Santana POV

Levei a Brittany a um jardim botânico porque era um dos meus sítios preferidos em Portugal. Transmitia-me tranquilidade, e fazia-me feliz. Estava feliz, estando apenas a acompanhar a Brit, foi difícil falar com ela no telemóvel, mas depois lá a convenci a aceitar sair comigo. Expliquei tudo da melhor forma possível. Pelo menos tentei. Como é que podia namorar a Dani e estar apaixonada pela Brittany? Era difícil pensar dessa forma, mas era assim que eu o fazia. Tinha tanta história com a Dani, amei-a tanto. Estava disposta a dar a minha própria vida. Faria qualquer coisa, qualquer coisa, por ela. Mas depois separamo-nos e a distância é uma BITCH. Achei que agora estando com a Dani ia sentir todos aqueles maravilhosos sentimentos que senti no Passado. Mas tudo se apagou. Sim sentia-me bem com ela, mas não era o mesmo que sentia agora pela Brit. Nunca deveria, ter aceito o namoro com a Dani. Mas fi-lo e agora tinha de arcar com as consequências. Tenho que falar com ela e dizer como me sinto. Acabar algo que não devia ter começado.

Quando comecei a contar á Brit a minha história com a Dani, vi a tristeza nos seus olhos. Tanto quanto a sua decepção sob mim. Arrependi-me plenamente de ter começado esta conversa, mas era extremamente necessário. É sempre preciso haver honestidade numa relação e embora eu a loirinha apenas fossemos amigas, ou nem isso, eu queria mais. Muito mais, do que uma simples amizade. Queria algo verdadeiro. Queria o nosso primeiro olhar. Olhar para o seu sorriso novamente aquele que ela fazia quando eu era perversa. Então sim eu queria mais. Não ia parar agora, nem nunca.

Fiquei surpreendida quando ela me ligou super triste. Queria ver-me? Finalmente podíamos estar juntas, claro que ainda não tinha falado com a Dani, mas eu queria tanto a minha loirinha. Apesar de ter ficado em extasse de felicidade, fiquei confusa com o que se tinha passado para ela querer estar comigo e falar. Demorei a tal hora que ela me pediu e depois fui directa para a sua escola. Para minha surpresa encontrei-a com aquele nojento “Troudy Mause”, talvez devesse ter sido mais rápida. Mal a vi chorar soube que algo estava errado. Meti-me ao barulho sem ser convidada, é claro! Aquele Sam obrigou-me a relembrar uns golpes típicos de latinas. Teve mesmo que ser.

Agora estávamos as duas na minha casa, chegamos rapidamente no meu carro.

–Então, como estás loirinha!? – Tentei meter conversa, já que no carro havia silencio constrangedor, pelo menos para mim.

–Bem … quer dizer melhor. Odeio chorar em frente das pessoas. Faz-me parecer tão fraca. Era suposto engolir este sentimento de tristeza mas tudo que faço é chorar. – Sorriu com um certo ar de tristeza.

–Não te preocupes com os que os outros dizem, só com as pessoas mais importantes, sim? Chorar não te faz parecer mais fraca, mas sim humana. Porque todos os humanos, ou seja nos sofremos. – Sorri. – Não sei se me devia ter metido não conversa entre vocês, mas quando vi o teu namorado a ser rude não resisti. E ninguém magoa a minha loirinha.

–Obrigada Sant, de verdade! – Abracei-lhe e senti aquele maravilhoso odor de Chanel

–Não precisas de agradecer. – Disse entre os seus braços – Sabes o que podíamos fazer?

–Não oque? Não me digas que é nadar nuas, que até te bato! – Ri a altos gritos. Ela era tão cómica.

–Por acaso … Se quiseres, pode ser. Já tenho saudades de ver esse teu corpo belo e sexy. – Sorri e a loirinha corou por completo. – Mas a minha ideia agora era vermos um filme e comer pipocas para engordar.

–Quem diria que até tens boas ideias – Sorriu-me com um ar angelical. Como era possível não se gostar de alguém tão perfeito assim? – Desculpa, mas para veres outra vez o meu lindo corpo tens que me levar a pelo menos três encontros. – Reparei que o seu rosto envolveu-se mais uma vez de tristeza.

–Que foi?

–Não devíamos … estar a falar assim … tens namorada. – Agora é que percebia o que se tinha passado. Que cena, tinha que ser honesta já, já, com ela.

–Eu nunca estive tão feliz na minha vida … Mas não é por estar com a Dani! Tu és a minha razão de ser! Desde que te conheci, não consegui tirar um sorriso do rosto enquanto penso em ti. – Ela estava com um sorriso perfeito no rosto. Também corada, mas não ia parar até lhe dizer de toda a forma que me sentia. – Pode ter sido estranho a forma como nos conhecemos, mas tudo mudou. A minha vida mudou. Tento todos os dias me impedir de te ligar, ou de te beijar quando estou contigo. Se reparares em perco-me deveras vezes no teu olhar. Belo e profundo olhar azulado. Talvez seja cedo para dizer AMO-TE, mas sinto que estou a ir num bom caminho para que isso aconteça. Quero-te, sem pressas, mas preciso mesmo de ti. Não quero que estejas com mais ninguém para além de mim. Dei que sou uma mala cheia de problemas mas por favor vamos tentar. Não me importo de te levar a encontros como gente normal. Mas quero-te só para mim. És alguém especial e eu sei disso. Mas se não concordares comigo por favor vamos continuar amigas. Adoro estar contigo, sinto-me mesmo bem quando estamos juntas. E da primeira vez que nos beijamos, senti aquilo a que os adultos chamam de borboletas! Sim eu sou adulta, mas percebes o que estou a dizer? – Virei-me para a Brit, agora era a vez dela de falar.

–E a Dani?

–Eu vou falar ainda hoje com ela, mas preciso de me sentir preparada para isso. Sei que vai doer tanto para ela como para mim. Vê-la sofrer, vai magoar-me. Mas não tanto quando te vi hoje a chorar em frente ao Sam. Senti o meu coração a quebrar a cada segundo. Não sinto mais aquele suposto sentimento dito, AMOR. Mas quero tentar contigo. Por favor diz-me alguma coisa.

POV OFF