Voluntários - Interativa escrita por BDP


Capítulo 17
Capítulo 17 - Vamos Fugir, Baby


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei. Mas aqui vai mais um outro capítulo. E, segurem seus forninhos, porque uma notícia BOMBÁSTICA vem no final do capítulo!



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Annie não podia conter seu nervosismo, começou a andar de um lado para o outro, sem saber ao certo o que fazer. Se Metamorfo acordasse, veria que seus sentimentos por Annie não eram recíprocos.

Ela estava tão absorvida em seus pensamentos que não percebeu quando esbarrou numa mesa e deixou cair várias facas e adagas no chão, causando um enorme barulho.

Metamorfo abriu os olhos e deu um pulo. Quando viu o que tinha acontecido, respirou forte e se sentou na cama, colocando os pés para fora e se apoiando nos joelhos. Annie rezou para que ele não pensasse em nada, para que ele não percebesse, mas era tarde demais.

O garoto sentiu algo de diferente. Não era dor física, nem mau jeito, nada. Era algo interno, seus sentimentos estavam ao contrário. Então ele olhou para Annie e, logo, entendeu tudo.

Primeiro, reconhecimento do que havia acontecido. Depois, ele olhou para Annie e parou para pensar. Então, em questão de segundos, viu o que Annie sentia por ele.

Annie podia sentir o sentimento preencher o coração de Metamorfo em seu peito antes mesmo de dominar o rosto do mesmo. Mas logo as feições do garoto se contorceram, formando uma expressão de pura tristeza, magoa e, para o espanto de Annie, magoa.

– Você não devia ter me dado esperanças! – Ele falou, tentando se manter calmo.

– Eu nunca te dei esperanças! – Tentou argumentar Annie, sem se exaltar.

– Ah, não? Então, me diga, para que se aproximou? Não percebeu que devia ter um motivo para eu, finalmente, ter me aberto? – Ele já estava gritando. – Droga, Annie, como pode ser tão cega?

– Eu não sou cega e... – ela tentou falar, mas Metamorfo a impediu.

– EU NUNCA MAIS QUERO TE VER NA MINHA VIDA! – Ele gritou e saiu da sala de treinamentos.

Quando o garoto abriu a porto viu que todos estavam o encarando, tinha conseguido acordar todo mundo com a gritaria. Ele resolveu não dar atenção aos Voluntários, e começou a abrir caminho até a escada. Depois, correu até seu quarto.

Annie poderia pensar que o que Metamorfo havia falado era mentira, mas podia sentir que não era. Ela podia sentir que a única vez em que Metamorfo abriu seu coração, ela o despedaçou. E o pior de tudo era que ela queria chorar e se sentir péssima por isso. Mas não conseguia. Apenas se sentia vazia, seu coração era gelado como seu poder. Não sentiu nada.

Ela explicou tudo o que havia acontecido e correu para seu quarto. Precisava pensar.

Aos poucos, os Voluntários foram tomando seus rumos. Ed não perdeu tempo e se dirigiu ao escritório, mas, antes que pudesse ir, Eno segurou seu pulso:

– Aonde você vai?

– Ao escritório. Precisamos reverter essa troca de corações imediatamente! Nunca ouvi falar de nada igual, preciso fazer muitas pesquisas e...

– Mas precisa ser agora? – Eno o cortou. – Não pode voltar para cama comigo, só hoje, pelo menos? Cansei de ter ciúmes do computador e dos livros, Ed!

– Eno, desculpa, mas é muito importante. Você entende, né? – Ele olhou em volta, e percebeu Finn os fuzilando com o olhar. Por isso, em vez de beijá-la na boca, se contentou em depositar um doce beijo em sua testa.

Sendo assim, ele se soltou de Eno e foi para seu escritório. Precisava arranjar várias informações úteis e melhorar o sistema de defesa.

Eno cruzou os braços e fez bico. Parecia uma criança, mas não queria ficar sozinha. Porém, sabia que não tinha nada que ela podia fazer. Por isso, deu meia volta e foi para a escada, mas, quando chegou lá, viu Finn no topo dela, olhando para a garota. Ela sorriu, esperançosa, mas ele girou o corpo e foi embora.

Imediatamente, Eno se sentiu horrível. Acabara de ser dispensada por Ed e sentia muitas saudades do irmão. Com vontade de chorar, se dirigiu ao quarto do namorado (embora eles ainda não tendo oficializado isso) e foi dormir, sem tem mais o que fazer.

~~~

No café da manhã, Annie não apareceu. Ela ficou no quarto, sem coragem de encarar Metamorfo. Enquanto ele voltou a ser o que era antes de abrir seu coração. Era frio e sarcástico com todos. Seu único ponto fraco era Sky. Se ela quisesse, a menina conseguiria obrigar Metamorfo a usar uma fantasia de unicórnio. Os dois se amavam.

Ed foi outro que não apareceu no café da manhã. Ele passara a noite inteira sem dormir, estava até agora no escritório e ninguém foi atrapalhá-lo.

O resto se sentou à mesa e começou a conversar. Era impressionante o contraste que faziam se comparassem agora a quando eles não se conheciam direito. No momento, pareciam uma família. Era divertido e agradável de ver, a conversa era alta e animada. Exceto, é claro, por Eno. A garota se sentou afastada. Não podia mais contar com Finn, Ed estava no escritório e a maioria dali não gostava muito da garota, principalmente pelo o que ela havia feito com Lizie e Finn.

Então, o que restava Eno a fazer, era brincar com a comida em seu prato, cabisbaixa e cada vez mais triste e excluída.

~~~

Annie só foi sair do quarto no horário do almoço. Todos já estavam sentados à mesa, menos Eno, Ed e ela.

– Eu vou embora – Annie chega, anunciando. – Mas não posso ir sem meu coração.

O anuncio da garota tinha pego todos de surpresa. Mas ninguém chorou, ou reclamou. Sabiam que ela não tinha sentido nada pelo que acontecera com Metamorfo. Ela era mais desgostada que Eno.

– Bem – anunciou Ed, chegando à sala de jantar –, isso não vai ser um problema. Fiz várias pesquisas e cheguei a vários resultados e planos diferentes. Precisamos fazer uma reunião depois do almoço.

Inconscientemente, todos começaram a comer mais rápido. Depois do almoço, todos se dirigiram para a sala, onde sempre fazia as reuniãos.

– Falta a Eno – observou Finn, encolhendo os ombros depois.

– Ela disse que ia dormir um pouco, pediu para não a acordarem – disse Ed, também encolhendo os ombros.

– Muito bem. – Disse Lizzie, procurando quebrar o clima pesado que tinha ficado. – O que descobriu, Ed?

– Bem, o governo instalou espécie de laboratórios, para pesquisa, teste, concentração... tudo relacionado a Voluntários. Cada cidade tem um, e todos eles obedecem ordem do maior laboratório, localizado, obviamente, em Washington. Provavelmente os Voluntários que nos atacaram estão lá. Descobri que trabalham para o governo. E tem mais... Consegui invadir o sistema do laboratório da nossa cidade. A garota, aquela menorzinha, tem treze anos. Aparentemente, ela é a líder dos Voluntários. O poder dela é invocar animais, qualquer tipo deles. Ela consegue controlá-los, portanto, fazem qualquer coisa que ela quiser, não importe o que você faça para impedir. Também tem Cheren Igord, dezoito anos. Ele não é conhecido pelo nome, o chama mais de “Green” por causa do seu poder, que, no caso, é controlar plantas, raízes, folhas... Alec Lannister tem dezessete anos. Sky conseguiu descobrir exatamente o que ele faz, consegue ver os piores medos de uma pessoa e, depois, desenha em um caderno e os torna real. Por último, Zachary Adams Young, ele...

– Ele era meu amigo – Metamorfo disse, interrompendo Ed. – Passei minha infância ao lado de Zac, não sabia que ele era Voluntário. Ele era meu melhor amigo, mas agora nem o reconheço. Todos vocês tem que tomar muito cuidado com ele, entenderam? – Então, todos perceberam, pelo olhar do garoto, que ele se importava com todos naquela sala, por mais que não demonstrasse muito isso. – O poder dele é muito perigoso. Ele faz uma aura azul e, enquanto você estiver ali dentro, será território dele. Ele pode fazer qualquer coisa, até tirar seu coração.

Então, todos ficaram em silêncio. Até Sky perguntar qual era o plano.

– Bem o primeiro (e um dos mais perigosos) é invadir a cede da cidade. Não sei se estamos preparados para isso e, com certeza, não estamos em bom número, mas precisamos desfazer a troca de corações o quanto antes.

– Ed, eu entendo que é importante, mas não acho que seria muito prudente fazermos isso. – Disse Lizzie.

– Isso porque não é você que está com corações trocados! – Brigou Annie.

Então, uma briga começou.

Finn, por mais que não quisesse ficar preocupado com Eno, não conseguia. Ele sabia que ela iria ficar chateada se formulassem um plano sem ela. Por isso, saiu de mansinho da sala e foi para o quarto de Ed – que, por mais que doesse para Finn pensar assim, agora também era de Eno.

Ele bateu na porta. Nada. Bateu mais uma vez. Nada. Ainda mais preocupado, ele abriu a porta e não tinha ninguém ali.

A janela estava aberta e, por ela, entrava um vento forte que fazia balançar duas cartas que repousavam em cima da cama. Finn correu até a janela e viu uma corda amarrada na mesma. Eno tinha fugido.

O garoto foi até os papéis e viu que, em um deles, estava escrito “Finn” e, no outro “Ed”. Sem ter muito tempo para pensar, ele abriu o dele e o leu rapidamente. Seu coração começava a bater a cada linha que avançava. Eno tinha fugido para se aliar ao governo.

Finn correu pela escada e gritou a notícia a todos. E Ed caiu de joelhos no chão, com uma súbita vontade de chorar. Agora não tinha outro plano. Eles iam invadir a cede tanto para destrocar os corações quanto para trazer Eno de volta para casa.

“Querido Finn,

Primeiro, quero que saiba que eu te amo. Acho que você nunca entendeu meu ciúme louco por você. Bem, eu nunca amei ninguém além de você e você nunca amou ninguém além de mim. Éramos eu e você contra o Mundo, lembra? Eu gostava dessa época, era tudo mais fácil, não era? Mas aí entramos numa casa cheia de Voluntários. Mais gente para amar e, talvez perder. Essa possibilidade me deixou nervosa. Queria, desesperadamente, voltar para nosso antigo mundinho. Mas eu sei que isso seria ridículo da minha parte.

Comecei a gostar em ter mais pessoas que se importassem comigo. E também de me importar com mais pessoas. Gostei de ter uma família, assim, tão grande e louca quanto a que formamos nessa casa de Voluntários. Mas então algo aconteceu, algo que, para mim, jamais fosse acontecer. Você se apaixonou. O que eu poderia fazer? Eu enlouqueci. E se eu não quisesse mais aquilo para mim? Não quisesse mais permanecer naquela casa? Você iria me acompanhar? Agora, você tinha algo – que não era eu – com que se importava. Você tinha se apegado a alguém. Não poderia mais partir.

Logo vi Lizie – se é que ela ainda me permite chamá-la assim – como uma rival. E, então, todos na Mansão, que, antes, eu amava e considerava família, começaram a me olhar feio. Senti-me horrível e só pude recorrer a uma pessoa: Ed. Por favor Finn, você pode achar o que quiser dele, mas ele é uma pessoa incrível. E... eu o amo. Cuide dele para mim.

Sempre irei te amar, não se esqueça disso, ok?

Beijos, Eno”

“Querido Ed,

Eu sei que você vai querer me matar por eu ter fugido. Mas, tente entender o meu lado, não podia ficar numa casa onde todos me odiassem, inclusive meu próprio irmão! A minha única âncora era você. Por isso, obrigada, mas eu não podia ficar. Não sou forte o suficiente para isso.

Posso te contar uma coisa? Aquela garota, Cassandra, ela me deixou uma mensagem no seu – nosso – quarto. Estava escrito meu nome no papel e “sempre precisamos de mais recrutas”. Ela viu algo em mim, entende? Algo que ninguém valoriza aqui, por isso, tive que partir, e eu espero que você me perdoe.

Não queria falar isso pela primeira vez em uma carta, mas pode ser minha última oportunidade. Então, eu te amo, Ed. Sério. Você é a única razão por eu ter me mantido firme e forte na Mansão. Não se desespere por mim. Um menino como você merece muito mais que eu, uma garota sem jeito que só sabe arrumar confusão.

Com muito amor, Eno”


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo, mais uma vez, não ficou muito grande e nem focou em muitos personagens. Mas, como vocês podem perceber, no próximo vai ser só tiro, porrada e bomba!
Para quem está na dúvida: Sim, a Annie vai sair da fic. E, claro, temos personagens que estão correndo risco de sair dela:
Sora Jennifer Foster (da Ravena)
Melody Bulwer (da Mine)
Skyler Anne Blake (Uma Pessoinha)
Alec Lannister



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