Uma vida NADA normal! escrita por Ceci Andrade, Ell, Vitor Hermano, Ísis Caroline


Capítulo 12
Não é uma vadia! É a Nicole


Notas iniciais do capítulo

*Ou "O Casamento - Parte Um"

Eeeentão amoras, você que persiste conosco ou você achou ao acaso nossa historia, como têm passado?

Não vou nem pedir desculpas ou algo assim, alem de já esta ficando chato e monótono, está também mais difícil para escrever e postar :/

Okey, mas esse capitulo foi complicado...
Alem da crise de falta de criatividade e motivação que eu passei, tenho que acrescentar o fato de eu não conseguir chegar ao fim dele.

Por isso ficou um pouco maior que os anteriores e teve que ser dividido em dois =D

Agora, boa leitura e nos vemos lá em baixo :*

Cecília "amora" Andrade



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De repente, no meio da paisagem bela e tranquila, Dave passa por mim correndo com um segurança atrás dele.

– Volte aqui garoto! – o cara gritava em francês a todos os pulmões. O suor fazia sua careca pálida brilhar, mas nem por isso ele parava de correr ou gritar.

Não sei se Dave conseguia entender o que o segurança falava, mas de vez em quando ele se virava para trás com um sorriso sarcástico (que, aqui entre nós, ficava lindo nele) e dizia: – Mas eu não fiz nada!

Então, voltava a correr.

No fundo da cena, Nick e Diego se acabavam de rir. Melody e Izzy estavam ao lado deles conversando. Não faço ideia que tipo de conversa existe entre elas, mas okey.

– Alice, agora você decide. O voto de Minerva é seu. – Sarah brotou do meu lado acompanhada de Helena. – Quem é o melhor, Bob Esponja ou Padrinhos Mágicos?

Elas olhavam profundamente para mim, como se aquilo fosse evitar a terceira Guerra Mundial. [Nota de Sarah: E poderia!]

– MAS QUE MERDA ESTA ACONTECENDO AQUI?! – gritei e todos olharam para mim, inclusive o segurança.

Bem, para responder minha própria pergunta vamos voltar um pouco.

Mais ou menos quarenta horas antes

– Não pai, não precisa arrumar nada ai. Eu já disse que vamos ficar no hotel da mãe de Nick. – disse, pela milésima vez, ao meu pai.

– Então tá. – ele respondeu também pela milésima vez. Tenho certeza que ainda discutiremos isso quando eu chegar. – Te vejo quando chegar, curta o resto da viagem.

– Okey daddy, beijo. – e desliguei.

Coloquei o celular de volta na bolsa e olhei para as pessoas ao meu redor.

Dave estava sentado eu meu lado jogando UNO com Melody e Thiago, que estavam na minha frente.

– Onde está o resto? – perguntei com a voz um pouco altera. Mas tinha meus motivos, afinal Sarah, Nick, Helena, Izzy e Diego juntos nunca é coisa boa!

– Saíram tem uns dez minutos falando que iam atrás de comida. – Dave me respondeu antes de jogar um +4 para Mel que o fuzilou com os olhos. Gente, calma... isso acaba com amizades.

– Eu não passei dez minutos no telefone...

– Não, não foram dez minutos. Foram, precisamente, dezesseis minutos. – Thiago falou conferindo as horas no celular. – Parece que falar de mais é um gene que vocês compartilham.

Ia começar a me defender falando que eu não falo demais e que o problema é dele que só usa monossílabas em uma conversa, quando fui interrompida por sacos de papel flutuantes.

– Comida! – o rosto de Sarah surgiu entre os sacos. Correção: o rosto estranhamente muito feliz de Sarah.

Mais radiante que ela, só Izzy que tinha parado de sorrir para encher a boca com biscoitos.

– Quanta coisa! Não acredito que vocês gastaram tanto dinheiro! – Melody disse abismada.

– Gastar dinheiro? Não, não... – Nick falou rindo.

– Vocês roubaram isso? – Thiago disse com a sobrancelha arqueada. Ele olhava diretamente para Sarah, mas ela estava ocupada demais com seus macarons para lhe dar atenção.

– Roubar é um termo muito forte... – Helena começou falando.

– Até porque foi fácil demais para ter sido um roubo! – Diego falou sentando.

Dave começou a rir histericamente. – Vocês roubaram um trem?! Isso foi muito idiota!

– Isso é errado. E idiota. – disse

– Se isso é tão errado, acho que você não vai querer nada certo? – Nick falou colocando as delicias na minha frente.

– Claro que quero. A merda já foi feita mesmo. – disse dando os ombros e pegando um copo de chocolate quente.

O resto da viagem foi mais tranquilo. Comemos todas as besteiras que os marginais trouxeram e ninguém foi atrás deles (isso é novidade!).

Até que, enfim, chegamos.

Paris estava linda e perfeita para eu aproveitar meu fim de semana com calma e tranquilidade...

Porém, não.

– E eu estou dizendo que acho que você seria incapaz de fazer algo “errado”... – Nick falou para Dave, que começou a se defender.

– Não é porque eu não pertenço à máfia russa como você que significa que eu sou o Senhor Certinho.

Sim, nesse caso significa sim. Ele sempre fazia tudo certo. Eu fiquei completamente surpresa quando o vi na detenção.

– Acho que é bem por ai mesmo... – Diego passou por eles comentando. Logo desviou sua atenção para os franceses lindos e começou a comentar sobre os mesmos franceses lindos com Melody.

Helena e Thiago acompanhavam a discussão sobre Dave ser certinho demais e Sarah e Izzy...

Bem, Sarah e Izzy haviam arranjado sabem-se os deuses onde bigodes falsos e boinas... E agora estavam falando uma imitação horrível de francês.

– O que vocês estão fazendo? – perguntei me aproximando delas.

– Ora Alice, o que parece que estamos fazendo? – Sarah disse com um biquinho estranho.

– Estamos falando em francês, loira. – Izzy completou falando também com um biquinho. – É só fazer assim com a boca e pronto.

– Não, não estão. – falei quase ofendida – Sarah, eu pensei que você soubesse de verdade! O Thiago não estava te ensinando?

– Sem Or! Você achou mesmo que eles estavam tendo aula de francês? Que fofa. – Diego disse com uma expressão sarcástica/maldosa.

[N/Diego: Essa é minha cara normalmente u_u]

– Ei, não destrua a inocência dela Diego. – Nick falou rindo, fazendo os outros acompanharem.

– Eu? Não, não... Esse é o trabalho do bonitão ai. – Diego respondeu indicando Dave.

Peguei o carrinho com minhas malas e dei as costas para eles.

– Não tem dez minutos que estamos em Paris e já quero matar vocês. – falei andando rápido numa tentativa de não verem meu rosto ardendo de vermelho.

Quando eles me alcançaram, eu estava falando com meu pai ao telefone e meu rosto já havia atingido a tonalidade normal. (Obrigada produção.)

– Estamos indo para o hotel agora. – disse ao meu pai.

– Certo, mais tarde nós nos encontramos no restaurante.

– Com certeza! Estou morrendo de saudade da sua comida. – falei rindo fazendo rir também.

Meu pai, Matthew Callahan, é chef e dono de um dos restaurantes mais bem comentados de Paris.

– Fiz um prato especial para você. – ele ainda ria. Na verdade, meu pai ria muito e muito fácil. – Seu irmão está ai? Quero falar com ele.

– Pere. – falei para ele e me virei para Thiago. – Papai quer falar com você.

E entreguei o celular... ou melhor, ele tomou de mim. (N/T: Exagerada...)

– O hotel da sua mãe é muito distante, Nick? – Izzy perguntou, mas o russo não ouviu.

Ele andava estranho. Estava no meio de nós e ficava olhando por cima dos ombros.

Parecia a Sarah na Espanha. (N/S: ALICE! Combinamos de NÃO falar disso!)

Okey, okey... voltando.

– Nick, tudo bem? – Helena falou chamando sua atenção com um “leve” tapa no braço.

– Ai! Sim sim... tudo certo. – ele falou depois que saiu do transe.

– Sério? Por que não parece... – Diego comentou com a clássica expressão dele “eu sei que você esconde algo, fale logo por que se eu descobrir você está perdido”.

– Nada de mais, – Nick começou a responder e depois foi abaixando o tom de voz. – é só que tinha um problema no meu passaporte e pedi para minha mãe resolver. Parece que deu tudo certo.

– Tinha um problema? Que problema? – Sarah perguntou.

– E por que não falou nada? – esse foi Dave, o bom amigo.

– Eu poderia, hipoteticamente, ser barrado e não poder entrar na França. – ele falou dando os ombros como se aquilo realmente não fosse nada de mais. – Não queria perturbá-los com pequenos problemas...

– Claro, por que você agindo como terrorista em uma grande estação de trem em Paris é bem mais relaxante. – disse quase ironicamente. – E vem cá, se isso não é grande problema, o que é um grande problema para você?

Não sei se Nick ia responder ou não, pois nesse momento meu irmão interrompeu.

– Já conseguiram os táxis?

O hotel Akla não era tão distante da Estação, então não demoramos muito para chegar.

Depois de tiramos todas as bagagens dos carros, entramos no hotel... e devo admiti, era mais incrível do que eu imaginava.

E o que mais chamava atenção nem era a estrutura, era a mulher de pé próxima ao balcão.

Ela era alta, com o cabelo escuro cortado bem curto. Suas roupas eram elegantes e profissionais. Ela olha um ipad e fala com a mulher ao seu lado que estava apagada pela presença da chefa. Ela levantou a cabeça, olhando para Nick arqueando a sobrancelha.

– Se você não tivesse esse rosto lindo e bem feito, eu não diria que você é meu filho... Só estragou um pouco aqui, que você puxou do seu pai. – Ela passa o dedo no queixo dele, que é um pouco torto. Helena sorriu e segurou na mão do garoto. Ele percebeu no momento, assim como todos, incluindo a mãe dele. – Nicolaj! Senti sua falta querido! Mas, vamos às apresentações. Sou Lilian, a doadora de genes bonitos para esse russo. – Ela disse apertando as bochechas dele.

– Essas são Alice, Sarah, Izzy, Melody e Helena. – Nick disse. Nesse momento a mãe dele arqueou as sobrancelhas novamente, dando a volta no balcão. – E, Diego, Tiago e Dave.

Ela estava com sapatos Di-vi-nos! Morar aqui era fantástico apenas pelas roupas que você usa normalmente. A mãe dele abraçou todos nós, e nos desejou sorte.

– Bom, Nick conhece tudo por aqui... Estarão em boas mãos. Desde que não sejam presos. – Ela disse sorrindo. Esse humor russo sobre ser preso era assustador. Lilian voltou-se pra Helena e sorriu pra ela. – Não sei... Pra você... Acho que paciência seria o mais certo a desejar. Já que você vai precisar por estar com esse rapaz. – Ela sorri e abraça o filho.

Nick revirou os olhos segurando um sorriso. Helena... Bem... Acho que ela só não vomitou de nervosismo como na quarta série (N/H: VOCE. PROMETEU. ESQUECER. ISSO). Sorry! Enfim, não vomitou por educação. Autocontrole é tudo amiga!

– Mãe. Os quartos. – Nick olhou pra mulher no balcão. Que sorriu pra ele de um modo muito estranho.

– Aqui está, área comum compartilhada. Não destrua nada Nicolaj. – Ela pensou duas vezes antes de nos entregar as chaves.

Fomos para os elevadores, era tudo completamente lindo e luxuoso. Agora eu entendi porque o hotel de Paris é o que ela mais gosta... O que eu não tinha entendido muito bem o que se tratava de “área comum compartilhada”, mas tudo se explicou quando abrimos as portas. Izzy foi a primeira a entrar, o quarto era lindo e enorme! Assim que se abriam as portas, tinham uma sala de estar ampla, com a melhor vista que se pode imaginar. Nas laterais, havia duas portas, elas davam acessos aos quartos. Em um deles, havia três camas de casal e no outro, duas.

– Isso vai ser bem... Divertido. – Foi tudo que consegui dizer e acompanhei os demais, entrando na sala – Vamos fazer uma organização das cam... – novamente foi tudo que conseguir dizer. Cada um parecia já ter encontrado a sua. Nick e Dave, Diego e Tiago. Eu e Sarah, Helena e Melody e Izzy. O que não seria mantido por muito tempo...

– Estou pensando seriamente em me mudar para esse quarto. – Izzy se manifestou espalhada em sua cama.

– Olhem! Temos desenhos! – Sarah gritou. Ela estava sentada no sofá com o controle remoto em mãos e vendo os canais. – Tem o Bob Esponja!

– Me deixe ver! – Helena falou tomando o controle. – Tem os Padrinhos Mágicos também!

– Quem liga para Padrinhos Mágicos quando se tem Bob Esponja? – Sarah disse sarcasticamente pegando o controle de volta e voltando aos canais normais.

– Todo mundo! Padrinhos Mágicos é beeeeeem melhor que Bobo Esponja. – Helena falou jogando as mechas ruivas para trás ao maior estilo “like a boss”.

– Obvio que não! – Sarah se levantou revoltada.

– Isso vai dar em merda... – Melody comentou ao meu lado.

Nós éramos as únicas normais aqui que estavam arrumando as malas.

– Você ainda tem duvida?

Quando voltei minha atenção à cena, só me distrair por míseros cinco segundos, vi que Mel estava errada. Já tinha dado em merda.

As ruivas discutiam fervorosamente e seus rostos estão tão vermelhos quantos seus cabelos. Izzy assistia a confusão com um pote de pipoca que apareceu do nada.

– Izzy! – Sarah apontou o dedo acusadoramente para a outra. – Qual dos dois é melhor?

– Foi mal Sarah, mas sempre preferir os Padrinhos Mágicos... – ela falou e voltou a comer pipoca.

Sarah fez um grunhido de decepção e Helena comemorou.

– Melody e você? Qual seu preferido? – Sarah continuou com as perguntas.

– Não sei por que, mas gosto mais do Bob Esponja. – ela disse dando os ombros.

– Há! – agora era Sarah comemorando.

– Alice...? – Helena se virou para mim.

– Me recuso a participar disso. – falei e me virei para minha mala.

– Chata... – elas murmuram.

– Vamos logo se não nos atrasamos para o jantar! – a voz um tanto irritada de Thiago desviou a atenção delas.

– Ai está o lado ruim dos meninos estarem no quarto da frente... – Helena resmungou.

– Vamos logo antes que Alice decida trocar de roupa... – Izzy disse se levantando da cama – Mais uma vez.

– Eu só me troquei duas vezes okey? Por que a blusa laranja não ficava boa com meus saltos. – me defendi.

– Só duas? Não creio! – Nick falou e quase não deu para perceber a ironia.

– As roupas de Alice NÃO são importantes nesse momento! – Sarah gritou, já no meio no corredor, com os braços abertos. – Temos uma questão muito mais importante! - Ela ficou em silencio por um minuto. – Bob Esponja ou Padrinhos Mágicos, qual o melhor?

Todos, repetindo TODOS ficaram calados, somente olhando para a Sarah que estava extremamente seria.

– Que pergunta idiota... – Diego começou falando. – É obvio que Bob Esponja é melhor.

– Claro que não! – Nick se manifestou. – Padrinhos Mágicos é muito mais engraçado!

– Bob Esponja é meio idiota, sempre preferi Padrinhos Mágicos também. – Dave disse dando os ombros.

– Não é idiota, é hilário. – meu irmão falou. – Bob Esponja é o melhor!

– Vocês não vão discutir sobre isso... – falei, mas fui ignorada.

A discursão aumentava. E eu ainda não acreditava naquilo.

– HEY! – gritei chamando a atenção deles. – Se vocês vão discutir sobre qual melhor desenho animado, podem fazer isso andando? Eu estou com fome. – Deixamos o quarto e, em seguida, o Hotel, para ir ao restaurante do meu pai. Foram os dez minutos de caminhada mais longos da minha vida. Principalmente com aquela conversa Bob Esponja vs. Padrinhos Mágicos.

Enfim chegamos. (Obrigada mais uma vez produção)

Thiago falou com o cara que estava na porta que, com um sorriso, nos deixou entrar e indicou a mesa.

Uma mesa grande próxima da janela, onde se podia ver o céu estrelado. Meu pai estava sentado ao lado de Nicole, sua noiva.

Ah, sim. Creio que não ainda comentei o motivo da nossa viagem á Paris, nós viemos para o casamento do meu pai que acontece amanha à tarde. Ele e Nicole estão juntos há três anos e eu realmente gosto dela... Agora.

Bem, vamos deixar de conversar e voltar à narração.

Fomos todos driblando as mesas e pessoas no caminho.

– Uou! – Mel exclamou ao meu lado. – Quem é aquele?

– Você tem um ótimo olho... – Diego disse após seguir o olhar dela. – Alice, quem é aquele deus grego na mesa do seu pai?

– Menos Diego... Até porque você já o conhece. – disse dando os ombros. – É só o filho da Nicole, Oliver.

Mas a verdade era que ele estava mesmo muito mais atraente. Estava mais forte desde a ultima vez que nos vimos. Seu cabelo castanho estava desalinhado como sempre, porém maiores que quase cobriam seus olhos.

– AQUELE é o Oliver?! – Diego praticamente gritou.

– É, é ele. Agora fica quieto. – respondi. – Deuses, parem de encarar! Vão assusta-lo! – briguei com Diego e Melody que continuavam com o olhar fixo no garoto.

Quando chegamos mais perto, meu pai nos viu e se levantou.

– Alice! – ele disse e veio me abraçar.

Depois de falar com meu pai e matar a saudade (ele também falou com um certo ser loiro de nome Thiago) [N/T: não vou nem comentar...], ele falou com o resto do bando...

– Bem, você lembra-se da Sarah, do Diego e da Helena. – disse, meu pai concordou e falou com eles. – Esses são Melody, Izzy, irmã da Helena, Nick e Dave.

Meu pai falou com eles e, por fim, pousou os olhos em Dave que estava ao meu lado com os dedos entrelaçados aos meus. Segurei sua mão mais forte quando ele fez menção de soltar, ele estava inquieto. Ou melhor, nervoso.

– É um prazer conhecer vocês. – papai disse olhando diretamente para Dave, que só ficou mais calmo quando meu pai sorriu abertamente. – Venham se sentar.

Diego e Melody já estavam posicionados ao redor de Oliver quando os outros foram se sentar. Juro que pude vê-los apostando qual a opção sexual do garoto. Apenas balancei a cabeça negativamente.

Falei com Nicole, que se levantou para me cumprimentar.

Nós não nos odiamos, mas também não somos melhores amigas. Eu passei a gostar dela de verdade quando percebi que meu pai ficava feliz com ela, e eu sou incapaz de magoar meu pai.

– Alice querida! Que bom que você veio. – ela dizia alegremente enquanto me abraçava.

– Claro que eu vim. Não perderia por nada. – respondi sorridente.

Quando ela me soltou, pude ver que Oliver estava ao seu lado esperando para falar comigo. Nicole olhou para nós dois e foi se sentar, não antes de me dirigir um sorriso e uma piscadela.

– Está diminuindo é, Depond? – ela falou me provocando. Seu sorriso irônico/travesso brincava em seus lábios.

– Você é que está virando um gigante, Girard. – repliquei, agora ele já estava uns dez centímetros mais alto que eu. Seu sorriso se alargou e ele me puxou para um abraço.

Diferentemente da Nicole, eu me dei bem instantaneamente com o Oliver e ele também não foi com cara do meu pai. E assim nossa amizade nasceu, com a gente bolando planos para que nossos pais não ficassem juntos. Criancice, eu sei... mas era divertido e paramos logo que percebemos que aquilo não valia a pena. Então nossos pais namoraram, foram morar juntos, noivaram e agora vão casar. E honestamente, eu não poderia está mais feliz por eles.

– Mas sério... você está muito alto. Que raiva. – falei quando nos separamos.

– Eu nem cresci tanto desde a ultima vez que nos vimos. – ele deu os ombros. – Você não perceberia tanto se viesse mais para cá.

Revirei os olhos. – Até porque você vai me visitar sempre não é? Vamos sentar logo, eu estou louca de fome.

Quase me deu pena quando o vi voltar ao seu lugar entre os dois maníacos sexuais a Mel e o Diego.

Sentei-me ao lado de Dave.

– Que foi? – perguntei baixinho ao notar seu semblante irritado.

Ele demorou um pouco para responder. Por fim olhou para nossas mãos entrelaçadas e então se virou para mim.

– Nada demais. – e sorriu.

Não parecei ser nada demais, porém infelizmente fomos interrompidos.

– Então querida, como estão às coisas em casa? – meu pai perguntou inocentemente.

Ele não fazia ideia de que aquela singela pergunta resultaria em uma calorosa conversa/discussão que durou quarenta minutos.

Até que, de repente, o assunto morreu e deu lugar a conversas menores.

Helena e Sarah que sempre foram minhas amigas, conversavam com meu pai como velhos amigos. Perguntando a Nicole tudo sobre o casamento, o que supostamente EU deveria estar fazendo... Mas eu estava em uma conversa com Oliver, Mel e Nick sobre idiomas (não me perguntem como chegamos nesse assunto porque eu não faço ideia, nem como esse assunto poderia ser interessante, mas foi interessante e divertido).

Só tivemos silencio quando o jantar (delicioso, diga-se de passagem) foi servido.

~~~~~~~~~~

– Você o conhece bem? – Dave me perguntou na saída do restaurante.

– Quem? O Oliver? – falei me virando para ele, que confirmou com a cabeça. – Há uns três anos, o tempo que nossos pais estão juntos. Por quê?

– Não gosto da maneira que ele olha para você... – ele disse em voz baixa.

Eu teria até achado fofo ele está com ciúmes, se não fosse o modo quase assustador que ele olhava para Oliver.

Admito, eu achei fofo mesmo assim.

– Pode ficar tranquilo, nós somos só amigos.

– Mas já tiveram algo? – ele insistiu.

– Não, nunca tivemos nada. Como já disse, somos apenas amigos. – respondi achando aquilo um pouco mesmo fofo.

Porém ele continuava a encarar Oliver.

– Dave. – chamei-o segurando seu braço. – Pare com isso. Deixe para lá.

– Ainda não vou com a cara dele. – ele comentou.

Revirei os olhos. Já tinha deixado de ser fofo e agora estava me irritando. – Você vai ficar assim a viajem toda? Já disse que eu e Oliver não tivemos nem temos nada. Que saco.

– Sei lá Alice... Só sei que esse cara praticamente te comeu com os olhos durante o jantar e isso me incomoda como seu... – e a voz dele morreu.

Continuei encarando-o, esperando que ele acabasse de falar.

– Amigo. Isso me incomoda como seu amigo. – ele terminou encarando qualquer coisa que não fosse a mim.

Ouch!

– Como eu já disse, não precisa se preocupar. – falei passado alguns segundos. – O Oliver é apenas meu amigo... assim como você.

– Alice... eu não- – ele voltou a falar.

– Eu preciso falar com meu pai. – cortei-o e sai caminhando.

Amigo... okey.

Respirei fundo enquanto contava até dez. Em francês. Em ordem decrescente.

– Estão indo para casa? – perguntei para os noivos quando me aproximei.

– Não querida, desculpe. – meu pai respondeu com um sorriso sem graça. – Vamos passar na casa dos pais da Nicole, por quê?

– Nada de mais... Só queria ver se meu quarto continua o mesmo. – em parte aquilo era verdade.

– Eu vou para casa, serve? – Oliver comentou divertido.

Seu olhar emitia um brilho travesso.

– Claro que sim. – concordei animada. – Só um minuto.

Dei as costas a ele, me dirigindo ao meu irmão.

– Hey! Vou passar na casa do papai! Encontro vocês no hotel depois.

– Hã... claro. Nós vemos mais tarde então. – Thiago respondeu. Ele sem duvida havia estranhado aquilo, mas sabia que eu tinha meus motivos e só depois perguntaria. Nós nos entendíamos assim.

Pude sentir, também, olhares confusos dirigidos a mim. Principalmente de um certo moreno que me fuzilava com os olhos. Porém virei-me novamente para Oliver.

– Vamos? – chamei-o.

Fomos caminhando, já que meu pai estava com o carro e a casa não era distante.

– Foi muito feia? – ele comentou quando nos afastamos do restaurante.

– Oi? – me virei para ele sem entender nada.

– A briga com o seu namorado. – ele explicou. – Deve ter sido horrível para você está tão calada.

– Ele não é meu namorado. – respondi sabendo que ele se referia a Dave.

– E por que estavam brigando então?

Olhei para ele com uma sobrancelha arqueada.

– Oh! Por causa disso.

– Dave é maravilhoso, mas às vezes age como um idiota... – disse com um suspiro.

– Quer contar o que aconteceu?

– Bem, ele estava com ciúmes de você.

– De mim?! – ele me interrompeu abismado. – Sério?

– Pois é. Na verdade ele deve está com muita raiva por eu ter vindo embora com você.

– Não é para menos. Mas vá, continue...

– Então, ele estava com ciúmes, eu disse que somos apenas amigos e que ele não precisava ficar irritado. Mas ele continuou insistindo nisso e acabou me irritando. Até que ele falou que se preocupa comigo como “amigo”.

– E foi ai que ele errou?

– E foi ai que ele errou. – confirmei. – “Amigos”? Achei que éramos mais que isso!

– Mas vocês não estão namorando, estão?

– Não, não de fato, mas...

– E você queria que ele falasse o que? Se ele disse “namorado”, estaria errado porque vocês não estão namorando. Se falasse “amigo”, ele erra também porque são mais que isso. Ele não tinha escolha...

– Poderia ter ficado calado. – disse cruzando os braços. – Como você poderia estar agora.

Em resposta Oliver riu. – Você está errada dessa vez Depond.

Virei-me para ele. – Claro que não! Eu não estou errada! – repliquei ofendida.

– Está sim e sabe disso. – ele continuou. – Se não, não teria feito aquela cena.

– Eu estou certa. – disse firmemente apertando meus braços abaixo do peito e franzindo as sobrancelhas. – E pare com isso.

– Você não muda nunca Alice... – ele comentou entre risos. – Está errada, sim senhora. Seu “não-namorado” pode ter tropeçados nas palavras, mas a senhorita foi pirracenta.

Oliver parou, apoiado no portão, e me encarando.

No meio da conversa, nem havia notado que chegamos a casa do meu pai.

Dei as costas para ele e marchei para dentro assim que ele abriu a porta.

– E nem adianta ficar assim comigo. Com essa postura de “eu sou melhor que você, agora peça desculpa pela sua existência.”, pois eu estou certo dessa vez. – ele disse me arrancando um pequeno sorriso. – Pare com isso, se não você pode acabar perdendo um cara legal.

Eu já estava sentada no sofá branco da sala de estar, que tinha encontrado facilmente, e ele parado de pé na minha frente.

– Eu sei... – disse, descontente, por fim. – Mas não acho que ele vá querer falar comigo agora. Dave deve está realmente com muito puto. Eu fui uma vaca...

– Eu não diria uma “vaca”, – Oliver disse ao se sentar ao meu lado. – Você estava mais para uma megera.

Acertei-o com uma almofada quando ele começou a rir.

– Eu me arrependi na hora do que eu estava fazendo. Mas eu estava com raiva.

– Isso não é desculpa. – revirei os olhos para ele. – Mas você pode ligar para ele agora...

– Quando foi que você virou meu conselheiro amoroso mesmo? – comentei pegando meu celular da bolsa. Ele deu os ombros em vez de responder.

Eu havia colocado meu celular no silencioso quando estávamos no restaurante e, pelo visto, esquecido de tirar.

Por isso eu não ouvir as mensagens de Sarah, Mel, Lena e Thiago chegarem nem as ligações deles...

Também não vi quando Dave me ligou. Uma única vez.

– Tem uma chamada dele. – disse mordendo meu lábio.

– Viu? Ele quer falar com você. – Oliver disse animadamente.

– Ele me ligou há seis minutos. Eu não atendi. E eu estou com você. Ele já estava com ciúmes. Preciso continuar?

Levantei-me, já com o celular no ouvido.

Chamou uma, duas, três, quatro vezes. Caixa de mensagens.

– Agora ele não atente! – reclamei frustrada me arremessando na grande poltrona.

– Ele ainda pode está irritado...

– É claro que ele está irritado! Mas poderia me atender já que ele ligou para mim primeiro!

– Ou pode não ter visto sua ligação como você não viu a dele. – Oliver terminou como se eu não tivesse interrompido.

– Arhg! Odeio quando você tem razão. – resmunguei e enterrei meu rosto em uma almofada.

– Alice? – ele me chamou passado algum tempo de silencio. – Está respirando?

Meu rosto ainda estava na almofada.

– Não, decidi me matar para deixar o Dave culpado. – respondi levantando rápido a cabeça e jogando meu cabelo para trás. – Só estou nervosa. Vou tentar ligar de novo.

– Mas não tem nem cinco minutos que você ligou...

Ignorei o seu argumento.

Dessa vez nem chamou e foi direto para a caixa de mensagens.

– Ele desligou o celular! – disse quase sem acreditar.

– Pode ter descarregado ou-

Oliver parou de falar, não por causa do olhar assassino que eu lhe lançava, mas sim porque meu celular começou a tocar.

– Ou ele pode está ligando para você. – ele terminou com seu melhor olhar “eu te disse”.

– É a Sarah. – comentei, um tanto desapontada, assim que vir sua foto na tela.

– Vadia! – ela disse cheia de carinho quando eu atendi. – Onde você está e por que não atendeu mais cedo?

– Pare de me chamar assim...

– Nunca! Agora responda.

– Estou na casa do meu pai, como eu disse, e eu celular estava no silencioso.

– Eu não estou no viva voz não, certo? – perguntei quando ouvir Izzy reclamando de alguma coisa ao fundo.

– Claro que não Loira! – Sarah respondeu e depois disse “Fiquem quietas! Helena pare de falar!” que eu só não ouviria se fosse surda. – Por que sumiu do nada?

– Eu não sumi do nada. Já estávamos indo embora e eu queria vim aqui, ver meu quarto. – disse dando os ombros e Olive me olhou descrente. – E eu avisei a vocês.

– Quer dizer que seu sumiço não tem nada a ver com a briga com Dave? – a ruiva perguntou e eu praticamente podia ver sua cara com aquela expressão “Nem adianta tentar me enganar”.

– Não teve briga nenhuma com Dave. – respondi tentando manter a voz normal.

– MENTIRA! – o maluco do Oliver gritou no telefone.

– Sai garoto! – falei empurrando ele.

– RÁ! Eu falei que teve briga! – pude ouvir Helena comemorando.

– Helena! – Sarah, Mel e Izzy reclamaram com ela.

– Como se eu não soubesse... – disse com um suspiro. – Mas enfim, não teve briga. Oliver está exagerando.

– Se não teve briga, então por que Dave chegou tão puto no hotel? – Sarah rebateu.

– E eu sei? Isso você pergunta a ele. – respondi, afinal eu também tenho direito de está com raiva... não tenho?

– Alice Rose Depond, eu estou falando serio. –Sarah falando serio? Agora sim a situação está realmente complicada e não há solução cabível (fudeu!)! – Eu nunca o vi assim. Nick teve muito trabalho para convencê-lo a ficar calmo e não quebrar nada.

Oi? Dave querendo quebrar as coisas? E Nick impedindo alguém que quebrar algo?

[N/Nick: É o hotel da minha mãe...]

– O que você disse a ele? – Mel perguntou.

– Nada! Quer dizer... nós tivemos uma discursão.

– E você saiu com o outro cara em seguida. Nem consigo imaginar porque Dave está com raiva. – Sarah comentou irônica.

Droga! Até a ruiva sem noção está certa.

Se fosse o contrario, ele saindo com uma garota depois de discutimos, eu estaria fazendo vodoo contra ele.

– Okey, eu entendi. Fui uma vaca. – admiti. – Já estou indo e ai conto o que aconteceu direito.

– Venha logo que estou curiosa. – Helena comentou.

– E eu quero ver sua cara quando você vê que está errada. – Sarah voltou a falar aos risos.

– Eu não erro. – respondi quase automaticamente. – Beijos e tchau.

– E você para de me olhar assim! – exclamei para Oliver que levantou as mãos em sinal de rendição. – Agora se levante e me acompanhe até o hotel.

"aqui e aqui"


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Obrigada por ler ~mais ainda por está "falando" comigo aqui~ e besos amoritas :**

P.S.: Padrinhos Magicos ou Bob Esponja, qual vocês preferem?

P.S.S.: Não sei se já colocamos aqui, mas fizemos uma árvore genealógica para melhor entendimento ~como não conseguir colocar aqui, os links estão no texto~



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