Dark Skies escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 5
Cap. 04 - Submersos




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Charlotte olha bem para toda aquela água. Como isso pode acontecer? Não está chovendo, e também não há possibilidade de chover aqui dentro. Henry sai na porta de casa.

– Charlotte, espe... – Ele não termina a frase ao ver toda aquela água – O que merda é isso?
– Como é possível? – Charlotte pergunta.
– Eu não sei – Ele responde – Venha aqui.
– Não, eu não vou ficar ouvindo baboseiras sobre monstros.
– Charlotte, venha aqui.
– Não!

Ela começa a andar pela água, que bate no seu calcanhar.

– Isso é besteira! Monstros não existem! – Ela grita.
– Eu vou explicar melhor, volte para cá!
– Não, eu não acredito nessa porcaria toda.

Charlotte continua a andar, cada passo que dá, a profundidade aumenta e ao chegar à metade, a água já bate um pouco acima dos joelhos.

– Que droga! – Ela exclama e volta a caminhar, a água começa a bater na cintura dela.

Henry se prepara para entrar de volta, quando ouve um grito. Charlotte.

– O que aconteceu?! – Ele pergunta e os outros moradores logo correm para ver o que houve.
– Alguma coisa está segurando meu pé – Ela grita.

De repente, a água clara passa de cinza para um vermelho-sangue.

– O que está havendo?! – Charlotte pergunta desesperada.
– Isso é sangue? – Olivia pergunta baixinho, surpresa.
– Oh meu deus, Charlotte, saia daí, venha para cá agora!
– Não consigo, tem algo segurando meu pé. Socorro!

O sangue começa a borbulhar e ferver, logo em seguida, cinco silhuetas negras surgem do meio dele. Não têm rosto nem nada, apenas cabeça, tronco, braços e pernas. Elas começam a caminhar e seguram Charlotte, puxando-a para baixo. O toque deles queima a pele, a fazendo gritar de dor.

– Socorro!!! – Ela grita, enquanto é puxada. Então ela fica submersa. Some no meio da água fervente.

– Oh meu deus! – Jeremy diz, enquanto Annabel solta um grito e as outras pessoas também se desesperam.

De repente, ela se levanta do líquido, como se tivesse se libertado dos monstros, porém, dessa vez, sua pele havia derretido e queimado e seu corpo estava em carne viva.

– Socorro! – Ela pede denovo, mas é puxada novamente. O horror toma conta do local e das pessoas enquanto o corpo queimado da mulher some no meio daquela água avermelhada. A água para de ferver e alguns segundos depois, as silhuetas negras surgem novamente, mas desta vez, começam a andar em direção às pessoas.

– Rápido, entrem, entrem! – Henry grita, enquanto as pessoas correm para dentro da casa dele.
– O que merda foi isso?! – Kato pergunta aos gritos.
– Como eu disse, monstros – Henry responde.
– Oh meu deus – Lily diz baixinho, enquanto se senta no chão. – Não pode ser.
– Escutem – Ele começa, puxando um pano da mesa e revelando várias armas. – Temos que mata-los ou eles nos matarão. Quem aqui sabe usar uma arma?

Sean, Carter e Annabel levantam a mão lentamente. Dá pra ver que todos eles estão morrendo de medo.

– Que bom! – Ele joga uma pistola para Annabel, um revolver de calibre 38 para Carter e uma espingarda para Sean. – Nós vamos atirar, tentem usar facas ou outras armas brancas.

Uma batida na porta os assusta. Lily permanece no canto da parede, com a cabeça baixa.

– Droga! – Sean exclama.
– Escutem – Ele fala para Carter, Annabel e Sean – Eu vou abrir a porta e nós atiramos, ok?

Annabel concorda, segurando as lágrimas, está nervosa. Os outros também balançam a cabeça em afirmação.

Henry segura o trinco e rapidamente abre a porta. Mas não há nada. A rua está vazia novamente. Nada de água, nada de sangue, nem de monstros.

– Onde eles estão? – Henry pergunta para si.
– Isso é um bom sinal? – Kato pergunta, rodando uma faca nas mãos com extrema habilidade.
– Não – Henry fecha a porta novamente.

Algo gelado atinge o rosto de Henry. Um pingo de água. Ele olha para cima e as gotas começam a cair mais rápido, praticamente começa a chover dentro da casa.

– Mas o que que é isso? – Kato pergunta, surpreso e espantado.
– Não pode ser – Henry fala, baixo.

De repente, a água começa a cair com mais força e inunda a sala. Dela, os cinco monstros novamente surgem.

– Corram! – Henry grita e todos começam a subir as escadas, atirando nas criaturas, que não sentem nada.

Ao chegar lá em cima, Henry, Annabel, Carter e Sean se posicionam na frente dos monstros e começam a atirar. Um tiro da espingarda de Sean arranca fora o braço de um deles, mas eles não param de avançar. A água continua caindo do teto e queimando as luzes. Um tiro de Henry acerta na cabeça e eles caem, se desfazendo em água.

– Atirem na cabeça! – Ele grita e os outros obedecem, depois de quase quinze tiros, eles matam todos os monstros e a água começa a secar.

Na sala de estar, eles discutem sobre o que acabou de acontecer.

– Nós vamos morrer – Lily fala, pela primeira fez.
– Não vamos não – Olivia levanta a cabeça dela e olha nos olhos assustados da garota.
– Eles vão nos proteger, nós vamos ficar bem.

Henry procura no registro de chamas o número de Chad.

– Henry? – Ele pergunta.
– Por favor, preciso saber de tudo o que você encontrou ai.
– O que? Por quê?
– As coisas pioraram por aqui.
– Como assim?
– Bem, eu acabei de ser perseguido por cinco monstros de uma vez, que pareciam não morrer e surgiam da água, tive minha casa inundada e agora tenho várias pessoas desesperadas aqui comigo.
– Espera, você disse cinco monstros? E água?
– Sim, por quê?
– Oh meu deus – Chad diz, espantado – Cinco monstros, Cúpula, água, isso confirma uma das minhas teorias.
– Que teoria?
– É realmente muito difícil de acontecer, e se realmente estiver acontecendo, eu temo que esse seja o fim de todos nós.
– Como assim? Está me deixando assustado.
– Bom, de acordo com um livro antigo de magia, existe um ritual poderosíssimo que pode libertar o mal do inferno.
– Me explique melhor.
– Primeiramente, as pessoas são presas ao redor de algum lugar, logo após, elas enfrentam quatro pragas, relacionadas aos quatro elementos da natureza. Primeiro vem a água. Escuta só isso: “O chão inundará, os céus chorarão, as paredes escorrerão e depois cinco cavaleiros irão surgir da água...” Esse é um trecho desse livro. Logo em seguida vem o fogo. Aqui diz que da escuridão, surgirão as piores criaturas do inferno e elas incendiarão os corações das suas vítimas. Logo depois, o ar, aqui diz o seguinte: “Os ventos que sopram hoje, se tornarão furacões amanhã, e trarão consigo os dois cavaleiros do apocalipse, Peste e Agonia.” E por último a terra. O chão se partirá, a escuridão tomará conta de tudo e os piores temores estarão à solta, e depois que sete almas forem tomadas pelas pragas, o mestre ressurgirá.
– É impossível, não pode ser.
– Eu também acho difícil, mas é a nossa melhor hipótese.
– Tá, mas e for verdade, quem é esse mestre?
– Aqui não cita nomes, o livro se refere a ele como Deus do caos e do ódio, e diz que assim que for libertado, ele governará o mundo para sempre e trará o inferno para a terra.
– Oh meu deus.
– Henry, me ouça, você precisa impedir que isso aconteça, ou senão, vamos presenciar o fim do mundo.
– Eu vou.

Henry desliga o telefone e o joga no sofá, logo em seguida, começa a andar de um lado para o outro.

– Como vamos sair desse lugar? – Amanda pergunta a Henry.
– Eu não sei, eu não sei.

As luzes começam a piscar, água entra por uma delas e ela apaga.

– Que droga!

Segundos depois o chão está inundado novamente e outras cinco criaturas saem de lá.

– Atirem! – Henry grita, e eles fazem. Matam quatro deles com os tiros.
– Onde está o outro? – Carter pergunta, então são interrompidos por um grito. O de Mary Beth. O monstro havia segurado seu braço e estava queimando, enquanto ele a puxava para dentro da água, Kato gritava por socorro e a puxava de volta. Henry chega até lá e mira na cabeça da criatura, explodindo os miolos dela logo em seguida. O líquido negro é jogado no rosto de Mary Beth, Kato e Henry.

– Todos estão bem? – Ele pergunta.

Eles apenas balançam a cabeça, ao contrário de Lily, que se levanta aos prantos e começa a gritar:

– Não! Não estamos bem, todos nós vamos morrer aqui!
– Calma Lily, por favor – Amanda diz.
– Vamos tomar um copo de água – Olivia convida e elas três vão até a cozinha.
– O que vamos fazer agora? – Carter pergunta.
– Vamos esperar até o amanhecer, se nada acontecer, vamos tentar achar um jeito de sair daqui.

Ele percebe que aquelas pessoas ainda não estavam prontas, ainda não era hora de contar a verdade.


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