O Filho do Conto escrita por Matheus Nascimento


Capítulo 1
A Inviável Misericórdia dos Anjos




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ERA UMA VEZ aquele lugar.

Os corvos guinchavam e grunhiam nos pinheiros da densa floresta aos arredores daquela casa − isso significava maus presságios.

A lua banhava a noite com sua luz pálida e prateada recebendo, com grande ajuda, das milhões de estrelas que pintavam o infinito céu nas cores do universo.

Os ventos do Norte sopravam pelo vale, equilibrando o silêncio quase mortal daquele não tão rigoroso verão.

A janela do quarto estava com a cortina escancarada obrigando a luz alaranjada da lâmpada invadir as árvores mais próximas a frente. A roda d’água fazia um barulho abafado e contínuo no pequeno riacho que passava atrás da casa, vindo do pequeno morro e descendo até o rio que levava a linda Cachoeira do Boto.

A noite estava calma, mais uma vez, desde que os Dias Fatídicos findaram, colocando paz novamente no Vale. Estava uma noite mais do que perfeita para se ler um bom livro antes de dormir.

O garoto deitado aparentava ter seus treze pra quatorze anos de idade apesar do corpo franzino. Seus cabelos longos – para os padrões masculinos, pelo menos − e louros cobriam-lhe o rosto fino e bem delineado. Os olhos acinzentados e intensos estavam vidrados no livro velho em seu colo. Até a xícara de café em sua mão parou no caminho para a boca, fazendo a bebida esfriar.

Isso significava apenas uma coisa: a leitura estava ótima!

O livro era em capa dura de couro vermelho. O tempo havia-o castigado. O título outrora fora dourado, hoje é impossível ler-se o que está escrito. O miolo estava irregular e sujo de poeira. Mesmo num formato um pouco menor, segurá-lo parecia incomodo. Sem contar o jantar infinito pra uma traça levada.

Mas o que realmente importava, naquele momento, era a história – afinal, é isso mesmo o que sempre importou. E exatamente por isso, as imperfeições do livro passavam despercebidamente.

O quarto era no estilo rústico com uma cama de casal de carvalho no meio do canto perto da janela. O teto triangular dava a impressão de o quarto ser bem menor do que aparentava, acrescentando um pouco de simplicidade e sutileza ao meio de tanto requinte e solides para um quarto de um garoto. Havia algumas mobílias em madeira entalhada espalhadas pelo cômodo, mas o que realmente chamava a atenção era a porta.

Totalmente entalhada, a madeira grossa carregava molduras de vários tipos de folhas e galhos cobrindo suas laterais, e, no centro, o desenho de um veado-vermelho macho apoiado em suas patas traseiras e com as dianteiras erguidas. A galhada enorme cobria quase que por inteira a porta, como raízes de uma antiga árvore. Com a cabeça e focinho apontados para cima, em direção a uma única estrela brilhante no canto superior direito. Era perfeitamente detalhada com contornos de fios dourados em alguns pontos específicos. Talvez de valor inestimável.

De súbito, numa árvore próxima à janela, uma coruja piou. Alto suficiente para atrair a atenção do menino. Não era um pio comum de corujas que se ouvirmos já conseguimos identificar o animal, era estranhamente sinistro. Estridente de dar calafrios.

De alguma forma, corujas piarem não era muito comum. O garoto até parecia perplexo e surpreso com isso.

Ele levantou da cama e colocou a xícara vermelha com estampa de um símbolo desconhecido no criado-mudo. Andou em direção à janela e viu a ave lá de longe. Não era muito grande. Cinquenta centímetros no máximo. Tinha a plumagem castanha manchada em listras verticais e horizontais brancas e cinzas. Os olhos eram totalmente negros, o que fazia os pelos da nuca do menino eriçarem. Eram olhos demoníacos e misteriosos que não esboçavam expressão alguma.

Coruja-barrada, pensou ele, ignorando o medo bobo do animal.

Ou strix varia, em latim.

Gostam de florestas úmidas, se alimentam de répteis, aves, anfíbios, mamíferos e lagostim.

Em alguns momentos, os pensamentos escapavam em sussurros que ele não percebia. Parecia saber tudo sobre o animal, mas nunca tivesse visto um.

Vivem em...

O pensamento foi interrompido quando a coruja abriu asas e voou. Estava indo em direção ao garoto com aquelas asas enormes comparadas ao corpo relativamente pequeno, mas, quando ia esbarrar na vidraça da janela, virou na outra direção e desapareceu floresta adentro. Piava freneticamente, como se tentasse avisá-lo de algum perigo eminente.

O som foi se perdendo a distância, se esvaindo ao som do vento. Mas o susto súbito deixou rastros ruins...

O garoto se assustou. Cambaleou e caiu pra trás em cima da cama. A respiração forte e os olhos vidrados e arregalados começando a encher-se de lágrima.

De repente, o barulho dos guinchos dos corvos pareciam muito mais alto.

Ele apertou a mão no lado esquerdo do peito.

Não, de novo não! Suplicou-o por dentro.

Controle-se Max, não a deixe te vencer... Você é mais forte do que isso...

Com os olhos apertados ele tentou controlar a respiração. Estava tremendo de um jeito assustador. E, com um movimento no ar feito com a outra mão – algo como um círculo e algumas linhas verticais e horizontais no centro; talvez até um desenho de estrela ou pentagrama −, sua respiração foi se normalizando devagar até finalmente o corpo acalmar-se.

...

Ele pensou ter visto um vulto preto na janela, mas reconsiderou e desabou ofegante na cama, exausto.

Max já tinha voltado a ler o misterioso livro vermelho de título ilegível.

Apesar do susto anterior, o garoto tivera tempo o suficiente pra se recompor. “Fora apenas uma coruja. Só uma pequena e inofensiva coruja. Não há motivos para ter um ataque desses agora.”, repetira coisas parecidas pra si mesmo o tempo todo.

A noite ia se alongando e as horas passando e ele não parava um segundo sequer de ler. De início estava apenas no começo, agora já estava do meio para o fim. O que quer que estivesse lendo parecia muito interessante. Em alguns momentos era possível ouvir os corvos andando e saltando pelo telhado. Mas, mesmo assim, o livro era mais interessante. Mesmo que às vezes deixava se perder em algum pensamento aleatório.

− Não tenho medo de corvos inúteis iguais a vocês.

Murmurou ele para as paredes, olhando para o teto triangular. Um olhar determinado com fundo de preocupação. Preocupação essa talvez fosse pelo susto anterior. Medo de acontecer novamente. Ou apenas medo dos corvos.

Nunca, em sua vida inteira, Max vira tantos corvos guinchando e se movimentando quanto naquela noite amena de Dezembro.

Em um momento, arranhões começaram a fazer um barulho irritante na porta, como um cachorro que não cortava as unhas desde sempre quisesse entrar em casa num dia chuvoso. Max não pareceu se assustar, apesar de ter virado bruscamente a cabeça em direção à porta, apenas suspirou calma e pacientemente e levantou para abrir e deixar alguém entrar.

Ou algo entrar.

O que tinha acabado de entrar, de relance, parecia um cão. Pois, a criatura disparou em direção à cama numa velocidade incrível. Apenas um borrão laranja. Mas logo que ela se acalmou se pode ver que na verdade se tratava de uma raposa.

− A raposa-vermelha mais chata desse mundo – Disse Max sorrindo sarcasticamente (sarcasticamente e calmamente sutil) enquanto alisava o pelo avermelhado do animal, que tinha no pescoço um cachecol longo – maior do que ele, inclusive – com listras pretas e verdes.

Max falava de uma forma diferente dos outros garotos, como se tivesse lido sobre tudo num livro didático. Conhecia sobre espécies que biólogos dariam tudo pra conhecer. Mas mesmo assim, sua humildade prevalecia mais forte, escondendo sua sabedoria de um jeito confortável e carismático.

O garoto fechou a porta devagar e voltou para a cama.

− Achei que fosse preciso derrubar esta maldita porta chão abaixo! – Disse a raposa, abaixando a cabeça entre as patas negras e fechando os olhos igualmente negros, pronta para dormir. Como se fizesse aquilo toda noite.

Não tinha como evitar um sorriso.

Max recolocou o lençol de cor branca cobrindo as pernas, pensativo, olhando para o bicho, observando a ponta desgastada do cachecol de tanto arrastar pelo chão, esperando o momento certo pra falar. Era como se soubesse que a raposa não estava dormindo de verdade.

Ela fazia isso às vezes. Uma espécie de meditação.

− Moz – Disse ele, observando-o fixamente. – Você acredita em presságios? Quero dizer, tipo... presságios de morte?

Por um instante ele olhou para o quadro pregado em cima da cabeceira da cama, que representava um veado-vermelho – o mesmo entalhado na porta, quem sabe – correndo por entre três únicas árvores. Parecia ter algo de estranho naquela pintura. Algo que ele não sabia explicar. Alguma coisa subliminar.

A raposa levantou a cabeça subitamente para Max, como se estivesse faminta e ouvisse sua presa de longe, ou como um cachorro que de repente ouvisse alguém chamar seu nome. Os seus olhos expressavam raiva, ou melhor; fúria.

− Você não vai morrer! Ouviu? Não vai! – O som de sua voz, de vez em quando, unia-se com o rosnar. Moz parecia ler os pensamentos de Max, pela forma como dizia as palavras. Segredos trocados anteriormente que queimavam no ambiente. – Pelo menos não agora, e não aqui. E não toquemos mais neste assunto. Agora vá dormir, precisa estar descansado para amanhã de manhã partimos em jornada. E não se preocupe com os pesadelos. E nem suas dificuldades, pois elas foram feitas para serem superadas. E seus sonhos, eles não são reais, e caso aconteça algo, eu estarei aqui para protegê-lo. Entendido?... – Deu uma pausa, olhou para Max. Fechou os olhos e recolou a cabeça laranja entre as patas negras.

Murmurou:

− Hum, presságios... E, aliás, quem é que tem sangue abençoado por Eterno? Nem Funesto chegaria perto do vermelho do seu sangue.

Fez algo com a boca que parecia um sorriso. Era difícil dizer vindo de uma raposa.

Abençoado... Amaldiçoado é a palavra correta. Pensou ele.

Ele rodou o anel de prata no dedo mindinho da mão esquerda.

− O.K., me desculpe, Moz. Boa noite. – Disse, ignorando o pensamento.

Max parecia que já esperava aquele tipo de resposta do animal.

Ele colocou o livro no criado-mudo, ao lado da cama. Cobriu-se inteiramente e instantaneamente adormeceu.

E, o que Max mais temia, aconteceu. O pesadelo que o assombrava há três semanas estava de volta. Dessa vez pior do que todas as vezes.

...

Max estava na beirada de um precipício no topo de um morro. O céu estava vermelho-alaranjado e as nuvens em cor-de-rosa e amarelas corriam em disparada em borrões pelo horizonte contorcido. As árvores atrás dele eram sombras. Sombras que não paravam de se mexer. Como um aglomerado de corvos impacientes presos nas trevas.

Gritos de pessoas em agonia ecoavam por todas as partes. Mulheres gritando, homens gemendo, crianças chorando.

Uma súbita explosão laranja em forma de cogumelo se mostrou lá de longe. O chão tremeu. Pedras escorregaram pelo precipício e, assim que encontravam no ar, queimavam iguais a meteoros. Como se o próprio ar fosse tão ruim que queimava pedras em seu contato.

Em um momento, uma das vozes em agonia sussurrou o nome de Max.

Ele estava com tanto medo que paralisou. Não conseguia respirar. Sentiu mãos apertando fortemente seu pescoço e erguendo-o no ar. Sentiu um calor imenso e a pele queimar de repente. Colocou as mãos nas outras que envolviam o pescoço como uma coleira, nas mãos invisíveis e estranhamente frias.

Foi inútil. Era forte de mais e Max já estava perdendo as forças, com calor e prestes a derreter feito um sorvete.

Num piscar de olhos, numa fração de segundo ele viu a criatura que o enforcava. Não conseguiu identificar direito por causa do ar trêmulo e turvo dos sonhos além das mãos que o apertava darem vontade de desmaiar.

Era apenas sombra. Parecia um homem, mas logo desapareceu e o soltou. Max caiu bruscamente no chão, ofegante, tossindo fortemente. O calor insuportável que queimava-o esvaiu-se.

“Estava te esperando, Sr. Cole.” Disse uma voz impossível de se saber de onde vinha, era como se viesse de toda a parte, sobressaindo-se nas outras angustiantes. “Que bom te ver novamente”.

Max se assustou. Então viu quem era e relaxou.

Alguém estava parado a frente dele flutuando pela beirada do precipício, acima do abismo. O homem usava um terno preto com calda em listras pretas sob uma camisa branca. A sua gravata era, na verdade, um pequeno crânio de gato banhado em prata. Um cetro com ponta de cabeça de caveira que tinha olhos de rubi de, mais ou menos, um metro e meio tocava o nada, pois o ser estava flutuando (obviamente), mas seu cetro parecia estar apoiado no chão, como se tivesse algo o sustentando no ar, algo invisível.

Ele não parecia estar queimando ou ter indícios de incêndio pelo corpo.

Seu rosto estava escondido numa máscara de caveira, uma máscara real de crânio humano! Era possível ver sua boca fina e escura, a pele do rosto branco como um fantasma e os olhos escuros feito piche apareciam atrás das órbitas vazias dos olhos da caveira-máscara. Usava uma cartola comprida e preta.

O homem magro e alto parecia ter vindo de uma época diferente direto dos mortos. Um zumbi da década de 40.

− Você prometeu não aparecer mais em meus sonhos. É impossível aguentar seu sarcasmo durante três semanas consecutivas. Não é muito bom com promessas, não é Camac, o Ceifeiro? – Disse Max com calma, mas com os olhos cheios de fúria. Parecia cansado, mas lutando contra o sono incômodo. O tipo de sono chato que temos em sonhos.

Max ainda estava assustado com o acontecimento anterior. Há três semanas estava tendo o mesmo pesadelo: beirada do precipício, pessoas gritando de medo, explosões nucleares, árvores de trevas que se remexiam logo atrás, pedras queimando em pleno ar, Camac aparecendo e recitando trechos de profecias antigas já cumpridas. Mas nunca um homem invisível feito de sombras que enforcavam adolescentes depressivos. E da última vez houve promessas que não foram cumpridas...

“Não me chame assim... Venho lhe trazer más noticias.”

− Com você boas que não seriam. Diga logo, odeio essas árvores se contorcendo atrás de mim.

Max tentou ser sarcástico, mas não deu certo.

“Eu também odeio. Na verdade eu tenho duas noticiam ruins” Falou Camac num tom mais baixo e olhando discretamente para o lado como se estivesse envergonhado de ter lembrado só depois que eram duas notícias ruins e não apenas uma.

Max não respondeu, ficou ali parado, olhando fixamente a escuridão penetrante dos olhos daquele ser a sua frente.

“A primeira é: Morte desapareceu do Palácio Penumbra!”

Houve uma pausa. Max enfim disse:

− E a segunda...?

A pergunta pareceu ofensiva aos olhos de Camac, como se o desaparecimento de Morte do seu Palácio fosse desimportante.

“E a segunda é: com o desaparecimento de Morte da 34ª Dimensão, todos os Ceifeiros serventes a ele estão livres para fazer o que bem entenderem...”.

− Como você, presumo. Mas estar finalmente livres não é uma coisa boa?

“Eu sempre fui um Ceifeiro livre, pois não tenho mais poder sobre as almas, mas os outros têm. E eles não são necessariamente bons. Ceifeiros são espíritos corrompidos e, assim como eu, sentem inveja de pessoas como você, com alma pura e brilhante. Você seria uma ótima fonte de energia.”

− Mas o que eu tenho haver com tudo isso? Sou apenas uma pessoa comum... – O garoto suspirou falhando a voz – Com doenças comuns, logo não seria uma fonte de energia muito aproveitável.

“Você é mais especial do que parece, Max. Com os Ceifeiros livres na 34ª Dimensão conseguirão facilmente adentrar nessa Dimensão e ceifarem as almas que bem quiserem, inclusive a sua. Inclusive a da sua mãe.”

Max corou, finalmente percebendo a seriedade da situação, como um balde d’água fria misturada com determinação e sabedoria. Já tinha uma jornada pra ir ao amanhecer, será que aguentaria mais uma?

Deu um suspiro e disse, serio e confiante:

− O que posso fazer pra ajudar?

Na mesma hora Camac sorriu e apertou os dedos brancos e esqueléticos na caveira de olhos de rubi de seu cetro sinistro. Mas quando ia dizer, subitamente, virou a cabeça para a esquerda em direção a floresta de árvores dançantes.

Algo o tinha incomodado.

− Não temos tempo, lembre-se do que direi a seguir. Lembre-se de tudo e depois converse com sua raposa. Ela saberá o que fazer, ela o guiará... Ache o Anjo Misericordioso, resgate a Espada de Sangue, derrote o dragão, coma a Maçã Envenenada, busque por Morte. Faça isso e salvará a todos e, principalmente, a si mesmo. E lembre-se, nem tudo o que eu disse realmente é o que parece ser...

Ótimo, pensou Max.

− Ah! E não se esqueça do livro. Você sabe do que estou falando...

O chão tremeu e despedaçou-se. Tudo em volta caiu em um abismo negro e infinito, inclusive as nuvens corredoras e o céu alaranjado.

Camac não estava mais lá.

Logo depois, com se resolvesse que não era uma boa ideia, tudo voltou aos seus lugares, pulando fora do abismo.

As árvores atrás dele, que ainda não tinham sido sugadas pelo abismo e não tiveram chance de voltar subitamente, explodiram em milhões de corvos que foram todos em direção a Max, guinchando, com olhos que brilhavam num vermelho escaldante. Todos pegaram fogo e desapareciam antes de chegar a Max.

Alguma coisa saiu da escuridão que sobrou das árvores que explodiram. O homem invisível feito de sombras estava correndo em direção ao garoto, que estava caído com os braços instintivamente protegendo o rosto. Penas negras fumegantes espalhavam-se por todo seu corpo.

O homem-sombra ergueu a mão grande com dedos compridos e afiados. Ela inflamou em chamas negras. Aproximava-se cada vez mais do menino e saltou. Dez metros de altura provavelmente. Seu corpo feito de trevas lutava contra o ar de fogo, chamuscando e fumegando.

As vozes que gritavam frenética e bagunçadamente no abismo de repente gritaram em uníssono como num coral de igreja.

Quando estava prestes a atacar Max algo o acordou.

Max acordou num sobressalto. Moz, a raposa-vermelha, estava gritando freneticamente palavras que ele não compreendia. Pegou instintivamente o livro no criado-mudo e viu que o título antes ilegível brilhava forte num vermelho incandescente em letras bonitas e artesanais.

Moz, como se não tivesse visto o brilho antes, estando muito ocupado tentando acordar Max aos gritos, calou-se e olhou atônito para as palavras que brilhavam:

A Inviável Misericórdia dos Anjos,

por Agnólius Capitullar

A inviável misericórdia dos anjos. As palavras dançavam na mente de Max. O que quer que aquilo tudo signifique (sonhos, Morte, títulos de livros, corvos, corujas demoníacas, homem-sombra com mãos flamejantes...), Max estaria disposto a tudo pra descobrir. Mesmo que fosse preciso duas jornadas para isso.

Mesmo que fosse preciso atravessar fronteiras.

Ir além das Cercanias.


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