 3
Capítulos 4 e 5




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Capítulo 4

Armadilhas e segredos.

A sala possuía várias armaduras medievais dos dois lados da porta, lembrando os castelos mal-assombrados dos livros de terror. Mas tudo aquilo era real, Jill tinha que se convencer, por mais difícil que fosse.

No centro havia duas estátuas próximas a dois ralos no chão, além de um buraco no piso com um botão vermelho. No fundo era possível ver uma espécie de armário que continha vários objetos atrás de um vidro, e Valentine, caminhando alguns passos, viu que entre eles havia uma chave. Ela poderia servir para abrir as portas trancadas que encontrasse pela casa.

Entusiasmada com o achado, Jill correu na direção do armário, e sem perceber pisou no botão vermelho no chão, fazendo com que a policial ouvisse o som de um mecanismo sendo acionado.

–         Quê? – estranhou a jovem.

Em seguida veio o aterrorizante ruído de algum tipo de gás invadindo a sala, e essa suspeita se confirmou quando uma névoa esverdeada começou a tomar o ambiente.

Jill entrou em desespero: imediatamente tampou o nariz e a boca com uma das mãos, enquanto seus olhos ardiam como fogo. Ela sentiu que começava a perder os sentidos enquanto sua visão ficava embaçada. Mas então percebeu que o vidro do armário havia sido removido logo que a armadilha fora acionada.

Cambaleando, sem tirar a mão do rosto, Jill caminhou até o armário e, zonza, apanhou a chave. Sua visão agora enegrecia. Sem poder mais agüentar, caiu no chão, enquanto ouvia a porta da sala sendo aberta. A última coisa que viu antes de desmaiar foi um vulto humano caminhando em sua direção, e parecia vestir roupa toda branca...

Wesker entrou na sala de estar do segundo andar e acendeu a luz. Na parede, a cabeça de alce parecia afugentar quem entrava.

–         Espero que Barry não me decepcione...

E, pensativo, colocou o telegrama com as ordens que a White Umbrella havia lhe dado sobre a mesinha no centro do cômodo. Estava preocupado, pois o caminho para o subsolo estava trancado. Aquela maldita porta dos quatro medalhões... E o pior é que nem sabia onde eles estavam!

Irritado, o líder do S.T.A.R.S. deu um soco na parede. Tudo parecia estar dando errado. Primeiro o ataque dos “Cerberus” do lado de fora. Wesker queria que todos do Alpha Team entrassem na mansão em perfeito estado físico para lutarem contra as armas bio-orgânicas, mas Joseph estava ferido e logo se transformaria num zumbi. Chris o estava auxiliando, portanto logo que Frost perdesse a capacidade de pensar, Redfield seria atacado imediatamente, ou seja, já seriam duas baixas. Restavam Barry, o “Judas” que Wesker estava utilizando, Jill, e um ou outro provável sobrevivente do Bravo Team. Talvez fosse o suficiente para coletar dados de combate.

Mas, para deixar as coisas ainda piores, havia esse problema da porta que só seria destrancada através dos quatro medalhões. Wesker começou a pensar numa maneira de ganhar acesso ao resto da propriedade sem revelar suas verdadeiras intenções.

–         Já sei!

Em seguida, sorrindo insanamente, apagou a luz e deixou a sala.

Os passos de Chris faziam a madeira ranger. Ele caminhava agora pelo escuro corredor do lado de fora da enfermaria, olhando com desconfiança através das janelas que ocultavam o exterior da mansão.

Pensava em Jill e nos outros. Estariam bem? O que teria acontecido com Wesker? E Joseph, agüentaria? Ele estava estranho demais para quem apenas levou uma mordida...

Súbito, som de vidro quebrando, poucos metros à frente de Chris. Por reflexo o policial aponta sua Beretta para aquela aberração: um dobermann sem pele como aqueles que haviam estraçalhado Edward, possuindo um buraco no lugar de um dos olhos e com uma das orelhas faltando vários pedaços, que acabara de saltar por uma das janelas.

A criatura rosna para Redfield, que dispara. O cachorro voa para trás, fazendo espirrar sangue sobre o chão enquanto grita. Mas ele ainda está vivo, e, levantando-se, rosna novamente para Chris.

–         Morre, seu maldito!

Mais um tiro, agora na cabeça. Parte do crânio do bizarro cão explode, enquanto Chris passa por seu corpo imóvel sobre uma poça de sangue. Mas, após dar alguns passos, mais uma janela se quebra, agora atrás do membro do S.T.A.R.S., e mais uma fera, rosnando, corre na direção da presa.

Chris, suando, também corre pelo corredor, e vê que no fim deste há duas portas, uma à direita e outra logo em frente. O policial opta pela segunda, cruzando-a sem demora e fechando-a ainda mais rápido, deixando o cão assassino para trás.

Jill acorda confusa, com a cabeça doendo e a visão embaçada. Aos poucos o lugar onde está toma forma, e a jovem percebe que se encontra sentada sobre o chão de madeira de uma espécie de dispensa ou coisa parecida. Há apenas uma porta de saída, ao lado de uma mesinha com uma máquina de escrever. Do outro lado da pequena sala há um grande baú, ao lado de algumas ferramentas e utensílios sobre o chão.

Valentine passa a mão pela testa dolorida e diz, quase que por instinto:

–         Barry... Barry?

Barry provavelmente havia sido seu salvador, tirando-a envenenada da sala, ou até mesmo Wesker ou alguém do Bravo Team. Jill deveria ser mais cautelosa, pois poderia ter morrido e provavelmente aquela não era a única armadilha naquela grande e misteriosa casa...

Já com os sentidos totalmente recuperados, Jill levantou-se do chão e caminhou até a porta. Antes, porém, checou a munição da Beretta. O pente estava no fim, mas ela tinha munição reserva. Limitada, mas tinha. Era melhor que encontrassem logo uma rota de fuga, ou acabariam ficando sem balas.

A maçaneta girou e a porta rangeu com agonia, enquanto Jill ganhava uma espécie de corredor aos pés de uma escada. Além dela havia um caminho para a esquerda, mas antes que ela pudesse averiguar se havia mais portas, um gemido chamou sua atenção.

Era mais um daqueles estranhos mortos-vivos, vestindo jaleco de cientista, de pé logo em sua frente, perto do início da escada. A jovem abriu fogo, e o zumbi tombou, atingido na cabeça. Seus miolos espirraram ao redor, inclusive sobre o uniforme de Jill e o corrimão da escada, cujos degraus começaram a ser vencidos pela policial, após ter averiguado que pelo outro caminho havia apenas uma porta cinza.

A escada fazia uma curva e desembocava num outro corredor no andar superior, em forma de “U”, que seguia tanto para a esquerda quanto para a direita. Na primeira direção, mais extensa, havia uma porta à direita e uma curva para o mesmo lado no final, além de mais um zumbi no caminho, de costas para Jill babando ácido. Pela direita havia uma porta logo na curva para a esquerda, mas a maçaneta estava quebrada, impossibilitando que fosse aberta. Havia outra no final do corredor, e já que Jill não queria gastar mais munição no morto-vivo pelo outro caminho, resolveu seguir por aquele rumo.

Chris entrou aliviado no que parecia ser um dormitório. Havia deixado para trás um corredor cheio de portas inexploradas, logo após aquele que os estranhos cães haviam invadido, mas também conseguira esquivar-se de três mortos-vivos que se encontravam pelo caminho. Precisava encontrar mais munição ou uma arma mais eficiente, ou acabaria mordido como Joseph. Dessa maneira, melhor armado, poderia explorar a casa sem maiores riscos.

Percorrendo o quarto com os olhos, Chris viu que à direita havia uma cama e logo depois um guarda-roupa, de frente para uma mesinha onde havia um livro de capa dura. Aproximando-se, Redfield viu que se tratava de um diário.

Talvez ali houvesse alguma pista que pudesse solucionar todo aquele mistério. Quando estava na Força Aérea, o superior de Chris, coronel William Guile, havia dito uma vez que antes de tirarmos conclusões sobre uma situação, precisamos consultar todas as fontes possíveis. E aquele diário era uma delas.

Porém, quando ia apanhar o livro, Chris ouviu o som de portas se abrindo atrás de si. Virando-se, viu que o guarda-roupa estava agora escancarado e que um daqueles malditos zumbis, vestindo uniforme de faxineiro, cambaleava em sua direção, com os braços erguidos. Seu nariz não existia mais, assim como boa parte do pescoço.

Chris fitou aquela criatura horrorosa por um breve instante e depois disparou, mirando na cabeça do monstro. Este foi atingido num dos olhos sem vida, caindo dentro do guarda-roupa, definitivamente morto, seus ossos se quebrando.

O membro do S.T.A.R.S. pôde então examinar o diário, com mil pensamentos em sua mente.

Diário do Caseiro, Peter Forker.

Segunda-feira, 5 de janeiro de 1998.

Hoje dois homens de terno me procuraram na estação de trem. Eles eram de uma empresa farmacêutica chamada Umbrella ou coisa parecida e disseram que precisam de alguém para trabalhar como caseiro numa cidade chamada Raccoon, no oeste do país. O salário é bom, e como hoje em dia as ofertas de emprego estão em baixa, aceitei sem pensar duas vezes. Talvez consiga melhorar minha vida, afinal.

Terça-feira, 10 de fevereiro de 1998.

Fui transferido hoje para a propriedade da Umbrella onde trabalharei. É uma mansão enorme, nos arredores da cidade, e todos em Raccoon pensam que está abandonada. Mas há uma razão para isso: (...)

Segue-se uma página rasgada.

(...) Por isso ninguém pode saber que estou trabalhando aqui. Minhas tarefas são um tanto anormais para um caseiro normal, mas o dinheiro que receberei em troca compensa o esforço.

Terça-feira, 12 de maio de 1998.

Parece que ontem à noite houve um acidente no laboratório. Isso não me espanta, já que esses caras trabalham o tempo inteiro, dormindo raramente. Não precisei trabalhar hoje, e fiquei trancado no quarto lendo um livro do Edgar Allan Poe.

Quarta-feira, 13 de maio de 1998.

Hoje fui alimentar os cães e notei que três fugiram. Se os manda-chuvas ficarem sabendo não vão gostar nem um pouco. Um dos pesquisadores disse que eu tenho que usar uma roupa de astronauta o tempo inteiro por causa do acidente no laboratório. Que droga! Estou começando a me arrepender de ter vindo trabalhar aqui.

Quinta-feira, 14 de maio de 1998.

Acordei com uma irritante coceira pelo corpo. Fui procurar um dos médicos da mansão para ser examinado e ele disse que não preciso mais usar a roupa de astronauta. Melhor assim. Há muita agitação na casa, todos estão nervosos. À noite a coceira evoluiu para feridas.

Sexta-feira, 15 de maio de 1998.

As ordens são que ninguém pode sair da mansão devido ao acidente. Um pesquisador tentou fugir e foi baleado. Nós não podemos nem usar os telefones. O John, pesquisador com quem fiz amizade, disse que está tentando encontrar uma maneira de sairmos deste inferno. As feridas pioraram, e quando fui coçar uma delas, um grande pedaço de carne podre desprendeu-se de minha pele. Acho que estou morrendo, tudo por causa desses malditos cientistas.

Sábado, 16 de maio de 1998.

Acordei zonzo... Derek me visitar foi... Mordi a mão dele... Derek ficou bravo e me chutou... Mão apetitosa...

Scott veio mais tarde... Cara feia Scott tinha... Tinha espingarda na mão... Carne apetitosa... Matei Scott e devorei ele...

Carne apetitosa... Apetitosa...

No final havia gotas de sangue nas páginas. Tudo levava a crer que a Umbrella estava desenvolvendo algum tipo de pesquisa num laboratório naquela casa e com o acidente, algum tipo de vazamento transformou todos em mortos-vivos. Uma história e tanto para um caso de assassinatos canibais.

Chris guardou o diário consigo, era uma prova crucial. Mas também precisava sair daquela casa... Por sorte, dentro da gaveta da mesinha havia um pente de balas. O policial levou-o consigo e voltou para o corredor, onde os famintos mortos-vivos o esperavam...

Capítulo 5

Adrenalina e surpresas.

Logo que cruzou a porta, Jill percebeu que voltara ao corredor em forma de “U”, onde ficava a sala das armaduras. Ela ignorou que havia outra porta atrás de si, preocupando-se em explodir a cabeça do zumbi logo em frente. Enquanto o corpo do morto-vivo ia ao chão, a jovem percorreu o corredor até a porta que ela antes ignorara na reta que levava de volta ao hall da mansão. Girar a maçaneta, porém, fez Jill perceber que a porta estava trancada.

–         Droga! – praguejou.

Mas então se lembrou da chave que pegara na sala das armaduras. Esperançosa, ela constatou que ainda a carregava e, inserindo-a na fechadura, acabou destrancando a porta.

Seguindo em frente, Jill ganhou um novo corredor, mais claro, com uma curva logo à esquerda. Após dar alguns passos, Valentine ouviu um gemido. Mas não era um zumbi, aquele gemido era mais humano, porém não menos agonizante. E Jill conhecia aquela voz...

–         Meu Deus, Richard!

Deitado sobre o frio piso do corredor estava Richard Aiken, especialista em comunicações do Bravo Team. Seu uniforme estava rasgado, e em seu peito havia um grave ferimento, parecido com uma série de perfurações de dentes... Tudo levava a crer que uma mandíbula enorme havia abocanhado seu tórax.

Horrorizada com o estado de Richard, Jill demorou a perceber que havia alguém de pé ao lado do colega ferido, coçando o queixo. Era Albert Wesker.

–         Wesker! – exclamou Jill, com certa ironia na voz.

–         Oh, Jill! – exclamou o capitão do S.T.A.R.S. – Você ainda está viva!

–         Por que você desapareceu daquela maneira?

–         Desculpe-me, Jill. É que havia algo que eu realmente precisava averiguar...

A atenção dos dois, então, voltou-se para Richard. Jill abaixou-se ao lado do colega, perguntando:

–         Richard, o que houve?

–         Jill! Esta casa é perigosa! Há demônios terríveis... Oh!

–         Eu sei! Que demônio atacou você?

–         Uma cobra! Uma cobra enorme e... Venenosa!

–         Venenosa? Oh, Richard...

–         Nós poderíamos nos dividir para procurar um soro ou coisa parecida! – disse Wesker.

–         Não! – exclamou Aiken. – É inútil! Eu não tenho mais salvação! Jill, pegue este rádio! Vai ser mais útil para você do que para mim!

–         OK...

Valentine apanhou o aparelho, enquanto sangue jorrava do ferimento de Richard.

–         Eu... – oscilou o rapaz.

Mas não pôde completar a frase. Fechou os olhos. Estava morto.

–         Oh, não! – gritou Jill, desesperada. – Richard!

Wesker balançou a cabeça.

–         Lá se vai um grande homem... – murmurou.

Olhou então para Jill, dizendo:

–         Jill, eu encontrei o que parece ser uma saída nos fundos da casa! Porém, a porta está trancada, e pelo que entendi é preciso inserir quatro medalhões num painel ao lado dela para liberar caminho!

–         E onde estão esses medalhões?

–         Eu já encontrei um! – disse Wesker, entregando um medalhão com o desenho de um sol para Jill. – Gostaria que você o guardasse! Eu sei onde está um outro medalhão, mas...

–         Mas?

–         Eu vi a cobra que matou Richard. Ela é enorme, e está dentro de um sótão logo em frente. O medalhão está caído dentro de um buraco feito por essa cobra na parede...

–         Nós precisamos pegar esse medalhão! Talvez juntos possamos driblar essa cobra!

–         É assim que se fala! Venha, vamos enfrentar esse monstro!

Havia um estranho sorriso no rosto de Wesker. Apreensiva, Jill seguiu em frente junto com o capitão pelo corredor.

Na enfermaria, Rebecca estava distraída lendo um documento que encontrara sobre os medicamentos disponíveis na estante, quando Joseph sentou-se na cama.

–         Está melhor? – perguntou a jovem, tirando os olhos do papel.

–         Sim, um pouco... – suspirou o rapaz, que agora tinha um curativo em seu ferimento no ombro.

–         Mesmo?

–         Bem, o que me preocupa é o Chris... Ele está lá fora sozinho com todos esses mortos-vivos à solta...

–         É melhor ficarmos aqui! Chris disse que é mais seguro!

–         Você pode fazer o que quiser, eu vou procurar meu colega!

–         Não, espere...

Levantando-se da cama sem muita dificuldade, Joseph engatilhou a espingarda calibre 12 e deixou a sala mancando, sem que Rebecca pudesse fazer nada.

Logo que ganharam o sótão, Jill e Wesker começaram a olhar apreensivos ao redor. O lugar estava cheio de caixas e havia uma repartição de madeira dividindo o ambiente.

–         Onde está o buraco? – perguntou Jill.

–         Venha comigo!

Wesker seguiu à frente, passando pela repartição, quando sem mais nem menos parou no meio do caminho.

–         Que houve? – indagou Valentine.

A resposta veio quando a cabeça de uma enorme cobra surgiu de trás da repartição da sala, exibindo os dentes afiadíssimos que haviam envenenado Richard. Wesker apontou sua Desert Eagle para o réptil desproporcional, enquanto Jill gritava:

–         Cuidado!

A cobra tentou abocanhar o capitão, mas este foi mais rápido e esquivou-se rolando na direção do buraco na parede, onde o medalhão dourado emitia leve brilho. A atenção do monstro voltou-se então para a policial, e mesmo Wesker disparando contra o gigantesco animal, este começou a seguir na direção da atordoada Jill.

Valentine mirou e atirou: uma, duas vezes. Mas a cobra parecia não sofrer nada com os disparos, e preparava-se para engolir Jill, que se viu encurralada num dos cantos do sótão.

–         Wesker!

O capitão do S.T.A.R.S., que já havia apanhado o medalhão, mirou na nuca da cobra e atirou. O ataque pareceu surtir efeito, pois o monstro soltou um enorme berro e desistiu de sua presa, voltando para dentro do buraco com sangue roxo escorrendo da cabeça.

–         É, acho que conseguimos! – riu Wesker, entregando o medalhão a Jill.

–         Wesker, você me salvou! Muito obrigada!

–         Eu apenas fiz meu dever... Agora vamos! Vou lhe mostrar onde fica a saída da qual falei!

E deixaram o sótão.

De volta ao corredor azul-claro onde havia se esquivado de três zumbis, Chris estava decidido a voltar para a enfermaria e mostrar seu achado a Rebecca e Joseph, quando, após alguns passos, percebeu que os mortos-vivos não estavam mais pelo caminho.

–         Mas o quê? – estranhou Chris.

Nisso, Redfield ouviu um grito, um misto de dor e fúria. Correndo na direção da porta que levava ao corredor da enfermaria e virando-se para o outro lado, Chris desesperou-se ao ver os três zumbis encurralando Joseph numa extensão do corredor.

–         Joseph! – gritou o rapaz, correndo na direção dos zumbis.

Os monstros estavam a poucos passos de Frost, que havia ficado sem balas para a espingarda. Sem alternativa, o atirador de elite apanhou sua faca e estripou o zumbi que estava mais próximo, gritando.

–         Morram, seus malditos!

As facadas eram quase cegas, pois a visão de Joseph tornava-se cada vez mais embaçada. Um dos zumbis acabou decapitado, enquanto outro mordia a mão de Frost, fazendo com que sua faca viesse ao chão.

–         Não, droga!

Chris já auxiliava o amigo, atirando nos dois zumbis ainda de pé pelas costas, mas eles não caíam. Joseph não se deu por vencido: chutou o tórax de um dos mortos-vivos, fazendo com que caísse sobre o outro no estreito corredor, seus ossos se quebrando. Chris mirou e estourou a cabeça de um deles antes que se levantasse, enquanto o outro foi decapitado com um chute de Frost.

A ameaça havia sido vencida. Exausto, pálido e suando como nunca, Joseph sentou-se junto a uma parede, quase não conseguindo enxergar nada e totalmente zonzo.

–         Você ficou louco? – exclamou Chris. – Matou-se vindo até aqui!

Mas Joseph não respondeu. Seus olhos se fecharam, e quando Redfield foi tentar reanimar o colega, este começou a se levantar.

–         Joseph?

O atirador de elite apenas começou a cambalear na direção de Chris, com os braços erguidos como os outros mortos-vivos.

–         Não!

Chris estava paralisado, não conseguiria deter Frost antes que o mordesse. Mas houve um disparo, e Joseph caiu no chão, com um buraco no meio da testa.

Redfield olhou para trás e viu Rebecca, com sua pistola em mãos.

–         Eu não pude evitar! – exclamou ela. – Ele quis sair para procurar você!

–         De qualquer forma, já era tarde...

Chris começou a fitar o corpo inerte de Frost, enquanto sangue escorria por sua cabeça. Pobre rapaz.

–         Então todos que são mordidos por essas criaturas se transformam nelas... – murmurou Redfield, pensativo. – Mas que diabos esses cientistas inventaram?

–         Cientistas? – estranhou Rebecca.

–         Vamos procurar uma saída! No caminho eu explico!

Seguiram então por uma das direções do corredor.

Continua... 


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