Destinados escrita por Lucy Myh


Capítulo 18
Capítulo 17. CULLEN


Notas iniciais do capítulo

Três capítulos hoje, ok?
Comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/44323/chapter/18

CAPÍTULO 17 – CULLEN

Luna POV

Saindo da Biologia, eu, Lisa, Gabi e Peter fomos comprar o nosso almoço e nos juntar aos nossos amigos na mesa dos populares. Eles começaram a conversar sobre algumas coisas que não me interessavam, então, por mais que eu me esforçasse, não conseguia me prender à conversa. Estava devaneando e tentando manter minha mente fixa na conversa que corria ao meu redor, quando os vi pela primeira vez.

Eram cinco, sentados no canto mais afastado de onde eu estava no refeitório. Não comiam, não conversavam. As bandejas de comida, embora cheias, estavam intocadas. Não me encaravam como os outros. Isso me deu coragem para encará-los e analisá-los melhor.

Dos três garotos, o maior era o que aparentava ser o mais forte, musculoso como um halterofilista, os cabelos escuros e crespos. Embora fosse bem assustador, algo me dizia que por trás de todos aqueles músculos, havia um urso brincalhão. O outro era mais alto, mais magro, mas ainda assim musculoso, com cabelos loiros, cor de mel. Ele me trazia uma sensação de tranqüilidade, embora uma pontada de receio estivesse presente também. O último era o mais lindo e juvenil. Esguio, não tão alto, nem tão baixo, menos forte, mas não se podia dizer que era fraco, os cabelos desalinhados, cor de bronze, ele não era nem demais, nem de menos, tudo nele estava na medida certa para mim, ele era o mais perfeito. A sensação que tinha era a de que ele fosse feito especialmente para mim, como se ele me pertencesse. Ah, eu estava pirando! Não, ele é que estava me fazendo pirar.

Já as garotas eram o contrário. A alta era escultural, corpo de modelo, os cabelos dourados caindo em cascatas até o meio das costas. Ela era linda, de dar inveja, mas algo nela não me agradava. Ela me dava... medo. Estranho, né? Mas a beleza dela era realmente intimidadora. A baixinha era como uma fada, muito magra, com feições miúdas, os cabelos de um preto intenso, curtos, repicados e desfiados para todas as direções. Diferente da loira, essa fadinha me parecia muito confiável, podia jurar que seríamos boas amigas.

Eles eram lindos, inumanamente perfeitos. Embora distintos, eram, de certa forma, parecidos. Todos eram extremamente pálidos, mais pálidos que qualquer um, mais pálidos do que eu. Os olhos eram escuros, as olheiras arroxeadas eram bem visíveis. Todos os traços eram perfeitos, repletos de uma beleza sobrenatural.

Pela minha própria descrição, eram eles: os Cullen. Lembrei-me da conversa do ano novo. Minhas amigas haviam me dito que eles eram “lindos, ricos, anti-sociais e esquisitos”. De fato eram lindos. E pelas roupas, caras, de marca e bom gosto, eram ricos também. Quanto ao anti-social e ao esquisito, teria que descobrir depois, embora o fato de se sentarem em uma mesa isolada indique que eles preferem ter privacidade, pelo menos no almoço.

“Vejo que já descobriu os Cullen.” Gabi disse baixo em meu ouvido, rindo em seguida. E prosseguiu. “O maior é...”

“Emmett.” A cortei, sem pensar no que eu estava falando. “Os loiros são Jasper e Rosalie. A baixinha, Alice e o ruivo...” minha voz sumiu no final.

“É o Edward.” Ela terminou. “Como você sabe?” Me olhou curiosa. “Nós não dissemos antes.” E arqueou uma sobrancelha, pedindo uma explicação.

Eu sorri amarelo, virando para encará-la. Nem mesmo eu sabia. Só saiu... mas o nome do... Edward... custou um pouco a sair.

“Acho que você fez a lição de casa.” Ela riu, pensando que eu tinha perguntado para alguém antes. Achei melhor que ela acreditasse nisso. Eu ficaria com fama de louca se dissesse que apenas sabia. Voltei a encará-los.

“Eles são mesmo lindos.” Foi a única coisa que saiu da minha boca. Logo em seguida, percebi o mais novo, o ruivo, o perfeito, Edward, nos encarando. Senti Gabi desviar o rosto, olhando para os lados, mas eu não consegui me mexer. Estava paralisada, anestesiada. Não sentia meu corpo. Não era mais capaz de controlá-lo. Só o que sentia, era a presença daqueles olhos escuros me fitando. Só o que podia fazer, era continuar o encarando.

Meu coração batia desenfreadamente, pulsando acelerado enquanto me via presa no mar escuro que eram aqueles olhos. Não sentia medo, sentia uma estranha excitação. Senti como se já tivesse vivido essa mesma situação antes, como um déjà vu. Mas algo estava errado, eu sentia isso. Ao invés da esperada curiosidade, pude distinguir várias emoções atravessarem o mar negro que eram seus olhos. Surpresa, saudade, esperança, curiosidade, confusão. Não devia haver tantas emoções em um só olhar. Não aquelas emoções e naquele olhar.

Fiquei confusa. Ele me encarava, mas eu não via as emoções que esperava ver. Consegui sair da prisão de seus olhos só depois do choque de perceber as emoções que o tomaram. Só então, percebi que o encarava descaradamente. Corei, envergonhada por invadir sua privacidade, desvendando suas emoções como se ele fosse um livro e eu, uma leitora ávida por lê-lo. Baixei o rosto, encarando a mesa e fazendo com que meus cabelos caíssem como uma cortina, me protegendo daquele olhar intenso. Um olhar que me enchia de vida, de emoções que não sabia que existiam dentro de mim. Era ao mesmo tempo excitante e apreensivo. Bom e ruim. Uma tempestade de pensamentos, sentimentos e dúvidas.

Por que todas aquelas emoções quando ele me viu? Por que não consegui desviar daquele olhar? O que estava acontecendo comigo? Que eu me lembre, isso nunca tinha acontecido, não comigo. E isso me apavorava. O desconhecido sempre causa essa primeira impressão, mas eu sentia que esse desconhecido, pelo menos dessa vez, não era tão desconhecido assim. Aquele garoto me era estranhamente familiar, mas não poderia dizer de onde o conhecia, só de pensar nele, vinha à minha mente aquele par de olhos negros como a noite, me hipnotizando e me fazendo mergulhar no mar de emoções que eles encerravam. A verdade é que, por mais que eu quisesse mergulhar neles, eu tinha medo de me afogar.

“Os Cullen estão te olhando” Gabi disse à meia-voz, tirando-me dos meus pensamentos. “Todos eles.”

Não pude mais evitar, tinha que conferir se era verdade. Queria ver com meus próprios olhos. Levantei o rosto ao mesmo tempo em que uma rajada de vento passava pelas minhas costas, jogando meus cabelos para frente e encobrindo a minha visãgando meus cabelos para frente, encobrindo a minha visva pelas minhas costas, jogando meus cabelos para frente. ue que eles preo. Levei alguns segundo jogando-os para trás para desobstruir minha visão. Quando voltei a encará-los, todos estavam se levantando, indo em direção ao lixo e jogando fora o conteúdo intocado da bandeja. Logo em seguida, eles saíram do refeitório, com passos largos, rápidos e graciosos, até o grandalhão, o que me surpreendeu. Eles não estavam simplesmente andando, estavam desfilando para a saída. Fiquei hipnotizada por aqueles passos ritmados, firmes e suaves, enquanto sumiam pela porta.

Mais uma vez, fui acordada pela Gabi. “Esquisitos, não?” Ela perguntou.

Se considerarmos a beleza inumana, o comportamento deles de se isolarem e o fato de jogar tanta comida intocada no lixo como algo esquisito, então, sim. Eles são esquisitos. Somente concordei com a cabeça. Não exteriorizei esse pensamento.

“Ah, e só para avisar.” Virei-me para ela para prestar atenção ao aviso que ela daria. “Se eu fosse você, para o seu próprio bem, não tentaria me aproximar do Edward, o único solteiro daquela família.” Fiz uma cara de interrogação e ela explicou. “Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele.” Fez uma pausa, procurando alguma coisa com o olhar pelo refeitório e retornou falando mais baixo. “Sabe aquela garota loira?” Ela apontou discretamente uma garota loira rodeada por outras duas garotas. Fiz que sim com a cabeça. “Então, por algum motivo que ninguém sabe, ela venceu o medo que todos eles dão e tentou convidar o Edward para sair com ela.” Gabi deu um risinho baixo, se lembrando da situação. “Ele deu um sorriso amarelo, disse ‘não, obrigado’ e saiu com os irmãos dele, deixando ela no meio do corredor.” Ela terminou a fofoca, reprimindo o riso.

Eu a reprovei com o olhar. “Não é legal rir da desgraça dos outros.”

Ela revirou os olhos. “Tá. Mas bem que ela mereceu, para largar de ser tão atirada para cima de todo garoto solteiro e não-solteiro do colégio. Ela é a maior oferecida da escola!” Ela se defendeu.

“Mesmo assim, eu não acho certo.” Continuei.

“Você fala isso porque ela não deu em cima de um cara que é seu.” Ela revidou num volume mais baixo, fechando a cara e cruzando os braços.

“Ela deu em cima do Peter?” Arqueei a sobrancelha e ela corou, desfazendo a careta de emburrada.

“Bem, não que ele seja meu. Ele não é.” A última frase saiu um pouco desanimada. “Mas ela já deu em cima dele sim. E eu tratei de abrir os olhos dele antes que aquela cobra destilasse todo o veneno dela.” Ela riu no final, voltando para a animação natural dela.

“Ele, digo, o Edward foi grosso com ela para fazê-la passar vergonha na frente de todo mundo?” indaguei sem acreditar que aquela pessoa perfeita pudesse ser mal educada.

“Bom, grosso ele não foi. Ele até que foi educado.” Ela sorriu. “Mas a cara que ela fez, quando perguntou e depois que ele respondeu foi hilária. E o mais incrível, é que ela teve a cara-de-pau de convidar ele mais umas...” Ela parou um pouco, colocou um dedo sobre o queixo, numa típica posição de quem estava pensando e, por fim, continuou. “Três vezes em público. Agora, não sei se ela desistiu, ou se ela ainda tenta abordá-lo quando não há mais testemunhas por perto. Ah, Fala sério, ela realmente achava que Edward Cullen iria se interessar por uma reles mortal e atirada que nem ela?” Gabi se esforçou para conter a gargalhada.

É. Como eu pensava, Luna. Você não tem a mínima chance. É melhor deixar de ter esperanças. Edward Cullen não vai dar bola para você. Ele é um deus. Você é uma mortal. Não tem como os dois ficarem juntos. Edward Cullen... É impressão minha ou eu conheço esse rosto de algum lugar? E esse nome... tenho quase certeza que já ouvi em algum lugar antes... Ah! Odeio isso! Sei que sou ótima para esquecer as coisas ruins, mas eu odeio quando as coisas boas também se apagam! É melhor esquecer essas sensações de déjà vu, Luna. Isso está acontecendo muito frequentemente com você. Até parece que você está ficando louca. Pára com isso! Esquece os Cullen. Concentre-se na conversa dos seus amigos. Isso! Se distraia dessas maluquices da sua cabeça. Você não está pirando! Não está!

“... e eu vi no noticiário da TV que amanhã poderemos ter neve! Sabe o que é neve?” Peter riu animado.

“Guerra de neve!” Os outros garotos falaram juntos, com a mesma empolgação. Incrível como violência é tudo para os garotos.

“Que nada!” Eu disse fazendo uma careta. “Significa: frio demais para chover.”

Todos riram da minha cara e não pude deixar de acompanhá-los.

“Deve ter saudades de Phoenix, né?” Lisa perguntou. Depois de rir um pouco, é claro.

“Um pouco. Mas estou me acostumando com Forks.” Disse conformada. “Ainda é frio demais aqui, mas dá-se um jeito, né?”

“Qualquer coisa a gente te ajuda.” Kali disse.

“Estou contando com isso.” sorri.

“Se quiser calor humano, pode me ligar.” Disse Tom piscando um olho para mim.

Revirei os olhos enquanto Nancy acertava uma cotovelada nas costelas dele.

“Não preciso do cobertor da Nancy emprestado.” Segurei o riso.

“Ei!” Eles exclamaram juntos.

“Eu não sou o cobertor dela!”

“Ele não é o meu cobertor!”

Não pude conter a risada agora. Ninguém pôde. Eles disseram tudo ao mesmo tempo, num timing perfeito.

O sinal que anuncia o fim do almoço tocou. Todos nos levantamos, ainda rindo e seguimos para nossas aulas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

não me matem por ela não ter lembrado das fotos e das passagens... eu já tinha avisado que aconteceu tanta coisa na vida dela, que ela podia não se lembrar de tudo, mas não significa que eu vou esquecer daquelas coisinhas não... na hora certa ela se lembra das coisas... por enquanto... deixa rolar (e olha q tem muita coisa pra rolar)...

Bom... Tive que pegar partes do livro emprestadas. Afinal, Luna é, de certa forma e em partes, Bella. Ela tem a mesma impressão que Bella tem dos Cullen, embora tenha algumas informações a mais, coisa que Bella só descobre depois, mas que Luna já sabe porque Bella já tinha descoberto. Entenderam?

E no próximo capítulo: POV do Edward com decisão! Alguém quer chutar que decisão é essa?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.