Percy's POV.

Tenho duas notas mentais: erguer uma estátua para o tapete, por estar ali, e erguer uma estátua para o meu irmão, Tyson, que antes de sair fez as honras de deixar o tapete "embolado".

Tyson, cara. Eu te amo!

Annabeth estava voltando da cozinha, ela parecia já ter bebido a água, pois não carregava nada nas mãos. Graças à deus, se não ela provavelmente estaria tomando mais cuidado, e a cena seguinte também poderia não ter acontecido. Bom, o tapete persa da sala fica embaixo da mesinha de centro e dos sofás, e Tyson fez a humilde gentileza de deixá-lo embolado na ponta, o que vez Annabeth tropeçar. E, mais especificamente, cair em cima de mim.

Quando ela caiu, nossos lábios ficaram à poucos milímetros de distância. Eu admito, não aguentei tamanha proximidade, beijei Annabeth na maior cara de pau possível.

O beijo começou calmo, Annabeth parecia estar gostando, mas ela queria mais. Surpreendentemente, foi ela quem pediu a passagem para a língua, e eu, obviamente, cedi. Nossas línguas se moviam em perfeita sincronia, parecia que éramos namorados à anos, o casal perfeito, Páris e Helena, Romeo e Julieta... Eu só esperava que o nosso final não fosse tão trágico, e que ele demorasse bastante tempo para acontecer.

O beijo se tornou mais quente, ela arranhava as minhas costas por cima das roupas. Mas então, para a minha frustração, ela se separou de mim e disse:

–Percy, não podemos fazer isso.

–Por que não, Annabeth?!- eu perguntei.

–Por que você tem uma namorada, Percy. - Annabeth falou.- Não pode trair Calipso.

–Não estou traindo ela!- eu falei.

–Como não?!- ela parecia desconfiada.

–A gente terminou!- eu disse.

–Quando?- ela me perguntou.

–Fazem...- eu chequei o relógio.- 2 ou 3 horas!

–E você já está aos beijos comigo?!- ela ria.- Que bonito, senhor Jackson!

E ela voltou a me beijar, com o mesmo esquema de antes. Suas mãozinhas subiam e desciam pelos meus cabelos, e as minhas acariciavam suas costas.

–Eca!- merda! Tyson, pode esquecer a estátua! Você não merece!

–Tyson!- me soltei de Annabeth.- O que você está fazendo aqui, moleque?!

–Eu queria assistir TV!- ele choramingou.

–Agora não dá!- eu queria esganar a criatura de Deus.- Estamos fazendo um trabalho!

–E isso por acaso faz parte do trabalho?!- Tyson perguntou.

–Faz sim, querido. - Annabeth se pronunciou. Ela é incrível.

–Como assim?!- o pequeno parecia ter um ponto de interrogação eterno pintado na testa.

–O trabalho é sobre a Segunda Guerra Mundial, mas nós poderíamos escolher um pedaço para escrever sobre e encenar um pouquinho.- Annabeth continuou.- Eu e Percy escolhemos o pedaço que acontece bem no final, praticamente depois da guerra, quando os Nazistas são julgados.

–E o que esse beijo tem a ver com isso?- Tyson continuava confuso.

–Esse beijo- Annabeth disse.- , é a nossa encenação do beijo que sela o casamento de Adolf Hitler e Eva Braun, pouco antes deles se matarem.

Como ela conseguiu pensar nisso??

–Humm...- Tyson se convenceu.- Tá bom, então! Vou assistir TV no seu quarto, Percy.

–Ok- eu disse.- , bom divertimento!

Tyson saiu da sala, deixando eu e Annabeth sozinhos novamente.

–Como você conseguiu pensar naquilo?!- eu perguntei.

–Não sei...- ela respondeu.- Sabe como é que é... No calor do momento, essas coisas acontecem.

–Você é uma gênia, Annabeth!- eu disse.

–A palavra "gênia" não existe, Percy!- Annabeth me corrigiu.- É "gênio" no masculino e no feminino.

–Eu sei- mentira, eu não sabia, mas eu queria dar uma de inteligente.- , mas você é tão perfeita que eu tive que inventar uma palavra, as existentes não são suficientes para te descrever.

–Uau!- Annabeth exclamou.- Você está inspirado hoje, heinh?!

–Você é a minha inspiração. - eu disse, pegando sua cintura e puxando Annabeth para mais um beijo. Ela correspondeu, nossas línguas se movimentavam rapidamente. Estava tudo indo deliciosamente bem, até que Annabeth se separou de mim e disse:

–Acho melhor nós fazermos o trabalho logo, depois a gente se diverte mais.- ela terminou com uma piscadela.

–Concordo.- eu disse. Era incrível como ela conseguia me manipular tão fácil.

Ela pegou o computador e começou a digitar alguma coisa. Ao final, Annabeth me mostrou a pesquisa. Estava perfeita, e ela realmente fizera sobre o julgamento de Nuremberg, incluíndo, também, o casamento de Adolf Hitler e Eva Braun.

–Então, Annabeth...- eu comecei.- Agora que terminamos a parte escrita, é melhor encenarmos as cenas que apresentaremos, certo?! Quero tirar uma boa nota.

–Eu concordo com você, Percy.- ela disse.- Por mais que eu, pessoalmente, odeie essa passagem na história, é tão horrível... E eu me refiro à Segunda Guerra Mundial inteira, não apenas ao casamento de Hitler e Eva... Acho que temos que fazer bem feito, de verdade.

–Tá, agora vamos pular para o beijo, depois você reclama dos feitos de Hitler!- eu disse, já colocando ela no meu colo e beijando-a.

É claro que o professor Quíron não pediu encenação nenhuma, e eu e Annabeth também não encenaríamos nada, mas que desculpa melhor para beijar a loira? Se alguém perguntasse, fazia tudo parte do trabalho.

Ficamos nos beijando por um tempo, Annabeth brincava com os meus cabelos e eu com os seus. Até que tivemos que nos separar por conta do celular de Annabeth, que tocava freneticamente.

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Annabeth's POV.

S

Saí de cima de Percy e fui atender o meu celular.

–Alô?- perguntei.

–Annie? É a Thalia!

–Oi, Thals!- eu disse.

–Então...- ela sussurrou.- Estou fazendo o que a tia Afrodite pediu, siga com o plano!

–Sim...- eu concordei.

–Você quer ir na balada com a gente hoje?!- ela perguntou.

–Qual?- eu estava à procura de informações, por mais que fosse tudo arranjado pela tia Dite, era melhor eu saber onde eu estava indo.

–Aquela nova que abriu...- Thalia disse.- Annie, não sei o nome!

–Já sei qual é!- eu falei.- Eu vou!

–Quer convidar o Percy?- às vezes Thalia era direta até demais.

–Pode ser...- eu fingi indiferença.- Vou perguntar para ele!

Tirei o telefone do ouvido e falei com o Perseu.

–Percy, quer ir na balada com a gente hoje?!- eu perguntei.

–Claro Annie!- Percy respondeu.- Aquela nova?!

–Exato.- eu disse.

–Vou, sim.- ele falou.- Que horas?!

–Acho que umas 21:00 está bom!- eu disse.

Coloquei o telefone no ouvido novamente.

–Thalia?!- eu disse.- O Percy vai!

–Ótimo!- Thalia respondeu.- Vocês já se beijaram?!

–Não posso falar agora, depois eu te conto...- eu falei.

–Só responde sim ou não!- Thalia insistiu.

–Sim, Thalia.- eu suspirei.- Sim!

–Ai meu deus!!- Thalia parecia Silena.- Eu não acredito...!!!

–Tchau, Thals! Eu tenho que ir!- falei, desligando o telefone.

Retornei para o lado de Percy e encostei a cabeça em seu ombro.

–Eu tenho que ir, Percyto.- eu falei, olhando para ele.- Tenho que me arrumar para a balada.

–Não vai!- Percy choramingou.- Por que você não se arruma aqui?!

–Por que eu não tenho roupas aqui, gênio!- eu disse.

–Você pega alguma coisa da minha mãe.- Percy falou.- Ela não vai se importar, pega um daqueles vestidos de festa que ela nunca usa e depois você devolve para ela!

–Pode ser...- a verdade era: eu estava louca para ficar.- Vamos ver o que a sua mãe tem de bom.

–Ainda mais aproveitando que ela acabou de sair com o Tyson, não tem ninguém em casa!- Percy disse, se levantando.

Fomos até o quarto dos pais de Percy, mais especificamente ao armário da mãe de Percy, e ele me ajudou a escolher alguma coisa.

O vestido que eu usaria era azul marinho, de um ombro só, algumas poucas lantejoulas também azuis marinhas decoravam o vestido aqui e ali... Era perfeito! Ele ia 1 palmo e meio acima do joelho, e eu o usaria com sandálias de salto 15 de tiras da mesma cor, com pequenos "brilhantes" em cima. Tive que pegar emprestado, também, calcinha e sutiã da mãe de Percy.

Percy me indicou o seu banheiro e eu entrei, me despi, tomei o meu banho, sequei e arrumei o cabelo, coloquei as minhas roupas em uma sacola e vesti as da mãe de Percy e saí para o banheiro da mesma ( tô abusando bonito da minha sogra!) para fazer a maquiagem.

Escolhi uma sombra prata, lápis azul na linha d'água e preto em volta do olho, blush, pó, corretivo, rímel e um batom cor-de-boca. Quando saí do banheiro, Percy me olhou, babando.

–Não babe ainda, querido!- eu disse.- A noite nem começou!