Loirinha era o nome que a Santana me chamava carinhosamente, no início achava meio que sem graça me chamar assim, mas agora apenas me alegrava. Mesmo sabendo que ela tinha beijado outra rapariga, queria-lhe perdoar para ficarmos outra vez amigas. A verdade é que não esperava a sua chamada e até nem sabia como ela tinha o meu número. Mas para uma rapariga como ela, não deveria ser difícil arranjar o número de alguém.

Nas aulas estava demasiada ansiosa para prestar atenção. Olhava constantemente para o relógio, á espera que as horas se passassem mais depressa, mas apenas passava mais devagar. Até que estava na última aula, no último tempo. Até que em 3 … 2… 1… A campainha da escola toca bem alto. Levantei-me e dirigi-me para a entrada, o sítio onde a Santana estava á minha espera.

Ali estava ela com dois capacetes, um em cada braço. Será que isto queria dizer que íamos de mota? Ela estava linda como sempre, desta vez estava mais casual. Com ula camisola branca apertada á sua pele, dando para ver o formato dos seus seios. Umas calças de ganda que também me permitia ver as suas curvas, junto com umas all stars pretas. Tinha pessoas á sua volta, a tentarem socializar com ela. Quem não quereria? Assim que ela me viu, veio ao meu encontro. Estava com aquele sorriso que só ela conseguia fazer. Tentei não demonstrar nada do que estava a sentir, mas não resisti e sorri duma forma inocente.

–Ola Brit! – Sorriu-me – Como estás?

–Melhor, já que estou contigo. – Não reparei que acabara de dizer o que estava a pensar. Ela abriu um sorriso ainda maior. Corei instantaneamente. Ela beijou-me a bochecha direita

–Também estou feliz por estar contigo, mas é melhor irmos. Não gosto muito de plateias, a não ser nos meus concertos. – Ambas olhamos para os outros milhares de alunos que nos olhavam. Será que se estavam a perguntar se tínhamos algo? Duvido … O mais provável era estarem apenas a pensar no quanto a Lopez era gostosa.

Agarrou-me a mão, e puxou-me para o sítio onde estava a sua mota. Era um modelo novo, e só por acaso eu tinha um fetiche por motos. Não sei mas eu amava toda a gente que tinha mota. Subimos para o veículo de duas rodas. Agarrei-me á latina, após ela me dizer para o fazer. Encostei-me ao seu pescoço, revi o aroma do seu perfume. Senti um calor, mas ao mesmo tempo um friozinho. Não sei o se estava a passar comigo será que estava a ficar doente?

Fomos até um jardim botânico e lindo e mágico que este era. Senti-me como naqueles filmes da Disney que via em pequena. A santana deu-me a mão como se por uma razão fossemos algo mais do que meras conhecidas. Bem eu sentia que a latina era a minha mais que tudo, mas … eu não sabia a forma como ela se sentia. Sentamo-nos nuns bancos um pouco escondidos a alguns olhares. Um sítio discreto, como eu gostava.

–Brittany … - Ela fez uma enorme pausa. Devia estar a pensar no que ia dizer ou a ganhar coragem para o fazer. – Eu sei que já disse isto, mas desculpa. Desde o primeiro dia em que te vi, que não conseguia para de olhar para os teus enormes olhos azuis. Sei que é difícil de pensar. Mas foi difícil de pensar em ti por um tempo. Não que fosse mau pensar em ti, mas isso deixou-me maluca. Estava a ficar obsecada com a tua imagem. Os teus cabelos loiros, o teu corpo magnífico … Tudo e Nada ao mesmo tempo, percebes? E depois apareceu a minha ex namorada e eu não consegui dizer nada. Ela queria outra oportunidade e bem … Eu não me lembrei de ti nesse tempo. Eu ameia-a, ela era o meu mundo. Foi quem me fez querer assumir-me. E do momento em que a voltei a ver tive todas aquelas as recordações. Mas quando me lembrei de ti, senti que foi um erro enorme aceitar a Dani de novo. Sei que se passou apenas algumas semanas desde que nos conhecemos, mas eu sinto-me realmente bem. Por isso gostava que pelo menos fossemos amigas, que preciso muito de ti.

–Ah … Sim eu quero isso. Quer dizer. Não gostei que tivesses com a Dani mas …

–Ciúmes?

–Não. Quer dizer … Eu também gosto muito de ti. Podemos ser amigas?

–Sim é tudo que eu mais quero Brit.

Voltamos a falar de todo o tipo de assuntos, íamos ser amigas outra vez, mas no que é que isto ia dar? A Sant fazia-me tão bem.

No dia seguinte fui abordada pelo Sam, não da forma como gostava que acontecesse.

–Ouvi uns rapazes a dizer que saíste com a Santana, é verdade? Porque é que também não me chamaste. Eu não gosto que saias sozinha com ela. Para além disso é lésbica, tens que ter cuidado.

–Cuidado por ela ser lésbica? A serio, Sam? Não estou para isto. Gosto muito de ti, mas sinto que a nossa relação não esta a funcionar e para além disso … -Fiz uma pausa e ganhei coragem – Eu amo outra pessoa.

–Outra pessoa? Como assim? É essa Santana que te anda a confundir só pode. Tu não és Lésbica, apenas estupida. – Comecei a chorar como é que o Sam me disse isto?

–Nunca achei que me ias chamar isso! Não quero mais te ver. NUNCA MAIS, NA MINHA VIDA. – Saí a correr, fui para a casa de banho chorar em silêncio. Sentia-me mesmo mal, por todos os lados. Independentemente de me sentir mal, só havia uma pessoa que me apetia falar, a latina. Ela aparecia na minha cabeça, vezes sem fim. Queria ligar-lhe e assim o fiz. Peguei no telemóvel e liguei para o número que ela me tinha dado.

–San!?

–Que se passa loirinha? Passou-se alguma coisa?

–Preciso de ti … Quer dizer como somos amigas gostava de estarmos um bocado juntas. Posso ir ter á tua casa? – Perguntei ainda insegura COM MEDO DA resposta.

–Sim claro, que sim. Queres que te vá buscar agora? – Surpreendeu-me a sua disponibilidade para mim. Sorri.

–Daqui a uma hora se não for incómodo.

–Nunca me incomodas! Tenho tantas saudades tuas. Mas depois falamos melhor

–Mas ainda nos vimos, ontem.

–Eu sei, mas apenas sinto a tua falta és muito especial.

–E a Danielle?

–Não vamos falar disso agora, tá linda? Até logo. Vou contar todos os minutos até te ver, LOIRINHA.

Despedi-me e desliguei o telemóvel. Como é que era possível alguém tão boa como a Santana, ela fazia qualquer coisa por mim. Estava na altura de eu a seduzir. Ia fazer com que ela falasse com essa tal de Dani e terminasse o relacionamento com ela. Tudo que eu sabia era que ficava melhor, sempre que estava com a Lopez. Era uma espécie de medicação. A minha medicação ou até a minha droga. Estava cheia de saudade daqueles lábios latinos. Queria hoje eles colados aos meus. Eu Brit S Pierce ia me declarar á Santana.