“(…) e os Knicks passam para a esquerda! Eles estão perto do ponto, mas o time da casa também é muito forte. Grosher passa para Edie que gira e manda para Cartie. Ele corre, corre, corre e joga para Artchie… AH! Mas ele perdeu a bola!”

– Nicks, há quanto tempo estamos assistindo a esse jogo? – Perguntei.

– Não sei… – Nicole me respondeu vidrada na televisão e afundada na poltrona. - Talvez quase… Duas horas.

– Ah… MAS, EI! Como? Estamos bebendo refrigerante desde que o jogo começou! Como posso ter tomado tantas latas e não ter sentido uma vontade de ir ao banheiro? Eu sou mutante? – Agora eu fiquei assustada.

– Tomei as suas quatro últimas latas, dude. - Mexi nas minhas latas e percebi que apenas há duas do meu lado, que estão vazias. Por que eu não estou surpresa?

Já parecia que estávamos cercadas pela maior construção feita por um ser humano preguiçoso: a Grande Muralha de Latinhas. É… Em minha opinião, não tinha jeito.

– Ahn… Sabe, acho que temos duas opções: ou saímos daqui agora e esticamos as pernas, ou permanecemos neste lugar até os nossos membros atrofiarem a ponto de parecer que fomos para Netuno. – Falei sarcástica enquanto via o encerramento do jogo e não é que nós vencemos? DÁ-LHE KNICKS!

Detalhe: Minha irmã quando assiste o jogo dos Knicks fica meio capenga.

– Onde fica isso? –ela perguntou, ainda hipnotizada pela caixa com imagens - Netuno não é um… Santo? - Eu não ouvi isso. O que eu disse sobre o capenga?

– Nicolezinha, meu amor, vá fazer algo de útil antes que eu a acerte com uma enciclopédia. – Ok ela podia até ficar capenga, mas ela esta MUITO idiota agora!

Na cabeça da Nicole capenga: útil = comida.

– Ookie-Dookie! – Ela levantou pulando como chapeuzinho vermelho na floresta (y), abriu a geladeira e pegou o seu lanche preferido: sanduíche de almôndegas com queijo. Sabe que é até bom? Mas eu prefiro meu Whoper. Enquanto a Nicole comia a montanha de carne no meio de massa, eu lembrei que mais tarde passaria “Planeta dos Macacos” na HBO.

– Nicks! Pega a programação lá na frente! – Ela soltou um “O-Kay”, abriu a porta da frente de casa, foi até a caixa de correio e pegou a revista.

– Ahh Orlando Bloom, se eu não estivesse noiva eu me casava com você. – Ela voltou agarrada com a capa da revista. Ai com a minha irmã!

– Quem precisa do Orlando Bloom quando se tem Joseph Gordon-Levitt?… AI! NICOLE! – A minha irmã super delicada me atacou com a programação na minha cabeça.

– NUNCA MAIS COMPARE MEU ORLANDO COM O SEU JOSEPH SUA BOCÓ! Se você não percebeu, compará-los é como comparar dois deuses! – Peguei a programação e acertei em algum lugar na cozinha.

– Dois Deuses Gregos você quer dizer. – Ahh Joseph. Ahh Orlando.

– É… – E ficamos brisando até algo bater com a almofada as nossas caras.

– Parem com essas caras, parecem até que estão chapadas!

– MÃE! – Minha própria mãe me bateu com almofada… Esse mundo está perdido!

– Como não brisar com esses dois deuses? – Nicole mostrou o Orlando (UIUIUI sintam minha intimidade com ele, já o chamo de Orlando) e depois virou a pagina e mostrou o Joseph (eu também tenho intimidade com o Joseph!). Nossa mãe ficou um tempo olhando as imagens e deu um longo suspiro.

– Sou casada, não posso admitir isso! – Ela revirou os olhos para nós. - Alice, é assim que você pretende passar seu aniversário de 15 anos? Tudo bem, você não quis uma festa, e nem pediu um presente, mas você vai ficar sentada no sofá vendo basquete na televisão? – Ahh é! Eu esqueci de comentar, hoje é meu aniversário.

– PUFFTTTTT – Nicole cuspiu em forma de chuva o refrigerante que estava tomando. - HOJE É SEU ANIVERSÁRIO?

– Eu pretendia ver os Knicks e depois lavar o aquário do Pudim que está um fedor. – Ignorei Nicks e falei e depois fiz cara de baiacu e minha mãe ficou com cara de traseiro (acabei de perceber que nós fazemos muitas caras e bocas).

O que? Eu não tenho festa de aniversário desde os 10 anos! Não era agora que eu ia fazer alguma festa!

– HOJE NÃO É DIA 28! HOJE É 26!!! – Nicole continuava dando piti.

– Filha, vá fazer alguma coisa! É seu aniversário! Nós podíamos pedir para a Lucia fazer um bolo para você. – Minha mãe ignorou a Nicole como eu e deu a ideia.

– A dona Lucia podia fazer aquele bolo arco Iris? – Gostei da ideia, QUE FOME!

– É só pedir para ela! – Minha mãe deu um sorriso e fez um sinal com a mão como se fosse para ir pedir para ela.

– QUEREM PARAR DE ME IGNORAR! AI MEU DEUS HOJE É DIA 28 E EU NÃO PREPAREI NADA PARA A ALICE!!! – Nicks gritou desesperada. - ALICE! Me desculpa ter esquecido seu aniversário, eu não pretendia esquecer… De novo… – Sim, essa é a segunda vez que a Nicole esquece meu aniversário. Minha irmã não toma jeito.

– Ta desculpada, mas pelo amor de Deus, não tente se redimir por que eu não quero que aconteça o que aconteceu ano passado de novo! – Eu ainda tenho pesadelos com aquele bode.

– Ahh o bode… – Nicks ficou olhando para o nada como se pensasse em algo.

– Que bode? – Minha mãe estava trabalhando no dia.

– O bode. – Respondi.

– A maldição do bode. – Nicole completou. A maldição! *arrepio pela espinha toda*; *sons de trovões na minha cabeça*.

– Que maldição do bode?

– Nem queira saber mãe, nem queira! – É melhor que ela não saiba, é melhor que ninguém saiba. Você quer saber? Vai ficar querendo.

– Lembra quando o bod…

– NICOLE! NÃO! SHIUUU!! NÃO FALA NADAAA!!!! – Pulei em cima dela para ela calar a boca.

– Me contem o que o bode fez. – Minha mãe pediu nervosa.

– Mãe, o que importa é que eu e a Alice estamos vivas, o resto é detalhe. – Nicks segurou minha mãe pelos ombros e falou bem séria, e então virou para mim. - Não sai daqui! Vou fazer uma ligação, mas eu já volto. – Ela subiu as escadas correndo. - ESSE VAI SER O MELHOR ANIVERSÁRIO DE TODOS OS TEMPOS!

– Ela disse exatamente da última vez. – Suspirei derrotada, fui até o quarto das tranqueiras e pequei o capacete de futebol americano e o coloquei. Minha mãe ficou me olhando com uma cara igual a do Pudim enquanto ligava para alguém. - Não pergunte, quanto menos souber, melhor. Eu realmente vou precisar desse capacete. - Minha mãe me ignorou e começou a falar no telefone.

Fiquei sentada no sofá rodando os canais enquanto Nicole não descia quando a campainha tocou e eu fui atender e dei de cara com o Artur e o Fernando.

– Mais o que…? – Fuinha me perguntou e o Fernando deu umas batidinhas no capacete.

– A Nicole esta preparando uma surpresa de aniversário atrasado para mim. – Dei um tapa no Fernando para ele parar. Idiota.

– Explicado, espero que o bode não apareça dessa vez. - Eu também Artur!

– AI! Doeu. – frouxo.

– Fracote. O que estão fazendo aqui?

– Nicole nos chamou. A propósito, feliz aniversário baixinha! – Artur me deu um abraço e me estendeu um embrulho.

– Artur, se você lembrou do meu aniversário por que você não lembrou a Nicole, seu idiota! Iria nos poupar de qualquer besteira que ela vá nos meter agora! – FUINHA BURRO! - Nunca mais te pago sorvete! Vou fazer o bode te perseguir.

– Ahh cala a boca e abre de uma vez! – Abri o presente e vi que ganhei um despertador novo. Claro, porque qualquer adolescente ia AMAR ganhar um despertador de aniversário!

– Eu sei que você quebrou seu último despertador tacando na parede então eu comprei um mais resistente.

– Obrigada Fuinha. – O abracei mais uma vez.

– Feliz aniversário. – Fernando me estendeu um embrulho e me deu um abraço rápido, eu abri e encontrei um zumbi de pelúcia MUITO FOFO!

– Obrigada Baby- Barbosa! – Dei mais um abraço nele e ele me abraçou de volta. Nicole desceu as escadas.

– Prontos para a maior e melhor TARDE DE ANIVERSÁRIO DE TODOS OS TEMPOS!? – Nicole pulou em cima de nós. Isso vai dar merda…

– Não muito, será que você pode me ver um copo de água? – Artur pediu para a Nicole os dois foram para a cozinha.

– ALICE! POR QUE A PROGRAMAÇÃO DA TV ESTA NO FORNO ELÉTRICO? – Ahh, então foi parar lá.

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Fomos no carro do Artur até um cinema que a Nicole disse que amigo dela trabalhava e por isso nós não íamos pagar nada. Demorou um pouco para a Nicole me convencer que eu não ia precisar do capacete, mas depois eu tirei por que estava ficando quente.

Quando finalmente chegamos na bomboniere tinha um cara lá que a Nicole cumprimentou que provavelmente era o tal amigo.

– Aleluia! Quanto tempo cara. Como ta a vida? Ah muito obrigada por quebrar esse galho para mim. – Nicole começou a conversar com o cara. É impressão minha ou o nome dele é mesmo Aleluia? Que tipo de pessoa se chama Aleluia? Parece nome de remédio feito por padres farmacêuticos.

– Nicole, eu to bem e você? Não precisa agradecer, eu faria tudo por você. – É, o Aleluia esta cantando a Nicole. Essa frase saiu estranha.

– Aleluia… Assim você me deixa envergonhada! Essa é a Alice, minha irmã. – Ela apontou para mim e eu acenei. - O Artur, meu noivo. – Nessa parte o Artur que estava com uma cara fechada estendeu a mão para cumprimentar o Aleluia e apertou com uma força que fez o Aleluia dar uma careta. - E esse é o Fernando, irmão do Artur. – Fernando, que até o momento estava ignorando tudo e todos, deu um leve aceno para o Aleluia.

Eu não me canso de falar o nome dele. Aleluia. Aleluia. Aleluia. Aleluia. Ta parei.

– Não sabia que tinha ficado noiva Nicole. – O Aleluia comentou enquanto pegava os doces e refrigerantes e pipocas que nós tínhamos pedido.

– Fiquei faz pouco tempo.

– Quando é o casório? – Tomei um pouco do refrigerante que ele tinha nos entregado.

– Daqui 5 meses. – Engasguei com o refrigerante e o Fernando me deu uns tapinhas nas costas e me olhou com uma cara de “cala a boca” e começou a digitar algo no celular.

– Aqui. – O Aleluia me estendeu um guardanapo eu agradeci e peguei. O Fernando me entregou o celular e eu li: “A Nicole mentiu por que não quer convidar o cara para o casamento.” Fiz cara de “Ahhhh.” e ele riu.

– Será que vocês podiam ir mais rápido, o filme começa em 5 minutos! – Um gordinho nerd disse atrás de nós.

– É, nós estamos com pressa, sim! – O amigo do nerd, outro nerd só que otaku disse do lado dele.

Eu não queria brigar com gente da minha espécie (nerds, gordinhos, otakus), mas eles estavam pedindo.

– HEY! Aleluia está fazendo o máximo que ele pode! É obvio que os pais dele esperavam mais dele, pelo nome dele, mas ele esta fazendo e fique feliz por isso! – Deixei os nerds no chinelo.

– É! Meus pais esperavam mais de mim mesmo, – Aleluia disse uma frase deprimente de uma forma “Estou acabando com você com as minha rimas que nem são rimas.” - Vou fazer umas pipocas fresquinhas para vocês pessoal! – E dito isso ele saiu fazer a pipoca. Nicole me olhou com uma cara de “UAU” e eu fiquei com aquela cara de “Eu que mando aqui”, fazendo o Fernando e o Artur revirarem os olhos.

– Não acredito que você brigou com a sua própria espécie! – Fernando tentou me zoar, mas não deu certo por que eu não me senti ofendida. SE FUUU.

– Eu também não!- Revidei fazendo ele me dar um peteleco. - Doeu cabrito!

– Não tanto quando doeria se o bode tivesse feito!- Me arrepiei só de lembrar.

– Pare de falar no bode! É para ser um dia feliz. – Pegamos nossas pipocas recentemente preparadas e fomos para a sala de cinema. Nicole e Artur foram se sentar lá em cima, mas nem eu e nem o Fernando gostamos de sentar muito no alto e nem ver os dois se pegando lá em cima então nó sentamos mais para frente. - Qual filme nós vamos ver mesmo?

– Eu também não sei.

– Por que eu acho que isso vai dar merda?

– Não sei, mas você não é a única que acha isso… – Pronto, agora ferrou de vez.

E não é que deu? O “filme” que a Nicole escolheu é um documentário sobre morsas que ela queria assistir faz uns três meses. Eu virei para o Fernando.

– Eu não vou ver isso! – Levantei e sai da sala com o Fernando atrás.

– O único que vai sofrer é o Artur.

– É o noivo, que aguente– Comecei a rir e fomos até a frente para ver qual era o próximo filme do horário. - Que tal esse? – Apontei para a capa do filme.

– Comédia romântica não! Vamos ver “O Massacre da Cerra Elétrica no Jardim de Infância”. – Ele me puxou até a sala que estava passando o assassinato.

– Você esta falando sério? – Um massacre em um jardim de infância, ótima forma de passar o aniversário.

– Porque não? – Sentamos nas poltronas e ficamos vendo o filme, toda a vez que o assassino acertava uma alguém eu comia uma bala… Acho que vou ficar ter diabetes… Quando o filme acabou, nós fomos procurar os nossos irmãos.

– Eu não acredito que vocês não assistiram ao filme conosco! - Nicole, como você é ingênua.

– Nicks, eu nunca ia ver um documentário sobre morsas por vontade própria, principalmente no meu aniversário. – Admiti e Nicole me deu um tapa. - AI! Acalma esse mão King Kong! – Estávamos indo embora e a Nicole foi dar tchau para o Aleluia e o Artur disse:

– Porque não me levaram junto? Porque me deixaram sofrer? Por quê? – O Artur estava com uma cara que parecia que tinha sofrendo.

– Por que você é o noivo. – HAHA! Artur fez uma cara de que fosse chorar.

– Por culpa de vocês eu estou traumatizado.

– E por culpa dele, eu nunca mais piso em um jardim de infância. – Apontei para o monossilábico.

– Vamos lá? – Nicole brotou sem precisar de água.

– Lá aonde? – Agora tem que tomar cuidado para onde ela vai nos levar.

– Tomar frozen iogurt!

– Até que enfim uma ideia boa! AI! – Sim, ela deu um tapa no Fernando. Sim, eu estou rindo igual a uma hiena. - Pare de rir sua lunática.

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– Eu quero pequeno, natural e com três acompanhamentos moça! – O que? Eu adoro frozen iogurt!

– Tá louca? Eu não tenho tanto dinheiro assim.

– “Se não ‘guenta porque que veio” Nicole?! – Reclamei na cara dura.

– Pare de brigar com a minha noiva. – Artur foi em socorro a Nicks.

– E como vai os preparativos para o casamento? – Perae! Foi o Fernando mesmo que perguntou isso? Acho que eu não fui a única que ficou abismada, a Nicole estava de queixo caído e o Artur esta com uma sobrancelha levantada. - O que foi?

– Quem é você e o que fez com o pernilongo do meu vizinho?

– O que foi?

– DEVOLVA O FERNANDO, SEU ALIEN MALCRIADO! – Dei uns tapas que nem louca no alien/Fernando.

– Pare de me bater sua louca! O que tem demais eu perguntar sobre o casamento?

– Ahh, er… É que você nunca perguntaria isso se não quisesse esconder algo… O que você esta escondendo Fernandinho? Pode abrir o jogo com a sua cunhada! – Nicole abraçou o Fernando de lado como se ele fosse um problemático e precisasse se ajuda.

– Não quero esconder nada, só quero saber como vão as coisas. – Ele falou. - Não posso saber?

– Claro que pode, mas é estranho por que você nunca perguntou? – Fuinha disse.

– Agora eu perguntei.

– Parem de brigar. – Nicole fez cara de brava. - Esta quase tudo pronto Fernando só falta fazer o último ajuste do vestido e a Alice provar o vestido de dama de honra dela. – A Nicole, minha mãe e a dona Lucia deviam escrever um livro “Como fazer um casamento em cinco passos” pela velocidade que elas prepararam esse casamento.

– Engordou é mana? – Falei maldosa.

– É normal uma mulher grávida engor… – UMA MULHER O QUE? - Ops, acho que falei de mais…

– Você acha amor? – Artur perguntou de um jeito meio irônico e carinhoso para ela. Voltando ao meu piti… ELA ESTA O QUE?

– COMO ASSIM GRÁVIDA? QUANDO? ONDE? COMO? – Perguntei desnorteada e ela parecia que não entendia o meu estado surpreso. Minha irmã solta assim que eu vou ser tia e espera que eu não fique surpresa.

– Estando grávida ue? Eu descobri semana passada, onde vocês não precisam saber e do jeito tradicional. - Ela disse um pouco envergonhada e o Artur passou o braço em volta dos ombros dela.

– Eu sei que foi do modo tradicional, depois de ver vocês se engolindo em público da até medo de imaginar como é em quatro paredes! – Falei deixando o casal com vergonha.

– De quanto tempo? – Fernando finalmente se manifestou

– Dois meses.

– Nossos pais já sabem? – Fernando perguntou de novo.

– Pretendíamos contar hoje à noite. – Artur disse feliz. Ficamos todos em silencio, nós sabíamos que nossas mães iam pular de alegria, o seu Nélson não ia nem se admirar, mas o Rodrigão ia ter um treco.

– Vocês estão do nosso lado né? – Nicole disse como se conseguisse ler nossas mentes.

– Claro que sim! – Falei sem pensar duas vezes e dei um abraço na minha irmã, e o Fernando fez um toque de mãos com o Artur.

– Nunca deixaríamos vocês sozinhos nessa, dudes. – não é que o Fernando sabia ser amigável?

– Fernando tem razão! Agora vamos deixar esse clima “Somos amigos” e vamos para casa logo que a dona Lucia ia fazer o meu bolo arco íris!

– Só a Alice mesmo para estragar com um clima legal. – Também te amo Fuinha.

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Sabe aquele momento estranho que você encontra a diretora do seu colégio no meio da sala de estar da sua casa? Não? Nem eu.

– Abigail? – Falei sem acreditar que ela estava aqui.

– Alice, Olá! – ela disse na maior naturalidade enquanto tomava alguma coisa em uma xícara chique que minha mãe só usa com visitas.

– Diretora Abigail? – Fernando passou pela porta e ficou no mesmo estado que eu.

– Olá Fernando. – Ela disse calma de novo. Agora só falta Serginho Malandro chegar dizendo “Pegadinha do Malandro! GLU GLU IÉ IÉ”

– Filha, eu a chamei, porque sei que vocês são amigas. – Minha mãe explicou. Eu realmente não esperava ver a Abi antes das férias.

– Eu aproveitei e comprei um presente para você, Alice. – Abi me entregou um embrulho.

– Abi, não precisava trazer presente, só um 10 em História e eu já ficava feliz! – dei um abraço nela e abri o presente, era um livro que ela me contou ano passado quando eu fui nas minha visitas matinais à direção.

– Olha o bolo! – Dona Lucia chegou carregando o meu lindo bolo com velas de número 15 em cima. DELICIA!

Minha mãe tinha tentado cantar parabéns para mim, mas não deu muito certo porque depois dos parabéns o Fernando enfiou a minha cara no bolo e eu fiquei muito irritada por que eu realmente queria comer aquele bolo e estava destruído, então eu peguei um pedaço e comecei a correr atrás dele e taquei na fuça do infeliz… Enfim, dona Lucia soltou um suspiro e saiu da sala enquanto eu e o Fernando nos limpávamos.

– Eu realmente queria aquele bolo. – suspirei irritada com o fedesmungo. AI QUE ODIO!

– Não me culpe, eu simplesmente não posso ignorar uma oportunidade daquelas, principalmente quando você chegou tão perto do bolo para assoprar a vela. – O filho da fruta soltou uma risada lembrando-se do que aconteceu, mas isso só me vez bufar de ódio.

– Não precisa ficar brava Alice, eu sabia que vocês iam aprontar com o bolo e por isso fiz mais um! – DONA LUCIA EU TE AMO!

– Lucia, eu te amo! – Não me aguentei e a abracei e ela começou a rir. O que? Além de minha vizinha ela também era a minha madrinha.

Ficamos comendo bolo e conversando até a Abi ter que ir embora. Nicole me olhou e assentiu e eu fiquei boiando. Sim o que? Olhei para o Fernando que revirou os olhos para mim.

– Eu e a Nicole temos algo para contar para vocês. – Ahhhhh isso! Ohh merda. Já?

– Eu estou… ahh… grávida. – Ela disse tão baixo que eu acho que nem o Artur, que estava do lado dela, ouviu.

– Está o que Nicole? – Rodrigão perguntou.

– EU ESTOU GRAVIDA OK? – Ela explodiu e todo mundo ficou em silencio.

– AHHHHH!!!! VAMOS SER VOVÓS!!! - As mamães gritavam e pulavam abraçadas umas na outra. Senhor Nélson estava que nem Fernando, agindo como se isso não fosse novidade. E meu padrasto… Esse é o problema.

– Você!! - Ele apontou para Nicole. - Como você ousou fazer isso antes do casamento?- Eu ri dessa. Vendo que Nicole estava encolhida e que Artur estava com cara de pamonha porque é assim que ele fica quando está muito nervoso, eu mesma tive que fazer alguma coisa.

– Rodrigo, nós estamos no século XXI. As pessoas fazem isso na rua, na balada, no matinho e não precisam estar casadas. - Ele agora olhou para mim com os olhos do demônio.

– No trocador também? - O Artur e a Nicole queriam. - Foi ótimo você ter se pronunciado. Eu não posso bater em grávidas, mas em pessoas de olhos lilases… - Ai então eu corri para trás do Fernando que era a pessoa mais perto de mim.

– Cara, porque você gosta tanto de querer me bater? Eu nem fiz nada. POXA! Só estou dizendo que eles vão se casar. Não é como se tivesse problema. Eles estão felizes! Deixa eles! - Ai então meu padrasto me pegou pelo braço. Me abraçou e começou a chorar.

– Alice, você é minha única esperança. Fique longe dessa gente. E não faça essas coisas muito cedo ta? - Ele chorando é muito tenso. Ai eu fiquei lá, com cara de “Sou tosca beijos”, mas ninguém notou. - Eu preciso bater em alguém. Que tal você Artur?

– Pode me bater. Fui eu o maior culpado. - Ele pareceu sair do estado “sou uma pamonha, abraços” e veio de frente para o Rodrigo. Que deu uma bifa(?) na cara dele.

– É BOM QUE VOCÊ CASE COM A MINHA AFILHADA!! - Ele estava com muita raiva e batia no Artur.

– RODRIGO PARA!!! VOCÊ VAI MACHUCAR ELE!! - Nicole tentava segurar o Rodrigão, sem muito sucesso. Ai eu fiquei pensando que a Nicole não podia passar estresse e que ela ia ficar viúva antes de casar. E como eu amo muito ela eu fiz uma coisa idiota que ia doer no meu lombo mais tarde.

– RODRIGO EU QUE ESTRAGUEI SEU COMPUTADOR! – Não existe outra coisa, tirando minha mãe, que o Rodrigo se importe mais do que o seu computador, ele ama tanto aquilo que ia fazer ele esquecer a Nicole rapidinho. Como eu estraguei? Digamos que no final eu não era a visitante numero 1.000.000...

– Então foi VOCÊ? – Ele perguntou furioso e eu assenti. - Eu cuido de você depois, agora… – Ele virou para a Nicole e o Artur. Isso vai demorar.

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Depois de meu padrasto emburrado, a Nicole chorar, o Rodrigo não aguentar ver ela chorando e os dois chorando juntos, todo mundo foi para suas respectivas casas e foram dormir. Esse aniversário foi realmente inesquecível.

TUM! TUM! TUM!

– Fale coiso. – Abri a janela e encontrei o Fernando batendo na minha janela com uma vassoura, mas como ele não tinha me visto (assim espero) ele acabou dando uma vassourada na minha cabeça. - AI! DOEU!

– Desculpa, não te vi.

– ”Não me viu.” Hum, sei… O que quer nego?

– Vamos lá embaixo, quero te contar uma coisa. – Ele apontou para embaixo de nossas janelas.

Coloquei o primeiro calçado que vi e desci as escadas em silencio. E encontrei o gordo nada gordo do Fernando encostado na arvorezinha.

– Fale. – Disse quando cheguei mais perto.

– Desculpa pelo bolo na cara, mas eu não consegui resistir. – Ele parecia realmente ressentido.

– Agradeça a sua mãe, se não fosse ela eu ainda estaria muito brava com você. – fiz uma careta.

– Eu sei que você sabe que eu nunca perderia a oportunidade. -Eu sei que você sabe que eu sei que você sabe que é difícil de dizer ♫.

– Pior que eu realmente sei. – Falei e nos dois acabamos rindo e depois ficamos em silencio por um tempo sentados embaixo da arvorezinha.

– Alice. – Eu estava de olhos fechados

– Hm. – Abri os olhos e o encontrei o Fernando muito perto de mim.

– Feliz aniversário. – e então ele me beijou. E eu não me importei com nada mais.

Esse foi um aniversário realmente inesquecível.²