Tudo estava silencioso, senão por um grito abafado que ecoava em meus sonhos. Era um grito desesperado. Meu sonho não era nada ruim, então porque eu ouvia gritos?

Abri os olhos preguiçosamente e levou um tempo para que eu percebesse que os gritos não eram do meu sonho, e sim do quarto ao lado. O quarto de Sammy.

Tirei os lençóis aos chutes e corri pra fora do meu quarto, indo até sua porta, abrindo e vendo-o no chão, no canto com a cabeça escondida nos joelhos.

– Sammy?! - corri até ele, sacudindo-o. Ele levantou a cabeça e pude ver o desespero em seus olhos castanhos. - O que foi, meu anjo? - puxei-o, confusa com toda aquela gritaria. Ele me abraçou fortemente, como se aquilo fosse o proteger e passei os braços por suas costas, abraçando-o. Seu corpo tremia, e ele soluçava alto. - Acalme-se, estou aqui. Eu estou aqui, tudo bem. - beijei-o.

– Care... não deixe eles me pegarem!

– Shiii... Ninguém vai te pegar, eu estou aqui com você. - apertei-o.

– O que está acontecendo aqui? - Uma voz arrogante soou, não era preciso de uma bola de cristal para saber quem era. Era Elizabeth. - Porque está fora da cama, Caroline? E você, Samuel, porque está chorando?

– O que foi? - soou a voz preocupada do meu pai. Olhei pra trás e maneei a cabeça negativamente.

– Foi um pesadelo, ele está bem. - garanti.

– Ótimo, então vá para seu quarto. - Liz disse, de um modo rude, como se a coisa que estava abraçando seu filho fosse uma doença.

– Eu não vou à lugar algum. - sibilei fuzilando-a. - Sammy irá dormir comigo, no meu quarto. - levantei-me, sempre segurando-o à mim.

– Samuel já está bem grandinho para ter companhia na hora de dormir. - negou.

– Não dificulte as coisas. Nós sabemos a verdade. - ela arregalou os olhos e de cabeça baixa sai do quarto. - Boa noite.

Coloquei Sam em minha cama e joguei a coberta sobre seu pequeno corpo, vendo-o se encolher de frio.

– Care, você vai dormir comigo, não vai?

– É claro que vou, meu amor. Care sempre estará aqui. - deitei-me ao seu lado e o puxei pra mim, beijando sua testa. - Agora durma, eu vou estar aqui quando acordar.

– Boa noite, Care, eu te amo. - sorri, apertando-o mais forte, fazendo-o rir.

– Eu também te amo, irmão. - sorri ao vê-lo depositar um beijo em minha bochecha e logo estávamos dormindo, um agarrado ao outro.