Era incrível como o cheiro dele me acalmou um pouco. Eu não queria estar nos braços de Peeta, mas também não quero encostar na areia. Ainda tenho muito nervoso.

– Peeta, por favor, não me solta. Não deixa a areia encostar em mim, por favor! – pedi em desespero. Ele estava morrendo de rir, quase chorando. – Para de rir e me leva para a casa! É sério! Você não deve saber, mas por culpa dessa areia escrota eu quase morri uma vez. Saía de quase por todo buraco possível do meu corpo. Eu disse quase. E para de rir!

– Não sou seu escravo e perto da fogueira que fizemos está tudo tão agradável. Todo mundo se divertindo, cantando, dançando, comendo...

– Ok, só me deixa em casa e depois você volta, por favor... Se não eu parto para agressão. – mesmo sendo mentira eu precisava ameaçar. Não aguentava saber que tinha areia ao meu redor.

– Não tenho medo de você, mas tem muita gata aqui e não quero estragar minha imagem. Eu te levo em casa, mas você vai ficar me devendo essa.

– Tá, eu faço o que você quiser, mas me leva logo!

E lá estava eu. Sendo carregada no colo de Peeta até a mansão de praia. Ainda bem que não era distante.

Cheguei e estava tudo um pouco escuro. Do corredor que dava acesso pra escada e o resto da casa reparei uns gritos de diversão na sala entre os tios de Gale. Até os mais velhos se divertem mais que eu. Não anunciei minha chegada, só voltei pra escada e fui para o meu quarto. Tomei um banho para tentar relaxar e depois fui dormir um pouco.

[...]

Ouvi um barulho de maçaneta. Abri os olhos na escuridão. Ouço passos.

– MEDROSAAAAAAA! – grita Clove em cima da minha cama e algum desgraçado ou desgraçada liga a luz do quarto.

Uma das piores sensações do mundo e ser acordado por alguém ou por uma luz na cara. Imagine os dois de uma vez...

Minha primeira reação foi pegar a almofada e tampar minha cara, mas depois que a tonteira que a luz me passou extingue, jogo a almofada na cara da Clove que se joga pra trás como se tivesse sido atingida por uma arma.

– Por que vocês não voltam pra praia e me deixam dormir? – pergunto como se fosse a coisa mais obvia.

– Chataaa, mal-humoradaaa. – diz Gale.

– Medrosaaa. – continua Clove e todos riem. Seria pedir muito dormir só mais cinco horas?

– Você deu sorte. Eles queriam trazer um balde de areia e fazer uma surpresa pra você, eu que não deixei. – diz Peeta. Acho que agora o devo duas vezes. – Não queria segurar nenhuma baleia no colo de novo. – Não o devo é mais nada. Fico com um olhar de fúria para ele e acho que todos que estão aqui no quarto percebem.

– Ui. Boa sorte Peeta. – diz Marvel e sai do quarto acompanhado por Tresh, Cato, Rue e Glimmer.

– Minha mãe dizia pra eu nunca chamar uma mulher de gorda, a não ser que ela fosse a minha madrasta ou alguma avó morta ou minha sogra... – diz Finnick e se retira também.

Ninguém nem pensou em dizer mais nada e ficar para ver o que estar por vir. Eles sabem muito bem o que sou capaz, ao contrario de Peeta. Todos saem do quarto, ficando assim, só eu e o idiota.

Levanto devagar da cama e ando até a sua direção com uma carranca enorme, acredito eu. Acerto um soco em seu rosto, bem parecido com o que eu dei no dia do jantar em sua casa, e olho no fundo de seus olhos.

– O que eu sou ou deixo de ser é problema meu. Você fica na sua e eu fico na minha. Prefiro ser quem eu sou do que ficar tentando ser outra pessoa para agradar a todos ao meu redor, como você, canalha idiota. – cuspo essas palavras na cara de Peeta. Seus olhos azuis assustados e eu, mais seria que o Lula Molusco. Nossas respirações batendo uma contra outra. Não foi nem necessário eu ficar na ponta dos pés devido sermos quase da mesma altura. Abri a porta de meu quarto e apontei para ele sair. Ele ainda se arrependeria por ter dito isso.

Estávamos quase na paz e ele inventa de falar uma coisa dessas. Que raiva! Mas calma Katniss, você esta aqui para relaxar, então não se estresse por alguém que não te mereça. Ri involuntariamente com este último pensamento, mas deixei pra lá e decidi voltar a dormir. Ninguém mais me pertubou naquela noite.

[...]

Acordo com a barriga roncando e, depois de tomar um banho para se refrescar do calor, desço para tomar café.

Reparo um pouco de silencio e depois algumas vozes masculinas. A porta de entrada para cozinha está encostada. Olho pelo minúsculo espaço que da para ver quem está lá dentro. Acho que todos os garotos e o resto do pessoal que está na casa ainda dormem. Eles conversam sobre garotas. Na verdade sobre garotas dessa casa. Tão falando sobre quem é a mais gostosa. Fala sério, depois nós que somos as chatas! Citam meu nome e por fim lembram do ocorrido da madrugada e chegam a perguntar ao Peeta se ele é gay por ter me chamado de gorda e ele diz que “claro que não” e que só queria zoar comigo e pelo contrário, ele me acha... Não interessa o que ele acha. Enfim, me elogiou e os outros também. Peeta é mais bipolar que eu, cruzes.

Vou para o jardim da frente da casa, já que cansei de ouvir a conversa sem graça dos garotos, e encontro Glimmer e Rue conversando, cada uma deitada em uma rede diferente. Vou logo anunciando minha chegada.

– Bom dia gente!

– Olá Katniss! – diz Glimmer.

– Bom dia Kat! – Rue diz.

– Achei que estavam dormindo... – digo.

– Que nada, estamos é planejando de ir à praia daqui a pouco. Vamos só esperar mais gente acordar. – diz Rue. – Mas acho que você não vai querer ir...

– E também vamos fazer uma festa mais tarde. O que acha da idéia? Mas tipo, tem que ser uma festa diferente... – diz Glimmer.

Será que elas sabem que todos os garotos estão acordados?

– É, acho que ficarei na piscina mesmo... Não sei se sabem, mas os garotos já estão acordados. – digo. Elas me olham com caretas incrédulas, bem engraçadas e levantam de supetão e saem abrindo a porta da cozinha e decido as acompanhar.

– QUEM VAI FAZER MEU CAFÉ DA MANHÃ HOJE? – grita Glimmer. Parece um coral, todos gritam “MARVEL!”, mas devido os gritos exagerados as outras garotas aparecem, menos Clove (dorminhoca desde sempre), e todas nós obrigamos todos eles a fazerem um café da manhã especial e caprichado e como “bons meninos” eles fizeram.

[...]

Estamos á caminho da praia. Pois é, estou incluída. Acabou que Peeta me pediu desculpas por causa de ontem à noite e se ofereceu, logo após o café da manhã e eu anunciar que ficaria na piscina da casa sozinha, a me ajudar a combater esse horror de areia que tenho. Nada mais justo, não é? Não faço a menor idéia de como ele pretende fazer isso, mas lá vamos nós.

Johanna – http://www.polyvore.com/johanna_cap%C3%ADtulo_16/set?id=150216357

Clove – http://www.polyvore.com/clove_cap%C3%ADtulo_16/set?id=150211106

Rue – http://www.polyvore.com/rue_cap%C3%ADtulo_16/set?id=150211861

Katniss – http://www.polyvore.com/katniss/set?id=126443418

Annie – http://www.polyvore.com/annie/set?id=126337627

Glimmer – http://www.polyvore.com/glimmer/set?id=126435892

[…]

Consegui esconstar na calçada suja de pouca areia, mas para mim é um avanço e tanto. Entretanto, cadê a coragem para pisar diretamente na areia? Não está aqui.

– Calma Katniss. É só areia. Ela não vai te fazer nada. – dizia Peeta enquanto eu olhava assustada para o mar de areia.

– Quando o casal 20 quiser se juntar a nós pode vir. – diz Johanna que está com o pessoal arrumando as cadeiras de praia, o guarda-sol, a canga e o isopor com algumas bebidas e picolés que trouxemos.

Peeta e eu rimos ironicamente e mandei um dedo do meio pra ela. Mesmo assim minha concentração estava mais na areia do que em qualquer coisa.

– Peeta, não vai dar. Vai se juntar com o povo que eu vou voltar e ficar de boas na piscina. – anuncio.

– Não. Você vai enfrentar a bosta deste medo hoje, se não, não me chamo Peeta Mellark. Alias, eu te prometi isso...

– É melhor mudar de nome então.

– Nossa, que engraçada. Seria uma pena se eu te empurrasse na areia e você ficasse igual a um frango á milanesa. – ele diz sério.

E começamos dar leves passos na calçada e Peeta pediu para que eu fechasse os olhos. Obedeci e andamos mais. Decidi então abrir os olhos com nervoso e vi que já estava na areia só que de chinelos.

– Tira o chinelo. – Peeta diz autoritário.

– Por que você tem que ser tão mandão? Pare com isso! – o respondo.

Ele então avança em mim e em um rápido movimento tira meus chinelos e eu começo a pular igual a uma perereca. Estou com muito nervoso e não consigo ficar parada sentindo a areia entre meus dedos e acabo então correndo sem destino. Quer dizer, eu achava que era sem destino, mas na verdade estou em direção ao mar e vejo algum dos meus amigos logo à frente. Corro o mais rápido que posso, numa tentativa falha, lógico, de fugir da areia e quando estou na beirada do mar tropeço me agarrando a primeira coisa que vejo a frente. Só acho que tenho que parar com essa mania. Por fim percebo que me agarrei a costas de um biquíni. Era a Glimmer e ela grita desesperada porque o desamarrei, mas também porque estou me afogando. Sinto a água salgada penetrar meu nariz e rolo meio na areia, meio no mar, porém o mar esta puxando fortemente. Resumindo a história: estamos eu e Glimmer, já bem afastadas da beirada do mar, quase se afogando, e uma de nós, que não sou eu (alguma sorte tenho que ter né) está com o biquíni aberto sem as mínimas condições de se ajeitar.

De repente sinto alguém retirando minha blusa, mas meu desespero faz com que a água venha em meu rosto e não enxergo nada. Tento gritar, porém isso só faz com que entre mais água em minha boca. Dois caras com blusas vermelhas e sungas pretas se aproximam cada vez mais e um deles me puxa e me coloca em seu colo. Percebo que Glimmer está com minha blusa. Consigo processar lentamente a situação.

Um salva-vidas senta a Glimmer em uma das nossas cadeiras de praia, depois da mesma indicar nosso cantinho, e o outro me deita na canga. Não foi necessário respiração boca a boca, pois não cheguei a engolir tanta água assim, nem Glimmer, mas bem que eu queria, pois eles eram lindos e bem fortes... Entretanto os salva-vidas vão embora depois de dizer seximente informações para não ficáramos no mar enquanto ele estiver puxando.

Eu levanto e acabo ficando em pé, mas em cima da canga. Peço desculpas a Glimmer e explico o que ocorreu pra eu sair correndo igual a uma louca. Ela até que ri da história, mas me desculpa. Todos nossos amigos se aproximam com olhares estranhos e um pouco assustados.

– AAAH FANTASMAS! – grita Finnick, atuando como um dragão (what?). – VOCÊS ACABARAM DE MORRER E BROTAM ASSIM POH! Mas só pra avisar, nós... – aponta para todos nossos amigos - ...viemos em paz.

Ri descontroladamente. Acho que é a água do mar afetando meu cérebro. Eu e Glimmer explicamos a história toda pra eles e os mesmos disseram que assistiram á algumas coisas, mas não sabiam muito bem o que estava acontecendo, mas que agora entenderam. Peeta me pediu desculpas e disse ser culpa dele isso “tudo” e senti que ele ficou com um pouco de raiva, porém não entendi o motivo.

Decidimos então que, para esquecermos essa confusão vamos fazer uma festa hoje à noite! Porém não será uma festa normal, mas sim uma festa neon, com uma regra: Ninguém pode parar de dançar a partir de seu início, só quando estiver no banheiro fazendo as necessidades, porque de resto quem parar terá que pagar cem reais para cada um que estiver na festa. Todos toparam, depois de muita discussão. Só ainda não sabemos como vamos arrumar a luz preta (especifica para que o brilho fluorescente apareça) e nem as roupas neon... Mas sei que terá muito álcool e prevejo muita loucura.