Dark Skies escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 4
Cap. 03 - Insetos




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Olivia permaneceu sentada no sofá, ainda processando a informação de que monstros existem e estão atrás deles agora, enquanto Henry estava parado em frente à janela, olhando o movimento na rua.

– Está tudo tão calmo – Ele desconfia – Estranho...

Olivia permanece calada. O telefone de Henry toca e ele vai atender. Número desconhecido.

– Alô? – Ele pergunta.
– Henry, sou eu, Chad.
– Ah, que bom que você tá vivo.
– Eles quase me pegaram. Está tudo bem por ai?
– Não.
– O que aconteceu?
– Estamos presos em uma espécie de cúpula e Olivia acabou de matar um Travesso.
– Que droga – Chad diz – Escuta, esse Travesso não foi nem o começo, você tem que estar preparado, porque vai vir coisa bem pior pela frente.
– Como você sabe tudo isso?
– Eles vêm deixando uma trilha de caçadores, só um sobreviveu. Lance Montgomery. Ele contou que as criaturas estavam perguntando por você, disseram que você precisa morrer.
– Mas por quê? – Henry pergunta.
– Eu não sei, estou tentando descobrir, mas é muito difícil, mas vou te manter informado.
– Tá bom.
– Preciso ir, tchau.
– Tchau – Henry desliga o telefone. Eu preciso morrer? Como assim? Por quê? Ele pensa.
– Quem era? – Olivia pergunta.
– Chad.
– O que ele disse?
– Disse que isso não foi nem o começo.
– O que? Como assim?
– Vamos nos preparar para mais desses. Muito mais.

Isabelle Faith, a vizinha de Henry e Olivia, e Hugh Faith, seu marido, ligam a TV no noticiário. Nada sobre aquela cúpula. Parece que ninguém percebeu ainda.

– Estou preocupada – Isabelle comenta.
– Eu também – Hugh concorda – Mas isso logo se resolverá.
– Espero que sim.

Um barulho vindo da parte de cima os assusta.

– O que foi isso? – Isabelle pergunta.
– Eu não sei – Hugh responde – Vou olhar.
– Eu vou com você.

Os dois sobem as escadas e ao chegar ao corredor do primeiro andar, eles percebem uma mulher os observando, uma mulher pálida e esquelética. Seus cabelos não obedeciam às regras da gravidade, os fios negros flutuavam de forma assustadora. Seus olhos brancos e vazios davam calafrios e sua boca costurada escondia um terrível segredo.

– O que é isso? – Hugh pergunta, assustado, quando a mulher, em dois segundos, aparece na sua frente.

– Ai meu deus! – Isabelle grita.

A mulher levanta os dois pelos pescoços e então dá um sorriso, logo após ela começa a abrir a boca. A linha da costura rasga os lábios dela e o sangue negro começa a jorrar, mas ela continua sorrindo. Logo depois, a criatura cospe uma nuvem de abelhas pela boca. Os insetos se dirigem até Hugh e começam a ferroá-lo. Isabelle tenta gritar, mas aquela mulher está apertando a garganta dela. A criatura observa a morte de Hugh sem nenhuma expressão no rosto, logo após vira-se para Isabelle e dá um sorriso. O grito que a mulher solta é ouvido por todos que estavam perto.

– O que foi isso? – Olivia pergunta.
– Eu não sei – Henry responde e começa a correr. Ela o acompanha.

Na frente da casa de Hugh e Isabelle, as pessoas batiam e se perguntavam o que havia acontecido.

– Hugh! Isabelle! – Annabel, a amiga de Olivia, gritava, porém, ninguém vinha atender.
– Se afastem – Henry avisa. As pessoas obedecem e ele começa a chutar a porta, abrindo-a violentamente.

Eles entram no local e não encontram nada na sala, mas ao subir as escadas, se deparam com o corpo de Hugh totalmente inchado e cheio de bolhas, das quais escorria um líquido esverdeado e malcheiroso, algumas pessoas viravam o rosto, choravam, cobriam a boca com as mãos, mas Henry apenas caminhou mais pelo corredor, encontrando finalmente o corpo de Isabelle pendurado pelo pescoço no teto do quarto, mas não era por uma corda, e sim por teias. As aranhas ainda devoravam o seu rosto quando ele chegou. Henry foi até o local e mata uma delas.

– Oh meu deus! – Olivia cobre a boca com a mão ao chegar ao local.
– Droga – Ele diz, ao analisar o inseto.
– O que? – Ela pergunta, se aproximando com o rosto virado para não olhar mais para aquela triste cena.
– Essas aranhas – Ele começa – Elas não são nada comuns.
– Como assim?
– Eu acho que sei o que matou Hugh e Isabelle.
– O que você acha que pode ter sido? – Ela olha para o rosto desfigurado e ensanguentado de Isabelle, lutando para não vomitar.
– Uma Larva.
– O que?
– São ninfas malignas. Elas são as rainhas dos insetos.
– Oh meu deus.
– Eu já me deparei com uma há muito tempo. É muito difícil de matar.

Henry volta ao corredor, onde encontra as pessoas vomitando ou sentadas no chão, chocadas com aquela cena.

– Escutem, vocês precisam voltar para casa agora.
– Vamos chamar a policia – Annabel sugere.
– Eu já tentei – Olivia diz – Não há sinal, estamos presos.

As oito pessoas que estavam lá vão embora aos poucos. Henry e Olivia fazem o mesmo.

– Ela ainda está por aqui – Henry comenta, observando a rua pela janela de casa – Tenho que matá-la – Ele saca a pistola e sai de casa depressa.
– Aonde você vai?! – Olivia pergunta, mas ele não responde.

Andando pela rua ele procura a criatura. Não é tão difícil de achar dentro de uma cúpula, ele pensa. A rua está vazia, é possível ouvir sua própria respiração, mas o silêncio é quebrado por um alto grito de socorro. Olivia. Ele corre de volta para sua casa e encontra a tal Larva, segurando Olivia pelo pescoço.

– Ei, que tal vir me pegar?! – Henry grita, a criatura se vira e instantaneamente começa a correr atrás dele, fazendo um ruído estranho com a boca que mais parecia o miado de um gato. Ele puxa o gatilho. Em frações de segundo, a bala atravessa toda a sala até chegar à testa da criatura. O sangue que escorre pelo rosto dela é negro. Seus olhos brancos continuam abertos. O corpo lentamente se transforma em um líquido negro.
– Oh meu deus – Olivia massageia o pescoço.
– Vocês estão bem? – Carter, o namorado de Annabel, pergunta ao entrar pela porta que estava aberta. – Oh meu deus, o que é isso? – Pergunta novamente, sem sequer esperar a resposta da outra pergunta.
– Estamos bem sim – Olivia responde a primeira.
– E isso é uma Larva – Henry responde a segunda.
– O que?
– Um monstro, perigosíssimo, e não é o único. Acho melhor você ir pra casa e se proteger, vai escurecer.
– Monstro? – Ele dá uma risada – Tá bom...
– Eu sei que é difícil, mas acredite, eles são reais – Henry lamenta.

Carter faz uma careta de estranheza e Olivia concorda com Henry balançando a cabeça.

– Vocês estão brincando – Ele sorri, mas logo desfaz o sorriso ao perceber que é o único.
– Você sabe o que acabou de ver, tire suas próprias conclusões – Henry diz.

Carter vai embora, pasmo.

– O que fazemos agora?
– Vamos nos defender e avisar a todo mundo sobre o perigo que nos ronda.

Momentos depois, todos os moradores que estão presos dentro daquela cúpula, se reúnem na casa de Henry. Annabel e Carter, Lily, Jeremy, Kato – Um garoto de 18 ou 19 anos, metido a engraçado –, Sean – O pai de Nathan, dono de um supermercado que fica na frente da casa de Henry e Olivia – Mary Beth – A esposa dele – Amanda – A vizinha deles – E Charlotte – Uma mulher chata e metida a superior, só por que trabalha ao lado de uma artista famosa. Olivia morria de raiva dela.

– Bom – Henry começa – Eu chamei vocês aqui por que tenho que avisá-los sobre algo.
– O que? – Amanda pergunta.
– Nós estamos em perigo – Ele finalmente revela.
– Como assim? – Charlotte pergunta, com aquele tom de voz quero ser superior que Olivia odeia.
– As mortes de Hugh e Isabelle não foram acidentes.
– Foram sim, eles foram mortos por insetos – Lily diz.
– É, mas esses insetos mataram a mando de alguém.
– Eu não estou entendendo – Diz Annabel.
– É difícil de explicar – Henry suspira.
– Monstros – Carter interrompe – Eles existem.
– O que? – Sean, o dono do supermercado começa a rir como um louco. – Monstros?
– E quem te disse isso Henry? A fada madrinha? – Kato, o filho brinca.
– Como você me explica essa cúpula invisível na qual estamos presos.
– Eu não sei, só sei que não é por causa de monstros.
– Ah, não posso mais ficar ouvindo baboseiras, tenho mais o que fazer – Charlotte diz, revirando os olhos, e então se levanta.
– Não saia, por favor – Henry diz.
– Ah, cala a boca – Ela abre a porta e vai embora, mas ao pisar no jardim da casa, ela tem uma surpresa, a rua inteira está alagada.


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