Beichte escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
Pooxa a fic tá acabando... °¬°
Mas tem mais três capitulinhos depois desse, que foi baseado em fatos ocorridos com uma amiga minha.
- Música? – perguntou Fatima – Você escreveu uma música aqui?
- É. E vim buscar. Obrigado, Fatima, por me ajudar a encontrar a minha música. Quer ver?
- Aham. Disponha.
Ela foi a única pessoa que leu e se divertiu de verdade com a minha criação.
- Pretende gravar, Bill?
- Claro! Se o Tom deixar...
- Dependendo do que você escreveu aí eu deixo... – Tom disse.
- Depois você lê, Tom, agora a gente tem que ir pra casa, e montar essa bateria, tem ensaio hoje de novo.
- Tuudo bem.
- Obrigado de novo, Fatima. Valeu mesmo por me ajudar.
- De nada. Precisando...
- Ah – lembrei – sábado à noite a gente vai tocar no Scheffer. Você tá convidada.
- Irei. Obrigada.
- Obrigado você. Tchau.
- Tchau.
Tom e eu íamos de volta pra casa em silêncio. A umas duas quadras de casa meu irmão resolveu encher o saco:
- Se deu bem, hein, Bill? A recepcionista do hospital gostou de você.
- Você é tão besta!
- Posso saber por quê?
- Em primeiro lugar por estar perguntando por que é besta.
- Afe, você não consegue passar mais de um minuto de bom humor. Ninguém merece.
- Com você do lado falando essas idiotices é meio difícil manter o bom humor.
- Dispense meus comentários.
- Dispensados. São inúteis mesmo...
- Bill...
- Quié?
- Vamos de ônibus? Não aguento mais andar com essa bateria na mão.
- Dessa vez você tem razão. Mas você tem dinheiro pra passagem?
- Tenho. Eu pago a sua, aí não fico mais te devendo o lanche.
- Tá bom.
Estávamos perto do ponto, então chegamos logo. E estava vazio.
- Que beleza – eu disse -, o ônibus acabou de passar.
- Como você sabe?
- O ponto tá vazio! Que merda! – encostei na placa do ponto pra esperar.
O tempo ia passando e nada da droga do ônibus aparecer. Dali a uns dez minutos aparece uma velhinha que – pra variar – veio me encher o saco.
- Mas olha só – ela dizia -, jovem desse jeito e já não consegue ficar em pé?
- Desculpa, tá falando comigo?
- E ainda finge que não presta atenção. Não vai me ceder o lugar, não?
- Que lugar? Que eu saiba a fila dos idosos é mais adiante. Tinha até banquinho, mas tiraram.
- É exatamente por isso que um molequinho que nem você devia me ceder o encosto. Não tá vendo que tem uma senhora de idade na sua frente?
- E por que a senhora não se encosta do outro lado?
- Do outro lado não dá pra ver se o ônibus tá vindo. Anda, guri, me deixa encostar aí.
- Mas era só o que me faltava! A placa é pública, eu não tenho obrigação nenhuma de sair daqui.
- Ah, mas esses jovens de hoje não têm a mínima educação. No meu tempo não era assim.
- Pois é, no seu tempo, mas as coisas mudaram.
- Será possível que os idosos não têm mais direito nem de encostar na placa do ônibus?
- E eu não tenho direito, não? Acha que, só porque é velha, é a única aqui que se cansa?
- Você, com essa saúde toda, se chamando de cansado! Quanta ingratidão! Se tá cansado agora, imagina quando tiver a minha idade!
- Olha aqui, dona; eu passei a noite no hospital, aguentei o sermão de uma psiquiatra com o nome da minha mãe, tô andando pra cima e pra baixo com uma bateria na mão, tive que correr atrás de um documento, ainda estou suportando essa sua ladainha e não posso ficar cansado?! Ah, e quando tiver a sua idade, com certeza não serei um velho rabugento! Senão espero não estar vivo se tiver que ser um! Ah, dá licença!
O ônibus chegou e eu fiz questão de passar na frente dela. O Tom também, como de praxe, nem olhou pra cara dela e entrou. Por sorte aquele não era o ônibus dela, então ela ficou no ponto e eu dei tchauzinho pela janela enquanto ela gritava:
- Mas que desaforo! Sua mãe não te deu educação, não? Quanto atrevimento...
Então o motorista arrancou e nós fomos embora.
Ao chegar em casa, tudo o que eu queria era dormir. E foi eu deitar na cama que o telefone tocou. Pensei em berrar para que o Tom atendesse, mas ele tava no banho. E lá fui eu ver quem queria encher o saco.
- Alô?
- Bill?
- Eu. Quem é?
- Gustav.
- Ah. Que foi?
- Tem como cancelar o ensaio hoje? Apareceu um compromisso de última hora e eu vou ter que faltar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Se minha amiga ler (o que eu duvido muito)... Naomi, você me deu inspiração!!
Enjoy.