Reckless escrita por Moony, Bela Barbosa


Capítulo 18
Capítulo 19 - Sirens


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, olha quem voltei!
Gente, como sempre, vou deixar pra me explicar toda bonitinha nas notas finais, tá? Então não deixem de ler, por favor ♥
Antes, só queria mencionar umas pessoinhas super especiais para a elaboração dessa capítulo, tipo a Dear Brain, a Isabella Menezes, a Sih Swan, a AliceDarkSoul, a felicitysmok e a AS Kiara Ogden, que foram as LINDAS que comentaram no capítulo passado! Prometo que respondo os reviews de vocês não passa desse domingo, ok, amores?
Então, aqui vai o capítulo e a música do capítulo com POV do Danny porque todas nós queremos ♥
https://www.youtube.com/watch?v=4jZBwyG7HPs
PS: Os trechos de música no POV do Daniel são dessa música Sirens, do Pearl Jam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/442729/chapter/18

POV Daniel Woods

Eu não podia contar a ela. Não estava dentro dos meus direitos acabar com a noite da garota mais incrível que eu já havia conhecido. Então eu apenas sorri como se tudo estivesse bem e a fiz acreditar que realmente estava.

Só por segurar a mão dela, eu já podia dizer o quão nervosa Lizzie estava. Não era pouco. Seus dedos finos e macios faltavam tremer, sensação que me fez rir por ser algo tão sincero e ingênuo da parte dela.

A conduzi com muita calma até a parte central da pista de dança, onde alguns casais já se aglomeravam. Devíamos ser os mais novos da noite. Eu, talvez, não fosse o mais bonito do local, mas Lizzie com certeza era a dama mais estonteante de toda a cidade. Eu nunca a tinha visto tão linda, nem nenhuma outra mulher, especialmente porque ela não parecia fazer esforço nenhum. Seu rosto carregava pouca ou nenhuma maquiagem, apenas um batom de cor marsala e um leve delineado nos olhos. Estava maravilhosa. Seu vestido longo e sensual em tom de vinho tinto quase se misturava à cor de seu cabelo vermelho vibrante, solto num penteado natural.

Eu a encarava sem nenhum pudor ou vergonha, fosse dela ou dos outros que ali estavam.

— Danny? – A ruiva me chamou, notando minha incrível inabilidade em olhar para ela discretamente – Tem algo errado no meu rosto?

Seus olhos se arregalaram e ela parecia aflita com a – absurda – ideia de ter algo errado em seu rosto. Ri com a cena.

— A única coisa errada é ainda não estarmos dançando – Respondi, enfático.

Ela sorriu e me estendeu a outra mão. Como havia sido ensinado pelo sr. Josh Woods, meu pai, e como todo bom cavalheiro, repousei com cuidado a mão esquerda dela sobre meu ombro e pus carinhosamente minha mão direita em sua cintura fina, o que o vestido fazia questão de ressaltar.   

— Estou nervosa – Admitiu, com um sorriso desajeitado nos lábios.

— Não precisa ficar – Assegurei -, sou o melhor dançarino de Southampton.

Lizzie gargalhou com minha confiança exacerbada.

— Olhos nos meus – Adverti ao perceber que ela estava com a cabeça baixa – Mantenha seus olhos nos meus. Você é muito bonita para ficar com a cabeça para baixo.

Ela sorriu em resposta. Seus olhos azuis como uma piscina no verão faltavam saltar para fora de empolgação. Lizzie era terrível em esconder seus sentimentos, e eu amava isso nela.

— Quando um dos meus pés for para a frente, você mexe o pé correspondente para trás. Ok?

Minha bela acompanhante respirou fundo, mas parecia estar se divertindo e, por isso, assentiu, tomando a postura correta para a dança e me dando sua mão direita para uma perfeita posição de valsa.

Sorrindo, comecei bem devagar a mexer, primeiramente, o pé esquerdo, dando a ela tempo para se acostumar com o embalo. Sem precisar fazer muita força, eu a conduzia pela cintura para que ela sentisse que eu estava no comando e tudo ficaria bem. Seus olhos, nervosos, mas ao mesmo tempo felizes, não escondiam que aquela era sua primeira vez dançando com alguém, e muito menos o quanto aquele simples gesto era importante para ela.

— Você nunca dançou com seu pai, nem por curiosidade? – Indaguei ao notar que Lizzie, de fato, não tinha nenhuma prática na dança.

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Como ia me ensinar a dançar se ele nem ficava em casa? – Retrucou, irônica, mas pude perceber que o sarcasmo em sua voz era preenchido por um certo rancor.

Lizzie abaixou os olhos com pesar.

Imediatamente, retirei minha mão de sua cintura e a levei até seu queixo, levantando-o até seu rosto se inclinar para cima e seus olhos encararem os meus.

— Mas eu estou aqui. Agora. Está bem? – Disse tentando transmitir a ela segurança.

A ruiva assentiu.

Merda, Daniel! Maldita hora em que você resolveu fazer essa pergunta infeliz!

— Essa música... – Lizzie, parecendo ler minha reação, quebrou o silêncio depois de alguns segundos em que eu me arrependia de ter perguntado sobre seu pai – Ela é incrível. Não é possível ouvi-la e não sentir nada.

E ela estava, decididamente, certa. Sirens era uma das canções mais belas que eu já tinha ouvido na vida. E, naquele instante, o arranjo inicial da música pareceu casar perfeitamente com a nossa dança calma e um tanto desajeitada.

— Desculpa! – Desculpou-se num reflexo, após pisar no meu pé direito.

A expressão de Lizzie dava a entender que ela tinha sido a responsável por derrubar um prédio de 15 andares e matar 47 famílias. Ri com a gravidade que ela levava a situação.

— Meu Deus, eu sou um desastre! – Atestou a ruiva, bem humorada, ao que acompanhei suas risadas.

— Você está indo muito bem, garota. Não vou precisar amputar o pé dessa vez – Brinquei.

 - Mas Daniel, todo mundo tá olhando pra gente! – Protestou ela, à medida que voltávamos à dança.

Balancei a cabeça para os lados.

— Estão olhando porque você está linda. E outros, porque conhecem minha fama.

Lizzie arqueou as sobrancelhas e fez um bico com os lábios, curiosa.

— Que fama, sr. Woods?

— Prepotente. Arrogante. Perigoso. Coisas do tipo – Respondi, fazendo pouco caso.

Afinal, ela devia ter ouvido um bocado a respeito antes de nos conhecermos melhor.

— Eles sabem sobre o que você faz? – Perguntou ela, dessa vez num tom mais sério.

Afirmei com a cabeça. Já havia me acostumado a lidar com julgamentos prévios e olhares pesados, o motivo de toda aquela situação já não me causar nenhuma surpresa.

— Todos sabem. E estar comigo faz com que eles te julguem também.

Falei a última parte me sentindo, de certa forma, culpado por fazê-la passar por isso também. Fazê-la sentir na pele o que eu já sentia nos últimos anos. Mas comigo, tudo bem, eu poderia aguentar. No entanto, com ela... não queria que nada nem ninguém fizesse a Lizzie se sentir diminuída. E me senti responsável por isso estar acontecendo.

Involuntariamente, meu olhar se voltou para o chão, bem como todo o meu rosto. Essa ideia ainda não me descia bem.

— Mantenha seus olhos nos meus, Daniel Woods – Lizzie, com a voz firme e cheia de autoridade como só ela tinha, levantou meu queixo fazendo com que meus olhos se voltassem para os dela, exatamente como eu a ensinara - Se eu não tive medo de um bando de russos musculosos e gigantescos, o que te faz acreditar que eu me importo com um monte de velhos milionários que não conseguem ter uma ereção?

Ri, surpreso com toda a determinação que cabia naquela imagem de 1,75m e cabelos vermelhos, especialmente quando se tratava de mim.

Mas talvez, e apenas talvez, momentos especiais como esse fossem regidos por alguma lei universal que diz que nada tão bom pode durar tempo demais. E, por causa dessa maldita lei, meus ouvidos aguçados escutaram o som de algumas sirenes se aproximando, provavelmente pela segunda ou terceira vez que rodeavam a quadra do teatro. O momento estava chegando.

“Ouça as sirenes, ouça as sirenes

Eu ouço as sirenes cada vez mais nesta cidade”

Respirei fundo e cessei a dança, fazendo com que Lizzie me encarasse um tanto confusa. Simultaneamente, e por um (in)feliz acaso, a canção que tocava parecia descrever perfeitamente cada ação tomada a partir dali.

“Me deixe recuperar o fôlego para chegar ao outro lado da curva,

Só de saber que estamos seguros, já sou um homem grato.

O mínimo feixe de luz e eu posso te ver claramente”

Respirei fundo. Mordi meu lábio inferior. Eu não queria deixa-la. Não estava pronto para deixa-la. Mas talvez, aquele fosse o único jeito de mantê-la segura, ao passo que eu jamais me perdoaria se algo acontecesse a ela por minha causa. Tinha que ser assim.

Eu ainda segurava suas mãos, as minhas provavelmente geladas como as noites inglesas, mas Lizzie ainda as segurava, e parecia sentir toda a minha preocupação.

Quando ela tomou fôlego para dizer algo, provavelmente perguntar o porquê de eu estar tão nervoso, apenas esbocei um “shhhh...”, pois palavras não pareciam suficientes naquele momento. Eu só queria olhar para ela e não esquecer daquele retrato jamais.

“Tenho que pegar sua mão e sentir seu respirar,

Por medo de que um dia isso acabe.

Puxo você para perto, tenho tanto a perder

Sabendo que nada dura para sempre”

Olhei para suas mãos que, perto das minhas, pareciam ainda menores e mais pálidas, e as acariciei como se aquela fosse nossa última noite. Porque podia ser.

— Daniel... – Lizzie balbuciou, visivelmente sem uma reação concreta.

Ela sabia tanto o que fazer quanto eu.

Por isso, simplesmente a puxei para um abraço e a trouxe para mais perto de mim, encontrando um lugar na curva de seu longo e delicado pescoço onde eu podia sentir perfeitamente o cheiro de sândalo do oriente que fazia parte dela tanto quanto seu corpo magro ou seu gosto por política.

E, por um instante, ela foi tudo o que senti. A respiração acelerada dela bater no meu pescoço, seus braços frágeis enlaçando minhas costas, seu corpo delineado por um belo vestido completamente entregue aos meus braços. Não abriria mão daquele momento por nada no universo.

**************************

Flashback (no mesmo dia, mais cedo):

Eu havia saído para comprar um smoking novo com o intuito de inaugurá-lo naquela noite, a noite mais que especial em que eu levaria Lizzie para um encontro. Não iria agir com o mínimo descuido com aquela garota.

Por volta das 17h, fui até a velha alfaiataria de um grande amigo dos meus pais quando ainda eram vivos. Era o único lugar em toda a Southampton em que eu comprava alguma roupa realmente importante, como por exemplo minhas jaquetas elaboradas à mão e feitas sob medida para mim. O velho MacIntosh nunca errava nas medidas.

Ao provar o smoking azul cintilante que eu encomendara há alguns meses, mas nunca havia ido buscar por nunca ter precisado, enxerguei, no reflexo do espelho em que ajeitava a camisa, a casa de um velho conhecido com um enorme aviso de aluguel. Estranhei a placa.

O homem que morava ali era Elijah Greene, um traficante que negociava com o País de Gales e a Escócia em larga escala.

Me virei para sua antiga casa, na qual ele havia morado por mais de uma década e cutuquei o velho alfaiate para que ele olhasse também.

— Parece que o filho da mãe realmente melhorou de vida – Comentei, levando em conta que Elijah não passava de um bêbado que vendia drogas para sustentar o próprio vício.

MacIntosh riu.

— Se você chama aquilo de melhorar de vida, então, realmente, foi o que aconteceu.

Franzi o cenho, sem compreender o que ele quis dizer com aquilo.

— Greene morreu há umas duas semanas. Foi assassinado.

Arregalei os olhos, assustado. Seus negócios nunca foram mal, não conseguia encontrar uma razão que justificasse a execução.

— Alguma ideia de quem foi? – Perguntei.

— As más línguas dizem que uns russos pegaram ele. Aparentemente, os russos exportavam heroína pra Londres e o Greene e um outro cara tomaram a clientela deles. Os caras não deixaram barato pra ele... mas parece que o outro ainda tá solto. Os russos ainda estão procurando – Explicou ele.

— Hm – Me limitei a isso.

Como se não fizesse ideia de quem poderia ser esse ‘outro cara’ a quem os russos estavam perseguindo. Como se eu não fosse o próprio.

— Vou ficar com o smoking.

 

**

 

— Central de polícia de Southampton, boa tarde.

Respirei fundo. Aquela não era uma ligação fácil. Minhas mãos suavam ao segurar, apertar o telefone, me perguntando se aquela seria a escolha certa a ser tomada.

Preservar minha liberdade e passar os dias com meu irmão, como sempre, e agora com Lizzie, soavam para mim como um sonho. Mas eu não podia ser egoísta ao ponto de arriscar a vida deles dois para viver uma realidade utópica. Especialmente depois de ter demorado tanto tempo para sentir que ainda havia esperança para mim.

— Tem alguém na linha? – A atendente chamou impacientemente.

— Boa tarde. Gostaria de saber se há alguma queixa registrada contra Daniel Austin Woods.

Alguns segundos e cliques de mouse depois, ela retornou à linha.

— Sim, senhor. Tráfico de drogas, agressão física, dano ao patrimônio privado e...

— Ótimo. O bastardo estará no Teatro Mayflower por volta das 22:30h, vestindo um smoking azul cintilante. Se quiserem pegá-lo, é só aparecer por lá.

 

**************************

 

                               “Eu não me importava antes de você chegar aqui

Eu dançava e zombava do “para sempre”, mas todas as coisas mudam

Deixe que apenas essa fique”

— Danny, eu não sei o que está acontecendo, mas independentemente do que seja, eu estou aqui pra você. Sabe que pode contar comigo, não sabe? – Lizzie sibilou próximo ao meu ouvido.

Mesmo mediante tanta tensão, soltei uma leve risada. Era incrível como, ainda que eu estivesse completamente errado, ela ainda era capaz de se oferecer para me ajudar.

“Para cada escolha, erro que cometi, não estavam nos meus planos

E se você quiser ficar, eu esperarei por você, vou entender”

Me desfiz de seu abraço forte e afetuoso e olhei diretamente em seus olhos, acariciando os dois lados de seu rosto e colocando seu cabelo atrás das orelhas. Queria gravar seu rosto mais do que nunca.

— Lizzie, eu fiz coisas terríveis. Cometi muitos erros na vida. Mas ajudar você algumas semanas atrás não foi um desses erros – Respirei fundo. Mal conseguia me concentrar no que tinha a dizer perto daqueles olhos tão profundos, que me encaravam como se tudo fosse ficar bem – Eu só quero que me prometa que é essa imagem que você vai guardar de mim. Do cara que te ajudou e te deu uma carona despretensiosa. Promete que sempre vai lembrar de mim assim?

Em resposta, ela riu, aliviando toda a seriedade da conversa. Lizzie fazia a vida parecer simples como uma receita de bolo.

— Mas é claro que sim – Exclamou, colocando as mãos na cintura - Mas por que a pergunta?

— Eu só... quero ter certeza.

Me esforcei para sorrir, para passar a ela um pouco de segurança. Mesmo que mais abrandada, ela ainda se mostrava um pouco preocupada.

— Eu me importo com você, garota. Não quero que esqueça isso.

A ruiva comprimiu os lábios num sorriso levado e transformou os olhos em imensidões bem humoradas.

— Não vou esquecer se você estiver lá todo dia pra me lembrar.

“Ouça as sirenes, se propagando pela noite

O som ecoa mais perto, será que elas virão para mim da próxima vez?”

Devolvi com um sorriso que logo se desfez quando ouvi mais sirenes se aproximando do teatro. Meu tempo com Lizzie só diminuía e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso. Para meu infortúnio.

Sem aviso prévio, eu a puxei para mais perto de mim com uma das mãos, fazendo com que nossas testas se tocassem e nossos rostos, assim como nossos corpos, se tornassem praticamente um só. De olhos fechados, eu apenas sentia o cabelo levemente ondulado dela perpassar meus dedos e sua respiração agitada ir de encontro à minha boca.

“É uma coisa frágil essa vida que levamos

Se eu pensar demais, não consigo suportar”

— Eliza Peters, eu quero que saiba que a última garota que eu levei para assistir uma peça do Shakespeare foi minha mãe. Então é melhor você não me decepcionar.

Lizzie riu. Naquele instante, eu só queria me livrar da dor de dizer adeus para um futuro que nem sequer havia começado. Não conseguia transportar toda aquela carga sobre os ombros.

— Então eu estou lisonjeada, sr. Woods. – Ela respondeu com um sorriso simples e doce.

Olhei para ela analisando cada traço mínimo de sua expressão. Apesar de tudo, a ruiva estava feliz e até radiante. Exatamente como eu queria que ela estivesse naquela noite.

Era impossível olhar para ela e não a desejar de uma maneira sequer. Se eu não desejava conversar com ela, então queria beijá-la. Se não podia beijá-la, então simplesmente segurar sua mão era suficiente. Caso não desejasse isso, então sentia vontade de abraça-la. E como naquele minuto tudo o que eu poderia ter dela era um beijo, então isso era tudo o que eu queria. Mais do que qualquer outra coisa.

— Srta. Peters, se você tiver qualquer outra coisa para dizer, eu recomendo que o faça agora, porque tudo o que eu desejo desesperada, exagerada e terrivelmente neste exato momento é beijá-la – Confessei, ainda com a testa e os olhos colados aos dela.

 Com um sorriso maroto, ela começou:

— A única coisa que eu gostaria de saber, sr. Daniel Woods, é quem exatamente você é esta noite.

Sorri, acariciando os cabelos ruivos que eu ainda segurava sem deixar que ela se distanciasse um milímetro de mim.

— Agora, eu sou apenas um homem completamente vulnerável acompanhando uma linda mulher num belo vestido – Desabafei, sinceramente, sem desviar meu olhar do dela por nenhum segundo sequer – Isso é suficiente pra você?

Lizzie soltou um suspiro, mirando em mim um olhar encantador e totalmente cativante. Sem nenhuma reserva, ela balançou a cabeça positivamente e fechou os olhos sem pressa, acabando com a mínima distância que nos separava.

Ela me beijou como se finalmente tivesse certeza de quem estava beijando e quisesse aquilo mais do que tudo, ao que eu correspondi porque, enfim, eu sabia quem eu era e quem queria ser para ela e perto dela.

Eu já não me importava se algumas centenas de pessoas nos olhavam com olhares pesados e maldosos, ou mesmo se o que estávamos fazendo ali pudesse exceder os beijos que a maioria dos casais davam em público, desde que ela estivesse nos meus braços, completamente rendida a eles, e eu pudesse apertá-la contra mim como se pudéssemos ficar ainda mais perto um do outro, então tudo teria valido a pena.

“Quero que você saiba que eu devo ir,

Eu sempre amei você, te coloquei acima de tudo também,

Estudo seu rosto e o medo vai embora”

Beijá-la era como ser imediatamente transportado de uma galáxia à outra. Um lugar em que os problemas já não existiam, e se existiam, não pareciam me incomodar. Ela era a única coisa que eu podia tocar, sentir, cheirar e ver.

Mas o mais mágico e, ao mesmo tempo, trágico de toda essa sensação, era o fato de ela não ser duradoura. De poder acabar em poucos segundos, poucos minutos, assim como acabou quando uma mão de movimentos bruscos me puxou para longe da Lizzie, me fazendo encarar um policial poucos centímetros mais alto do que eu que já me fitava com um certo ódio no olhar.

As sirenes estavam na porta do teatro. As viaturas, umas duas ou três, e talvez uma patrulha inteira de policiais, o que era muito para uma cidade do tamanho de Southampton, também se encontravam ali. A multidão tanto de dentro quanto de fora do teatro se reunia para acompanhar o que estava acontecendo.

— Daniel, o que está acontecendo? – Lizzie, em estado total de choque, alternava o olhar frenético entre mim e os policiais ao meu redor.

Minha reação se limitava a olhar para ela com um grande pedido de desculpas na testa. Não queria ser tirado de perto dela daquele jeito, naquela situação. Mas não tinha outra escolha.

— O senhor é Daniel Woods? – O policial alto, na faixa dos 45 anos, indagou com vista grossa.

— Sou eu – Admiti olhando diretamente para ele.

— Então está preso sob múltiplas acusações de violação das leis britânicas.

Imediatamente, outro policial se aproximou, virando-me de costas e algemando minhas mãos para trás e para baixo, ao que não demonstrei o mínimo gesto de protesto.

— Daniel, não! Vocês não podem levar ele, ele nunca machucou ninguém! – Lizzie berrou, partindo para cima dos outros policiais, que a seguraram sem muito esforço – Me soltem, e soltem ele também!

— Srta., contenha-se, ou lhe levaremos conosco também – O primeiro policial a advertiu, mas sem desviar o olhar de mim – E você, sr. Woods, tem o direito de permanecer calado durante os interrogatórios, bem como tem direito a um advogado do estado caso não possa pagar por um.

Assenti às recomendações do policial tentando, ao máximo, não olhar para Lizzie a fim de não complicar ainda mais aquele momento.

— Podem levar ele.

— Não! – Lizzie gritou, passando pela barreira humana que os policiais haviam feito.

Ela correu na minha direção enquanto eu era arrastado pelas algemas por um dos oficiais e me abraçou, com o abdômen sofrendo frenéticas contrações devido ao seu choro e seu soluço. Eu não queria, não podia vê-la daquela maneira.

Mas seus braços foram dotados de uma força sobrecomum quando ela se agarrou a mim, de modo que um dos maiores policiais que eu já vi tentou puxá-la, mas não conseguiu.

Lizzie chorava audivelmente. Um som que me cortava por dentro, principalmente por não poder fazer nada a respeito.

— Eles não podem te tirar de mim! – Protestou, com o rosto escondido no meu pescoço e a voz abafada pelo choro.

Fechei os olhos em resignação. Não havia nada que pudesse ser feito.

— Srta., é melhor se afastar; obstrução do serviço da polícia também é crime – O oficial que me segurava aconselhou.

— Que se dane o serviço da polícia! – Ela devolveu, olhando diretamente para ele.

Seu rosto estava encharcado de lágrimas, que desenhavam o caminho perfeito dos seus olhos até o queixo com a cor preta do delineador agora borrado. Uma imagem que eu levaria um tempo para superar.

— Está tudo bem, garota, vai ficar tudo bem. Eu vou voltar pra você. Eu prometo – Falei, na esperança de tranquiliza-la.

Lizzie me olhava ainda desesperada, com o rosto trêmulo por causa dos soluços constantes e os olhos sobressaltados.

— Eu vou te tirar disso, eu prometo, eu vou dar um jeito! – Exasperou.

Ela falava como se estivesse traçando milhares de planos na sua cabeça para me soltar, ao que eu, de imediato, repreendi. Esse tempo na prisão seria necessário, ao menos até a poeira baixar e eu me certificar de que ela e Tom estariam seguros.

— Não, você não vai – Disse, enfático - Eu vou com eles. Depois as coisas se resolvem sozinhas.

— Você não sabe o que está dizendo! – Lizzie esbravejou, como se eu houvesse falado algo absurdo - Eu vou te tirar de lá, eu juro que vou!

— Agora, você não se preocupa comigo, está bem? – Levantei a voz, tentando deixa-la ciente de que não precisava se empenhar num plano pra me soltar – Só se preocupa com você e com o Tom a partir de agora – Pedi.

Não me perdoaria caso qualquer coisa acontecesse a eles. Independente do quanto perder minha liberdade fosse doloroso, seria pior ver algo ruim acontecer a qualquer um dos dois. Ainda que vê-la chorar, completamente ultrajada pela situação e triste pela separação pudesse, por alguns segundos, me dar a impressão de que eu não deveria ir embora. De que eu deveria ficar com ela.

Mas você não pode, Daniel, eu tentava me lembrar. E não podia, muito menos, deixa-la perceber que aquele momento doía tanto nela quanto em mim.

Por isso, ao perceber a impaciência dos policiais, eu me limitei a retirar as chaves do meu carro do bolso traseiro da calça e fazer um sinal com os olhos para que Lizzie as pegasse.

Nos nossos últimos segundos juntos, olhei para ela talvez tão arrependido como nunca estivera, e me esforcei ao máximo para parecer conformado com tudo aquilo.

—  Prometo que volto na hora certa. Ou você esqueceu quem é que manda nessa cidade?

Bem-humorado, pisquei para ela com um dos olhos, buscando um sorriso onde agora eu só enxergava lágrimas. À medida que sua imagem ficava mais distante e mais inundada pelo choro, os policiais me carregavam para dentro de uma das viaturas onde fui posto, sem o menor conforto, perto de uma janela por onde pude contemplar a figura de Lizzie num belo vestido de gala se tornar cada vez mais longínqua e embaçada.

E assim, só assim, eu pude tomar o fôlego necessário para chorar e mostrar nem que fosse apenas para mim mesmo o quanto me afastar dela havia doído da mesma forma em mim.

*********************************

POV Eliza Peters

Eu era, definitivamente, uma motorista de merda. Mas o quão ruim você pode ser na direção não importa, se você praticamente desidratou depois de chorar uns bons litros d’água e não consegue nem enxergar os para-brisas por causa do rímel borrado. Aí então, você fica pelo menos uma dúzia de vezes pior.

Fora o enorme peso que era para mim ter sido tão bruscamente arrancada de Daniel, não havia muitos fatores em meu favor naquela noite.

Eu tentava dirigir até chegar na casa da tia Maisie, o único lugar ao qual eu ainda poderia chamar de porto seguro, mas o volante parecia pesar 30kg a mais do que o normal. Isso sem contar as incontáveis voltas que minha cabeça dava àquela altura.

Como o Daniel estava? Por quanto tempo ele ficaria preso? Será que encontrariam provas contra ele? Será que encontrariam o Tom? Céus, e quando eu chegasse na casa da tia Maisie, como explicar isso pra todo mundo, para ela, para o Ben, que eu havia chegado em casa num Porsche que não era meu e que o dono do mesmo estava preso e precisava de ajuda? Meus neurônios, no momento, estavam cometendo suicídio coletivo.

Com muita dificuldade, consegui chegar até a casa da família e estacionar bem na frente, guiada por um senso miraculoso de direção e sentido. Eu encarava minhas mãos no volante, meus olhos inchados e vermelhos no retrovisor do carro e o vestido chique que usava ao fim da noite. Do que adiantava estar numa roupa cara, num carro que custa o valor de uma casa se o Daniel havia sido tirado de mim daquela forma? Eu não conseguia ter outra reação, se não chorar, e chorar muito, até parecer que seu corpo não consegue mais emitir lágrimas.

Com o rosto afundado entre as minhas mãos e o volante, fui acometida por um insight: o Ben. Ele estava cursando o último período do curso de Direito e estava, inclusive, trabalhando. Pela lei, ele podia advogar em favor de alguém. Tinha os mesmos direitos legais de um advogado. Ele era a única pessoa ao meu alcance capaz de fazer alguma coisa pelo Daniel, por mais que eu soubesse o quanto os dois se odiavam.

Respirei fundo, sentindo um traço mínimo de esperança me dar forças para levantar a cabeça e sair daquele carro em busca de alguma ajuda.

Assim que saí do veículo, caminhei até a calçada da tia Maisie onde Benjamin e Jason, alguns degraus mínimos de escada acima de mim, estavam ambos rindo um para o outro como se uma piada tivesse sido contada há pouco. Eles pareciam tão entretidos que não haviam me notado nem dentro do carro e nem agora.

Discreta e silenciosamente, subi dois dos cinco degraus que jaziam na frente da porta da casa de Benjamin, sendo iluminada por um fraco feixe de luz, mas que já era o suficiente para que eles me vissem.

— Lizzie? – Ben balbuciou com a testa franzida – O que houve? Por que está vestida assim?

Ele desceu mais dois degraus e, ao se aproximar de mim, viu que o vestido não era o único elemento atípico ali.

— Ei, você está chorando? – Perguntou ele, colocando uma mecha minha de cabelo para trás, com o maior carinho do mundo.

Apenas assenti com a cabeça, evitando falar muito para não me emocionar.

— O que... foi algo que aquele cara fez? Ele te machucou, Lizzie? – Ben sugeriu já em tom agressivo, mas antes que eu pudesse responder a seu questionamento, Jason desceu as escadas impaciente.

— Já chega, Ben. Ele não vai mais encostar um dedo na Lizzie – Jay esbravejou já com a chave de sua moto em mãos, pronto para se ver com Daniel.

— Vocês estão errados! – Protestei, chamando a atenção dos dois – Ele não fez nada contra mim.

Retomei o fôlego, pressentindo que convencer o Ben não seria muito fácil.

— Eu e o Daniel estávamos no teatro quando os policiais chegaram e levaram ele sob custódia – Comecei.

— Até que enfim uma boa notícia! – Benjamin declarou, jogando as mãos para o alto como ostentando uma expressão aliviada – Só assim pra você não se meter mais com ele.

Rolei os olhos.

— Você nem o conhece, Ben!

— E você, que chegou aqui ontem, acha que conhece? – Devolveu ele, agressivo.

— Eu o conheço o suficiente pra saber que ele jamais machucaria eu, ou você, ou o Jason ou qualquer outra pessoa! – Exasperei quase cedendo às lágrimas novamente – Ele não é um marginal como você diz, ele é alguém que precisa de ajuda de um advogado, da sua ajuda!

Eu não podia conceber a ideia de estar longe do Daniel depois de saber que ele era uma pessoa tão boa.

— Ah, faça-me o favor, Lizzie! – Ben caçoou, pondo as mãos nos quadris – Se você está atrás dele porque quer um namorado de olhos azuis, carros esportivos e jaquetas de couro, eu te arrumo um que preste até o fim da noite. Mas não vou deixar você ver aquele traficante de merda de novo.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Como alguém podia ser tão intransigente, tão inflexível como o Ben estava sendo com a ideia de ajuda-lo? Me parecia até nojento enxergar meu próprio primo dessa forma. Especialmente por ele colocar tudo num espectro tão mesquinho, como se eu estivesse buscando ajudar Daniel simplesmente por ter algum interesse nele.

Sem pensar mais do que isso ou medir as consequências dos meus atos, meu único gesto foi projetar um movimento e uma força em disparada na direção do rosto de Ben, lhe acertando em cheio um tapa na cara, que nem eu mesma sabia que tinha coragem de dar.

— Meça sua boca antes de falar do Daniel desse jeito – Rosnei para um Benjamin atônito.

O moreno de olhos castanhos bufou pela boca e pelo nariz, passando sua mão pela bochecha que eu havia atingido, a mesma que agora carregava uma coloração vermelha da qual eu não me arrependia de ter deixado.

— Se você acha que eu vou ajudar esse cara, tá muito enganada, prima.

Eu e Ben trocamos olhares tensos por mais alguns segundos, talvez esperando que um dos dois cedesse e se rendesse à ideia do outro. Mas era de família: a teimosia e a obstinação estavam no sangue.

— Ela está certa, Ben – Uma voz que eu já nem me lembrava que estava ali se pronunciou.

Nós dois olhamos para Jason provavelmente com a mesma porção de espanto por ele estar defendendo Daniel. Não que ele parecesse muito feliz ou satisfeito com essa ideia. Estava relutante, mas olhava para nós com firmeza em seu ponto de vista.

— Jay, o que você tá dizendo? Ficou maluco, vai defender o Daniel agora?! – Exclamou meu primo.

— Eu não estou defendendo ele. Só acho que, se sua prima está dizendo que você deve ajudar ele, então você deve fazer isso. Eu confio na Lizzie, você não confia? – Jason concluiu.

Eu nem sabia como faria depois para agradecê-lo. Ben não ia me ouvir por achar que eu estou sendo apenas manipulada pelo Daniel, mas de seu melhor amigo ele com certeza escutaria algo. Ter agido em minha defesa foi uma das melhores provas de amizade que ele pôde dar.

Benjamin parecia relutante. Mordeu os lábios diversas vezes e caminhou em círculos até parar novamente na minha frente e me encarar com resignação.

— Se eu for atrás dele, se eu for até a delegacia, e der um jeito de tirar ele de lá, você me promete que não vai mais ver esse cara? – Ben perguntou.

Soltei um suspiro pesado em negação.

— Você sabe que eu não posso prometer isso...

Quando meu primo tomou ar para, certamente, me devolver uma negativa, Jason, que agora olhava fixamente para mim com seus enormes e ansiosos olhos castanhos, se fez ouvir:

— Não faça isso por ele, cara. Faça por ela – Pediu.

Ao olhar para ele, eu pude perceber o quanto seu olhar parecia triste ao dizer aquelas palavras. Como se fosse ruim para ele assumir que Daniel tinha tanta importância para mim. Mas, infelizmente, eu não podia negar isso. Eu queria, mais do que qualquer coisa, livrar o Daniel da cadeia, só não gostava da ideia de que isso machucava tanto o Jason.

— Eu vou – Benjamin se pronunciou, me olhando com certa dureza – Mas eu juro, Lizzie, eu juro que se vir você andando com esse cara outra vez, eu não vou ser tão complacente.

E saiu esbarrando seu ombro largo propositalmente no meu, indo direto para seu carro atrás de Daniel.

Parte de mim estava feliz por ter conseguido ajuda, finalmente. Mas outra parte ainda estava emocionalmente acabada. Como se a noite não tivesse terminado ainda.

Olhei para Jason com a expressão cansada e ele pareceu entender a mensagem.

— Sua tia está de plantão hoje. Mas posso dormir aqui, se você quiser.

Balancei a cabeça fazendo que sim. Em seguida, caminhei até Jason, lhe dando um abraço apertado o máximo que consegui, o que não foi muito, já que minhas energias estavam completamente exauridas.

— Obrigada, Jay – Agradeci lhe dando um beijo estalado na bochecha, sinceramente grata.

Recebi em troca um sorriso verdadeiro e igualmente cansado. Então, nós dois entramos, ao passo que eu rumei diretamente para o banheiro. Não sabia se conseguiria dormir, deitar ou sequer pregar os olhos, mas tinha certeza de que um banho não era má ideia.

*************************************

No dia seguinte...

Meus olhos foram se abrindo devagar e, ainda mais lentamente, aceitaram a exagerada luminosidade do sol batendo na minha cara. Quem quer que fosse que abrira a janela, era merecedor do meu ódio agora.

Me espreguicei na cama, surpresa por ainda estar viva depois da noite passada. Eu torcia para que ela tivesse sido um sonho, mas sabia que as chances eram mínimas. Havia sido uma daquelas madrugadas em que o mundo parece que vai acabar, mas, no dia seguinte, tudo parecia bem.

E o pior de tudo era encarar o outro lado da janela e ver o belo dia que fazia lá fora. Acho que devia existir algum tipo de lei impedindo que dias bonitos aconteçam quando estamos em dias ruins. Nessas situações, até o mais lindo dos dias parece cinza. Podem haver rouxinóis fazendo uma serenata na sua varanda, mas você ainda vai achar algum defeito.

Ao olhar para a mesinha de cabeceira ao lado da cama, vi uma bandeja com leite, cereal e achocolatado acompanhados por um bilhete pequeno que dizia: “Espero que tenha um bom dia – J.M.”. Sorri devido à gentileza de Jason, imaginando que o próprio devia ter entrado lá e aberto a janela.

Sentei-me na cama para degustar o cereal, mas o sol não estava mesmo ajudando. Eu não fazia ideia do horário, mas deduzi que tinha acordado perto do almoço, pela intensidade com que o dia brilhava lá fora. Por isso, me levantei com a xícara de achocolatado numa mão enquanto colocava a outra do lado de fora para puxar a janela.

Para minha surpresa, assim que encostei a mão na parte externa, senti um volume de papel grudado no vidro, como uma dobradura cheia de pontas. Curiosa, eu puxei o pequeno objeto e assim que o pus na mão, já com a vista aguçada para ver o que era, me deparei com um origami em forma de rosa, idêntico ao que eu havia recebido na noite passada.

Instantaneamente, uma coisa se ligou à outra e eu deduzi quem estivera ali mais cedo, que havia sido a mesma pessoa que abriu a janela. Daniel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então vamos lá por tópicos:
1) Gente, eu sei que demorei um tantinho pra postar, e eu peço perdão, viu? É que nas últimas semanas eu passei por uns perrengues horríveis, vocês não tem ideia, o PC quebrou, meu namoro terminou, aí voltou, aí o PC consertou, só que a internet deu problema, só vcs vendo... mas já está TUDO consertado, o que significa que, em menos de uma semana, teremos capítulo novo por aqui, mantendo o ritmo, ok?
2) Eu recebi os avisos de todo mundo falando dos links, né, gente, maior close errado que eu dei, peço perdão, mas agora mesmo eu acabei de consertar tudo isso, tá? Me avisem por favor se vocês conseguiram ver todas as imagens direitinho pra eu saber se ficou belê!
3) GENTEEEE estamos quase chegando aos 100 leitores registrados, então eu gostaria de lançar a campanha #CompartilheRecklessCom1Amigo pra gente atingir nossa primeira centena logo logo ♥
4) O QUE VCS ACHARAM DO CAPÍTULO porque eu tive vários mini infartos enquanto escrevia ele, morrendo de amor por Dan/Lizzie que vcs não tem ideiaaaaa hahaha me contem, como vocês ficaram, o que acharam, o que sugerem? Eu fiz esse capítulo inspirado no que uma leitora disse, pq ela falou que gostou muito de ver os conflitos pessoais do Danny, as coisas que ele também sente e o que vcs acham? Curtiram esse POV dele? Pode ter mais? #DeusMandaMaisDannyPraGente #NuncaTePediNada
5) PESSOAL mudando totalmente de assunto, eu estou me mudando pra Belo Horizonte em dezembro, queria saber se temos algum leitor/leitora de MG ou BH pra quem sabe a gente comer uns pães de queijo e tomar um café ♥
6) Gente, o que cês acham do Jason? Acha que dá pra formar um triângulo com o Danny ou não? Quero saber sempre a opinião de vocês, ok? Não esqueçam de comentar!
Antes que isso fique longo demais, até o próximo capítulo, BEIJINHOOOOOS!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Reckless" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.