Dark Skies escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 3
Cap. 02 - Travessuras


Notas iniciais do capítulo

Comentem o que posso melhorar ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/442957/chapter/3

As poucas pessoas que ficaram presas na redoma junto com Henry, Olivia e Jeremy, começavam a se juntar ao redor do carro destruído.

– Nossa! – Uma mulher tapava a boca com a mão. Outros tocavam a parede invisível, sem acreditar no que estavam vendo.
– O que é isso? – Amanda, a vizinha de Henry e Olivia, uma garota loira de aparentes 18 anos, pergunta.
– Não sei – Henry responde. – Mas com certeza não é nada bom.
– Quer dizer que estamos presos aqui? – Mary Beth, simpática mulher do dono do supermercado da rua pergunta.
– Infelizmente – Ele olha para os lados – Sim.

Alguns minutos depois, metade das pessoas já haviam ido para suas casas, esperar que alguém se pronunciasse sobre aquilo. Outras, como Henry, Olivia, Jeremy, Annabel – Uma amiga de Olivia, que mora no fim da rua –, Carter – O marido dela – E Lily, uma garota tímida que se mudou há pouco tempo para a rua, permaneceram no local, analisando a cúpula invisível.
– Nunca vi algo assim – Carter comenta, tocando a parede.
– Acho melhor voltarmos para casa e esperar algum pronunciamento, alguma explicação lógica sobre isso.
– É verdade – Lily concorda.
– Vão para suas casas, é o que devem fazer agora – Henry avisa.
– Tá bom – Annabel concorda, segurando a mão de Carter – Vamos amor.
– Vamos.

Olivia, ao chegar em casa, cuida dos ferimentos do marido.

– Isso não é nada bom – Henry desconfia – Primeiro o Chad liga e depois isso.
– Chad? Ele ligou? – Olivia pergunta.

Após um suspiro, Henry responde:

– Sim, me ligou hoje mais cedo.
– O que ele disse?
– Você não acreditaria – Ele sorri.
– Por que não?
– É muito difícil de acreditar, é quase impossível.
– É difícil de acreditar que estamos presos em uma cúpula invisível gigante, mas estamos, então diga.
– É uma longa história, sobre meu passado.
– Como assim? Os problemas com o seu pai?
– Não, eu não te contei tudo quando nos conhecemos, eu tenho segredos, segredos que colocariam sua vida em risco.

Ela para de limpar o ferimento da testa dele.

– O que?
– Minha história é sombria, meu passado é obscuro.
– Como assim? Henry, está me deixando nervosa.
– Eu era caçador.
– E?
– E dai que eu não era um caçador comum.
– E era um caçador de...?
– Monstros.

Ela fica em silêncio, olhando para ele por alguns segundos, e então dá um leve sorriso.

– Você tá brincando – Ela diz, mas ele não esboça nenhuma reação à suposta piada. – Né?
– Infelizmente não – Ele olha para os lados.
– Não, é mentira, monstros não existem.
– Existem sim, e eu tenho a impressão de que estamos presos por causa deles.
– Como assim? Você está enlouquecendo?
– Não estou. Olha, Chad também era caçador, inclusive no dia em que nos conhecemos, eu estava lá para resolver um caso.

Olivia se levanta da cadeira, perplexa, fazia sentido, pois ela mesma havia presenciado algo inacreditável naquele dia. Um homem sendo devorado por uma mulher de vestido branco. No começo ela achou que havia processado errado a imagem, mas agora fazia sentido. Mesmo assim, ela ainda não queria acreditar.

– Hi hi hi hi! – Eles ouvem alguém gritar do quintal, em altas risadas histéricas.
– O que é isso? – Olivia pergunta.
– Não pode ser – Henry diz.

Os dois vão até a janela e analisam o quintal, não há ninguém, mas eles ouvem a risada aterradora novamente.

– Hi hi hi hi hi!
– Henry, o que é isso?
– Se for o que estou pensando, estamos em perigo.
– O que você está pensando?
– Travesso.
– Travesso? O que?
– Travessos são criaturas muito perigosas, geralmente tomam forma de palhaços ou coisas do tipo, eles adoram brincar, só que ninguém gosta das brincadeiras dos desgraçados, são extremamente perigosas – Ele a encara com um olhar preocupado – São mortais.
– O que? – Ela pergunta confusa – Não é verdade.
– É sim, precisamos de armas.
– Armas?
– É, vem comigo.

Henry corre até o porão e Olivia vai atrás dele.

– Henry, me explique isso direito!
– Não temos tempo agora, vamos mata-lo, antes que ele nos mate.
– Matar quem? Você está enlouquecendo?
– Você ouviu as risadas, não ouviu?
– Sim, mas se é um...
– Travesso.
– Se é um Travesso, onde ele está?
– Está lá fora, esperando por nós.
– Você só pode estar brincando – Ela esfrega as têmporas.
– Toma, pegue isso – Henry diz e logo em seguida, joga uma pistola para ela.
– Oh meu deus, você tem uma arma? – Ela pergunta.
– Na verdade, tenho várias – Ele arma uma espingarda.
– Não estou gostando nada disso.
– Sabe usar uma arma?
– Sei – Ela responde, furiosa.
– Vamos.

Henry e Olivia voltam à sala, os dois vão até a janela e analisam o quintal, não há nada.

– Onde ele está Henry? – Olivia pergunta.

As luzes começam a piscar freneticamente, Henry as observa e um calafrio percorre todo o seu corpo.

– Está aqui dentro – Ele diz e se vira, procurando a criatura pela sala.
– Onde? Não tem ninguém aqui dentro, você só pode estar brincando comigo.
– Hi hi hi hi!

De um lugar escuro no canto da sala, uma silhueta começa a surgir. Usando um grande sapato e uma roupa vermelha e branca. Ele finalmente revela seu rosto pálido, coberto por uma maquiagem colorida e um nariz vermelho e redondo, seu sorriso malicioso e os dentes afiados fazem Olivia perceber que aquilo não é um doce palhaço.

– Oh meu deus – Ela cobre a boca com a mão. É verdade.
– Fique atrás de mim! – Henry grita e ela obedece.

Ele levanta a arma e dá um tiro. A bala percorre toda a sala e atinge um retrato de Henry e Olivia na estante de madeira vermelha. Mas não o atinge. Ele sumiu.

– Droga! – Henry exclama.
– Hi hi hi hi! – A criatura ri novamente e Henry se prepara para atirar, mas ela não aparece.
– Corra, vá para o quarto e fique trancada, se proteja, eu cuido dele!
– Tá bom – Olivia obedece e sobe as escadas.

Henry continua mirando a arma para o ar, esperando o Travesso aparecer.

– Hi hi hi hi!

Henry sente um leve calor vindo da sua esquerda e se vira, se deparando com a criatura sorrindo.

– Hi hi hi hi! – Ela dá risadas e depois segura a arma de Henry. Ele atira, mas tudo o que sai de dentro da espingarda é uma bandeira vermelha com apenas um nome escrito. Bang! – Hi hi hi hi hi!

O Travesso pega a arma e arremessa para longe, Henry começa a correr. Mas ele aparece na sua frente e coloca o pé no meio do caminho. Henry cai, como uma criança.

– Hi hi hi hi hi!

A criatura, segura ele pela gola da camisa e joga com força contra a parede, ele cai no chão se contorcendo de dor.

– Hi hi hi hi hi!

Logo em seguida, Henry se levanta e cerra os punhos, pronto para lutar com ela e depois recuperar a arma. O Travesso segura uma flor presa à sua roupa e lança um jato de um líquido, mas esse é diferente da água que os palhaços normais jogam, ele queima e corta a pele. Henry solta um gemido de dor.

– Hi hi hi hi hi!

A criatura saca do pequeno bolso uma grande motosserra. Como é possível? É a primeira pergunta que qualquer pessoa faria, mas Henry conhecia os truques dela. O Travesso liga a motosserra e se prepara para cortar o pescoço de Henry, quando um barulho de tiro ecoa pela sala. A criatura se afasta e vira-se, encontrando Olivia parada, mirando uma pistola para ele.

– Você atirou em mim? – A expressão divertida dele, se torna de ódio, quando vê os olhos furiosos se Olivia o fuzilando.
– É, e vou atirar denovo – Ela dá um tiro no estômago, mas ele não esboça reação nenhuma e começa a andar lentamente.
– Danadinha – Ele volta a sorrir e continua andando em direção a ela. Olivia dispara dois tiros na cabeça dele, um atinge o olho.
– No coração, no coração! – Henry grita.

Ela continua atirando, nervosa, mas não acerta o coração.

– No coração! – Frank dá um último grito antes de o disparo final ser realizado. A bala sai da pistola e perfura diretamente o coração da criatura, que para de andar e se ajoelha no chão.
– Hi hi hi hi, você conseguiu – Ele sorri – Mas não vai ficar viva por muito tempo.

O corpo do Travesso cai no chão e lentamente perde a cor, deixando a maquiagem, a roupa, todo o corpo, monocromático. Olivia senta no chão e seus olhos insistem em focar naquele corpo preto e branco. O que merda acabou de acontecer? Ela pergunta para si. Henry a ajuda a levantar e a leva para tomar um corpo de água.

– Então eles existem? – Olivia pergunta, com uma voz fraca, seus olhos permanecem focados no corpo no chão da sala.
– Infelizmente.
– E agora? – Ela olha para os olhos de Henry.
– Eu não sei – Ele responde – Mas esse não será o último.
– Existem mais desses Travessos por ai?
– Sim, e não serão apenas Travessos que virão atrás de mim.
– Henry, por favor, o que está havendo?
– O que está havendo? Simples – Ele responde – Todos nós estamos correndo extremo perigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dark Skies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.