Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 19
Dose dupla


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeey meus amores.
Fico feliz por vocês estarem gostando.
Bom, a fic vai entrar em uma fase "séria", mas conversaremos sobre isso capítulo que vem, ok?



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_ Você só pode estar brincando. – reclamou Fabinho – Você reclama de passar a semana longe deles, mas sai para fazer sessão de fotos no final de semana.

_ Panaca, eu não tenho muita escolha. – Giane lamentou, pegando a bolsa da máquina – Eu voltei a trabalhar, e o Caio é meu chefe. E ele não pode ir hoje, porque tem a festa da Bluma. E mesmo a Camila não gostando, ela ainda é filha da Bluma.

_ E a gente tem que se ferrar? – ele gemeu de desgosto.

_ Fabinho, desse jeito até parece que é um martírio passar o dia com os seus filhos. – ela protestou, irritada – Eles vão acordar às 9h e eu devo estar de volta às 14h, relaxa.

_ Não é um martírio pivete, mas eu não sei como entreter eles por tanto tempo. E o que eu dou para eles comerem? – perguntou o rapaz, seguindo a esposa até a garagem – Giane, eu amo ficar com as crianças, mas sem você a casa não anda.

_ Amor, são só por algumas horas. – riu Giane, dando um selinho no marido – E você conseguiu fazer isso quando eu fiquei doente e de repouso do acidente.

_ Giane, nossos pais estiveram aqui me ajudando. Minha mãe e seu pai estão no Rio, e meus pais foram para a Disney com o Pedro. O que eu faço se tudo ferrar?

_ Se vira meu amor. – ela riu, ligando o carro – Fabinho, eles são seus filhos, não dois bichos de sete cabeças. Você vai dar um jeito.

Ela deu ré, saindo da garagem. Fabinho ficou de pé, parado, com a boca escancarada. Ela havia realmente deixado ele sozinho com os filhos, por horas?

_ Eu devia ter casado com uma melosinha. – suspirou, entrando na cozinha – Ok, são 7h45... Eu tenho uma hora e quinze para dormir, antes que eles acordem. E depois é só colocar a Galinha Pintadinha.

O publicitário caminhou até o sofá, deitando e fechando os olhos.

_ Mamãe? – a babá eletrônica chiou, fazendo o homem abrir os olhos – Mamãe?

_ Só pode ser brincadeira.

~*~

_ Papai, ade mamãe? – perguntou Belle, com um biquinho, sentada no cadeirão.

_ Mamãe tá trabalhando, princesa. – explicou Fabinho, colocando o prato de cereal em frente a filha – Agora vamos ficar quietinhos, porque o Miguel tá nanando, está bem?

_ Tá. – ela começou a comer os cereais, enquanto Fabinho pegava uma xícara de café e virava em um gole. Fez careta com o gosto forte, mas se sentiu mais acordado – Papai?

_ Hum?

_ Ade mamãe? – o publicitário suspirou.

_ Quer assistir desenho, princesa? – Belle fez bico.

_ Eu telo a mamãe. – ela jogou o potinho longe, fazendo bico e começando a chorar – Ade a mamãe?

_ Merda. – Fabinho resmungou, enquanto pegava a filha no colo – Calma meu amor, a mamãe chega logo, calma.

_ Eu telo a mamãe. – ela gritou, fazendo o pai estremecer. Logo um choro alto cortou o andar de cima, e Fabinho quase chorou também.

A última vez que havia passado tanto tempo sozinho com os filhos, Miguel ainda estava engatinhando e Belle sequer isso fazia. Seu tempo sozinho com os dois geralmente durava o máximo de duas horas, e era gastos no parque ou vendo TV.

E não com os dois recém-despertos, chorosos, e querendo a mãe.

_ Muito bem... Aqui está o cereal de vocês, e olha... Está passando Backyardigans. – Fabinho colocou os dois no tapete da sala, com os cereais na frente. Ergueu o volume do desenho, tentando chamar a atenção das crianças. Por sorte, funcionou.

_ Fraldinha, é bom as crianças estarem tendo uma hemorragia para você interromper meu trabalho. – rosnou Giane, assim que atendeu o celular.

_ Giane, eles estão pedindo por você, sem parar. – ele sussurrou de dentro da cozinha, tentando que os filhos não ouvissem – Estão desesperados atrás de você, e nada que eu diga aplaca isso.

_ Pelo amor de Deus, Fabinho. Eles ficam metade do dia longe de mim, na escola. – ela rosnou – Leva eles no parque, joga bola com eles, brinca com eles. E só me liga se for algo realmente sério.

E desligou na cara do marido. Ele suspirou, desligando o celular e enfiando no bolso. Parou na porta da cozinha, encarando os filhos.

Não é que fosse um pai ausente, ou nada assim. Chegava em casa todos os dias as 18h30, brincava com os filhos antes do jantar, ajudava Giane a dar banho e janta, assistia os desenhos idiotas e coloridos, lia historinhas e esperava que dormissem. Recentemente, havia inclusive começado a trabalhar o conceito “peniquinho” com os gêmeos.

Porém, não era habituado a rotina do dia a dia. Haviam começado na escolinha havia poucas semanas, mas quem sempre cuidara deles o dia todo havia sido Giane. Mesmo durante o acidente, ou nas vezes que ela havia adoecido, ela controlava tudo, com a ajuda das sogras, e Fabinho não sabia como lidar com tudo sozinho.

_ Papai, queo faze toto. – chamou Miguel, levantando e correndo até o pai – Agoa.

_ Ok, vamos no peniquinho. – ele caminhou para o banheiro – Belle, fica quietinha, tá bom?

A garotinha não respondeu, muito ocupada em assistir seu desenho e cantar as musiquinhas. O publicitário entrou no banheiro, baixou as calças do filho e soltou sua fralda. O menino sentou no penico verde.

_ Papai, sai. – pediu Miguel, começando a fazer careta. Fabinho riu, saindo do banheiro e encostando-se à parede do corredor. Ficou observando Belle, e ouvindo o filho resmungar no banheiro. Talvez não fosse ser tão difícil.

~*~

_ Isabelle de Sousa Campana, desça do sofá agora. – Fabinho gritou da cozinha, vendo a filha pular no sofá – Não duvide que eu lhe dou umas palmadas.

_ Papai, toto. – pediu Miguel, e Fabinho bufou.

_ Faz na fralda filho, porque não aguento mais te levar ao banheiro. – ele mandou, voltando a prestar atenção à panela no fogo – Só me faltava ele estar com o intestino ruim.

Eram 11h30 e havia passado a manhã com muito custo. Miguel fora ao banheiro quatro vezes, os gêmeos brigaram três vezes, e o publicitário sequer teve tempo para sentar. Se perguntava como Giane dava conta dos dois.

_ Papai, o fone. – gritou Belle, e ele percebeu que o celular. Viu o nome de Giane na tela, e suspirou.

_ Oi amor.

_ Fabinho, tá tudo atrasado aqui. – ela parecia irritada – A droga do lugar está em reformas, e estamos tendo que driblar tudo.

_ Atrasado? – ele engasgou – Giane, não brinca comigo, pelo amor de Deus.

_ Vá te catar fraldinha. – rosnou ela – Eu devo chegar às 18h, se tudo der certo. Dá um beijo nas crianças por mim. Te amo..

_ Também de amo. – suspirou ele. Virou-se para porta, vendo os dois filhos ali.

_ Ade mamãe? – perguntou Belle, e Fabinho suspirou.

_ A mamãe tá trabalhando princesa. – explicou ele, pegando a filha e o filho – Bom, vamos almoçar? Depois, podemos ir passear, que tal?

_ Bola. – gritou Miguel, e Fabinho gemeu de desgosto – Joga bola, papai.

_ Tudo bem campeão, nós vamos jogar bola. – prometeu Fabinho, colocando os dois no cadeirão – Mas só depois de almoçar, está bem?

Ele colocou a comida nos pratinhos e colocou nos cadeirões, entregando os garfinhos para os gêmeos.

_ Papai, trotou. – Belle mostrou seu garfinho e Fabinho suspirou. Pegou o garfo especial para canhotos de Miguel e deu pra a filha, entregando o garfo normal para o garoto – Bigada.

_ Bom apetite crianças. – Fabinho pegou seu prato, sentando em frente aos filhos. Eles pegaram a comida, colocando na boca.

_ Eeeeeeeeta. – gritaram os dois, jogando o garfo no prato – Tá ruim.

_ Ah, qual é.... Não tá ruim, parem de frescura. – mandou Fabinho, pegando um punhado e colocando na boca. Mastigou, fez careta, cuspiu – Vamos ao McDonald’s?

~*~

_ R$17 por um lanchinho mixuruca desse? – Fabinho observava os lanches recém-adquiridos – Isso é extorsão.

_ Bam, bam, bam. – gritou Miguel, batendo os bonequinhos que havia levado, com o novo que havia vindo com o lanche – Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuum.

_ Miguel, come primeiro, brinca depois. – mandou Fabinho, abrindo o lanche do filho – Belle, deixe a boneca sentadinha aí. Come as batatinhas e os nuggets, depois você brinca com elas.

Os dois começaram a comer seus lanchinhos, enquanto Fabinho comia os seus. Ele observava as crianças, aliviado pelo silêncio. Os dois eram agitados, mas não tanto quanto estavam naquele dia. Ou será que ele que nunca havia percebido?

_ Acho que eu preciso passar mais tempo com vocês. – suspirou, atraindo a atenção dos filhos – Vocês acham que o papai precisa passar mais tempo com vocês.

_ Sim. – concordou Belle, e Fabinho murchou – Boieca.

Ele riu, concordando. Olhou Miguel, que estava prestando atenção nos bonecos.

_ Vamos fazer assim... – ele propôs, fazendo os dois encará-lo – Nós vamos jogar bola, e depois nós vamos brincar de boneca com a Belle. Que tal?

_ Boieca não. – reclamou o pequeno – De meina.

_ Depois nós brincamos com os carrinhos, pode ser? – Miguel assentiu, voltando a pegar suas batatinhas. Belle sorria para o pai, mostrando as covinhas – Adoro suas covinhas.

Seu celular tocou, anunciando uma mensagem de Giane.

É ilegal atirar em um produtor?”

“Acho que sim moleque, por quê?”

“Porque vai ser exatamente o que eu farei, se esse retardado não acertar as coisas da sessão de fotos logo.”

“Calma amor, logo vocês terminar as fotos, e aí você vem para casa. Prometo cansar as crianças, e aí faço uma ótima massagem em você.”

“Você é incrível, sabia? Te amo ♥”

“Também te amo pivete, nós três. Agora vou terminar de dar almoço para eles.”

“Ok... Sem dar muito doce para eles.”

Ele olhou as crianças melecadas de sorvete e suspirou.

_ O que os olhos não veem, o coração não sente.

~*~

_ Papai, chuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuta. – Belle gritou, nervosa.

_ Vai papai. – pediu Miguel, irritadiço.

_ Crianças, quem é bom em futebol, é o moleque da sua mãe. Papai é bom em outras coisas. – lembrou ele, tentando dominar a bola – E faz meses que não jogo com ela.

_ Dá bola, papai. – Miguel correu até o pai, chutando a bola para longe. Ele e Belle começaram a correr atrás da bola, e Fabinho riu – Papai ruim.

_ Eu, ruim? – Fabinho franziu a testa – Eu vou mostrar quem é ruim.

Ele correu até as crianças, chutando a bola. Eles riram, correndo atrás do pai, e os três se divertiram pulando de um lado para outro. Logo, Fabinho tropeçou e caiu no chão, enquanto as crianças subiam nas costas dele.

_ Tá bom, vocês venceram. – gargalhou Fabinho – Mas sai de cima de mim.

_ Totinha no papai. – gritou Belle, e ela e Miguel começaram a fazer cócegas no pai, que gargalhava cada vez mais alto.

~*~

_ Boieca de meina. – reclamou Miguel, olhando as Barbies da irmã.

_ Calma filho, depois vamos brincar com seus robôs e carrinhos. Um pouquinho com os brinquedos de cada um. – conciliou Fabinho, tentando vestir a boneca – Só não me sinto mal porque, pelo jeito que a boneca tá vestida, sua mãe também não se dá muito bem com isso e...

Foi interrompido pelo barulho de um carro estacionando na garagem. Olhou o relógio e viu que já marcava quase 16h. Cedo perto do que ela havia dito. Levantou depressa, correndo até a cozinha.

_ Caio? – perguntou surpreso, vendo o amigo ajudar Giane a caminhar para dentro da cozinha.

_ Hey, só vim trazer a Giane. – o fotógrafo garantiu, evasivo – Hã... Tchau.

O homem saiu correndo, deixando Fabinho perturbado. Ele encarou a esposa, vendo que ela estava extremamente pálida, apoiada a bancada da cozinha.

_ Amor, você tá bem? – ele perguntou, caminhando até ela e a ajudando a sentar no banquinho. Ela piscou, tentando encobrir as lágrimas, o que assustou Fabinho – Giane, pelo amor de Deus, me diz o que está acontecendo.

_ E-eu desmaiei no meio da sessão. – explicou ela, secando os olhos – Por causa do sol e tudo mais e... Bom, eles me levaram para o hospital, porque foi um desmaio feio e...

_ Desmaio sério? Giane, você tá doente? – Fabinho sentiu o peito apertar, segurando o rosto da esposa entre as mãos, o corpo todo tremendo.

_ É porque eu passei o dia todo sem comer. – ela explicou – Tava tudo corrido, atrasado, e eu não quis parar para comer. – ela ergueu os olhos – Mas quando o médico me examinou, ele descobriu uma coisa.

_ O que?

Giane suspirou, encarando o marido.

_ Fabinho, eu to grávida de novo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Beeeijos