Falling in Love escrita por Lady Luna Stark


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Oieee lindinhos! Como estão? Eu vou bem obrigada, e demorei para postar esse cap porque estava viajando, mas nunca que eu ia esquecer de vocês aí! Valeu pelos reviews, me animaram, como sempre, e acho que desse cap vocês vão gostar, ele é um pouco mais comprido que os que eu geralmente escrevo, e é o 3°maior cap da fic, eu acho.
Falando em fic, eu fico meio triste em avisar que a fic tá quase no fim, só tem mais alguns capítulos até o The End. Não fiquem chateados ou me matem por isso; um dia ela iria mesmo acabar. Mas juro que vai terminar com estilo, e que vocês vão curtir cada passo. Como vocês, ainda bem, já fazem.
Vamos ler?



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Observei todos os borrões no céu com apreensão. A situação estava realmente preta (tradução: Scorpius e o meu pai estão jogando em times adversários) e não mostrava indícios de que iria melhorar, não mesmo. Eu conseguia ver daqui, a uns setenta metros abaixo dos pontos pretos voadores, a carranca de Rony Weasley, destinada a ninguém menos que o meu loiro.

Talvez a situação fosse pior se meu pai fosse artilheiro ou batedor (ele ia fazer, propositalmente sem querer, uma goles ou um balaço atingir a cabeça do Scorpius), mas era ruim do mesmo jeito com ele sendo goleiro, porque Scorpius tentaria marcar para o time adversário ao de Rony Weasley, e meu pai preferia morrer a deixar uma goles da “doninha júnior sem cérebro” passar por algum de seus aros.

Ai, ai. E isso só é o começo. Imagine quando meu pai descobrir que Scorpius vai passar DUAS semanas aqui, e não uma. Alguém vai perder a vida, e é mais provável que seja o loirinho sonserino. Infelizmente.

Mas o bom é que Scorpius não está sozinho nessa. Tio George e Alvo são de times contrários, assim como tio Gui e o Jay, então a coisa tá feia pros Potter também. Em outra ocasião eu teria dó deles, mas eles tão realmente merecendo e eu tô bandida demais pra isso (palavras do bocó do Fred).

–Como Rinus Thomas diria: E AÍ, GALERA?!-a voz do Huguinho ecoou fortemente pelo campo. Como ele não pode usar magia fora da escola, ele não pôde usar o Sonorus, então mamãe conjurou um megafone de algum lugar, e agora Hugo estava em uma elevação mais alta dessas arquibancadas improvisadas, vestindo um uniforme grifinório e uma peruca preta cacheada ridícula, mas que lembrava o cabelo do coitado do Rinus. E o Hugo quer porque quer realizar a missão de imitar perfeitamente o Thomas, então a voz dele está se esforçando para sair igual à do narrador que deixa tia Minnie de cabelo em pé. Na verdade, a única coisa que tá faltando aqui é a tia Minnie para animar a torcida (só que não!), já que o Teddy tá fazendo o papel de Madame Hooch nessa comédia toda.

A única coisa que não vai ser engraçada vai ser a provável queda do loiro nas alturas. Aí, não bastando ele já ser a “fantástica doninha loira quicante”, ele passará a ser a “fantástica doninha loira quicante e voadora”. E não, nem falando assim a coisa fica menos trágica. Vai por mim que eu sei.

A torcida urrou em resposta e eu ovacionei junto, para não chorar. Pobre Scorpius, tão loiro e bonito. Em sua lápide provavelmente estaria escrito: “AQUI JAZ SCORPIUS HYPERION MALFOY, LOIRO LINDO E GOSTOSO QUE ERA FILHO DE DRACO E ASTÓRIA MALFOY E NAMORADO DE ROSE WEASLEY. DESCANSE EM PAZ, DONINHA.”

–ENTÃO, QUE A BAGAÇA COMEÇE! –Hugo gritou no megafone. –Em um time temos... Quem mesmo? Peraí, deixa eu ver... –o idiota que eu chamo de irmão mais novo puxou uma listinha das vestes grifinórias e começou a ler, enquanto todo mundo revirava os olhos e eu e as primas batíamos a mão na cabeça. –Ah, é. –ele fez uma careta. –Puxa, Teddy, que letra mais esquisita, como é que você espera que eu...

–HUGO! CALA A BOCA E COMEÇA ESSA JOÇA LOGO!-tia Gina tinha feito o Sonorus nela mesma. Lily só não fez isso porque não pode fazer magia fora da escola, mas a mãe fez das palavras as dela.

–Calminha aí, tia Gina. –Hugo engoliu em seco. Acho que já deu pra notar quem é a nova tia Minnie. –Okey, em um time temos o tio Carlinhos como capitão e artilheiro, e o James e a sogr... Tia Gina como os outros dois artilheiros, Louisinho e tio G como batedores , Rony, que eu NÃO vou chamar de pai durante a narração, como goleiro, e o amor da minha... Quer dizer, minha prima Lily como apanhadora. –acho que nessa parte o tio Harry quase surtou.

Esse povo todo que foi citado tomou seus lugares no campo, e o que não foi esperava pacientemente a narração de Hugo ainda no meio do campo. Scorpius estava voltado em minha direção, acho que sorria, e não parecia perceber o olhar mortífero que meu pai enviava para ele.

–Tá, e no outro time temos o tio Harry como capitão e artilheiro, junto com Fred e o futuro defun... Ops, o Malfoy. –nessa parte eu é quem quase surtei e lancei um olhar nada legal para o irmãozinho do meu coração, e Scorp fez uma careta. –Tio Gui e Roxy são os batedores, tia Angie é a goleira e meu cunha... Meu primo Alvo é o apanhador.

Os últimos borrões foram para o lado contrário do outro time e assumiram suas respectivas posições no campo, a uns oitenta metros do chão. Eu não conseguiria enxergar tão bem, então teria que confiar na narração nada confiável do Hugo, que estava com um binóculo que era mais um óculos adaptado colocado no rosto, deixando as mãos dele livres para segurar o megafone.

Teddy, que já era bem mais visível, apitou rapidamente, ainda no chão, e logo depois montou em sua vassoura para ir até o meio do campo. Ele era o juiz, então teria que ficar de olho em tudo.

–QUE A PARTIDA COMECE!-o cara de cabelo azul, o Teddy, é claro (quem mais seria?) gritou utilizando o Sonorus e jogou uma goles no alto, ao mesmo tempo em que Victoire, que tinha saído das arquibancadas e que estava em solo firme, liberava dois balaços e o pomo dourado de uma caixa de madeira onde estavam presos.

Os balaços se libertaram com força total e voaram em direção ao jogadores, que se dispersaram, indo e vindo tão rapidamente que não dava mesmo para acompanhar. O pomo não estava à vista.

–Louis já começa tacando um balaço no Fred, mas essa Roxy defende! E o tio Harry tá com a goles, RONY FICA ESPERTO! Ah, mas tia Gina tomou a goles do marido, essa foi sujeira pro teu lado, Harry! –Hugo parecia muito feliz mesmo. –Ih, o Scorpius pegou essa da tia Gina e vai direito PROS AROS! AI, MEU PAIZINHO QUE ESTAIS NO CÉU! –ignorei o arrepio que subiu pela minha espinha inteira e me forcei a olhar para o pontinho de cabelos dourados que ia em direção a um pontinho ruivo. E nem era só eu que observava pasma, até os próprios jogadores olhavam abismados para Malfoy. –Carlinhos pegou essa! Foi mal Malfoy, mas você sabe que foi melhor assim. –soltei o ar que estava segurando, assim como todo mundo que estava assistindo. –Carlinhos vai direto para o aro, desviando do balaço que Gui mandou, e vai, vai e... TIA ANGIE NÃO PEGOU ESSA! 20 PONTOS PARA O TIME A!-Time A? Bom, melhor do que aqueles nomes ridículos que James e Fred tinham bolado, onde já se viu times chamados “O PIO DO OURIÇO” e “TATURANAS FORMIDÁVEIS?” Melhor times chamados A e B.

Algumas pessoas da platéia assoviaram e bateram palmas, mas eu torcia para o time B, claro que por causa da presença do Scorpius nele (isso é tão óbvio!), e como o Huguinho Lerdeza (um carinhoso apelido que eu dei para ele) é do contra, torcia para o time A, que tinha o pai dele, a sogra dele, um cunhado dele, e o amor da vida dele, como ele fez questão de ressaltar (sem querer).

–Tio George manda um balaço no Alvo e eu acho, tipo só acho mesmo, que foi de propósito e... –concordo com você, seu lerdo. -... CALMA, TIO GEORGE! EU TENHO MAIS É QUE VIVER! Roxy defende essa, ela não quer ser viúva antes da hora, mesmo que tenha que desafiar tio G para isso. Sábia decisão e... TÁ, PAREI! Bom, tio Harry vai lá e pega a goles e se dirige ao aro e... MARCA! 20 PONTOS PRA O TIME B!- Eu, Molly, tia Fleur e tia Audrey comemoramos, e tio Percy acordou com o barulho, acho que ele tava meio dormindo.

Os borrões no céu continuavam voando velozmente, e já não era possível distinguir Scorpius dos demais.

–Rony manda a goles de volta para o campo, o balaço de Louis quase acerta Fred acidentalmente, mas Gui manda de volta para o pobre coitado do filho dele, e Harry agarra a goles novamente e passa para o Malfoy, que vai lá e minha nossa... ELE TÁ INDO DE NOVO PARA OS AROS! O CARA NÃO TEM MEDO DE MORRER!

A essa altura eu já roía as unhas de nervosismo, e tava quase fazendo uma prece aqui, mas não conseguia fechar os olhos, com medo de quando os abrisse, Scorpius já tivesse de mãos dadas com Dumbledore. Poético, eu sei. Mas trágico, muito trágico.

–MERLIN, NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! MALFOY MARCA!-quase desmaiei de alívio, enquanto Hugo praguejava. Mas como o alívio é bom ele dura pouco, e meu pai ia ativar ainda mais o “modo trasgo” dele, e adeus Scorpius! –MAIS 20 PONTOS PARA O TIME B! O pa... Rony tá meio... PERA, O POMO TÁ AÍ! Lil’s e Al mergulham para agarrar aquela coisa pequena e brilhante, QUAL DELES VAI PEGAR? –me inclinei para a frente para ver melhor. –VAI LÁ AMOR, PEGA AQUELE TROÇO!

Um pontinho de cabelo preto seguido por um de cabelos ruivos e longos disputavam um tipo de corrida perigosa enquanto miravam balaços em ambos, mas iam rápido demais para serem atingidos e não demorou muito para o pomo ser pego... Por Alvo.

–E ALVO PEGA! VITÓRIA DO TIME B, MAS QUE DROGA!

Ri da cara de otário do meu mano e logo todos os borrões voadores desciam do céu. Não dava pra ver muito bem suas expressões daqui, mas metade não parecia muito feliz. Desci correndo as arquibancadas, nem ligando de parecer uma doida, e corri o mais rápido que minhas pernas me permitiam até onde estava quem eu mais queria.

Pulei em cima do Scorpius, que, de tanta surpresa, não conseguiu me segurar, e ambos fomos ao chão, comigo em cima dele e rindo alto como uma verdadeira maluca.

Não importei com mais nada nem ninguém. O rosto dele ainda estava contraído de surpresa, mas agora um sorriso brincava em seus lábios perfeitos. Ele não parecia muito se incomodar com o fato de eu e meu corpinho estarmos em cima dele (não sou gorda e ele sabe disso!), ele continuou sorrindo e colocou ambas as mãos na minha cintura e eu coloquei as minhas no pescoço dele. Analisei a expressão dele antes de beijá-lo, e posso dizer que ele não parecia nem um pouco triste pela nossa aproximação.

Ignorei todos os sons que eu ouvia (que eram muitos; pessoas berravam como macacos pedindo banana=Fred e James, dentre outros sons) e coloquei meus lábios nos dele, fechando meus olhos ao mesmo tempo. Eles agora não eram mais tão frios, mas ainda me davam dormência, aquele tipo de sensação que você sente quando alguém, que não seja você mesmo, penteia seus cabelos. As sensações eram parecidas, mas eu não sentia o sono que era comum na outra situação, pelo contrário, eu me sentia mais acordada do que nunca, era um tipo de queimação prazerosa. As correntes elétricas entre nossos corpos estavam tão ativas que era de surpreender que nós não pegássemos fogo com o nosso amor (e isso não é brega, é poético).

Mas me desliguei de tudo quando nossas línguas se encontraram. Era uma sensação tão inebriante que eu não poderia, e nem conseguiria, descrever em palavras, então acho que não seria exagerado nem estranho eu dizer que eu o amo de verdade. De um jeito como não amo ninguém mais. Eu, é claro, não poderia comparar com o amor que tenho pelos meus pais, parentes e amigos ou pelo lerdo do meu irmão (sim, eu amo mesmo ele, mas ele é um lerdo, o que eu posso fazer?) com o que sinto por Scorpius, porque são vários tipos de amor. Basta apenas dizer que o amor que eu tenho por Scorpius é recheado de paixão, e outros não.

Claro que para os otários que nos viam se beijando ia parecer que estávamos tentando nos engolir, mas que se dane! Scorpius é meu e só meu. E que o resto vá tomar chazinho com tio Voldy no inferno e... MERDA!

Me desgrudei do loiro e me levantei mais vermelha do que um pimentão. Motivo? A tonta aqui se esqueceu completamente que o PAI dela estava presente, observando cada movimento.

Levantei os olhos para o alto, ainda escarlate de vergonha. Scorpius também se levantou, com os lábios inchados e um sorriso gigantesco estampado neles, mas, pela primeira vez, não prestei atenção nele. Meu olhos apressados voaram em busca do meu pai, e passaram por um Fred e um James que gargalhavam, Alvo, Louis e Hugo que faziam caretas, Nicky que parecia prestes a ter um ARGH (Ataque Repetitivo de Garotas Histéricas), junto com o resto da trupe de primas, pelos adultos presentes que pareciam meio constrangidos de ver a cena (e eu não os culpo) e finalmente pousaram em um cara alto, ruivo e de olhos azuis que era geralmente calorosos, mas que agora pareciam... Irados. Ele estava de braços cruzados e nos olhava com tamanha fúria que eu sentia vontade de sair correndo e me enfiar embaixo da minha cama. Nem mesmo nas vezes em que eu era uma garotinha e fazia alguma coisa errada meu pai me olhava assim, aliás, ele nunca olhou desse jeito para mim. E Rony Weasley nunca foi uma pessoa brava, autoritária ou séria, é sempre muito legal e liberal, então vê-lo desse jeito significa, de verdade mesmo, que a coisa está mais feia do que eu pensava.

E não era só a cara do cão que ele fazia que me assustou, era a cor dele. Ele estava meio roxo, como se alguém tivesse dado uns socões nele e o estado dele não era nada saudável; ele ia surtar, e logo.

–Rose... –ele começou, mas eu já sabia que tava ferrada demais da conta. –O QUE É QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?-não consegui nem abrir a boca, com medo de sair algum gritinho assustado. –JÁ NÃO BASTA NAMORAR ESSE FILHO DE COMENSAL, AINDA TEM QUE AGARRAR ELE DESSE JEITO, SEM VERGONHA NENHUMA?-ele ia começar aquele drama todo que rolou alguns meses atrás, quanto ele deu aquele chilique quando descobriu do meu namoro. –AH EU VOU MATAR ESSE SCORPION AGORA MESMO!- E lá vamos nós de novo.

Ele puxou das vestes a varinha e eu quase desmaiei de vez, agarrei o braço do loiro e ele entrou na minha frente, protetoramente. Como se fosse eu quem corresse risco de vida, não ele. Quer dizer, eu também corro, mas menos que ele!

Por sorte, tio Harry e tio Gui estavam do lado do meu pai, então ambos agarraram o ruivo arroxeado, imobilizando meu pai de modo que ele não conseguisse se mover. Tio George tomou a varinha do meu pai, e eu vi, com o canto do olho, minha mãe e vó Molly se aproximarem, surpresas.

–Mas o que é que está acontecendo aqui e... -minha mãe parou ao ver toda a comoção. Os olhos dela foram do meu pai preso por Gui e Harry até eu encolhida atrás do loiro. –RONY! O que você fez? –ela vociferou.

–Para a sorte de um certo sonserino, nada. –tio George deu uma risadinha debochada.

–Ainda. –Fred chiou e Molly deu um tapa na nuca dele.

–Resumindo aqui: uma ruiva pulou em um loiro, eles foram ao chão, começaram a se pegar, tio Rony viu e agora vai ganhar uma passagem só de ida para Azkaban! –Lily disse.

–Ah, mas não vai mesmo! Pode ir parando com a manha, Rony!-minha mãe lançou um olhar fulminante para o meu pai.

–MAS ELES ESTAVAM SE AGARRANDO, MIONE!-meu pai berrou, possuído.

–RONALD BILLUS WEASLEY! VOCÊ VAI PARAR DE GRITAR AGORA MESMO OU VOU SILENCIAR VOCÊ ATÉ VOCÊ CONSEGUIR DESGNOMIZAR O MEU JARDIM INTEIRO!-vó Molly berrou. Vixe, fazer isso é pior que dançar salsa com o tio Voldy: é horrivelmente horrível. E acho que meu pai percebeu a gravidade da coisa, porque engoliu em seco e passou a tentar matar Scorpius visualmente. Nada como a ideia de mexer com um bando de gnomos baixinhos, irritadiços e assassinos para acalmar qualquer um.

A tática de ameaça da vovó funcionou e logo os tios Harry e Gui soltaram meu pai, ainda parados próximos a ele, para evitar qualquer possível tragédia, mas eu continuei agarrada ao braço forte do Scorpius, e com tanta força que minhas unhas já estavam deixando marcas na pele dele. Ele soltou minha mão delicadamente e me puxou pela cintura para mais perto dele. Meu pai bufou alto ao ver o movimento e minha mãe me deu um sorriso de canto.

Continuamos todos em silêncio até um cara ruivo, alto, magro e com um rosto simpático quebrá-lo:

–Sabem qual a beleza de cuidar de dragões?-ele sorriu e todo mundo voltou o olhar para ele. –Eles são tão calmos... –tá, agora tio Carlinhos pirou!-... Perto do Rony.

Todos riram, inclusive eu e Scorp, e meu pai fez uma careta nada legal para o irmão mais velho, tomando, bruscamente, a varinha da mão de George. Todo mudo calou a boca e olhou para ele com a varinha com terror, e eu achei que ia desmaiar de verdade mesmo. Mas meu pai apenas olhou para mim com uma expressão indecifrável, e saiu daqui. Minha mãe suspirou e foi atrás dele.

O grupo todo começou a se dispersar, e, no fim, só restava eu e o loiro.

–Essa foi por pouco. –ele sorriu, mas eu não. Estava preocupada demais para isso. –O que foi, ruiva?

Ruiva. Ele ainda me chamava disso, e eu sabia que sempre chamaria. Mas isso não me incomodava mais, era esse meu apelido carinhoso, era o que eu gostava de ouvir e que sempre gostaria. Eu sou ruiva, e sou do Scorpius.

–Nada. –eu suspirei.

–Nada é peixe. –fiz uma careta com a piada horrível e ele riu da minha cara. –Essa foi ruim, né?-acenei com a cabeça e ele deu um sorrisinho. –Quer ouvir uma piada de verdade? Uma grande piada?

Assenti com a cabeça.

–PIU!-aí eu não agüentei e dei uma gargalhada. Não da “piada”, mas do fato de ele ser comicamente ridículo, ou ridiculamente cômico, quando quer.

Dei um abraço apertado nele. Ele pareceu se surpreender com o gesto súbito, mas me abraçou também. Ele sabe ser carinhoso, fofo e compreensivo quando quer, e esse é um dos momentos que eu me sinto carente. Mas ele está aqui comigo. E vai sempre estar.

–E se ele nunca aceitar?-minha voz saiu meio tremida e ele me apertou mais contra o peito dele. –E se o meu pai me odiar para sempre só porque amo você?-eu já sentia as malditas lágrimas chegando.

Muitos acham motivos de graça essa fúria do meu pai, mas eu sei que é sério o negócio. Meu pai já demonstrou que não gosta de Malfoy nenhum, então talvez não aceite um deles na família. E isso me quebra por dentro. Não quero ter que escolher entre meu pai e a doninha loira. Porque amos os dois.

–Ele não vai. –ele me afastou para me olhar nos olhos. –Seria um burro se assim o fizesse, mas, se tem uma coisa que seu pai não é, é burro. –o azul dos olhos dele parecia cada vez menos gelado do que parecia. Agora era um azul aconchegante. –E ele ama você mais do que tudo, isso eu sei, e prefere morrer a passar a vida afastado de você só por minha causa. É de mim que ele tem raiva, não de você. Ele só está meio ressentido com você por achar que está cometendo algum pecado estando com um Malfoy. Mas, quem sabe, talvez o destinos quis que nos amássemos para poder, finalmente, acabar com essa rixa Malfoy-Weasley.

–Tipo Romeu e Julieta?-dei um sorrisinho acanhado.

–Quem?-ele franziu o cenho e eu dei uma risadinha. Esqueci que ele não é familiarizado com literatura trouxa.

–Nada não. Mas talvez você tenha razão.

–É, eu tenho sim. E seu pai não precisa gostar de mim, só me suportar por uns cinquenta anos!

Dei um tapinha do peito dele, mas ri. Scorpius tem razão, e gosto ainda mais dele por ter esse poder de me acalmar com tanta facilidade. Meu pai, uma hora ou outra, vai acabar aceitando. Se tem uma coisa que ele não pode impedir é eu amar o Scorpius.

Porque agora, mais do que nunca, eu o amo. E sei que sempre vou amar.


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Notas finais do capítulo

Espero que isso não tenho sido água com açúcar demais, só estou realizando a vontade de uma grande leitora, que ama momentos fofos Scorose (é você, Mrs. Padfoot, não precisa nem perguntar, né?). Mas acho que outros leitores fofos também gostam, então é nóis, né?!