Depois que anoitece, Dean encontra a chave de seu carro e então os dois comemoram com direito a pulos de vitória vindos de Dean. Sam tira a Colt do carro de Bonnie e guarda no porta-malas do carro de Dean, junto com as outras armas e primeiros socorros. Dean está prestes a entrar no carro, - e Sam está para fechar o porta-malas, - quando os dois veem uma garotinha parar na frente do carro de Dean.

–E aí garotinha, o que está fazendo aqui? Criança devia estar dormindo a essa hora. – Sam comenta brincalhão, mas a menina nem se mexe.

–Não sou uma criancinha. – Ela resmunga.

Então a menina levanta sua mão e imediatamente seus olhos ficam brancos por completo. Dean e Sam se entreolham, assustados. Sam é jogado para longe contra a cerca de proteção, enquanto Dean fica sem ar. Ele se abaixa e sente um aperto por dentro do seu corpo e quando se dá conta, Dean está vomitando sangue. Sam se levanta do chão, mas a garotinha faz um gesto que o faz voar contra a cerca novamente e cair no chão. De repente, tudo se acalma. Curiosos, erguem a cabeça para verificar o local, e então Dean só encontra um homem a sua frente, que estende a mão para ajuda-lo.

–Não, fique longe de mim. Sam, joga a Colt. – Dean pede, encarando o homem.

O homem então levanta a barra da calça e mostra o símbolo de anti-possessão tatuado na panturrilha de sua perna. Dean franze a testa sem entender. E após o homem também mostrar uma tatuagem de anjo nas costas inteiras, Dean entende. Castiel. Sam está apontando a arma para o homem, quando Dean grita.

–Não! – Dean se levanta com dificuldade, ainda se sentindo meio estranho. - Ariel Montenegro?

–Eu mesmo. Você está bem?

–Quem é ele? – Sam pergunta, guardando a arma.

–Ah, ele é o meu anjinho da guarda. – Dean brinca, fazendo Ariel sorrir e então Sam não entende mais nada.

–Tudo bem, – Diz Sam com desdém – mas pra onde aquela garotinha foi?

–Digamos que ela não gosta da minha presença. Eu fui a fada madrinha dela uma vez e em vez de dinheiro, eu coloquei uma rapadura embaixo de seu travesseiro. Digamos que toda vez que me vê, sai chorando. – Ariel usa seu tom sarcástico.

–Sério? – Sam pergunta desconfiado.

–Às vezes eu fico me perguntando se você realmente é meu irmão. – Dean olha para Sam, incrédulo.

Enquanto isso, na calada da noite...

Katherine sai para se alimentar de pessoas ingênuas, quando, andando pelas sombras da calçada, ouve Damon murmurando de dor. Seguindo sua poderosa audição, ela o encontra encostado nos fundos do teatro, que agora está fechado. Damon nota a presença de Katherine e então tenta pensar em algo o mais rápido possível, mas não consegue disfarçar o suor insistente que o ensopa.

–Damon? O que está acontecendo? – Katherine se ajoelha ao seu lado.

–Só estou vendo as estrelas. Ali tem uma constelação. – Damon murmura.

–Damon, fala sério. Você está horrível. – Katherine diz realmente preocupada.

–Katherine, vá embora.

–Não, eu não vou embora. Seja lá o que você tem, vou te fazer companhia até me contar. – Katherine senta-se ao lado de Damon, observando-o de perto. – E então?

–Eu não quero a sua ajuda. Vá embora. Agora. – Damon a olha, insistente. – Não vê que não quero companhia? – Damon geme.

–Se você fosse um humano, juro que ficava preocupada com tamanho sangue na sua blusa. Se alimentou de uma mulher e ela te surpreendeu com golpes de MMA?

–Katherine... – Damon se ajeita, olhando agora para ela – Se você não me ama, porque ainda se preocupa tanto comigo? Por que não vai embora de uma vez e me deixa em paz? – Damon franze a sobrancelha em piedade.

–Tem razão, eu não te amo do jeito que amo Stefan, mas eu me preocupo com você. – Katherine acaricia o rosto de Damon – E eu quero te ajudar, seja lá o que você tem.

–Eu estou morrendo. Um lobisomem me atacou e a mordida está horrível. Não acho que eu passo dessa noite, então, - Damon sente uma fisgada forte – não quero que fique para me ver morrer.

–Não, eu vou dar um jeito de te curar, não se preocupe. – Katherine o olha nos olhos e então, os dois se beijam por longos minutos.

Na casa, Ana já voltara do hospital e agora está grudada nos braços de Dean, deitados no sofá e assistindo um filme, algo que não faziam há um bom tempo. Elena e Stefan estão abraçados, Bonnie está cortando frutas para fazer uma salada e Sam está assistindo também ao filme, se sentindo mal por não ter um par no momento. Stefan então sente o cheiro de sangue e vê Bonnie com o dedo cortado. Ele fecha os olhos com força e Elena percebe a agitação de Stefan.

–O que houve? – Elena o olha e então também vê o corte no dedo de Bonnie. – Stefan, respira fundo.

–Não dá. Elena, estou há algum tempo sem sentir o sabor... – Os olhos de Stefan se tornam vermelhos.

–Stefan, por favor, se controle. – Sam comenta, percebendo a situação.

Stefan avança como vulto para cima de Bonnie e a prende pelo pescoço contra a parede da cozinha, enquanto morde o seu pulso, sentindo o delicioso sabor do sangue fresco e humano descendo pela sua garganta. Elena está gritando, mas nada o para. Então Katherine aparece de repente e como vulto, afasta Stefan, tentando segurá-lo no outro canto da casa. Stefan está eufórico e impulsivo, e tenta se livrar das mãos de Katherine que o prendem.

–Stefan! Olhe para mim. – Katherine pede.

–Stefan, por favor! Você vai mata-la! – Elena suplica aos prantos, segurando Bonnie em seus braços, estancando o sangue com um pano da cozinha.

–Não é problema meu. – Stefan resmunga, salivando, sem tirar os olhos do sangue de Bonnie.

–Stefan! – Elena e Katherine dizem ao mesmo tempo. Katherine de modo rígido, e já Elena, como súplica, sem segurar as mais lágrimas que vem a tona.

–É tão difícil se controlar? – Dean pergunta, indignado, agora em pé no meio da sala, como todos os outros.

–Stefan, olhe pra mim. Por favor! – Katherine força Stefan a olhá-la – Respira fundo. Se acalme, você consegue se controlar, eu acredito em você. Por favor. Respire fundo...

Stefan vai diminuindo a respiração aos poucos, enquanto olha Katherine nos olhos até sentir seus olhos voltarem ao normal. Stefan olha para Elena pensando em uma maneira de se desculpar e percebe que ela está trêmula e assustada. Katherine o solta ao perceber seu autocontrole e então Stefan limpa o sangue de sua boca e perplexo com o próprio ato, sai da casa, atordoado. Katherine vai até Bonnie e Elena, e rasga seu pulso, dando à Bonnie seu sangue para curar tal estrago feito por Stefan. Alaric bate na porta e entra no mesmo instante, observando tal cena.

–Não pensei que eu iria dizer isso a você, mas... Obrigada. – Elena diz, limpando as lágrimas.

–Onde você esteve Katherine? Não te vejo desde o acontecido no hospital... – Dean pergunta.

–Estive recuperando minhas forças. – Katherine pisca de um jeito charmoso, enquanto se levanta do chão.

–Recuperando forças? Entendi... – Sam murmura, sentando-se na poltrona da sala novamente e voltando a ver o filme.

–O que aconteceu aqui? – Alaric franze a testa, tentando entender a situação.

–Stefan se descontrolou quando viu o sangue de Bonnie e avançou nela. Gostou do meu resumo? – Ana se gaba, sorrindo inocentemente.

–Gente, eu preciso de ajuda. Na verdade não sou eu, mas... – Katherine diz ao se levantar.

–O que foi agora? – Bonnie pergunta, levantando-se do chão, assim como Elena.

–É o Damon. Ele está morrendo... – Katherine morde o lábio.