Sociedade Renegada escrita por Nynna Days


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, flores. Desculpem pela demora, mas aqui está o novo capítulo. E espero que todos que estejam acompanhando comentem. Adora saber as sugestões de vocês.



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“Estou começando a concordar com você.”, Dimitri disse.

Eu sorri, vendo-o me observar pelo espelho. Apertei meu rabo de cavalo e passei a mão na frente de meu rosto pra ter certeza que minha visão estava cem por cento.

Passei a mão por minha camiseta preta e vi se minha calça de moletom cinza estava muito folgada. Estava me sentindo como a Britney Spears em “Baby, One More Time”.

Segurei-me para não revirar os olhos e me virei para Dimitri.

“Sobre o que?”, perguntei fazendo-me de desentendida.

Dimitri sorriu, enquanto eu me sentava na cama e terminava de amarrar os meus tênis.

“Sobre a Rainha ter usado alguma coisa ilícita quando era mais nova.”, ele disse e se calou enquanto eu vi. Estava nervosa, isso sim. “Ou talvez esses anos todos tomando conta da Sociedade Carmim não tenham feito bem a ela.”, ele continuou.

Levantei-me. “Não tem outra explicação lógica para o que ela está fazendo.”

Eu assenti comigo mesma, enquanto Dimitri abria a porta do meu quarto e descíamos as escadas.

Era um dia ensolarado de domingo e eu estava indo aprender luta com a garota que tinha tentado me matar.

Claro que Dimitri não tinha ficado nem um pouco satisfeito com isso, mas o que ele poderia fazer? Rose já estava decidida.

“Ela é mãe.”, dei de ombros. “Está desesperada depois de ver a sua filha ser atacada mais de uma vez pelos Renegados. Eu queria saber o motivo deles me quererem tanto.”, pausei e fiz uma careta. “Com certeza não é pela minha beleza e minha alegria contagiante.”

Dimitri sorriu.

“Acho que está mais para a beleza e a alegria contagiante de sua futura coroa.”, ele disse. Então percebendo o que disse, resolveu se justificar. “Não que eu te ache chata e feia. Eu só estou dizendo que eles estão de olho em sua coroa.”, seu rosto estava vermelho e eu comecei a gargalhar. “Bem, eu acho que eles estão.”

“Ok, Dimitri.”, eu toquei em seu ombro. “Relaxe.”

Terminamos de descer as escadas e encontramos o castelo em um silêncio total. Há essa hora, eu deveria estar na casa de meu pai, mas minha mãe ainda tinha uma magia sob aquele Dark. Rose conseguiu convencer Christian a me deixar ficar ali hoje e ir para a Sociedade Dark no dia seguinte.

“Eu deveria ter visto que minha mãe estava aprontando alguma coisa.”, eu disse balançando a cabeça quando alcançamos a rua.

Ainda ficava impressionada com o modo que, na Sociedade Carmim, o antigo se misturava com o novo.

Algumas pessoas me encaravam com estranheza, pela minha roupa. Sinceramente, até eu mesma me encararia daquele jeito. Mas quando eles me reconheciam, faziam uma mesura e voltavam aos seus afazeres.

Vi algumas garotas reunidas em seus vestidos longos, enquanto teclavam freneticamente em seus celulares de última geração.

E eu querendo me livrar do meu.

Balancei a cabeça. Elas me olharam por um segundo e sorriram. Mas, na mente de algumas, eu via a inveja queimando.

Ah, se elas soubessem a sorte que tinham em terem uma vida normal. Eu daria meu braço para estar no lugar delas. Se bem, que eu era a única pessoa que poderia passear pelas duas Sociedades livremente. Isso era uma vantagem.

“Então, as visões acabaram?”, Dimitri disse, quando passamos pelas garotas.

“Bem, eu acho que sim.”, dei de ombros, distraída por um momento pelos pensamentos obscenos de algumas garotas em relação ao meu guardião. Olhei para Dimitri. “Desde que comecei a namorar Drake, tenho dormido que nem um bebê.”, ele franziu o cenho. Levantei minha mão, impedindo-o de falar. “E nem me pergunte a razão. Eu não sei nem porque estava tendo visões.”

Estávamos caminhando por entre a Sociedade Carmim ainda. Nossa, eu nunca tinha notado quando isso era grande. Meu caminho sempre era do castelo para o portão, ou vice-versa.

E de carro.

Dimitri ficou em silêncio por alguns segundos, até que ele soltou uma exclamação e estalou os dedos. Levantei uma sobrancelha. Parecia que Rose não era a única maluca.

“Você já pensou na possibilidade de Drake está bloqueando seus poderes.”, Dimitri disse. Olhei-o, confusa. Ele se apressou em explicar. “Você sabe que alguns poderes bloqueiam os outros. Por exemplo, você e Ethan. Você não lê a mente dele e ele não controla a sua.”

Assenti, acompanhando sua linha de pensamento.

“Então, Curandeiros, como eu somos bloqueados por Lutadores.”, ele continuou. “É uma coisa de lógica. Eles machucam, os Curandeiros curam. Você vê o que as pessoas pensam e Ethan diz o que elas vão pensar. Drake é um Rastreador. E você estava tendo visões. Ele vai para o lugar. Você vê esse lugar antes de chegar.”

“Por isso que minhas visões com Drake sempre eram vagas. E com Ethan eram mais intensas.”, eu pensei em voz alta. Então, corei. “E eu, tola, pensando que era por causa do que eu sentia por ele.”, balancei a cabeça. “Christina me disse que era por conta das emoções diferentes em momentos diferentes.”

Dimitri encolheu os ombros.

“Também pode ser.”, ele disse. “É só uma suposição.”

“Que tem muito sentido.”, eu acrescentei. Então suspirei. “Não sei se fico feliz ou decepcionada que minhas visões pararam. Quero dizer, assim eu poderia saber a reação de Drake amanhã quando visse Nara.”

Isso fez Dimitri parar e me encarar com os olhos castanhos arregalados.

“Você ainda não contou?”

Bufei.

“Claro que não.”, voltamos a andar. “Ele iria pirar se soubesse. Na verdade, ele vai pirar quando souber de tudo isso.”, passei a mão por meu rosto e soltei o ar. “Não quero nem ver. Acho que vou querer desaparecer amanhã.”, fiz uma careta. “Mas não vou poder. Graças a minha incrível mãe.”

Dimitri riu.

“Parece que a Rainha só tem feito ótimos favores a você.”

“Nem me fale.”

****************************

“Vamos, Jordan.”, Nara disse parada a minha frente. “Dê-me um soco.”

Sinceramente, eu estava queimando de vontade de fazer isso.

Olhei para o lado, onde Pierre e Dimitri estavam encostados em um muro baixo, nos observando. Estávamos quase no final da Sociedade Carmim, em um tipo de campo.

Peguei-me pensando em como era fácil sair da Sociedade Carmim por aquele muro. Ninguém notaria, por ser longe. Será que minha o usava para encontrar com meu pai?

“Estou esperando.”, Nara disse, me fazendo voltar para aquele momento. Então, lhe dei um soco. Mas, antes que tocasse em seu rosto, ela segurou minha mão. Segurei o impulso de puxá-la. “Você está fazendo do jeito errado.”, ela pegou minha mão e ajeitou meus dedos. “Coloque o polegar para dentro.”

Estreitei os meus olhos, vendo como ela estava diferente. Centrada. Seus olhos escuros não tinham a raiva de quando chegou. Eles estavam cautelosos. Ela também tinha feito um rabo de cavalo com seu cabelo. Estava com um top preto e uma calça de malhar. Se eu estava me sentindo a Britney Spears, era porque não a tinha visto antes.

Assim que terminou de ajeitar a minha mão, deu um passo para trás.

“Agora, me dê um chute.”, ela comandou, gesticulando. Não hesitei dessa vez. Chutei com toda a força que eu tinha. Mas, novamente, Nara pegou minha perna no ar a centímetros de seu rosto. “Chute mais alto. E não use a sua outra perna para dar impulso. Se eu quisesse poderia te derrubar.”

“Droga”, eu reclamei passando a mão por meus cabelos desgrenhados. “Já estamos nessa há quase meia hora e eu ainda não aprendi nada.”, chutei uma pedrinha. “Nunca vou poder me defender. Sei que minha mãe quer que eu aprenda a me defender sozinha, mesmo tendo meus guardiões. Mas é impossível.”

“Jordan”, Nara disse com toda calma do mundo. Como se falasse com uma criança. “Você está na sua primeira aula. Apanhei muito de Pierre até aprender a me defender.”, ela deu um meio sorriso. “Quando eu te ensinar tudo, você irá derrubar até Dimitri. Assim como eu derrubo Pierre, sem quebrar uma unha.”

Isso fez com que Pierre começasse a rir e se desencostasse do muro. Eu sempre ficava impressionada com a beleza exótica dele. Se não fosse guardião, poderia ser modelo. Até o seu riso era carregado por seu sotaque. Ele se aproximou da gente, mas parou na frente de Nara, estreitando os olhos azuis.

“Isso é um desafio?”, ele disse ficando sério.

“Oh, com certeza.”, Nara levantou uma sobrancelha. “Vamos dar uma aula prática a jovem Jordan.”, ela olhou para as unhas. “Sei que isso não irá durar nem 5 minutos. Assim dá tempo para a princesinha descansar.”

Vi que aquela era a minha deixa. Fui me sentar no murinho onde Pierre estava. Dimitri me deu um sorriso. Eu assenti.

Nem ousei perguntar sobre como eu estava me saindo. Sabia que estava sendo uma droga. Pierre e Nara deram alguns passos para trás e se prepararam. Como se um alarme mental tivesse sido disparado, eles avançaram um no outro.

Minha boca ficou aberta com seus movimentos. Nara era magra, então era fácil para ela escapar dos golpes óbvios de Pierre. Mas o guardião dela tinha a experiência do lado dele. Se eu conseguisse fazer metade do que eles estavam fazendo, já me sentia capaz de me proteger sozinha. E novamente, os vi como satélites. Como se fossem atraídos. Como se soubessem exatamente o próximo movimento do outro.

Mas, como Nara previu, não durou nem cinco minutos. Em algum movimento que eu não consegui ver, por ter sido muito rápido, eles pararam um em frente ao outro, com os punhos a centímetros de seus rostos.

Então, sorriram.

“Tenho que dar o braço a torcer.”, Pierre abaixou o punho e Nara também o fez em seguida. Então, eles apertaram as mãos. “Você aprendeu bem.”

Nara se virou para mim. Ela não tinha nenhum fio fora do lugar.

“Você só tem que seguir seus instintos.”, ela disse como se fosse a coisa mais óbvia. “E você sabe fazer isso, Jordan.”

E em sua mente, veio a imagem de nossa luta. Como eu tinha seguido meus instintos e sobrevivido. E a atacado. Pressionei os lábios juntos. Sim, eu sabia seguir os meus instintos.

Mas eu não tinha certeza de que queria fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

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