–Desculpe- eu disse fazendo um carinho em sua bochecha.

–Por me dar um belo de um pé na bunda ou por nos fazer rolar ladeira a baixo?- ele perguntou, sorri.

–Os dois, ontem eu... estava nervosa, foi egoísmo eu ter descontado em você, me desculpa, eu vou tentar me redimir- eu prometi.

–Como?- ele perguntou confuso.

–Terminando o que nós dois começamos- eu disse, sorrindo.

–O que?- ele perguntou.

–Você é lerdo mesmo, em?- eu disse, ele me olhou confuso, revirei os olhos- onde é que eu fui amarrar meu burro? Isso Cabeça de Alga!

Então sem esperar uma resposta eu o beijei levemente.

Na boca.

Primeiro foi só um selinho, nossos lábios dançavam levemente, enquanto ele me puxava pela cintura, colando ainda mais nossos corpos, eu entrelaçava meus dedos em seus fios negros macios e bagunçados, aquilo era tão bom! Sua boca tinha um leve gosto de água salgada misturada com pasta de dente de hortelã.

Era bom.

Nossas lábios dançavam suavemente, explorando a boca um do outro.

Naquele beijo, naquele simples beijo que eu tanto gostei, eu senti que poderia confiar nele, eu senti que ele não iria me decepcionar, eu senti que nem os deuses lá de cima poderiam nos separar.

Nossos lábios continuaram colados pelo que poderiam ter sido horas, até que, rápido de mais, nos separamos por falta de ar.

Olhei em seus olhos, aqueles olhos que tanto me irritaram.

Eu amava aqueles olhos!

–Se não sou eu pra tomar iniciativa, né?- eu disse, sorrindo e ofegando ao mesmo tempo.

–Não sei o que seria de nós- ele disse, seguindo minha brincadeira.

–Então... agora existe um nós?- perguntei.

–Você quer que exista um nós?- ele perguntou ele.

–Eu não sei- admiti- acho que sim, e você?

–Eu tenho certeza, quero que exista um nós- ele disse com um sorriso.

–Desde quando?- perguntei, eu precisava saber.

–Desde sempre- dito isso, ele me deu um selinho, que eu logo tratei de aprofundar.

Ali, deitada no meio de um campo de morangos parcialmente destruido com o garoto mais bonito do Acampamento Meio-Sangue em baixo de mim, eu tive o melhor momento da minha vida até agora, mas... é claro que ele foi interrompido por Quíron.

Ouvimos sua voz distante gritando nossos nomes, reconheci também Nath, Annabeth, Travis e Connor.

Me separei de Percy, ele também tinha ouvido, mas mesmo assim me olhou confuso.

–Não quero que eles saibam ainda- eu disse.

Ele assentiu.

–Quando estiver pronta, contaremos- ele disse, me deu um rápido selinho e então nos levantamos com um pouco de dificuldade, nos colocamos de pé meio tontos.

–Ali!- gritou Nathalia.

–Percy! Isabella!- gritou Quíron trotando até nós.

E agora, o melhor momento da minha vida, chegava ao fim.