Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 41
Três anos e meio depois - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Heeeey gente
Uma biiiig passagem de tempo.
Mas vai valer a pena *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/442631/chapter/41

_ Miguel, Isabelle. Levantem agora, ou vão se atrasar para a escola. – Giane gritou, enquanto levava Catarina para a cozinha – Só você colabora com a mamãe, né princesa?

_ É porque eles são preguiçosos. – riu a menininha, enquanto a mãe a ajudava a sentar no banquinho.

_ Bom dia família linda. – Fabinho entrou na cozinha, beijando a filha caçula e a esposa – Cadê os monstrinhos?

_ Seus filhos ainda estão enfiados na cama. E nem jogando as cobertas longe e acendendo a luz, eles acordaram. – bufou a corintiana, enquanto começava a colocar os sucrilhos nas tigelas.

_ Já dou um jeito nisso. – o homem caminhou até a sala – Miguel e Isabelle de Sousa Campana, vocês tem cinco minutos para estarem na cozinha, de uniforme, ou vão ficar uma semana sem televisão.

_ Ah pai. – os gritos de protesto vieram em seguida, enquanto ele voltava para a cozinha. Giane riu, enquanto dava o café para Catarina. A menininha ria, balançando as perninhas no banquinho.

_ Eu não fico de castigo, né papai?

_ Claro que não bonequinha. Você é a menininha comportada do papai. – ele beijou seu rostinho, fazendo-a rir.

_ Ai como é meloso, eu mereço. – debochou Giane, fazendo o marido bufar – Nem vem fraldinha. Já falei que cara feia para mim é fome, e a mesa do café está aí.

_ Nem toda a fome se sacia com comida, se posso te lembrar. – ela o fuzilou, enquanto ele se aproximava – A propósito, as crianças vão dormir na minha mãe hoje, pra festinha do pijama do Pedro. E você vai ser toda minha, a noite toda.

_ Isso lá é coisa que se fale para uma mulher de respeito e mãe de família? – ela perguntou, tentando não rir alto.

_ Ah pivete, adoro quando você faz a recatada. Me lembra tanto de quando a gente começou a namorar. – ele riu, mordendo a bochecha dela – Você bem que poderia usar umas roupas que nem as daquela época. Pelo menos, hoje a noite.

_ Vou pensar no seu caso. – ela piscou, ouvindo passos altos – Por quinze segundos.

_ Eu acho isso uma injustiça sem tamanho. – reclamou Miguel, sentando em seu banquinho – Porque a Cat pode estudar de tarde?

_ Porque a Cat tem quatro anos e está no jardim ainda. – lembrou Giane – Mas os dois “crescidinhos” aí, já estão no segundo ano. Então tem que estudar de manhã.

_ E se vocês não estudarem de manhã, não podem fazer balé e futebol a tarde. – endossou Fabinho, dando os cereais aos filhos – E a bailarina principal não pode deixar o espetáculo, não é tampinha?

_ Papai, não me chama de tampinha, eu já sou crescida. – Belle bufou, colocando uma colherada na boca – Ai, o leite tá quente.

_ Tão grande que chora pelo leite quente. – suspirou Giane, enquanto via o marido assoprar o leite da filha – Larga a mão de ser molenga, ela sabe assoprar.

_ Deixa eu mimar eles enquanto eu posso? – pediu Fabinho, e a esposa ergueu as mãos, em sinal de rendição – Obrigado.

A vida em cinco era relativamente simples para a família Campana. Miguel e Isabelle foram ficando mais arteiros a medida que cresciam, mas Catarina parecia ser uma exceção a família. A caçulinha era calma, delicada e não tinha o costume de desobedecer aos pais.

Por esse motivo, Giane havia voltado ao trabalho quando a filha tinha apenas um ano e meio. Camila não saia da agência, então ficava com a pequena durante as sessões que Giane fazia. Ou então, a menina ia para a agência do pai, e ficava sentada, enquanto o observava criando as campanhas.

Dessa vez, Giane não sentiu dificuldade em deixar a filha ir para a escola, já acostumada a passar o tempo longe dela. Camila, por outro lado, não largava Gabriela de jeito nenhum, e se horrorizava com a facilidade da amiga soltar a filha caçula.

_ Mamãe, é a tia Malu. – Miguel voltou da sala, trazendo o telefone de casa.

_ Fala cunhadinha. – a corintiana prendeu o aparelho no ombro, enquanto terminava de arrumar as lancheiras dos filhos.

_ Gi, vocês podem almoçar comigo hoje? Comigo, com o Mau e com o Rafa? É importante. – garantiu a pedagoga, a voz transbordando de animação.

_ Claro, Malu. Na casa de vocês? – a cunhada assentiu – Beleza, pegamos as crianças na escola e vamos direto aí. Beijo.

_ Algo errado? – perguntou Fabinho, e Giane deu de ombros.

_ Acho que não. Ela tava bem feliz, na verdade. Pediu para almoçarmos na casa dela. – os dois trocaram um olhar curioso – Será?

_ Não sei. Vamos esperar para ver. – ela concordou – Bom, vamos dona Catarina? Hoje você vai ficar na agência com o papai.

_ Porque você nunca leva a gente? – reclamou Belle.

_ Porque a ultima vez que eu levei vocês dois, terminei com um computador estatelado no chão e uma porrada de aviões de papel acertando a cabeça dos funcionários. – ele lembrou, enquanto segurava a filha caçula no colo – Dá um beijo na mamãe e vamos.

Logo, os dois sumiram pela porta da garagem, conversando aos risos. Giane terminou de guardar o lanche, enquanto os filhos subiam escovar os dentes. Conferiu se havia pegado tudo que precisaria ao longo do dia, quando Belle apareceu com uma escova de cabelo.

_ Mamãe, prende pra mim? – pediu a menina, sentando no banquinho.

A corintiana assentiu, indo até a filha. Havia passado por um intensivo de “mulherzinha” com Camila e Malu, conforme a menina foi crescendo. Apesar de não ser tão fru-fru quanto Marcela, Belle gostava de andar arrumadinha, e Cat dava sinais de que seria mais menininha que a irmã mais velha.

_ Pronto, uma trança bem bonita. – Giane beijou o topo da cabeça da filha – Pegou sua mochila?

_ Tá na sala. – ela seguiram para lá, encontrando Miguel agachado, revirando a bolsa da irmã – Miguel, o que você tá fazendo?

_ Hã, eu to... – o menino levantou, deixando uma folha cair.

_ A minha lição de matemática. – a baixinha marchou até o gêmeo, apanhando a folha no chão – Você não copiou, né?

_ Não... Eu ia copiar. – ele sorriu amarelo, recebendo um olhar bravo da mãe – Eu meio que me esqueci de fazer a minha.

_ Meio que se esqueceu? – perguntou Giane, cruzando os braços. O filho assentiu – E porque você disse que tinha feito, quando eu te perguntei ontem?

_ Porque eu tava jogando com o papai, e não queria parar. Aí ele disse que me ajudava depois, mas esqueceu. – o garoto explicou, vendo a mãe bufar – A culpa é do papai.

_ A culpa é dos dois. E os dois vão ficar sem videogame por uma semana. – a corintiana decretou – Agora peguem as mochilas. Eu te ajudo no carro.

~*~

_ Ora, ora... Se não é a Srta. Catarina Campana, futura dona dessa agência. – Érico entrou na sala do sócio aos risos. Fabinho estava sentado em sua mesa, mas Cat estava em seu colo, mexendo nas coisas do pai e desenhando.

_ Oi tio Érico. To fazendo uma campanha. – a menina disse, a expressão séria.

_ Ah é? E posso saber uma campanha do que? – o homem parou ao lado da mesa, observando o sorriso babão que Fabinho direcionava a filha caçula.

_ É uma campanha de abraços. Para todo mundo se abraçar. – ela sorriu largo, fazendo o tio sorrir também.

_ Capaz que a menina leve jeito mesmo. – ele riu – Fabinho, só vim avisar que tá tranquilo você sair na hora do almoço. Eu vou ficar por aqui, e a Renata e os meninos vêm pra cá.

_ Valeu cara. Não sei o que a Malu quer, mas pelo desespero, é sério. – os dois riram, enquanto Catarina bufava – O que foi princesa?

_ Tem muita gente pra desenhar. – ela reclamou, fazendo biquinho – Não cabe na folha.

_ A gente pega mais folhas, e depois eu colo todas. – disse o pai, pegando mais papéis – Quem você já desenhou na sua campanha do abraço?

_ Eu, você, a mamãe, o tato, a tata, a tia Malu, o tio Mau, o Rafa, a tia Mila, o tio Caio, a Cela, a Gabi, a vovó Irene, o vovô Plínio, o Pedrinho, o vovô Silvério, a vovó Margot, a dinha, o dinho, o Matheus, a Lari, o tio Kevin, a tia Sarah, o Lipe, a tia Dorothy, o tio Renan... – ela começou a apontar no desenho – Mas ainda falta muita gente.

_ Essa aqui é que nem a mãe, considera o mundo a família dela. – Fabinho suspirou – Vai desenhar a Casa Verde inteira, pode esperar.

_ A Casa Verde inteira não. Só o tio Érico, a tia Re, o Biel, o Nic, o tio Lili, o tio Lucindo, a tia Damaris, o tio Bento, a tia Mayara, o tio João, o tio André, a tia Melissa, a tia Salma, o tio Gilson, a tia Tina, a tia Cleo, o tio Vinny, a tia Verônica, o tio Natan, o tio Wilson, a tia Charlene, a tia Rose, o tio Perácio, o tio Lipinho, o tio Xande, a tia Silvia, a tia Odila, o tio Nestor, a tia Julia...

_ Meu Deus, eu to perdido com tanto tio e tia. – Érico arregalou os olhos – Como ela se lembra de tudo isso de gente?

_ Juro que eu não sei. – Fabinho suspirou – Já perguntei se a Giane dormiu com algum gênio, porque essa menina é espera demais, até pra filha minha. Ela já tem a dicção perfeita, com quatro anos e meio.

_ Acho que cê tomou Biotônico Fontoura no dia que fizeram ela, só pode. – os dois riram, observando a menina, que continuava a citar todos que iria desenhar, enquanto rabiscava a folha – Bom, vou voltar ao trabalho. E trabalhe também, ouviu sócio?

_ Pode deixar cara, a mocinha aqui vai pra mesa dela. – Fabinho avisou, levantando com a filha – Vai pra sua escrivaninha Cat.

_ Pega os lápis pra mim?

Fabinho apanhou as dezenas de lápis coloridos, os colocando na mesinha cor de rosa do chão. Cat sentou em sua cadeirinha, voltando a colorir como se nada tivesse acontecido. Fabinho ajeitou sua mesa, logo voltando ao trabalho.

~*~

Na hora do almoço, o publicitário apanhou a esposa na agência de Caio, e os dois e Cat seguiram para a escola dos gêmeos, para apanhá-los. Belle entrou no carro, correndo animada. Miguel, porém, parecia temeroso.

_ O que o senhor aprontou, hein Miguel? – perguntou o pai, enquanto Giane observava o filho pelo retrovisor.

_ Posso ver sua agenda? – pediu Giane, e o filho engoliu em seco. Ele tirou o caderninho da bolsa, passando para a mãe. Ela abriu no dia, vendo um bilhete da professora. Leu em silêncio, suspirando – De novo Miguel?

_ O que ele aprontou? – perguntou Fabinho, franzindo o cenho.

_ Brigou com um menino da outra sala. – explicou Giane.

_ Ele tava enchendo o saco da Marcelinha. – o garoto cruzou os braços, emburrado – Ela pediu para ele deixar ela em paz, ele não deixou. Aí eu dei um soco na boca dele.

_ Ô Dom Juan, o que nós já falamos? Não é pra bater em todos os meninos que chegarem perto da Marcela, pelo amor de Deus. – Fabinho repreendeu – Filho, isso é errado.

_ Eu sei papai, mas na hora eu não pensei. Eu só queria que ele a deixasse em paz. – desculpou-se o menino.

_ Impulsivo, igual o pai. – murmurou Giane – Miguel, já é a terceira vez que isso acontece. Não sei mais o que te dizer.

_ Você vai pedir desculpa amanhã. E está uma semana sem TV e videogame. – decretou o pai.

_ Uma semana além da que eu dei hoje. – avisou Giane – A propósito... Que história é essa de deixar ele fazer a tarefa depois e esquecer disso?

_ Ops. – Fabinho fez careta, enquanto as crianças davam risada – Sua bronca não acabou Miguel.

_ Nem a sua, Fábio. Mas com você eu converso depois. – Giane encerrou o assunto, voltando-se para o filho – E com o senhor também... Amanhã nós conversamos.

_ Caquinha. – reclamou o menino, se afundando no banco, enquanto a irmã começava a tagarelar sobre algo que havia feito na escola, e Cat começava a falar cada pessoa que estava em seu desenho (de novo).


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Próximo capítulo, continua daí.
Beeeijos