Ficamos nos encarando um momento. Isso era constrangedor...

Tipo, acabamos de nos encontrar e nos beijamos como se fossemos namorados ou algo assim.

Percebi que ele olhava fixamente para o chão com um pequeno sorriso no rosto. Provavelmente pensando ‘’Vou fingir que estou pensando em algo mais interessante até essa garota louca sair daqui’’. Sinceramente, eu não duvidaria que fosse isso.

– Bem.. Eu tenho que ir para casa. Quem sabe nos encontramos outro dia. – Eu disse desconfortável com a situação.

Quando me virei senti alguém segurar meu braço. Virei-me e vi que ele me olhava.

– Obrigada. Sabe... Por me ‘ajudar’. – Ele disse tímido. Como ele ficava lindo corado. Cale a boca consciência.

– Ah! Não foi nada. Eu vou indo... – Dei um sorriso e ele retribuiu.

O garoto (chamado Austin, se me recordo) largou meu braço e eu saio andando.

Começo a pensar nele (Meus deuses, que coisa mais clichê para fazer; mas foda-se). Nem percebo quando entro em casa.

Meu irmão está sentado no sofá com várias malas ao seu lado.

– Dallas? – Falo e ele levanta a cabeça, percebo que ele estava chorando. – O que aconteceu?

Ele vem a minha direção e eu o abraço.

– Ela terminou comigo Ally! Aquela.. Vadia!

– Ta. Calma! Me explique direito. – Digo sentando no sofá branco e ele senta ao meu lado.

Dallas respira profundamente e começa a falar.

– Assim. Eu a convidei para ir naquela cafeteria perto do seu colégio sabe? A Closed. – Eu assenti. – Então, quando eu cheguei lá, ela já estava lá. Eu me sentei a sua frente, e antes de eu falar qualquer coisa, ela já veio falando que queria terminar comigo, por que ela já estava com outro cara a mais de 2 anos, e eles vão viajar para Ohio e não queria esconder isso de mim mais. – Tentava absorver todas as palavras faladas por ele. – Ela me traiu na cara dura! Por mais de um ano! Eu e Sophi já namorávamos há 3 anos!

Eu não acreditava no que ouvia. Aquela vadia! Desgraçada! Espero que o salto dela quebre no meio da rua e ela caia no momento onde um desfile de elefantes passe, e ainda um caminhão que carregasse os outros elefantes acidentados passe por cima dela. E então Voldemort voltasse só para lançar um cruciatus nela para ela sofrer até a morte! Aquela puta de esquina!

– Que... Vagabunda! Tomara que ela morra na viagem! – Falei, não acreditando ainda, no acontecido. – Mas... Por que essas malas?

– Bom.. A viagem para a Austrália é hoje à noite, e eu tenho de chegar cedo ao aeroporto para fazer o check-in e tudo mais.

Abracei-o. Antes mesmo de ele concluir seu raciocínio.

– Boa sorte nas corridas. – Disse com minha cabeça em seu ombro. Ele me deu um beijo na bochecha, pegou suas malas. Ouvi-o chamando o táxi.

Subi as escadas. A casa ficaria vazia sem Dallas aqui comigo, mas eu teria de me acostumar a ficar por meio ano longe do meu maninho.

Resolvi ir tomar um banho, pois eu estava precisando.

Peguei uma roupa e me dirigi ao banheiro.

Depois de tomar uma ducha bem relaxante, coloquei meus pijamas.

Como eu sou um desastre na cozinha, seria melhor eu pedir uma pizza. Afinal, já eram 20h42min, e a fofa aqui tem fome!

Ligue para o Pitch. Meu amigo, dono da melhor pizzaria da cidade.

– Pizzaria do Pitch. Onde as pizzas tem seu sabor único e especial. Diga seu nome e seu pedido. – Ouvi a voz do garoto do outro lado da linha.

– Heey Bitch. – Só eu o chamava de Bitch. Era o apelido ‘carinhoso’ que eu dei a ele.

– Olá Aliada! – O apelido que ele me deu. – Então qual será seu pedido de hoje, mocinha?

– Você já sabe..

– PIZZA DE FRANGO COM CATUPIRY E BORDA RECHEADA DE CHOCOLATE! - Falamos, vulgo gritamos juntos ao telefone. Nosso grito deu início as nossas risadas.

– Ai... Ok Ally! Seu pedido está pronto em meia hora. O movimento está fraco hoje.

– Ok Pitch! Tchauzinho.

– Até mais, Aliada.

Vou para frente da televisão. Quem sabe assistir algum filme tire o meu tédio. Vou a minha pilha de DVDs.

Diário de Uma Paixão. Não.

American Pie. Por que eu tenho esse filme, mesmo?

Todo Mundo Em Pânico. Eu realmente tenho que rever os filmes que eu compro.

Harry Potter. Quem sabe mais tarde.

300. Hm... Não.

Thor. O Chris Hemsworth é muito lindo, mas agora não.

Invocação do Mal. Perfeito.

Acho que eu sou a única garota de 17 anos viva no mundo que não tem medo de filmes de terror.

Ligo o aparelho e coloco o filme.

Antes de o filme começar, eu recebo uma mensagem.

É da Trish.

‘’Oi amiga! Olhe só, eu o Dezmond (¬¬) estamos marcando de ir no LIV. Quer ir também? O ruivo vai levar um amigo dele. Vai! Por favor! Eu não estou a fim de aguentar o Dez a noite inteira, mas eu quero muito ir hoje à noite. Por favor, vem comigo? Obrigada! Eu estarei ai na sua casa daqui a duas horas e quero ver você pronta!

Beijinhos, Trish’’

Como não iria adiantar se eu dissesse não, tive que aceitar. Somente mandei um ‘ok’ para ela e desliguei o DVD. Eu tinha tempo, mas se eu começasse a ver o filme, iria ver outro, e não estou a fim de ver uma Trish brava.

Logo a pizza chegou. Paguei o entregador.

Subi com a caixa para meu quarto.

Coloquei o novo álbum da Avril Lavigne para tocar. O som de Rock N’ Roll invadiu o quarto rapidamente.

Em meio a pedaços de pizza de frango com borda de chocolate e músicas fodas, eu escolhi minha roupa para esta noite.

Era um vestido roxo que eu comprei há um tempo atrás (só por que gostei muito dele, mas nunca consegui usa-lo) e um salto preto. Como já havia tomado banho há pouco tempo, e faltava pouco mais de uma hora para Trish chega aqui, resolvi me vestir. Passei uma maquiagem forte nos olhos e um batom vermelho. Fiz uma escova em meu cabelo, que ficou lindo por sinal. Passei meu perfume favorito.

Logo ouvi uma buzina. Olhei pela janela. Era Trish e Dez. havia uma terceira pessoa no carro, mas eu não consegui ver quem era.

Desliguei a luz de meu quarto. Desci as escadas levando a caixa de pizza até o lixo e sai porta a fora. Tranquei a mesma e coloquei a chave na caixa de correio. Fiz isso minha vida inteira. Não sei por que algo aconteceria de errado logo hoje. Claro que nada aconteceria.

Entrei no carro. Quem meu menos esperava estava lá.

O garoto loiro. Aquele que eu beijei hoje à tarde.

– Oi Ally! Esse é o Austin! Meu amigo! – Dez falou, dando a partida no carro.

– Ah... Nós já nos conhecemos! – Austin (Sabia que esse era o nome dele!) falou.

– Já? Ah! Melhor assim! – O ruivo voltou a dirigir como se nada tivesse acontecido.

Trish me olhou pelo espelho retrovisor. Era aquele olhar de ‘Você vai me contar tudinho depois.. ’

O carro ficou em silêncio pelo resto do caminho.

Discretamente, eu via o loiro olhando para minhas pernas descobertas. Cruzei-as e ele se sentiu desconfortável.

Acho que essa noite vai ser interessante. Muito interessante.