Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 4
Ponto cor-de-rosa


Notas iniciais do capítulo

~~Le desvia dos Avada

Gente... Desculpa a demora. Eu tive um puto bloqueio, e não conseguia escrever nem uma frase.
Desculpa mesmo... Mas agora eu volto a rotina! xD

Espero que gostem!
Enjoy it



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Acordei com sol no meu rosto. Novamente esqueci-me de fechar a janela antes de dormir.

O cheiro impregnado no ar mostrava claramente o que fiz noite passada. Não tinha como negar. E eu nem negaria a qualquer um que perguntasse. Levantei-me da cama e fui em direção ao banheiro.

Meus olhos claramente podiam ver pelo quarto. Os tocos de cigarros por todo chão e o pó branco espalhado pela cômoda de madeira escura.

Despi-me e entrei no banho. Um choque percorreu meu corpo, assim que a água fria entrou em contato com a minha pele.

Decidi nem ir à escola hoje. Por causa de Arnold, todos os trabalhos estavam entregues, e minhas notas eram impecáveis. Já que estamos no final do ano, nem importa ir ou não. Logo pensei no que aconteceu ontem. Alexia sendo humilhada na frente de todos e a menina saindo correndo. Queria conhece-la. Aquela menina que jogou suco na líder de torcida deveria saber quem ela é. Como é mesmo o nome dela? Ah é! Trish.

Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Separei uma roupa e me vesti. Resolvi dar uma volta lá na pista de Motocross. Minha mecânica, Rydel, deve estar se perguntando onde eu estou.
Peguei meu capacete, minha chaves, e fui-me para a pista.

Chegando lá, Rydel veio em minha direção. Ela parecia furiosa.

– Onde você pensa que estava Moon? - Ela me perguntou. Rydel era a pessoa mais doce que eu já conheci, mas quando ficava braba, sai de perto.

– O que foi?

– Você não atende o celular por acaso? Não sei se sabia, mas daqui a exatamente meia hora, o patrocinador chega. - Ela falou, olhando nos meus olhos.

Gelei. O patrocinador. Esqueci completamente. Deveria ter chegado aqui há muito tempo.

– Desculpa! Eu sei que deveria ter chego aqui antes para treinar, e dar um jeito na moto. Desculpa mesmo.

– Tá. Dessa vez passa. Mas se na próxima, você se atrasar, eu vou até a sua casa e te puxo pelos cabelos. Ok, loirinho?- Ela disse, bagunçando meus cabelos.

– Ei! Demorei um tempão para arrumar!

Nós dois rimos. Nunca existiu nada além de amizade entre eu e Rydel. Se você está duvidando? Ela me apresentou ao namorado dela. Nós temos um amor especial, mas é um amor de irmão.

Treinei muito aquela manhã. Estava terminando uma volta, quando vejo alguém chegando à pista. Cheguei ao posto onde Rydel estava. Era ele, o patrocinador.
Rydel chegou perto de mim e falou bem baixo, só para eu escutar.

– Não da bobeira hoje, Moon. Corra rápido e com vontade. Treinou muito e se preparou muito para isso. Por favor, não me decepcione loirinho.

Assenti a ela. Não poderia vacilar. Não hoje. O único corredor que ainda não tinha patrocinador (assim como eu) era Dallas. Eu nunca fui com a cara dele. Ele tem cara de que se acha muito. Eu sei, estou julgando um livro pela capa. Mas já me decepcionei com tanta gente nessa vida, que prefiro nem confiar.

Preparei-me na largada. Coloquei o capacete. Respirei fundo. Nunca estive tão nervoso na minha vida. Eu poderia ir correr na Austrália. Em uma das maiores pistas do mundo. Eu iria ser um corredor mundialmente famoso. Ser reconhecido por uma coisa que finalmente deu certo pra mim. Então poderia tentar parar com o vício.

O juiz atirou ao céu. Sai na frente de Dallas. Passamos pela parte das lombadas menores. Chegamos à parte das curvas, que eu tinha mais dificuldade, ele me passou rapidamente. Fomos às lombadas maiores. Eu estava muito concentrado na corrida. Mas algo tirou minha atenção. Um ponto rosa chiclete, saltitando perto da pista.

Alexia. O que essa menina estava fazendo aqui?

Por desatenção minha, em vez de cair na pista, cai nas árvores ao lado da pista.
Tudo ficou preto.
Eu só ouvi uma voz feminina gritando.

– AUSTIN!

___...___

Um tempo depois eu acordei. Vi uma figura loira a minha frente. Andando de um lado para o outro.

– Ry-ydel? - Murmurei, em um sussurro.

Ela, aparentemente, se assustou com minha fala, pois colocou a mão no peito para garantir que seu coração ainda batia.

– Austin, finalmente acordou! - a garota sentou-se do meu lado. Olhei ao meu redor. Eu estava deitado em um banco, ainda na pista.

– O que aconteceu, Ry? - Me sentei no banco. Se for para eu sentir alguma dor, não funcionou, pois não sinto nada.

– Você saiu da pista. Dallas e Matt te trouxeram aqui para o banco. Eles falaram que você só caiu, e não foi nada de mais. Você está desacordado à 1h30min. Eu já ia ligar para a ambulância. - ela falava rápido, e então me abraçou, repentinamente. - Nunca mais faça isso comigo, Austin.

Assenti, ainda abraçado na mesma.

– Vou lá ligar para o Ell. Ele deve estar preocupado. - Rydel falou, levantando-se e se afastando mais do posto.

Levantei-me do banco meio desnorteado, enquanto ela falava com seu namorado. Um flash rosa parou na minha frente.

– Ah... Meu Austi-Poo. Você está bem? - Alexia perguntou, levando suas mãos ao meu rosto. Mas ela não parecia preocupada. Aposto minha vida, que ela só estava vendo seu reflexo nos meus olhos.

Desvencilhei-me de seus braços e voltei a andar em direção a minha moto.

– Por favor, me deixe em paz, Alexia. Eu já disse que foi só uma noite. Isso não entra na sua cabeça? - Disse à garota que ainda me seguia, quase caindo, por estar em um gramado com um salto do dobro de seu tamanho.

Peguei meu capacete e subi na moto. Ignorei totalmente aquela falação no meu ouvido.

Estava dirigindo pelas ruas, quando vejo um conversível preto andando atrás de mim. Um ponto rosa dirigia. Alexia.

Porra! Que garota insuportável! Tentei desviar dela, mas não consegui. Cheguei a casa, e ela estacionou na frente da mesma, me impedindo de sair.

Irritei-me. Estacionei a moto, e sai andando mesmo. Quer dizer correndo. Ela saiu em disparada atrás de mim. Como ela conseguia correr com aquele salto?!

Avistei uma garota correndo. Uma ideia passou pela minha cabeça. Quem sabe assim Alexia saia do meu pé.

– Me ajuda, por favor! - Perguntei a garota desconhecida a minha frente.

– Que? Eu nem te conheço!

– Prazer. Eu sou o Austin. - Apresentei-me. - Só me faz um favor. Não se mexe!

Rapidamente, eu a beijei. E nossa. Como ela beijava bem. De início ela se assustou com meu ato, mas entrou no meu ritmo com o passar do tempo. Aprofundei o beijo, e ela segurou na minha nuca como resposta positiva. Minhas mãos passaram para sua cintura.

Logo, eu já não ouvia as reclamações de Alexia atrás de mim. Separei o beijo, e olhei para a garota. Lindos e grandes olhos castanhos me encaravam com dúvida.

Dei um passo atrás, e ela olhou para baixo, com o rosto vermelho. Provavelmente vergonha.

– D-desculpa, por isso.. - Passei a mão atrás da cabeça, sem graça. Essa menina beijava muito bem. E o beijo foi ótimo. Acho que ela achou o mesmo, pois não parava de sorrir.

– Não, eu percebi que você só estava fugindo daquela louca. - Ela apontou para trás de mim. Virei-me no mesmo instante, e vi um ser rosa, xingando a Deus e o mundo. E felizmente, para bem longe de mim.

– Aquela é a Alexia Riggs, não é? - assenti em resposta. - Você estuda no Marino High School? - ela pergunta e eu assinto novamente.

– Eu sou Ally. - a desconhecida estendeu a mão, e eu a apertei, cumprimentando-a.

– Prazer.

Ficamos em um silêncio desconfortável por um tempo. Ela me olhou confusa e se pronunciou.

– Por acaso, não foi você que defendeu aquela menina no refeitório do colégio Marino?

– Sim, fui eu. - Falei, e suspurei me lembrando da beleza da garota, porém coberta por molho de tomate, macarrão e outras comidas desconhecidas. Nossa. Isso soou tão gay.

– Bom, eu era aquela garota. Obrigada por me defender. - gelei. - Você não vai muito a aula, não é? Eu nunca te vi por lá!

Rio em resposta, e maneio a cabeça. Ela ri.

Tenho que me lembrar de agradecer aquele ponto cor-de-rosa. Se Alexia não me seguisse, eu não teria encontrado ela.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! Deixem comentários e obrigado pelos favoritamentos (e foda-se de essa palavra exite mesmo ou não)