Aprendendo a Ser Uma Família escrita por WaalPomps


Capítulo 15
Pequenos mistérios da vida


Notas iniciais do capítulo

FELIZ 2014 GEEEEEEEEEENTE



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Apesar de a festa já ter passado, o primeiro aninho de Miguel e Belle foi apenas no domingo seguinte. Logo que deu meia noite, Giane e Fabinho levaram os filhos para sua cama, deixando que as crianças dormissem entre eles dois. O que, é claro, significaria uma tremenda farra ao amanhecer.

Porém, não foi isso que aconteceu. Giane abriu os olhos lentamente quando sentiu movimentação na cama, piscando com vagar, tentando se acostumar com a luz. A primeira coisa que viu, foram os olhos enormes de Belle lhe encarando, seu rostinho colado ao da mãe, o que fez a corintiana rir.

_ Bom dia princesa da mamãe. – puxou a pequena para seus braços, a enchendo de beijos – Feliz aniversário minha vida.

Ela sentou, colocando a filha sobre a perna. Observou que Miguel estava acordado, deitado com o bumbum para cima, sua posição favorita para fingir que dormia e assustar os pais.

_ Ah Belle, o Miguel ainda tá nanando? Como a mamãe vai dar parabéns para ele assim? – perguntou Giane, piscando para a filha. A pequena não entendia direito, mas ria da careta da mãe, enquanto via o bumbunzinho do irmão chacoalhando – Será que eu vou ter que morder esse bumbum gordinho?

_ Coidooooou. – Miguel pulou na cama, virando para a mãe e a irmã. As duas riram, enquanto Giane puxava o pequenino para seus braços.

_ Feliz aniversário para você também meu amor. – ela encheu o rosto do menininho de beijos – Para vocês dois, meus anjinhos bagunceiros. A mamãe deseja tudo de melhor na vida de vocês dois, sempre.

Eles se aninharam a ela, que se ajeitou nos travesseiros da cama, apenas sentindo o calor deles. Os dois já não mais mamavam nela, mas sempre gostavam de ficar brincando com o decote da camisola, assim como faziam quando estavam com fome.

Ela deixou as lembranças correrem para o dia do nascimento deles, desde a primeira contração, até o momento em que haviam colocado os dois nos braços dela e de Fabinho.

_ Pronto, muito bonito. – Fabinho desceu as escadas com duas malas – Agora podemos ir pro hospital logo ou você quer dar a luz aqui em casa?

Sempre que pensava nisso, queria se dar um soco, por ter colocado a si e aos filhos em risco por um jogo do Corinthians. Lembrava das broncas que ouviu do marido, do pai, das sogras, das comadres... Todos ficaram loucos da vida com a corintiana por ter feito essa loucura.

_ Calma, já está acabando pivete. Aguentou o segundo tempo inteiro, mas não aguenta uma picadinha?

_ Eu to com medo de não conseguir.

_ Você conseguiu me ensinar a fazer embaixadinha, dar carrinho e chapéu, além de me ensinar a não queimar o miojo. Você consegue, eu sei. Você é a pessoa mais incrível do mundo, e a mulher da minha vida. Já te disso isso hoje?

Ela tinha sorte de ter um marido como o que tinha, duvidava que tivesse conseguido passar por aquilo sem Fabinho ao seu lado, lhe garantindo que conseguiria, que seria uma boa mãe. Havia passado os oitos meses de gestação angustiada, pensando se daria conta, se faria tudo certo. Queria tanto que sua mãe estivesse com ela para lhe ensinar tudo...

_Isso era da sua mãe. Estava com ela quando você nasceu. Eu guardei para te dar quando fosse a hora. – Silvério colocou um terço na mão da filha, fechando-a e beijando logo depois – Boa sorte lá dentro minha menina.

Encarou Isabelle, piscando os olhinhos idênticos aos seus, e idênticos aos de sua mãe. Sabia que, de um jeito ou outro, ela havia estado ao seu lado em todos os momentos difíceis e em que temera fraquejar.

_ Oi meu amor. – sussurrou Giane, acariciando o rostinho da filha. O choro diminuiu gradativamente ao entrar em contato com a mãe, logo cessando completamente – Oi minha princesa.

Acariciou as bochechas redondas, vendo a pequena fechar os olhos, um pequeno sorriso em sua boca cor de rosa.

_ Eu nunca vou esquecer a sensação de ver o seu rosto pela primeira vez. – sussurrou Giane, beijando o topo da cabeça da menina – A sensação mais doce, mais feliz, mais incrível de toda a minha vida. Assim como ver o seu...

Virou-se para Miguel, que mordia a própria mãozinha. Lembrou-se do pânico que sentira no momento em que o filho não havia chorado, na dor que lhe passara pelo corpo ao imaginar que talvez seu anjinho não estivesse bem, que havia feito algo errado. E então, o alívio.

_ Pronto, pronto. – Dra. Carla se aproximou com Miguel no colo, já enrolado e com uma toquinha – Tem alguém aqui querendo conhecer a mamãe e o papai.

Giane se ajeitou na maca, estendendo os braços para apanhar o filho. A médica colocou Miguel nos braços da mãe, e logo o menino soluçava, se acalmando do choro.

_ Oi campeão. – sussurrou Fabinho com a voz embargada, dando o dedo para que o filho apanhasse. O garotinho piscou os olhos, e o pai riu – Saiu a minha cara.

_ É loirinho, que nem você quando era pequeno. – a corintiana observou, erguendo a toquinha – E lamento amor... Saiu com o seu nariz.

_ Eu acho seu nariz lindo. – sussurrou ela, apertando o narizinho do filho, que deu uma risada sapeca – Cada pedaçinho de vocês dois é lindo e perfeito, incluindo o seu nariz, igual o do papai... E falando nisso, cadê o papai?

_ Esperando você ter seu momento melosinha. – Fabinho empurrou a porta com a bunda, entrando com uma bandeja linda de café da manhã – Feliz aniversário, amores do papai.

As duas crianças começaram a pular no colo da mãe, enquanto o pai colocava a bandeja na cama e acendia a velinha sobre o bolo de chocolate.

_ Você não cansa de parabéns? – perguntou Giane rindo, enquanto o marido puxava Belle para seu colo.

_ Cala a boca e canta comigo. – resmungou ele, enquanto faziam o rápido coro de “parabéns para você”. Os dois pequenos assopraram a vela babando no bolo inteiro – Ok, estou evitando doces hoje.

_ Você sabe que eles não entendem que é aniversário deles, não precisava dessa produção toda. – lembrou Giane, fazendo Fabinho revirar os olhos.

_ Não é para eles pivete. É para você. – ela arregalou os olhos – Quando nasce o bebê, nasce também uma mãe, como diria a propaganda da Johnson Baby. Hoje faz um ano que você se tornou mãe pivete, parabéns por isso.

_ Você também merece parabéns então. – ele negou.

_ Qual é, o trabalho foi todo seu. – ele puxou o rosto dela, lhe dando um selinho – Eu apenas fiquei com a parte divertida do negócio, o grande trabalho foi seu. Você merece os parabéns, não é crianças?

_ É! – os dois gritaram, fazendo os pais rirem.

_ Tá bom, eles nem sabem o que estão falando. – Giane sorriu para o marido – Você não existe, sabia?

_ Existo sim, to aqui na sua frente. – ele apontou para si mesmo, fazendo a esposa rir – Agora vamos comer, que essas duas draguinhas estão se enchendo de doces, e depois vão encher as fraldas de coisas fedorentas.

_ Mas e a nossa foto? – perguntou a mulher, mordendo o lábio inferior. Fabinho riu, concordando, enquanto a via puxar o celular da cômoda – Todos fazendo uma cara bem bonita.

Miguel colocou a mão suja de chocolate na boca, enquanto Belle babava no rosto barbudo do pai. Giane encarava os três rindo, enquanto Fabinho tinha os olhos fechados e a expressão de “susto” pela atitude da filha.

_ Ok, acaba com todo mundo na legenda. – mandou o publicitário, pegando um pão de queijo – Adoro quando matamos os outros de fofura.

_ Você não presta. – garantiu Giane, digitando uma legenda – “Um ano que recebemos o maior presente de todos. Parabéns meus anjinhos, a mamãe e o papai amam vocês mais do que tudo. #princesa #campeao #pivete #fraldinha @campanafqueiroz”. Tá do seu agrado?

_ Depois eu dou uma melosidagem maior no meu. – Giane gargalhou.

_ E essa palavra existe? – ele deu de ombros – Vamos comer logo vai Fabinho.

_ Você tem aquela foto que tiramos quando eles nasceram? Sabe, na sala de parto? – perguntou o publicitário, deitado na cama, com Belle sentada e apoiada em seu tórax.

_ Mas antes... Uma foto da família.

_ Ah cara, eu to um caco. – reclamou Giane, e Fabinho riu.

_ Eu ainda acho que é a mulher mais linda do mundo. – garantiu ele, passando o braço pelo ombro dela. Ela sorriu, arrumando Miguel em seu colo, enquanto ele fazia o mesmo com Belle. Encararam a câmera que a médica segurava, sorrindo para o flash.

_ Tem no seu celular, procura aí. – ela garantiu, vendo-o caçar o aparelho – Mas é sacanagem colocar essa foto. Eu tava detonada.

_ Pra mim, era a mulher mais linda do mundo inteiro. – garantiu ele, fazendo-a sorrir – Adoro quando você tem esses momentos mulherzinha.

_ Fica quieto vai. – ela colocou um pedaço de pão na boca, oferecendo um para Miguel, que ainda lambia o glacê do bolo das mãos. Belle comia com a ajuda do pai, que se dividia entre ela e o celular. Logo, seu aparelho piscou, indicando que haviam colocado uma nova foto com ela.

A foto era uma montagem com a do nascimento dos gêmeos, dos seis meses e a de pouco antes, com a legenda que fez seu coração se derreter.

“Há um ano eu agradecia pelo maior e mais maravilhoso presente que já recebi. Agradecia aos Céus, a Deus, a quem quer que fosse, mas especialmente, a ela. Obrigada pivete, por ter me dado nossos dois anjinhos e uma família para chamar de minha. Eu amo vocês três, muito. Parabéns pelo dia de hoje. #princesa #campeao #pivete #fraldinha @gianesc”

Ouviu a porta do quarto sendo aberta, mas não abriu os olhos. Estava exausta, e o remédio que haviam lhe dado, a deixava ainda mais sonolenta. Percebeu que alguém se aproximava e sentava ao seu lado, e logo sentiu a mão de Fabinho sobre a sua.

_ Obrigado. – foi um sussurro baixo, que ela não ouviria se não estivesse se esforçando muito para prestar atenção apesar da sonolência. Sorriu internamente, sem saber se ele agradecia a ela ou a outro alguém. Mas ouvir o fraldinha agradecendo, era ter a certeza que ele estava feliz. E só por isso, ela já podia se alegrar.


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