Segunda-feira de manhã... É... Essa segunda não será fácil pra ninguém, principalmente para mim.

Depois que terminei de me arrumar, me dirigi até a cozinha para pegar um pacote de cookies que eu amo . E as belas notícias de todas as segundas, são: (a) Levar a minha irmã para a escola. (b) Passar o dia, literalmente, todo na escola. E tudo isso é muito ruim.

–– Katherine, acorda! -- chamei-a, tirando o edredon que cobria todo o seu, belo, corpo.

–- Já estou indo. -- ela disse, respondendo ao meu chamado.

–- Você tem vinte minutos. Vou te esperar lá em baixo. -- avisei.

Eu já desci sabendo que a pirralha iria demorar dois milhões de anos para se arrumar.

Tirei o carro da garagem do prédio e fiquei dentro dele.

Tomei um susto quando Katherine bateu na janela. Abri a porta e ela entrou. Ela bateu a porta como se fosse uma janela que tinha dificuldade de fechar. Olhei torto pra ela.

–- O que foi? -- ela me perguntou como se não tivesse feito nada.

–- Sem dúvidas, nós não temos geladeira em casa.

Ela bufou. E eu dei partida no carro.

–- Você vai me esperar para ir embora comigo, ou vai querer ir embora antes? -- perguntei, depois de alguns minutos de silêncio.

–- Vou te esperar.

–- Mas você não prefere ir pra casa?

–- Qual foi a parte do "Vou te esperar" que você não entendeu?

–- Okay, senhora grosseira. -- ironizei.

***

Sabe quando você não presta atenção em nada. Foi isso que aconteceu comigo, durante todas as aulas. Sem excessão.

Quando deu a hora do almoço, sai em disparada para o meu lugar predileto de toda a escola.

Porém, o meu caminho foi interrompido por um ser humano. Desprezível...

Até o momento.

Karen. Ela me olhava furiosa, e cuspia fogo.

Não dava para ver claramente, mas acredite, quando ela está me olhando furiosa ela está cuspindo fogo.

–- James Allen. -- ela disse, apontando o dedo indicador para o meu rosto.

–- Oi. -- respondi ao seu chamdo, totalmente desligado.

Eu virei, levemente, o meu rosto para o lado. E senti uma mão, levemente, quente colidindo com a minha face. Senti arder.

–- O que, exatamente, foi isso? -- perguntei, sem acreditar que a Karen tinha batido na minha cara.

–- Isso é para você ver que eu não quero mais nada com você! -- ela respondeu, super exaltada. Gritando.

Eu percebi que estava se formando uma roda, em volta de nós dois.

E eu estava ali que nem um palhaço, sem entender porra nenhuma.

–- Tá bom. Mas por que isso? Eu fiz alguma coisa? -- perguntei.

De repente notei que havia uma garota pedindo espaço pela multidão, uma pessoa muito agitada.

Katherine!

–- Eu preciso ver isso de camarote! -- Katherine disse rindo.

O que havia de engraçado naquilo tudo? Porra nenhuma.

Olhei pra Katherine. E mexi as mãos querendo dizer que eu não estava entendo nada. Ela repetiu o mesmo gesto. Eu assenti com a cabeça.

–- Nunca mais olhe na minha cara! -- Karen disse.

–- Foda-se. Não me importo. -- falei, dando de ombros.

Ela deu meia volta e saiu.

As meninas que quase se jogam pra cima de mim, estavam dando pulinhos de felicidades.

Fui em direção ao meu carro. Entrei nele. E meti a minha cabeça no volante. Já que eu não era um avestruz para enfiar a minha cabeça em baixo da terra.

Algo despertou a minha atenção. Olhei para o lado e a Katherine estava falando alguma coisa com uma das poucas amigas que ela tem. Fiquei observando essa situação durante alguns minutos. De repente ela resolveu bater na janela. Abri a mesma.

–- O quê que foi Katherine? -- perguntei, sem muita paciência.

–- Eu queria falar com você.

Eu olhei para ela tipo: Não estou afim de falar com você.

–- É só um minuto. -- insistiu.

Abri a porta.

–- Eu quero te contar uma coisa.

–- Tá bom. Desenrola. Não estou com paciência.

–- Hm... -- ela cessou por uns segundos. -- Eu estou namorando com o seu melhor amigo.

–- NICHOLAS? -- berrei, incrédulo.

–- Não. Richard. -- ela balbuciou.

–- Hãm? -- perguntei, sem entender porra nenhuma. E acredite, sem vontade nenhuma de entender.

–- Richard. -- ela disse, e eu fiquei paeralisado.

EU SOU MUITO MAIS BONITO QUE ESSE FILHO DA PUTA. MUITO MELHOR. FICA COMIGO, KATHERINE!

–- Ah sim. Acabou? -- falei, expressando total desinteresse.

–- Não. Ele pode ir lá em casa hoje? -- ela me perguntou.

–- NÃO!

–- Por que?

–- Porque você só tem catorze anos.

–- Quinze. -- ela me corrigiu. O que me irritou.

–- Tanto faz. Dane-se. A minha resposta é, NÃO.

Ela saiu sem me responder.

Sem dúvidas eu vou faltar as aulas de tarde. Não estou com a miníma vontade de frequenta-lás.

Saí do carro correndo, e fui atrás de Katherine.

–- Katherine! -- chamei-a, e puxei a mesma pelo braço.

–- Fala.

–- Eu estou indo pra casa. Vamos.

–- Se der pra me soltar... -- ela disse, apontando para a minha mão.

Fomos em direção ao carro. E entramos no mesmo..

Concluímos o nosso percurso sem uma palavra. Katherine devia estar naqueles dias. Porque olha...

Fui para o meu quarto e deitei na cama. Aliás me joguei. Soterrei os meus fones, no meu ouvido obviamente.

Depois disso só senti uma pessoa me cutucando.

–- JAMES! MEU DEUS!

–- Caralho Katherine. Você adora me encher a paciência! -- reclamei, retirando os fones dos meus ouvidos.

Me sentei, e ela sentou do meu lado.

–- Tá. Você está chateado comigo? -- ela perguntou, me olhando fixamente.

–- E no que isso te importa?

–- Porque...

Ela se calou, e eu continuei à olha-lá. Ficamos nos olhando sem cessar, durante um minuto.

Alguma ação involuntária (com certeza) partiu do corpo dela. Fazendo com que nossas bocas se encostassem. E selassem-se em um beijo.