Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 3
Caminhos cruzados


Notas iniciais do capítulo

[CAPÍTULO REVISADO E JÁ ALTERADO]


Espero que gostem!!
E obrigado Shirayukki por favoritar!
Te amo sua linda! *-*

Enjoy!



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Sinto minhas costas doendo e abro os olhos, acordando lentamente. Eu estava sentada no chão do meu quarto, encostada na minha cama. Olhei para o chão. Tinha sangue seco no carpete lilás. Minha lâmina estava ao meu lado. E os cortes bem visíveis no meu antebraço.

Rapidamente me lembrei do ocorrido no dia anterior.

Consequentemente me lembrei de que Dallas não estava em casa quando cheguei, ele teria Motocross. E se ele chegou e me viu aqui? Ou chegou há pouco e chamou uma ambulância para me socorrer? Milhões de perguntas rodearam minha mente.

Levantei-me do chão com dificuldade - tenho que lembrar de ao menos deitar na cama da próxima vez -, e fui em direção à janela.

Por favor, que Jack ainda não tenha chegado em casa... — Orei para qualquer divindade que me ouvisse rapidamente antes de olhar lá fora.

Soltei o ar que nem percebi que estava segurando. A moto dele não estava lá.

Rapidamente tentei limpar o sangue seco do carpete, mas nada resolvia, havia uma marca preta de mais ou menos três centímetros no chão, era impossível não notar. Resolvi deixar assim mesmo. Não era como se Dallas fosse entrar em meu quarto, ver isso e me questionar sobre ter sangue no carpete. Pff , ele não faria isso.

Fui até o banheiro e lavei meus antebraços, retirando o sangue seco de minha pele e olhei para o relógio. Eram 06h04. Eu tinha muito tempo mesmo.

Fui tomar um banho, vesti uma calça jeans preta e um sweater qualquer. Pego meus fones e desço as escadas.

Chegando na cozinha, meu celular vibra, avisando que uma mensagem havia chegado.

"Desculpa não ter avisado. Dormi na casa da Sophi e esqueci completamente de você. Mas eu estou bem, e vivo! Ah! E tenho uma boa notícia. Quando voltar da escola eu te conto. Boa aula. (Dallas - enviada ás 6h43 a.m.)"

Franzi as sobrancelhas, pensando que notícia poderia ser essa. Tomei meu café rapidamente e fui para a escola cantarolando as músicas de Fall Out Boy que tocavam nos meus ouvidos.

...

Chego em casa me arrastando, eu odeio a escola. Ao menos faltam apenas alguns dias para tudo isso acabar. Nem preciso mais vir, mas sou uma aluna exemplar.

Ninguém parece ter lembrado do ocorrido de ontem, o que me deixou mais calmo. Sem dedos apontados pra mim, sem risadas.

Trish contou o que aconteceu assim que eu saí do refeitório, eu realmente tinha ouvido alguém gritar "Qual é o seu problema?". Agradeci mentalmente a criatura que fez isso, e a Trish por ter humilhado Alexia, isso me custou boas risadas e um olhar superior para Alexia quando a mesma passou por mim no corredor.

— Ah! Você finalmente chegou! – Dallas exclama quando eu fecho a porta. Ele está com as mãos juntas, e seu sorriso no rosto é tão grande que parece rasgar suas bochechas.

— Qual é a grande novidade? – pergunto deixando a mochila no sofá ao meu lado.

— Eu finalmente consegui um patrocinador! – Um sorriso se abriu em meu rosto enquanto eu abraçava o mais alto.

Dallas faz Motocross há alguns anos já. Ele recebe por cada corrida importante que participa mas como corredor independente. Para correr num campeonato mundial, o que ele quer, é preciso um patrocinador para financiar e divulga-lo. A cada ano ele tenta mas nunca consegue, tinha até esquecido que a corrida de decisão seria hoje.

— Finalmente! Como foi a corrida? – perguntei, interessada.

— Um dos corredores saiu da pista e se machucou. Acho que nada de grave aconteceu com ele. Mas por causa disso eu fui escolhido! Ah, maninha... Eu nem acredito que vou finalmente seguir meu sonho. – A alegria do mais velho era quase palpável. – Só tem um problema. O campeonato vai durar seis meses.

Franzi as sobrancelhas. — Sim, eu sei disso. Qual é o problema?

— E vai acontecer na Austrália esse ano. – Dallas desvia o olhar. – Eu te levaria junto, mas você tem a formatura esse fim de semana e o vestibular em algumas semanas. Além de seus amigos, e não quero te tirar disso.

Meu sorriso se desfez em segundos. Eu ficaria seis meses longe de Dallas? Eu já achava muito quando ele passava poucos dias em corridas pequenas pela Califórnia, mas dessa vez ele vai estar do outro lado do planeta. Dallas é minha única família, eu não conseguiria ficar tanto tempo longe dele.

Por outro lado, é o sonho dele. Eu vi Dallas batalhar muito por isso. Se machucou muito, fisicamente e psicologicamente, só para ter a chance de entrar num campeonato mundial. O sonho dele era mais importante que qualquer coisa no momento.

— Uh, vai ser difícil, mas se é o que você quer, tem meu total apoio! – sorri, apertando suas mãos. – Já contou para Sophi?

— Obrigado maninha. Você não faz ideia do quanto isso é importante pra mim. – Ele sorri. – Vou contar agora para ela. Queria que você fosse a primeira a saber.

— Ela vai surtar, você sabe disso, não é? – Sophi é a namorada surtada de Dallas. Ela é uma ótima pessoa, porém levemente louca. Ela já quase invadiu nossa casa uma vez em que Dallas não respondeu suas mensagens. Apesar de tudo ela fazia ótimas panquecas, me ajudou a fazer mechas no meu cabelo uma vez e faz de tudo para ser uma ótima cunhada.

— Sim, eu sei. – Ele falou, se levantando pegando o celular e as chaves da moto em cima da mesa de centro em frente ao sofá. – Espero que ela aceite com facilidade. – Ele sai da casa e logo ouço sua moto arrancar e sair pelas ruas.

Preciso sair para pensar um pouco. Ficar meio ano longe de Dallas vai ser difícil. Decido ir para o parque que ele me levava quando eu era menor. Não era muito longe, eu poderia ir caminhando.

Subo as escadas e troco o sweater por uma camiseta e um cardigã azul claro. O sol está mais alto a essa hora do dia, mas não posso arriscar algo sem mangas por causa dos cortes.

Pego meus fones e seleciono My Chemical Romance, colocando o celular no bolso da calça. Quando ouço a introdução de Destroya um sorriso surge em meu rosto.

Saio pela porta da frente, trancando-a.

Me direciono para o parque caminhando lentamente. Meus pensamentos param no dia de ontem. Eu queria conhecer aquele ser que me defendeu. Trish disse que ele parecia ser legal.

South Miami é uma cidade estranha – bem estranha para falar a verdade – mas nunca pensei que veria uma cena daquela. Um garoto estava correndo e atrás dele vinha uma garota que parecia ter saído de um desfile de moda.

O garoto que estava correndo parecia assustado, como se a menina fosse uma aberração. Ele estava vindo na minha direção.

— Me ajuda, por favor! – Ele disse parando na minha frente.

— O que? Eu nem te conheço! – Tirei um dos fones e o deixei pendurado no pescoço. Como a música estava muito alta, a voz de Gerard Way cantando "Destroya, Destroya, Destroya, Destroya!" soava pelos fones.

— Muito prazer, eu sou o Austin. Só me faça um favor, não se mexa.

Rapidamente ele puxou minha cintura e me beijou. Eu fiquei estática. Um completo estranho chega à minha frente, se apresenta e me beija. Como assim? Pensei em resistir e empurra-lo, mas seus lábios eram macios demais para isso.

A menina que corria atrás dele - literalmente - se aproximou e começou a gritar com ele. Mas eu nem consegui ouvir o que ela falava.

Ficamos em nossa bolha.

Claro, eu nem sabia que era ele, mas ele beijava muito bem. Suas mãos seguravam minha cintura com força e minhas mãos em seu pescoço puxando-o para mais perto.

Quando a voz da garota não era mais perceptível, ele se separou de mim com um selinho e olhou em meus olhos.

E Gerard Way continuava cantando "Destroya, Destroya, Destroya, Destroya!" preenchendo o silêncio.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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