Uma aliança nada política escrita por D C S Martim


Capítulo 12
12


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo! O próximo vai ser o de fechamento. Estamos acabando gente! Muito obrigada por acompanharem, pelo apoio, pelos comentários, por estarem aqui, lendo. Foi muito divertido pra mim, espero que tenha valido a pena pra vocês. Muito obrigada mesmo!



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Na manhã seguinte, Dam encontrou o desenho no chão. Ela pegou o papel e examinou-o cuidadosamente antes de erguer os olhos para Loki.

–E isso é...?

–Uma folha de papel.

–Você é uma criatura desprezível.

Ele riu.

–Só pra você. – sorriu sedutoramente – É um desenho.

–Um desenho muito bom.

–Sim, um desenho muito bom de uma casa.

–E por que uma casa?

–Temos de morar em algum lugar. – respondeu simplesmente, fazendo-a sorrir.

Ele caminhou para o outro lado do quarto displicentemente e Dam o segurou, puxando suas costas em direção ao seu peito.

–É impressão minha ou Loki, príncipe de Asgard, o Gigante de Gelo, tem um coração?

Aquela declaração o forçou a rir outra vez.

–Eu nunca ouvi nada mais idiota. – ele puxou uma das mãos de Dam até os lábios e a beijou.

–Você desenha muito bem.

–Mais um de meus muitostalentos.

Ela revirou os olhos.

–Claro.

–Você deveria me ver tocando. Ou explodindo coisas.

–Eu adoraria vê-lo explodindo coisas!

–Tenho a impressão de que não faltarão oportunidades.

Os criados entraram e começaram a servir a mesa. Quando estavam prestes à sair, pediu que um deles entregasse o bilhete selado para Thor.

O criado obedeceu, porque, apesar de tudo, ele ainda era um príncipe. Um príncipe louco e destronado, mas ainda um príncipe.

Thor não respondeu, nem Loki esperou por uma resposta. Foi uma espécie de tratado de paz, um acordo selado por entendimento mutuo e silencioso. Passara a vida toda juntos. Não precisavam de palavras para fazer uma coisa pequena como aquela funcionar.

Loki sentiu que ficaria tudo bem, pela primeira vez em muito tempo. Não teria mais que brigar por seu espaço, tentando desesperadamente encaixar-se, obrigando-se a sobressair-se a Thor. Nunca tivera, e agora não tinha mais motivos para tentar fazê-lo. Não conseguiria. Não como almejara. E agora que suas prioridades eram outras talvez tivesse muito mais tempo para aprimorar suas habilidades, tornar-se cada vez melhor, insuperável, e então voltaria, mas apenas por alguns poucos segundos, enquanto todos estivessem distraídos, e mostraria a Odin o que poderia ter sido e nunca mais seria, porque Loki não precisava daquilo.

Não precisava do título, não precisava do palácio, não precisava do trono e definitivamente não precisava de um pai como Odin. Ele fizera muitas coisas erradas, e ninguém além de si mesmo poderia ser culpado por seus erros, mas estava disposto a perdoar-se fazer certo dessa vez, tudo certo.

Daqui pra frente, por pior que fosse a situação, Loki compreendera que ficaria bem, daria um jeito de resolver as coisas sozinho. Com um pouco de sorte, conseguiria fazer com que Dam ajudasse, e então seria mais fácil. Mas ele sabia se virar sozinho, e essa percepção foi libertadora.

Os dias passaram tranquilamente. Tão tranquilamente que nem pareciam passar.

Loki foi pego de surpresa quando um Thor truculento e misterioso apareceu em sua cela no meio da noite.

Literalmente pego de surpresa.

–Loki!

–Aaaaaaah, Thor! – Loki levantou-se, agarrando sua capa para cobrir o corpo desnudo – Mas que inferno! Você não sabe bater?!

Dam viu uma onda de furor varrer o corpo de Thor, que chacoalhou deselegantemente a cabeça e arrastou-se para fora do quarto, batendo a porta com força.

–Ah, meu Deus! - Dam olhou para a parede, assustada, enquanto as batidas retumbantes se faziam ouvir.

Thor entrou pela porta, que resistira, parecendo satisfeito e orgulhoso de si mesmo.

–Você usou Mjolnir pra bater na porta?! – Loki pareceu surpreso e ultrajado – Você fez isso?! Brilhante, Thor! Acorde todo o castelo! Faça isso!

–Oh, cale a boca! Eu não estou aqui pra ouvi-lo reclamar, Loki!

–O que nos leva a uma pergunta essencial: POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI?!

–Porque os preparativos estão prontos. É hora de ir.

Dam levantou-se subitamente.

–Finalmente!

–O QUE VOCÊ ESTÁ FAZEDNDO, DAM?! – Loki gritou – VISTA-SE, AGORA!

–Oh!- Dam arregalou os olhos, percebendo que... Bom... Ops.

Thor desviou os olhos e Loki continuou reclamando, mas nenhum dos outros dois pareceu dar atenção a ele. Dam escorregou para dentro de um vestido, fazendo-se apresentável.

–Pronto. – ela atirou-se nos braços de Thor, beijando ambas as suas bochechas e bagunçando seu cabelo – Você não tem ideia do quanto eu preciso agradecê-lo!

Loki agarrou-a pela cintura e removeu cirurgicamente dos braços do irmão mais velho.

–Já agradeceu o suficiente. Sobre que preparativos você está falando?

–Os que Dam pediu quando aceitou ficar aqui.

–Que seriam?- ele olhou desconfiado para ela.

–Eu só pedi uma carona. – Dam deu de ombros.

–Mas é claro que eu não podia fazer apenas isso. – Thor sorriu para Dam – Consegui alguém que vai leva-los para fora de Asgard, e lá vocês terão um lugar pra ficar.

–Lá onde?- Dam quis saber.

–Quanto menos eu disse aqui, melhor. Depressa!

Loki agarrou Dam pelo braço.

–Você tem certeza que essa é uma boa ideia?

–De maneira nenhuma. Quer vir comigo?

Ele deu um suspiro carregado, e então uma risadinha.

–Não, eu prefiro morrer trancado nessa cela.

–Eu não sei se você está falando sério ou sendo sarcástico agora, Loki.

–Nem eu. -ele segurou a mão dela com delicadeza, dando um sorriso sincero, e encarou Thor no fundo dos olhos – E então? Está esperando pelo quê? Que Frandal apareça e dance pra iluminar o caminho?!

Thor resmungou.

–Não tem de que, irmãozinho.

–Não sou seu irmão.

–Claro que é!

–Não vou discutir com você.

–É claro que vai!

–Calado, Thor! Eu não tenho tempo para suas crises de estrelismo agora, estou tentando fugir da prisão!

–Minhas crises de estrelismo? Ah, minhas crises de estrelismo! Claro! Porque fui eu quem resolveu cometer genocídio depois de descobrir que fui adotado!

–Argh! Está vendo?! Você não entende nada!

–Não, você não entende nada!

Dam apertou as têmporas com suavidade.

–Eu não acredito nisso... –murmurou para si mesma, perguntando-se como Frigga aguentava.

Thor conduziu-os até a saída do castelo, onde havia uma pequena carruagem e agitou nervosamente as mãos.

–Boa sorte.

–Eu posso dizer o mesmo.

Loki deu um pequeno sorriso, estacando uma das mãos. Thor puxou-o para um abraço, enquanto Dam, ficava eufórica.

–Nos vemos depois. – Thor disse.

–Não se eu puder evitar.

Agarrando Dam pela cintura e rindo, Loki pulou dentro da carruagem e ordenou ao cocheiro que partisse.

Thor ficou observando, continuou lá, muito tempo depois que a carruagem já havia desaparecido.

–Agora eu estou oficialmente ferrado. – concluiu, suspirando, pensando na reação de Odin quando descobrisse que Loki fugiu.

Na pior das hipóteses ele tiraria um cochilo.


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Notas finais do capítulo

Algum comentário? Olha, é quase a última chance, se fosse um de vocês eu aproveitaria...



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