Voluntários - Interativa escrita por BDP


Capítulo 19
Capítulo 19 - Volte Para Nós


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povo bonito! Então, escrevi esse capítulo por um motivo: amo muito vocês porque estou SUPER atolada com os estudos E tem um monstrinho/dinossauro comendo meu útero, ato mais conhecido como cólica.
Enfim, vamos ao capítulo?



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Ed já tinha conseguido ter acesso a praticamente todas as câmeras da cede. Só faltava uma sala. Ele tinha quase certeza – e sua suposição era certa – que o andar em que sua dificuldade estava localizada era destinado aos Voluntários.

Depois de um tempo tentando, ele conclui: não havia câmeras ali. Então, resolveu se contentar ficar vigiando as filmagens que ele conseguia. Logo, viu a Voluntária Cassandra, saindo da sala sem câmeras.

O menino rapidamente pegou o microfone, avisando a todos:

– Gente, estou vendo a tal de Cassandra. – Ele parou por um segundo, analisando a garota seguir um agente até o elevador. – Ela está descendo, até o... último andar, no subsolo.

– Nós vamos até lá – avisou Lizie.

– Tudo bem... só tenham cuidado – falou Ed. – E... Fin? Proteja Lizie e traga Eno de volta.

– Não precisava nem pedir. – Ele respondeu, enquanto Lizie revirava os olhos. Ela podia muito bem cuidar de si mesma.

~~~

Metamorfo precisava desesperadamente achar Zac e forçá-lo a trocar seu coração com Annie. Ele precisava se livrar daquela garota, rápido. Não aguentava mais aquela dor, o comprimindo e o matando por dentro. Era infernal. O garoto não parava de repetir para si mesmo que era melhor continuar com a fachada, não deixar ninguém se aproximar, afinal, isso funcionou por anos, não é mesmo? Seres humanos são criaturas más, abominações rastejando pela Terra.

Então ele olhava para a pequena Sky ao seu lado e não conseguia continuar a pensar daquele jeito. A garota era o contrário de tudo que pensou que teria na vida. Depois da morte de seus pais, seu coração se encheu de puro e ardente ódio, nada mais e nada menos, envenenando seu corpo e alma, fazendo uma armadura, uma carcaça, privando as pessoas do verdadeiro Matthew. Então, ele nunca achou que teria uma segunda chance, que alguma alma pura, como Sky, gostaria dele e quisesse seu bem. Era tão bom estar do lado dela.

Ao pensar nisso tudo, Metamorfo sentiu uma súbita vontade de largar tudo ali mesmo e abraçar Sky, coisa que, ele reparou, não fazia com tanta frequência quanto deveria.

– Sky?

A pequena, que andava um pouco a sua frente, parou e virou-se. Fitou Metamorfo com seus olhos azuis de criança, mas, ao mesmo tempo, tão determinados a fazer mais, a ajudar.

– Sim?

Ele se ajoelhou, para ficar na mesma altura que ela, esboçou um pequeno sorriso. Definitivamente não estava acostumado a fazer isso.

– Não é nada demais... é que, bem – ele limpou a garganta, desconfortável com o que estava prestes a dizer –, eu só queria que você soubesse... que, não importa o que aconteça hoje, eu te amo, ok? É, Sky, você me ganhou. Está vendo? Quem diria que eu estaria aqui um dia, abrindo meu coração para uma criança que é metade do meu tamanho?

Os olhos de Sky se encheram de alegria e seu rosto se dividiu, em um sorriso alegre.

– Posso ter metade do seu tamanho, mas luto melhor que você! – Brigou Sky, rindo alto, muito alto e se jogando nos braços do mais velho, o abraçando. – Eu tam...

Sky não pode terminar a frase, enquanto Metamorfo abrasava e segurava a pequena em seus braços, ele pode ver um agente se aproximar por cima do ombro da garota.

Antes que o homem pudesse ver o rosto de Metamorfo, ele se transformou, era agora um agente que tinha visto há um tempo e, com sorte, tinha guardado as feições.

– Quem são vocês?! – Perguntou o homem, arma em punho, mirando em direção aos dois Voluntários.

– Sou um agente também, como pode ver – disse Metamorfo, se aproximando – vim diretamente da capital. Tenho ordens para trazer esta Voluntária, ela pode ser pequena, mas é muito especial – a cada palavra, Metamorfo se aproximava mais do agente, assim como Sky. Nesse momento, os dois já estavam em frente a ele.

– Por que...? – O homem começou a dizer, mas foi impedido.

Metamorfo desferiu um soco na cara do agente, sentindo os ossos do nariz do homem se quebrarem sobre a força de seu punho. Sky, por sua vez, o derrubou com um golpe de judô, mas rápido do que qualquer pessoa jamais poderia fazer.

A garota subiu em cima do agente e o dominou, pressionando seu antebraço contra a garganta do agente e arrancando a arma dele com um braço.

– Porque – Sky disse, completando a frase do homem, enquanto Metamorfo voltava ao normal –, nós somos Voluntários com muita, muita raiva. E – ela se virou para Metamorfo, sem diminuir o aperto na garganta do homem – nós nos amamos muito.

Metamorfo sorriu, abaixou e estava prestes a dar outro soco na agente para deixá-lo, de vez, desacordado quando um som o parou. Um disparo.

Seguido por vários.

Era muitos agentes, dezenas. Todos eles atiraram ao mesmo tempo, sem hesitar. Metamorfo se jogou no chão, para tentar escapar das balas, esperando que Sky fizesse o mesmo.

Mas ela não o fez.

A cena aconteceu muito rápido, rápido demais para que Metamorfo entendesse apropriadamente.

As balas voavam em direção aos dois com velocidade máxima.

Sky se levantando e ficando de pé, na linha de tiro.

E Metamorfo desesperado. Mesmo que corresse, nunca chegaria a tempo.

– SKY, SE ABAIXE! – Metamorfo grita, tentando alcançá-la, mesmo que fosse impossível.

O garoto estava a ponto de chorar de desespero quando viu Sky levantar as mãos e fechar os olhos. Ele gritava, pedindo para que ela se protegesse. Mas ela nem prestava atenção. E então, algo muito estranho aconteceu. Metamorfo fechou os olhos e, quando os abriu novamente, não estava mais no mesmo lugar, estava a pelo menos cinco metros a frente, segurando o ombro de Sky, no exato momento em que as balas param no ar, congeladas. Como mágica.

Sky usava seu poder, ela abriu os olhos e sorriu. Tinha conseguido. Ela empurrou a mão com força para frente, direcionando as balas de volta para seus donos. Sky nunca as direcionou para o coração de nenhum deles. Elas perfuravam pernas e braços, causando destruição e machucados por onde passavam ou raspavam.

Os agentes caíram no chão. Feridos demais para rebaterem.

Metamorfo apertou o ombro de Sky, ainda chocado e sem entender o que ele havia feito, mas preocupado com a pequena.

– Você está bem? – A garota fez que sim com a cabeça. – Precisamos sair daqui. Rápido.

Ele pegou a mão da garota e começou a correr para a direção oposta dos agentes. Sky não conseguiu evitar olhar para trás, dando um último deslumbre na destruição que causara.

~~~

Fin e Lizie desceram as escadas correndo. Ed cometera o erro de prestar atenção apenas naqueles dois, já que precisavam de orientação, então acabou não vendo o que ocorrera com Metamorfo e Sky.

– Só faltam mais cinco andares – informou Ed, prestando mais atenção em Cassandra, que acabara de chegar a uma porta grossa de ferro. Em alguns segundos, a mesma abriu e Ed ficou pasmo. Eno estava ali dentro. – Gente... encontrei Eno. Ela está no último andar com Cassandra. Corram!

Os dois Voluntários começaram a correr ainda mais rápido. Tinham que chegar a tempo.

Quando, finalmente, chegaram ao último andar. Eno e Cassey já estavam chamando o elevador. Assim que a irmã Sumpter viu Fin ela quis correr até ele e abraçá-lo, mas lançou um olhar discreto a Cassey, sua nova companheira. Não poderia fazer isso ou abalaria toda a confiança da mais nova nela.

Sendo assim, ela levantou a cabeça e ficou assim, firme, mas sem olhar para o irmão. Não conseguiria manter a compostura.

– Eno! – Finn gritou, sem se contentar ao ver sua irmã.

Ele estava prestes a correr até ela e abraçá-la, já tinha dado um passo, mas Lizie segurou seu braço. Ela viu algo na expressão determinada de Eno, não seria fácil trazê-la de volta.

– Eno? – Chamou Lizie, sorrindo como se estivessem se encontrado num parque. – Está tudo bem?

O que Lizie queria era tempo. Precisava entrar na cabeça de Eno usando seu poder e conversar com ela sem que Cassandra percebesse. Ela apertou o braço de Fin, pedindo para ele confiar nela com o gesto. O recado foi recebido.

Lizie olhou para Eno mais atenta e concentradamente. E, fácil assim, já estava na mente da garota, que sabia o que Lizie fazia. A morena perguntava na mente da loira, por que ela estava fazendo isso com eles. E por que continuar com isso.

Eno estava desesperada, não sabia ao certo as respostas para as perguntas de Lizie, por isso, bloqueou a mente, como qualquer bom telepata deveria saber fazer. Ela, por um segundo, perdeu a pose e olhou para o chão, negando com a cabeça.

– Chega desse emocional todo – interferiu Cassey. – Não tem nada que vocês possam fazer. Ela já fez sua decisão, está do meu lado. Não é, Eno?

A loira só conseguiu fazer que sim com a cabeça, olhando para o chão. Então, um barulho agudo soou pelo local, indicando a chegada do elevador. Cassey sorriu, perversa.

– Quero que todos os agentes entrem no elevador, agora. Fiquei tranquilos, é impossível qualquer prisioneiro fugir.

Sendo assim, todos – com medo de contrariar –, se juntaram no fundo de elevador. Cassey olhou para Eno e fez um gesto com a cabeça, apontando para o elevador. Era a deixa para ela sair de cena. Eno já estava entrando no elevador quando Lizie disse:

– Eno? – Ao ouvir a voz de Lizie, Eno parou e se virou, atenta. – Ainda há tempo para mudar de ideia. Volte para Fin, para o Ed, para mim, para todos nós. Volte para nós, seus amigos, Eno. Você não está sozinha.

Então Cassey reparou que, talvez, a conversa de Lizie estivesse funcionando para Eno, por isso, teve que agir rápido:

– Isso tudo é muito lindo querida, realmente é. Me emocionou. Mas não tenho tempo para isso. Em vez disso, minha adorável Elizabeth, vou te deixar um presente. – Cassey fez um gesto com a mão e então, um tigre apareceu entre na frente de Fin, o isolando do resto das pessoas. – Ou você vem atrás de mim e de Eno. Ou salva seu namoradinho.

Com isso, ela se virou e puxou Eno para dentro do elevador, a porta se fechando logo atrás dela.

Lizie olhou para Fin, desesperada. O tigre rugiu, exibindo seus dentes.

– Vai atrás delas, eu cuido dele – pediu Fin, sem tirar os olhos do animal feroz a sua frente.

– Você está louco? Eu nunca...

Antes que Lizie pudesse terminar a frase, Fin avançou correndo para cima do tigre. O animal, por sua vez rugiu e atacou com suas unhas afiadas, o loiro conseguiu desviar do ataque e contra-atacar. Agarrou o corpo do animal, tacando-o do outro lado do recinto. O tigre bateu contra a parede e caiu no chão.

Fin olhou para Lizie – que, por um segundo, havia esquecido-se da super força do garoto – e falou:

– Vai! Eu me viro, Lizie. Salve Eno.

Então Lizie começou a correr pelas escadas, perguntando a Ed para onde as duas Voluntárias tinham ido.

Ainda no nível mais baixo da cede, Fin e o tigre travavam uma batalha feroz. O animal começou a circular o garoto, preparando o ataque.

Até que ele atacou, partiu para cima de Fin com garras e dentes tão rápido que não deu tempo de se defender.

O garoto recebeu um arranhão profundo no seu braço direito, perfurando seu mais novo traje de batalha e sujando-o de sangue. Fin estava muito ferido, ele apoiou numa das portas, enquanto pensava no que feria para cuidar de seu machucado.

E foi só então que percebeu que o tigre se preparava para um novo ataque. Ele precisava sair dali, rápido. Sem outra escapatória, ele se virou para a porta de ferro e usou sua força para arrombá-la.

Fin entrou cambaleando e segurou a porta no lugar, para que o tigre não entrasse. Estava concentrado demais para perceber que havia mais outra pessoa no recinto.

David, ao ver o que acontecia, imediatamente se levantou de seu canto e ajudou o menino a segurar a porta. Quando Fin o viu, segurou um grito de susto, ele queria perguntar quem era o estranho. Mas não havia tempo para isso. Ambos precisavam sair dali.

Rapidamente formaram um plano. Como Fin tinha uma adaga no cinto. David abriria a porta enquanto Fin se posicionava e, quando o tigre passasse, o mais novo atacaria.

E foi exatamente isso que eles fizeram. Assim que Fin viu o animal, saiu correndo e enfiou sua arma na garganta do tigre, logo depois puxando a adaga para baixo, para cortá-lo e garantir sua morte.

~~~

– Já achamos a Eno – avisava Ed a todos – Lizie está correndo atrás dela, mas ainda precisamos achar Zac. Não temos muito tempo, se ficarmos aqui por mais uma hora, seremos, com certeza, massacrados. Fin está ferido, mas está bem. Encontrou com um Voluntário aprisionado, que o ajudou com o machucado. Alguém tem alguma coisa em mente?

– Eu e Jake estamos indo para os laboratórios, eu acho – informou Mely, com um calafrio – Já vimos uma espécie de vestiário. Só tinha jalecos lá, era tão estranho!

– Continuem indo – pediu Ed. – Pelo o que eu vejo nas câmeras, seu palpite está certa Mely, se irem reto dão direto nos laboratórios. Pode ser que tenha alguma coisa interessante lá. Onde estão Sora e Annie? Não acho vocês em nenhuma câmera.

– Eu, sinceramente, não sei Ed – confessou Sora. – Estamos no último andar.

Annie e Sora estavam no andar dos Voluntários, o único sem nenhuma câmera. Elas continuaram avançando, até escutarem barulho numa sala e ficaram surpresas com o que viram pela janela. Praticamente todos os Voluntários do mal estavam lá, menos Cassandra.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Esse teve mais ação, não é?
Gente, eu estava pensando... vocês se incomodariam se eu prolongar um pouquinho essa invasão? Porque tem muita coisa para botar, então, se vocês permitirem, eu queria escrever mais capítulos sobre ela (de um a três, dependendo de como a ideia será recebida por vocês)
Vejo vocês nos reviews! Beijooos!



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