_ Fabinho, precisamos conversar. – Giane marchou para dentro do quarto de Miguel, encontrando o marido sentado no chão, empilhando bloquinhos com o bebê.

_ Já aviso que não vou dar o divórcio fácil assim. – ele disse calmamente, arrancando uma gargalhada da corintiana – Tá maluca mulher?

_ Que divórcio o que Fabinho? Pirou? – ela colocou Isabelle ao lado do irmão, sentando no chão – O que eu ia dizer é que o aniversário das crianças está chegando, e nós ainda não decidimos o tema.

_ Achei que você já tinha acertado com o buffet. – ele comentou, a puxando para seu colo.

_ E acertei. A comida está encaminhada, mas eles precisam do tema para fazer os docinhos e nós precisamos arranjar toda a decoração. – ela explicou, passando os braços pelo pescoço dele – E nós concordamos que o tema não fosse de time.

_ Bom... Podemos escolher algum desenho. – sugeriu o publicitário – Rei Leão? 101 Dálmatas?

_ Nós não somos animais né Fabinho? – Giane riu, encarando os filhos. Ela fez cara de pensativa – Hum... Que tal Mickey, Minnie, Donald e demais personagens, na versão baby?

_ Muito clichê amor. – o homem negou – Que tal Peter Pan? Era um dos meus filmes favoritos.

_ Aí vestimos eles de Peter Pan e Wendy? – perguntou Giane, segurando o riso.

_ Tinha pensado em como a Belle ficaria linda de Sininho. Você pode ficar com a Wendy, e eu fico com o Gancho. – ele fez o formato do gancho com a mão, arrancando risos da esposa.

_ Ok, me convenceu Sr. Malvadão. – ela lhe deu um selinho, levantando – Vou ligar para o buffet e para sua mãe... Ela vai saber onde arranjar as coisas.

_ Enquanto isso, eu vou contar a história para as crianças... Né dupla? – Fabinho atraiu a atenção dos filhos – Vamos assistir Peter Pan?

_ Pan! – gritou Miguel, jogando os brinquedos longe e engatinhando até o pai.

_ Já vi que vai sobrar para mim arrumar essa zona depois. – suspirou Giane, saindo com o celular na orelha.

~*~

_ Meu Deus, mas isso aqui está a própria Terra do Nunca. – Giane se maravilhou, andando pelo quintal no dia da festa – Irene, que maravilhoso.

_ Pedi para trazerem um barco pirata de brinquedo, para as crianças brincarem. – a mais velha apontou o brinquedo – E também um brinquedão inflável que parecesse uma floresta. E vai ficar passando Peter Pan, ali no telão.

_ E essas fadas para todos os lados? – a corintiana se abaixou perante o enfeite – Que adorável.

_ Gostou mesmo? Não ficou exagerado ou muito frufru? – preocupou-se a avó dos aniversariantes, e Giane negou.

_ Está perfeito. O Fabinho e as crianças vão adorar. – as duas se abraçaram – Eu vou subir ver se eles já saíram do banho. Precisamos nos arrumar.

_ Vai lá querida, estou ansiosa para ver como ficarão.

A jovem correu para dentro, subindo as escadas depressa. Havia deixado Fabinho e as crianças na banheira, e esperava que já tivessem saído.

_ Muito bem, todo mundo sequinho? – perguntou, entrando no quarto e parando surpresa. Fabinho estava sentado na cama, já com o figurino completo, e Miguel e Belle estavam um de cada lado, sorrindo largo para a mãe – Ai meu Deus... Que coisa mais linda.

_ Só falta você mamãe. – Fabinho levantou, colocando as duas crianças de pé no chão – Não achei que aquela fantasia de Wendy ficaria legal em você, então mandei a Malu conseguir uma de Tinker.

_ Mas a Belle vai ser a Tinker.

_ Ela pode ser a pequena Tinker, mas você será a grande e sexy fada mãe. – sorriu Fabinho, lhe dando um selinho – E depois, você conhecerá a fúria do Capitão Gancho.

_ Quero ver eu achar alguma coisa no meio de tanta roupa. – ela riu, apontando a vestimenta do marido – Não tá calor aí não?

_ Só parece ter muita roupa, mas só estou com a calça e o sobretudo, e os dois são de tecido fino. Ah sim... Eu to sem cueca.

_ Seu nojento. – Giane gargalhou, indo para o banheiro com a fantasia.

_ Porque eu não posso ver você se trocando? – ele se indignou, sentando na cama emburrado.

_ Porque nossos filhos estão aqui, e tem uma festa para começar. Sem tempo para diversões a parte. – ela gritou por trás da porta, fazendo o marido se emburrar mais.

_ Papa? – Belle agarrou o joelho do pai – Xis.

_ Pedindo assim, é claro que o papai sorri. – o publicitário puxou a filha para a perna, logo depois fazendo o mesmo com Miguel – Meus dois lindos.

_ Ganco. – Miguel pegou o gancho falso, tirando-o da mão do pai – Mal.

_ Isso aí carinha, o gancho é coisa de gente má. Mas é um personagem da história, por isso o papai está vestido assim. – explicou o pai, beijando a cabeça do filho – Mas o Peter vence o Gancho com um monte de beijos.

_ Beio. – gritou Belle, começando o beijar o rosto do pai. O irmão gostou da brincadeira, logo a seguindo, os três Campanas caindo em uma festa de risadas.

_ Caham. – Giane pigarreou, atraindo a atenção da família. Os três a encararam e Fabinho escancarou a boca – Que tal?

_ Vou lá deixar as crianças com a minha mãe e já voltou para termos uma festinha particular. – ele se levantou, com um bebê em cada braço.

_ É sério bobão. – riu Giane, dando um selinho no marido – Eu estou bem?

_ Tá maravilhosa. – garantiu ele.

_ Maaviosa. – gritou Belle.

­_ Mama, viosa. – fez eco Miguel.

_ Oun meus amores, vocês também estão perfeitos. – ela puxou o filho para seus braços – Prontos para a festinha de vocês?

_ Pesente. – Miguel bateu as mãozinhas.

_ Eita criatura interesseira. – suspirou Fabinho – Aprendeu com a mãe e suas fraternidades salto quinze.

_ Vai te catar. – ela socou o peito do marido.

_ Não pivete... Mais tarde eu vou te catar.

~*~

_ Ai que família marrenta mais fofa. – Camilinha gritou, assim que os Sousa-Campana apareceram – Caio, precisamos nos fantasiar no aniversário da Marcela. Já sei, vamos ser a família da Rapunzel.

_ Camila, não pira meu amor. – o fotógrafo clicava tudo, mas rolava os olhos – Faltam três meses ainda, depois pensamos nisso.

_ A Marcela está uma graça de Wendy. – riu Giane, beijando o rosto da afilhada – E olha só... O Miguel está de Peter. Será coincidência?

_ Ah não Giane, até você entrou nessa? – reclamou Caio, e todos gargalharam – Vai, coloca os dois um do lado do outro, vamos fazer uma foto.

_ A Malu já chegou com o Rafa? Quero ver ele vestido de Miguel... – Fabinho parou pensativo – Que irônico isso.

_ O Pedro já está vestido de João, olha que graça. – o menininho apareceu com a camisola e a cartola, fazendo cara feia para a mãe – Que foi meu amor?

_ Eu to de vetido mamãe, isso é tosa de meina. – os adultos caíram na risada – Pote eu não podia se o Pete Pan?

_ Porque o Miguel vai ser o Peter, já que é o aniversário dele. – explicou Irene – No seu você pode ser, está bem?

_ Pronto, o Rafinha chegou. – Malu apareceu com o filho no colo – Podem fazer a foto do elenco de Peter Pan.

_ Miguel, você fica de pé, abraçado com a Marcelinha, tá bom? – perguntou Fabinho, enquanto via o filho abraçar a priminha – Pedro, senta e segura o Rafa sentado. E princesa do papai... Você vai voar.

Ele pegou a filha com um braço, suspendendo-a do chão. Todos começaram a rir, incluindo a criança. Caio tirou diversas fotos enquanto as crianças estavam paradas. Logo, começou uma farra para cima de Fabinho, o que fez todos gargalharem.

_ Capitão Gancho está sendo massacrado por baba e gritos de bebê. – riu Margot, enquanto eles tiravam as crianças de cima de Fabinho, que gargalhava.

_ Pra quem acha que um gancho é perigoso, não conhece o poder de bebês. – Fabinho se levantou com a ajuda de Maurício, que o ajudou a tirar a grama das costas – Bom... Vamos para a festa.

~*~

Foi uma festa maravilhosa, cheia de riso, alegria e cor. Miguel e Isabelle correram e pularam em todos os colos possíveis, fizeram os pais os acompanharem no barco pirata, na cama elástica, jogar bola com eles.

Fabinho e Giane aproveitaram cada segundo da festa, recebendo cumprimentos de todos os convidados, foram os bons anfitriões, e tiveram um dos dias mais mágicos e memoráveis de suas vidas.

_ Filho, é melhor cortar o bolo logo. O Miguel e a Belle estão ficando com sono, assim como as outras crianças. – Irene avisou, e Fabinho concordou.

_ Amor, podemos pedir pro pessoal do buffet trazer o bolo e os doces? – ele perguntou para a esposa, que confirmou – Criançada... Vamos cortar o bolo?

_ Ai, que graça. – cantarolou Renata, quando trouxeram o bolo – Gente, que lindo, sério mesmo.

_ Realmente, muito caprichado. – concordou Érico – O que você acha campeão? Quer um assim no seu próximo aniversário?

_ O que é isso sócio? Querendo copiar minhas ideias. – brincou Fabinho, se aproximando com Belle no colo.

_ Jamais sócio, mas me inspirar talvez. – brincou o rapaz – Bom, comecem os parabéns logo.

_Acende a vela Mau, por favor. – pediu Giane, impedindo que Miguel se jogasse em cima do bolo.

Cantaram “Parabéns para você” com os dois aniversariantes mais felizes impossíveis, pulando incansavelmente no colo dos pais. Giane e Fabinho tinham os maiores sorrisos do mundo no rosto, embebidos pela alegria do momento.

_ Agora tem que soprar a velinha, tá bom? – perguntou Fabinho, quando eles aproximaram as crianças do bolo – Quando o papai contar três, tá bom? Um, dois...

_ Três. – Giane cortou o marido e todos sopraram as velas, as apagando. Os dois bebês começaram a bater as mãos e gritar – Parabéns meus amores.

Os pais se revezaram para encher o rosto dos filhos de beijos, fazendo os dois pequenos rirem. Ajudaram-nos a cortar o bolo, puxando o primeiro pedaço para um pratinho. Mas antes que as crianças se lambuzassem, chamaram os avós e padrinhos para as fotos.

Depois da longa sessão de fotos, afinal puderam deixar as crianças se melecarem de bolo e melecarem seus rostos, o que gerou mais fotos e risos.

~*~

Os últimos convidados saíram perto das 22h, deixando Fabinho e Giane afinal levarem os filhos para a cama. Ela ficou com Belle, e ele com Miguel. Tiraram as fantasias com cuidado, colocando os pijaminhas e os deitando nos berços.

Fabinho passou no quarto de Belle depois que Giane já a havia colocado no berço, dando um beijo na cabeça da filha e rumando para seu próprio quarto.

_ Eu to quebrado e... – ele começou a falar quando entrou, mas parou ao ver o que o esperava na cama – Opa, tem uma fada gostosona na minha cama.

_ E tem um pirata incrivelmente sexy na porta do meu quarto. – Giane riu, se levantando sobre os joelhos – Espero que meu marido não se importe.

_ Se minha esposa não ligar, não vejo problemas. – ele riu, se aproximando dela – Sempre quis fazer amor com alguém de asas.

_ Seu estranho. – ela riu – Agora cala boca e me beija.

_ Como desejar fadinha.