Não pensava noutra coisa para além da conversa com o Sam. Se gostava da Santana porque é que esta conversa não me saía da cabeça? “Tu não és Lésbica, apenas estupida.”, Sam era tão preocupado comigo e agora fora uma besta comigo. Achei que pelo menos pudéssemos ser amigos, mas essas palavras magoaram-me tanto. Que haveria de fazer?

Lembrei-me do dia em que o Sam confessou o seu amor por mim, também sentia o mesmo mas tempos mudam.

–Brittany, eu amo-te, e sei que pode parecer difícil acreditar que um idiota como eu te ama, mas é verdade. Esses teus olhos azuis me tornaram alguém melhor. Numa pessoa melhor. No ano passado, faltava ás aulas e só fazia merda, estava a ser sempre chamado ao director. Este ano, desde que te conheci, só faltei umas poucas vezes e sinto que quanto mais estou contigo melhor me torno. AMO-TE BRITTANY. Sei que me achas só um amigo, mas gostava que pensasse na possibilidade de sermos namorados, um dia … Estou disposto a conquistar-te. E fazer qualquer coisa por ti. – Disse-me o Sam

–Nem sabes quanto tempo, eu esperei por essas palavras. Todos os dias contava os sorrisos que trocávamos e quando nos tocávamos eu sentia-me mesmo bem. Aqueles arrepios, que só eu sei sentir. Quando estou enamorada (apaixonada) de alguém. Soube logo que estava a ficar perdidamente apaixona por ti. Nunca tive coragem de te falar pois eramos apenas amigos, e tinha medo de estragar essa nossa relação. Fico feliz que finalmente tenhas ganho coragem. – Assim que terminei o Sam beijou-me perdidamente. Dava para ver o nosso amor. Pena que este amor intenso, não tenho durado para o nosso relacionamento todo.

Não foi só por causa da Santana que eu quis acabar com o Sam. Ao longo do tempo ele começou a deixar-me de lado, ou até a namoriscar com outras raparigas. Nunca fui muito de ciúmes, mas ficava um pouco triste com esse ato dele. Claro que qualquer rapariga ficaria chateada com isso, a partir desse dia não fiquei com muitas esperanças na nossa relação. Até que um dia, a avó dele morreu e ficamos ainda mais chegados, como se ele me compensasse o que tinha feito ou até a saudade que tinha da sua avó. Ficou muito mais romântico e amoroso comigo. E depois para ai umas três semanas conheço a Santana, que vira o meu mundo de perna para o ar. Como se tal fosse possível.

De repente já tinha passado a minha aula de História A, nem ouvi o toque da campainha. Devia estar a pensar mesmo profundamente. Ultimamente estava-se a tornar realmente difícil concentrar-me nas aulas. Porquê? Sai da sala, após arrumar os livros e quase que corri pelos corredores até á entrada. Devia precisar mesmo de falar com a Sant, só pode. Senti uma voz familiar atrás de mim, percebi que era do Sam, mas não queria saber. Não parei de andar até que cheguei á entrada e tentava avistar a Santana, mas não a encontrava.

–Britt eu estava a chamar-te, porque é que não me falaste? Sei que me ouviste!

–Ah … eu não quero mais falar contigo … Não gostei da forma como me falaste. Parecias alguém que eu não quero realmente saber. Magoaste-me, sabes?

–Tu também me magoaste, acabaste comigo. Depois de tudo que fiz por ti. Eu amei-te sempre nunca te trai, e nem sabes o quanto isso me custou. – Comei a sentir a primeira lágrima.

–Ninguém te mandou ficar!

–Loirinha cheguei, que se passa! – A Sant mudou de expressão mal me viu a chorar. Limpou-me as lágrimas e abraçou-me mesmo em frente do Sam, que ficou logo revestido de raiva.

–Lopes sai daqui que estou a conversar com a minha namorada.

–Ex namorada. – Disse entre soluços.

–Sabes “troudy mouse”, não vejo que estás aqui a fazer porque a Brit não quer mais falar contigo. É melhor pela tua saúde, que vás embora. Antes que dê uma de Lima Heights em você. – O Sam deu um passo atrás mas logo voltou á carga.

–Nunca me enganaste, sempre soube que querias a minha namorada, mas agora isso tornou-se evidente. E ainda por cima tens uma namorada. Vais ter uma relação a duas, é? Duvido que isso funcione. Ou vais agendar os dias de forma a usares uma de cada vez? – Disse o Sam de uma forma irónica

–Não te admito! Não me conheces, por isso não te atrevas a falar assim de mim ou eu não responderei por mim.

–E o que me vais fazer boneca? Puxar-me os cabelos? – Riu-se super alto fazendo muitos mais alunos nos olharem.

A Santana deixa-me e a aproxima-se ainda mais do Sam, que está com um sorriso nos lábios. Ela dá-lhe com o joelho nos órgãos genitais, numa velocidade imensa. O Sam apenas se aninhou no chão, com a dor.

– Ninguém brinca com uma Latina desse jeito. Seja a última vez que falas assim para mim ou para a Britt.

–Vais pagar. Vou-te processar.

–Podes tentar … - Já estávamos de costas para ele. Talvez agora estivesse com pena do Sam mas ele mereceu da forma como me falou e também como falou para a Santana. Ela sabe mesmo defender-se.

Saímos as duas da beira do desgraçado. Ela abraçou-me por trás, talvez estivesse-me a dar forças ou simplesmente a consular. Fomos desta vez para o seu carro a caminho para a sua gigantesca casa. Não sei porque não me meti no meio daquela enorme discussão mas senti-me tão bem a ter a Santana para me defender. Ainda bem que a tinha, mesmo sendo apenas minha amiga.