Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 42
Três anos e meio depois - Parte 2




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Na casa de Malu e Maurício, o clima era de alegria. As crianças corriam pelo jardim, brincando e queimando o resto de energia pós-escola (por sorte nenhum deles tinha nada nas tardes de sexta), e na certa estariam capotadas logo após a refeição.

Giane, Malu, Luz, Dorothy e Sarah estavam na cozinha, deixando que Irene e Verônica paparicassem os netos. Dos cinco “filhos” e Plínio e Irene, apenas Dorothy ainda não havia tido seu próprio herdeiro. A jovem contava 23 anos e havia acabado de se casar, e já avisara a toda a família que não tinha pressa em ter filhos, querendo se dedicar a carreira de jovem empreendedora.

Luz e Jonas haviam tido um filha, a pequena Larissa, que contava um ano e meio. Kevin e Sarah também tiveram seu primeiro herdeiro, Felipe, não muito tempo depois disso. Os dois caçulinhas estavam no colo de Plínio, que lhes contava uma história que eles provavelmente não entendiam direito.

Desde o momento em que pisaram na casa de Malu, o casal Campana tentava identificar sinais de que a notícia era o que eles esperavam. Porém não conseguiam nada, o que indicava que suas ideias não eram verdadeiras, ou que Malu era uma excelente atriz.

_ Alguém chama as crianças para lavar as mãos, por favor. – pediu Malu, quando o almoço já estava pronto.

_ Deixa que eu vou. – Giane saiu da cozinha, atravessando a sala. Os homens estavam sentados, conversando em voz alta, e ela riu – Ô criançada, vai lavar a mão que a papinha tá pronta.

_ Vá te catar, maloqueira. – reclamou Fabinho, mandando a língua para a esposa. Ela riu, voltando ao seu caminho para os jardins. Chegando lá, suspirou.

Belle e Cat estavam sentadinhas, observando os meninos, que faziam guerra de lama. Pedro tinha o uniforme de escola, para a qual ele iria após o almoço, completamente encardido. Miguel, Rafael e Matheus também estavam sujos, mas já haviam vindo assim das respectivas escolas.

Porém, não poderiam sentar à mesa daquele jeito.

_ Nós tentamos impedir, mas você sabe como eles podem ser terríveis quando querem. – avisou Verônica, sorrindo compreensiva.

_ O Pedro já sabe que vamos conversar mais tarde. – Irene garantiu, se aproximando da nora.

_ É como seu filho sempre diz... Moleques são moleques. – suspirou a corintiana – Muito bem tropa de porquinhos, hora de almoçar.

_ Oba. – os quatro se aproximaram correndo, sendo refreados por Giane – Que foi tia?

_ Sujos desse jeito, vocês não vão entrar mesmo. – garantiu a mulher – Vamos, tirem essas roupas sujas.

_ Mas a gente vai ficar de cueca. – reclamou Matheus.

_ Ninguém mandou se encardir. – Giane sorriu marota – Anda, tirando esses trapos.

Os meninos reclamaram, enquanto começavam a tirar as roupas. Pouco depois, Malu apareceu, curiosa pela demora. Ela suspirou, gritando por Luz, que logo apareceu também.

As quatro mães tiraram as roupas sujas dos filhos, os repreendendo pela bagunça. Malu abriu o chuveiro da piscina, e os garotos se lavaram ali, enquanto Verônica arranjava cuecas secas para todos.

_ Opa, era traje casual e se esqueceram de avisar? – brincou Fabinho, quando os quatro meninos entraram apenas de roupa íntima.

_ Os filhos de vocês são quatro porquinhos. – avisou Luz, sentando ao lado do marido e pegando a filha mais nova.

_ Ah, agora são nossos né? Mas quando tão se comportando, são de vocês? – perguntou Jonas, emburrado.

_ Cara, a gente que gera, carrega e pari. Eles são nossos na hora que bem entendemos. – Giane finalizou o assunto, já que logo depois todos começaram a se servir.

Logo, o único barulho era dos talheres batendo nos pratos e o mastigas constante. As crianças às vezes brincavam, falavam alguma piada, mas logo todos voltavam suas atenções aos pratos.

_ Bom... O almoço estava ótimo, mas o Pedro ainda tem aula hoje. – lembrou Plínio – Podemos saber o motivo desse almoço as pressas?

Malu e Maurício se olharam, enquanto Rafael ria baixinho. O menino correu ao redor da mesa, sentando no colo do pai.

_ Então... Como todo mundo sabe, depois que o Rafa nasceu e tudo aquilo aconteceu, nós decidimos não ter mais filhos. Mas, recentemente, o rapazinho aqui pediu por um irmãozinho. – contou Malu.

_ Então nós decidimos dar um irmãozinho para ele... Adotando. – contou Maurício, fazendo todos sorrirem – E isso já está acontecendo há algum tempo, e agora... Bom Rafa, por que você não conta?

_ Eu ganhei uma irmãzinha e um irmãozinho. – o garotinho sorriu, mostrando as covinhas. Todos arregalaram os olhos, enquanto Malu e Maurício riam.

_ Duas crianças? – surpreendeu-se Irene.

_ Sim, um casal de irmãos. A mãe abandonou os dois há alguns meses, e o sistema queria deixá-los juntos. Como eu fiz minha pós sobre casais que adotam crianças, eu tinha contato com diversos assistentes sociais. – Malu relatou – E como eu cresci com vários irmãos adotivos, acharam que eu poderia aceitar os dois juntos.

_ E os dois são adoráveis. A menina tem quatro anos e meio, e o menino tem um e meio. – Maurício prosseguiu – Eles se chamam Henrique e Clara.

_ E quando nós poderemos conhecê-los? – perguntou Dorothy, animada.

_ Nós vamos buscá-los amanhã, para passar o final de semana conosco. Porém já está tudo ajeitado e, se eles gostarem, assinamos os papéis na segunda-feira.

_ Nesse caso, vocês almoçam todos em casa amanhã. – sorriu Irene – As crianças já vão estar dormindo lá, vocês simplesmente chegam para o almoço e nos apresentam nossos novos netos.

_ Pode ser. – concordou Malu.

_ Nesse caso, nós estamos nos autoconvidando para participar também. – avisou Natan.

_ Chamem o Silvério, a Margot, a Salma e o Gilson também. Vamos fazer uma verdadeira festa. – sorriu Plínio, animado.

_ Eis um homem que gosta de criança. – suspirou Fabinho.

_ E só cuidou de uma. – riu Malu, os dois recebendo uma careta do pai.

_ Hey, toda vez que alguém fala que tá grávida, vocês cumprimentam. Porque não tão cumprimentando meus pais? – perguntou Rafael, fazendo todos rirem.

Todos começaram a se levantar, indo cumprimentar o casal Vasquez e Rafael, que estava se achando todo porque se tornaria irmão mais velho.

~*~

Assim que saíram da casa dos Vasquez, Miguel e Isabelle caíram no sono dentro do carro. Giane e Fabinho deixaram Catarina na escola e seguiram para a agência de Caio, buscar o carro da corintiana.

_ É um saco não conseguir mais carregar eles. – reclamou Giane, enquanto Fabinho passava os filhos para o carro da esposa.

_ Ah pivete, cê até consegue. Mas eles tão grandes, é foda forçar as costas. – o rapaz deitou os dois no banco traseiro – Bom, você quer que eu pegue a Cat?

_ Se você conseguir... Se não, eu busco ela. – a mulher lhe deu um selinho.

_ Tá tranquilo aqui hoje, eu pego ela. – ele afirmou, vendo Giane sentar no carro – Tenta ir com eles no shopping, comprar um presente pra Clara e pro Henrique.

_ Pode deixar. – ela deu partida – Eu tava certa... Sabia que eles iam adotar.

_ Nós dois sabíamos né pivete... As testemunhas do documento da vasectomia do Maurício fomos nós dois. – ela gargalhou, enquanto ele se afastava – Dirige com cuidado hein? Meus filhos tão aí.

_ Vai te catar fraldinha. – ela gritou da janela, se afastando.

_ Ah pivete... Eu vou é te catar.


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