– V-vo-vocês transaram? – Eu estava em choque, ainda não tinha caído totalmente à máscara.

– Quer um megafone Rose? – Lily que estava da cor de um tomate falou meio tensa.

– Se esse moleque disser que sim eu mato ele. – Al cerrou os punhos.

– Aqui você só mata a Lily, da morte do meu irmão cuido eu. – Eu sorri que nem uma assassina maníaca.

– Quer saber? Vão todos cuidar da vida de vocês, a minha vida não diz respeito a nenhum de vocês, nem a você Al. – Lily descruzou os braços e falou bem séria. – Até parece mesmo que vocês se importam, por uns segundos pareceu. – Ela pegou a bolsa e saiu da sala deixando todos nós para trás, Roxanne foi logo atrás.

– Lily? – Al tentou frustradamente chamá-la, mas ela não deu nem bola, nem se quer olhou para trás.

– Valeu e falou pra vocês. – Hugo foi se retirando da sala.

– Epa, pensa que é assim, você transa com a minha irmã, sua prima e sai fora? – Al foi caminhando devagar.

– Eu não sai fora, não vou deixá-la. Não banco esse papel que nem vocês. – Hugo respondeu sem titubear. – Agora eu posso sair daqui dessa reunião para a qual eu nem quis participar?

– A gente conversa amanhã. – Eu fiz menção para que ele subisse.

Eu fiquei pensativa no assunto, mas não quis voltar a falar dele. Al se retirou dali do tamanho de um bombom, Domi se despediu de Luke, levou-o até a entrada da sala.

– Você está bem Rose? – Era Scorpius, ele se sentou bem do meu lado.

– Mais ou menos, não se descobre que uma de suas melhores amigas não é mais virgem e não lhe contou. – Eu passei a mão pelos cabelos.

– Você contou sobre a gente para ela? – Ele parecia que queria me fazer se sentir culpada.

Será que eu tinha culpa?

– Não.

– Então eu acho que você não pode cobrar dela o que você não fez. – Ela franziu a testa e me encarou com aqueles olhos cinza.

– Acha que eu agi errado? – Eu baixei a cabeça.

– Acho que não precisava você bancar a irmã protetora logo agora. – Ele passou a mão pelo meu ombro.

– Eu me preocupo com ele, e com ela também. – Eu tentei me convencer de que eu estava certa.

– Seu irmão tem uma vida Rose, do mesmo jeito é a Lily. – Ele passou a mão pelos meus cabelos. – Eles estão vivendo o momento deles, e é bom que você e o seu primo esquentadinho entendam isso.

– Então eu não devo me meter? – Eu me dei por vencida.

– Eu acho que você deve conversar com sua prima, você e a Domi deviam aconselhá-la, orientar sabe? – Eu fiquei realmente impressionada com aquilo que eu estava ouvindo, meu namorado, Scorpius Malfoy dando conselhos para mim.

– Tá amor. Eu sei. – Eu deitei em seu ombro e passei a mão pelo seu peito. – Mas e o meu irmão, quem dar conselhos a ele?

– Eu me encarrego disso, pode deixar. Conselhos para mulheres são totalmente diferente de conselhos para homens. – Ele beijou minha testa. – Agora eu já vou. – Ele me afastou e se levantou.

– Tá, tudo bem. – Eu me levantei junto com ele, mas não fiz gesto que ia acompanhá-lo e achei que ele nem esperou isso, pois saiu em direção à porta.

– Amor? – Eu o chamei.

Ele parou de imediato e se virou pra mim.

– Oi? – Quando aqueles olhos cinza pairaram em mim eu estremeci.

– Eu não posso dormir sem te beijar. – E me joguei em seus braços.

Ele correspondeu o beijo de imediato. Passou uma as mãos por minha cintura e me apertou contra seu corpo. Eu confesso que fui abestada de trocar meu namorado lindo por aquele assunto, mas agora só me resta aproveitar.

Dei um leve puxão em seus cabelos e mordi seus lábios, eu sabia que ele gostava disso, não é entanto que a resposta foi imediata, ele desceu a mão para o meu bumbum e logo em seguida minhas pernas e me puxou. Ele literalmente estava me segurando nos braços, ele saiu caminhando em direção ao sofá.

Nos sentamos, eu por cima do seu colo depositando beijos quentes em seu pescoço e ele me apertando fazendo movimentos que qualquer um que visse pensaria que já estava acontecendo algo. Tudo indo de vento em poupa e a Dominique aparece.

– Ai. – Ela deu um leve gritinho que fez com que me assustasse levemente.

Eu quase caio do sofá, fui para um lado e Scorpius se levantou de uma vez, todo assanhado e desgrenhado. Eu com a blusa toda amassada e com o short aberto. Confesso que queria matar a Domi.

– Foi mal casal, mas antes eu que a D.Minerva. – Ela indicou a porta. – Boa noite Scorpius.

– Boa noite Domi. – E saiu aos tropeços da sala.

Ela me olhou com uma cara que dizia assim “De santinha só a pose em Rose!”. Eu me levantei e sai em rumo ao meu dormitório.

***

Eu acordei e decidi de acordo com os conselhos do meu namorado que não ia perturbar meu irmão e nem minha prima com tal assunto, eles mereciam um pouco de privacidade, mas o que eu acho meio difícil é o meu primo esquecer isso tão rápido.

Eu terminei de me vestir e sai do meu quarto, e parece até ironia do destino, na hora em que eu coloquei a cara fora, Lily estava vindo.

– Bom dia Lily. – Eu sorri.

– Bom dia. – Ela sorriu de volta.

E ficamos ali paradas, sem dizer uma palavra se quer, até que a Domi apareceu logo atrás de mim.

– Rose abre espaço, eu quero passar. – Esse era o modo carinhoso dela me pedir licença. – Oi Lily, bom dia?

– Oi Domi, bom dia. – Ela deu o mesmo sorriso para Dominique.

– Alguém quer falar sobre ontem? – Dominique nos puxou para perto. – Aposto que você quer falar. – Ela encarou Lily por uns segundos.

Depois de uns segundos de silêncio Lily respondeu.

– Sim, eu quero!

– Yeh, eu sabia. – Dominique ficou dando pulinhos. – Entra aqui, a Lívia e Sisi já saíram. – Nossas duas colegas de quarto.

Eu não sabia se estava preparada psicologicamente para saber da vida sexual ativa do meu irmão, era nojento. Mas era a Lily, então eu tinha que ouvir.

– Ok, pergunta que não quer calar. – Domi se sentou do lado de Lily na cama. – Foi bom?

– Foi sim, ontem foi a minha primeira vez definitiva, já tínhamos tentado uma vez, mas eu desisti.

– E por que você desistiu da primeira vez? – Foi minha vez de perguntar.

– Eu estava com medo e insegura, e sem falar que nenhum de nós dois tínhamos camisinha. – Ela deu os ombros.

– Ah claro, nunca sem camisinha. – Dominique repetiu umas duas vezes aquilo. – Ok, e doeu?

– Sim, muito. – Ela levou as mãos aos cabelos. – Mas depois se tornou uma dor prazerosa.

– Ele foi rápido ou devagar? – A curiosidade daquela loira não tinha tamanho, mas confesso eu tava ficando mais interessada no assunto.

– Foi devagar, acho que ele tava com medo de me machucar.

– Foi romântico ou selvagem? – Nessa hora eu ri bastante. – Rose, para. Eu to falando sério.

– Desculpa. – Eu tentei me conter. – É que foi realmente engraçado essa pergunta.

– Ignora ela Lily.

– Foi romântico, teve velas e flores no chão e jantar. – Os olhos da baixinha brilhavam enquanto ela falava. – Eu juro que foi especial.

– Own, nem acredito que meu irmão, aquele troglodita fez isso tudo. – Eu fiquei impressionada.

– Pois ele fez, e foi perfeito. – Ela sorriu tão encantada. – Agora vamos meninas, to com fome. – Nossa velha Lily voltando às origens.

– Ok então. – E saímos todas juntas para o Salão Principal.

***

P.O.V Scorpius

De uns tempos pra cá eu peguei mania de acordar cedo, geralmente eu era o penúltimo a acordar, perdendo somente para o Al é claro. Ele sempre é o último a acordar.

Eu me levantei e fui tomar banho, eu preferi passar uma borracha nas tretas de ontem, afinal eu não sou nem o irmão da envolvida e nem a irmã do envolvido, eu sou apenas um especulador. Só que eu havia esquecido que iria dar uns conselhos para o meu cunhadinho querido. Pra quê? Agora vou ter que dobrar o Al a conversar com o moleque.

Eu terminei minha ducha e saí de toalha, como era de se esperar, o Luke já havia acordado e tava se levantando.

– E ai? Se acertou com a Ruiva? – Ele perguntou se levantando.

– Claro. – Eu confirmei e me intriguei. – Ué, como você sabe?

– Dominique me falou. – Ele piscou o olho e entrou no banheiro.

– Minha vida íntima agora é pública? – Eu falei num tom que dava pra ouvir do banheiro.

– Sempre! – Luke respondeu do banheiro e Al também respondeu, mas esse ainda estava deitado.

– Ué, tá acordada mocinha? – Eu joguei minha toalha em cima dele.

– Ah, qual é? Essa toalha imunda tu joga em cima de mim, sabe lá Deus onde ela passou. – Ele rebolou de volta.

– De vez em sempre tu parece uma mulherzinha reclamando. – Eu debochei dele, aproveitando que ele tava para brincadeiras.

– Eu não te quero mais loira, você me dispensou. – Ele se sentou na cama e fez uma coisa com a boca, que jurando ele, era sensual.

– Cadê, se acalmou? – Eu joguei a primeira pergunta.

– Ta falando de ontem? – Ele especulou arqueando as sobrancelhas.

Mania desse povo de responder uma pergunta com outra pergunta.

– Ele está falando do fato do seu primo ter pego a sua irmã. – Luke saiu do banheiro já com a calça e a blusa do time.

Eu fiquei me perguntando por onde diabos esta criatura passou com essas roupas.

– Ah. – Al se levantou da cama.

– Ainda quer arrancar a jugular do meu cunhadinho? – Tututss! Segunda pergunta.

– Não. – Ele me encarou como quem dizia “Que porra é uma jugular?”.

– E não te incomoda o fato deles terem transado? – Luke sempre tão direto.

– Ah Zabine, qual é? – Eu joguei a camisa na cara dele. – Eu preparando o território e tu vai e joga uma bomba dessa.

– Sabe onde é pra você enfiar essa camisa, né? – Zabine me fuzilou por uns segundos.

– As moças querem ouvir minha resposta, ou não? – Nós dois paramos para escutar atentamente. – Não me incomoda o fato do Hugo ter transado, na verdade eu achei muito foda, está honrado o legado Weasley. O que me incomodou e vai me incomodar é o fato de ser com a minha irmã. Entenderam? – Fizemos que sim com a cabeça. – Com tanto que ele não trate ela como objeto sexual, sem problemas. – E assim deixou ele encerrou o assunto e foi tomar banho.

...

Como hoje era dia de jogo, todas as casas estavam eufóricas e ansiosos, o campeonato de quadribol continuava a partir de hoje, e como todos sabem, o primeiro jogo é sempre o pior e o último sempre é o melhor. Sem falar que isso gera pontos para nossas casas, para o campeonato das casas, não menos importante que esse.

Todo o time da Sonserina se reuniu na mesa do café, era tradição antes do jogo. Eu não estava nervoso, eu sempre ficava muito tranquilo, ainda mais sabendo que nosso time era o melhor, espírito de Sonserino, honro a minha casa com orgulho.

Rose acenou para mim de longe, eu sabia que uma hora ou outra nossas casas iriam se confrontar, minha ruivinha não jogava, mas era outra que honrava sua casa, e eu respeitava.

– Não vai falar com sua musa Scorpius? – Jeff, o outro batedor do meu time perguntou.

– Não agora. – Eu pisquei o olho.

Só tinha duas meninas no nosso time, Vivian e Ivi, uma do sexto ano e a outra do quinto, eram atacantes. Eu era o goleiro, acho que já disse. Luke era batedor, Al era nosso apanhador, Jeff era o outro batedor e o Rick era o outro atacante.

Todos estávamos concentrados, organizando nossa estratégia para o jogo contra a Lufa-Lufa, até que Jeff nos interrompe.

– Scorpius?

– Oi? – Nem se quer olhei pra ele.

– Ela quer falar com você. – Eu levantei a vista para olhar se era minha musa, mas não, não era ela e preferia que não fosse ninguém.

– O que ela quer com você? – Al perguntou me encarando com uma expressão bem séria.

– Te juro que eu não faço ideia do que essa garota quer.

Samilly estava parada ali, querendo falar comigo. O que diabos esta mulher quer?