Hoje é o dia da viagem! Por incrível que pareça, eu estou animada! Acabei até acordando cedo, mas não menos de seis e meia. Pra dizer a verdade eu acordei com o celular tocando. Era a Annie. Não sei que mania é essa dessas prostitutas profissionais de me acordarem me ligando.

– Katniss? – pergunta Annie com uma voz chorosa.

– O que houve Annie? Diz logo, sem enrolar! – digo com voz sonolenta.

– Eu e o Finnick terminamos.

Por acaso o Finnick come cocô? Estava crente que essa viagem serviria para eu relaxar, mas não, agora vou ter que ficar ouvindo os desabafos da Annie. Eu a adoro, mas aturar amiga que termina com namorado é um saco! Já passei muito por isso devido a Clove, que sempre se iludia com os ficantes dela.

– Por que?

– Ele ia dormir de noite passada para hoje aqui em casa, para agora de manhã irmos juntos para a casa do Gale. Mas discutimos a noite, porque ele reclamou que minha mala estava muito grande e que minhas roupas estavam curtas demais para eu ficar andando por ai... – ela chorou mais um pouco.

– Tem certeza que foi só por isso? – desconfiei. Finnick não é de reclamar sobre roupas curtas de mulheres.

– Aí ele foi embora, e acho que terminamos. – continuou.

– Annie, vocês sempre brigam por coisas bobas. Daqui a pouco estão de volta, pode ter certeza!

– Acho que dessa vez não... – ela disse de uma forma como se me desse um sinal. Liguei os pontos. Noite. Juntos. Roupas curtas.

– Desculpa Annie, eu só fui entender agora.

Provavelmente ela não quis, mas ele sim, e nisso acabaram discutindo. Sei que os dois não são mais puros, Finnick então...

– Sabe onde eu moro, não sabe? – ela assentiu com um uhum – Passa aqui e vamos juntas para a casa de Gale.

– Tá bom, meu pai vai me levar de carro até lá. Eu passo ai e te chamo.

– E a Clove vai também. Tchau. – Realmente ontem eu e Clove trocamos mensagens e tínhamos combinado de ir juntas.

– Ok. Beijo.

Marcamos de todos nós irmos para a casa de Gale – que morava umas dez quadras depois da minha casa – e de lá, seus tios, que tem dois carros grandes, nos levariam. Eles só passarão dois dias e uma noite na casa, e depois disso estaremos mortos de fome. Ficaremos sozinhos. Nunca passei por isso, mas será uma aventura legal... É o que eu espero.

– Se comporte filha e tome cuidado com qualquer coisa. Te amo. – disse minha mãe seguida por meu pai.

– Se cuida filha. Te amo. – e ganhei dois beijos na cabeça.

– Ta bom. Eu também. Fui!

[...]

Annie: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=121228020&.locale=pt-br

Katniss: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122127488&.locale=pt-br

Clove: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=121452505&.locale=pt-br

O caminho de carro até a casa de Gale até que foi rápido. Lá já estavam Marvel, Glimmer (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=121306006&.locale=pt-br), Finnick, Johanna(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122125902&.locale=pt-br), e agora eu, Annie e Clove. Depois de uns três minutos chegou o Peeta seguido por Cato.

– E ai pessoal! – disse o tio de Gale.

– Estão prontos? Não esqueceram de nada? – pergunta a tia, sendo respondida por uns “está tudo certo”, “não poderia estar mais pronto”, etc.

– Então, como tem dois carros pensamos em dividi-los em dois grupos. Pode ser? – pergunta o tio e nós assentimos. – Decidam-se por enquanto que vou colocando as bolsas de vocês na mala do carro.

Começou um falatório de quem vai com quem e durante o tempo chegou Rue(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=121453815&.locale=pt-br)acompanhada por Tresh – decidiram chama-lo para a Rue não “ficar sozinha”. Não entendi muito bem porque eu e Johanna também vamos ”ficar sozinhas”.

– E aí gente, o que decidiram? – perguntei quando se calaram.

– Eu – disse Gale – Katniss, Finnick, Peeta, Annie, Johanna vamos com meu tio. E no outro carro: Clove, Cato, Rue, Tresh, Marvel e Glimmer.

– Vocês dividiram meio que em “casalzinho”. Troca isso, lá na Flórida vai todo mundo ficar junto, então troquem! – disse Johanna. – Todos concordam? – eu não estou em casalzinho, mas eu prefiro ficar afastada do Peeta. ESPERA, QUE PENSAMENTOS SÃO ESSES KATNISS?!

Nós, até que estamos conseguindo nos aturar, mas ele ainda continua com aquelas piadinhas e chatices e com certeza a viagem seria um saco com ele por perto, pelo menos para mim.

– Finnick, eu, Katniss, Rue, Marvel e Clove. – começou Johanna. – No outro Annie, Cato, Peeta, Tresh, Glimmer e Gale. Sem discussões!

[...]

Os tios de Gale nos avisaram que a viagem demoraria cerca de 36 horas. Sim, 36 horas em um carro com um monte de bundas gordas e fedorentas no banco, por 36 horas! Brincadeirinha, nem tanto, teremos algumas paradas e decidimos que quando anoitecesse dormiríamos um pouco no carro e depois continuaremos o percurso.

Já havia passado três horas exatas que estávamos viajando e iriamos dar uma parada de meia hora mais o menos para o almoço em um pequeno restaurante chamado Denny’s de um posto, e também para abastecer. Tudo seria por conta dos tios de Gale que se ofereceram. Não havia luxo, mas espero que não seja tão caro porque estou com uma fome terrível.

A comida até que estava boa e todo mundo comeu bastante menos Annie que inventou de não sei onde que estava gorda e precisava de dieta e Glimmer que como sempre come igual a um passarinho. Não sei como conseguem...

Agora que estavam todos alimentados a animação chegou. Finnick, o principal palhaço do grupo, estava no mesmo carro que eu e para minha não surpresa começou a cantar com Marvel – isso me lembrou a festa do pijama, mas não quis comentar - e logo em seguida todos no carro estavam cantando Happy, até o tio do Gale que dirigia o carro.

Estávamos seguindo a quase infinita San Bernadino Fwy e uma hora os dois carros dos tios de Gale pararam um do lado do outro - o nosso no lado esquerdo e o da tia no direito - e foi uma barulhada que só. Ficamos conversando e zuando um com outro entre os dois carros, e uma hora Peeta que estava sentado na ponta esquerda do banco traseiro ficou colando o rosto no vidro da janela fazendo caretas e foi quase impossível não rir e quando menos esperei estávamos todos com a cara colocada no vidro fazendo o mesmo.

– Tem certeza que todos vocês estão no ensino médio? – perguntou o tio de Gale rindo.

Finnick pegou um dos pés e colocou na janela em tentativa não bem sucedida de mostrar o dedo do meio do pé para Cato que dizia baboseiras para ele. Reparei em Annie que como Finnick estavam sentados no carona só que em carros diferentes, é claro. Ela estava com um olhar cabisbaixo e fones de ouvido, e não sei se eu estava enganada, mas vi uma lágrima escorregar de seu olho e logo em seguida ela estava conversando com a tia de Gale, mas não dava para ouvir. Fiquei triste por isso, queria estar próxima a ela e abraça-la. Não iria trocar de carro por causa disso, não por achar bobeira, porque eu não acho, mas chamaria muita atenção. Finnick é um babaca, pode ser até engraçado, mas continua babaca.

Depois que os carros se afastaram um pouco um do outro ficamos por um bom tempo em silêncio e reparei que Johanna e Finnick cochilaram. Eram seis da noite. Na rádio começou a tocar Chloe, e Rue começou a cantar baixinho e eu a ajudei com Clove nos acompanhando, finalizando assim, uma mini tour.

Uma hora da manhã o tio de Gale anunciou que iria parar por um tempo e estacionou o carro ao lado do da esposa, em um posto qualquer. Faltavam mais quatorze horas para a chegada. Juntei-me ao pessoal que iria ao banheiro e acabei por dar um abraço bem forte em Annie. Sou uma boa pessoa quando quero. Annie deu um fraco sorriso e secou as lágrimas com a ponta dos dedos e voltamos cada um para o seu carro.

Estavam todos de volta no carro. Eu não consegui dormir direito e de repente a Glimmer deu um grito e todos que estavam dormindo ou quase deram um pulo de susto e saímos todos do carro para ver o que acontecia e só se avistava Gale, Peeta, Cato e Clove morrendo de rir. Eles tinham colocado um rato ao lado do pescoço de Glimmer que depois do grito pulou no colo do Marvel que exalou uma pequena risada.

– Até você Clove. – Glimmer disse com voz de decepção.

–Desculpa Glimmer, mas a ideia foi para dar humor a viagem e deu bastante certo. – Clove disse.

Logo depois do susto do rato de brinquedo – desconfio que os garotos devam ter um armário cheio de bichos de brinquedo -, todos voltaram aos seus devidos carros e partimos para a estrada novamente. Deu para descansar cerca de duas horas.

– Daqui a poucos quilômetros já estaremos lá. – anunciou o tio de Gale que cortava muitos caminhos e corria. Desse jeito com certeza as 36 horas ditas anteriormente se transformarão em 30 horas quase exatas.

Começamos a conversar e chegamos a planejar uma festinha hoje a noite mesmo e depois comunicaríamos aos outros. O resto do trajeto foi silencioso e finalmente chegamos.

[...]

– Vocês já estão prontas donzelas? – perguntava Clove impaciente que ao mesmo tempo batia na porta do banheiro onde dentro estavam Rue, Glimmer e Johanna a mais de dez minutos para trocar de roupa e colocar o biquíni.

Havia cinco quartos na casa e decidimos que dois ficariam para as garotas e dois para os garotos e o quinto não se discutiu, pois já é dos tios de Gale. A casa tinha dois andares e o de cima só se encontravam quatro quartos com suíte e uma varanda grande. O primeiro andar era o principal. Lá estava o quarto principal, sala grande, cozinha grande, um banheiro grande, uma lavanderia grande, um quintal enorme e verde, onde no fundo tinha uma piscina grande com churrasqueira, sala de jogos, uma adega, sauna, se apostar deve ter até um armário pra Nárnia aqui, entre outros lugares incríveis.

Os tios de Gale pediram para que nós nos trocarmos e colocar a roupa de banho por baixo para depois de almoçar ir para a piscina. Mas até agora somente eu, Clove e Annie já estamos prontas. Tive uma ideia do que fazer que as outras garotas vão sair rapidinho.

– Gente! – as chamo do outro lado da porta – Vocês precisam ver como a Clove está sexy com o maiô dela.

Foi quase automático. As meninas saíram do banheiro e Clove me olhou com raiva.

– Oh meu Deus, Clove, você está uma gata! – disse Glimmer, a única sem nada na parte de cima a não ser o biquíni, é claro.

– Cato que vai adorar! – disse Johanna com um sorriso malicioso. E não vejo rastro de alguma roupa de banho nela.

–Não vai à piscina depois não Joh? – a pergunto.

– Não posso. – e ela revira os olhos. Já entendi.

E fomos almoçar churrasco.

Oh meus deuses! São vocês que estão na minha frente? Todos os garotos estavam de bermudas e chinelos, somente, e que corpos. Cato, Finnick e Tresh têm corpos definidos, Peeta tem o corpo na medida certa, Gale já tem músculos de mais, e Marvel é mais magro, mas não estou desmerecendo o corpo dele.

– Finnick traz um pano! Tem baba demais escorrendo. – disse Peeta.

– É melhor leva-las para encher mais um pouco a piscina. – disse Finnick.

– Um pouco não, deixarão até a borda... – comenta Cato.

– Cala a boca vocês! – diz Glimmer e Clove em uníssono.

– Não somos nós que estamos com a boca aberta... – diz Marvel. – E Glimm, você está com falta de blusa? Se estiver eu vou lá em cima e trago uma minha pra você.

– Estou bem assim Marvel querido. – disse Glimmer que depois deu um selinho nele e foi para a mesa próxima à churrasqueira, acompanhada por todo mundo.

O churrasco foi feito pelo tio de Gale e os outros aperitivos pela tia. Pouco tempo depois de comer foram quase todos para a piscina, menos eu, Annie e Johanna – que estamos sentadas numa sombra no quintal mesmo da casa, próximo à sala de jogos. A Annie não quis entrar ainda e Johanna está menstruada e decidiu ficar no celular. E eu estou fazendo companhia para Annie, que agora disse que está gorda demais para mostrar a barriga. Fiquei irritada e estou indo pra piscina, porém ela veio ao meu pé.

– Vou ignorar Finnick... E minha barriga gorda. – Annie disse.

–Amém! E você não está gorda, para com a palhaçada, baleia!– digo.

Tiramos nossas blusas, chinelos e shorts e fomos para a piscina. O pessoal estava jogando vôlei com uma rede implantada da parede até o outro lado ao chão. Na mesma hora que chegamos Finnick deu uma olhada rápida para Annie e depois para mim e depois para Annie de novo e depois para mim e concentrou na Annie e anunciou sua saída, e logo após o vi saindo da casa com Johanna.

– Querem jogar? – perguntou Peeta olhando para meu corpo e senti que corei um pouquinho.

– Meu rosto está mais para cima Mellark, mas sim, vamos jogar! – digo.

Acabou que eu e Annie ficamos no time onde Finnick saiu, o do Peeta, e ganhamos. Sou muito boa no esporte, não querendo me gabar.

[...]

Faremos um Lual hoje e já estão quase todos prontos para ir á praia. Os tios de gale quiseram ficar para arrumar umas coisinhas para a gente e descansar, pois vão embora ao outro dia. Não pense que vamos ficar sem volta. Um carro ficará. Acho que alguém sabe dirigir aqui... É o que eu espero.

Johanna - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125521432&.locale=pt-br

Annie - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125523413&.locale=pt-br

Glimmer - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125522394&.locale=pt-br

Rue - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125525818&.locale=pt-br

Katniss - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125994523&.locale=pt-br

Clove - http://www.polyvore.com/cgi/set?id=136579106&.locale=pt-br

O que dizer sobre essa farofa que não se deve comer? Pois é, não tenho boas lembranças de areia. Quando eu era criança comi tanta que fui parar no hospital e quase morri. Eu odeio areia. Quando eu conto isso para as pessoas elas costumam me chamar de fresca, mas elas não sabem o sufoco que é não respirar e vomitar sal. Não gosto nem de lembrar.

– Gente, eu vou voltar. – anuncio.

– Qual o problema Katniss? – pergunta Gale.

– Sei que pisar ou tocar não tem nada a ver com comer, mas eu fiquei traumatizada com areia. – explico.

– Kat, já não deixamos a Annie ficar, não seria justo se deixássemos você. – disse Rue.

– Vamos deixar um pouco de privacidade pros tios do Gale. Eles são velhos, mas nem tanto. – disse Finnick sendo Finnick.

– Achei que ia conseguir enfrentar, mas não está dando. – digo.

– Fresca. – cantarolou Peeta.

– Vai tomar no...

– Opa opa! – me repreendeu Glimmer. - Toma aqui. – e levantei a mão para a Glimmer colocar alguma coisa. Quando senti o que tinha na minha mão não consegui me mexer. A última coisa que eu entendi foi um grito dizendo “ALGUÉM SEGURA ELA!”. E minha visão escureceu.

[...]

De vagarosamente abri meus olhos e movimentei os meus braços e logo após as mãos. Balancei minhas pernas e depois os pés. Meus pés. Tem alguma coisa sob eles, algo que eu conheço bem. Girei minha cabeça para direita e esquerda para ter certeza.

– AAAAAAAAAAH! – e pulei em cima da primeira pessoa que encontrei a frente.

Eu preciso me proteger da areia! Afundei meu rosto no pescoço dessa pessoa e... Oh não... Eu conheço esse cheiro... Por que ele? Eu preciso me proteger da areia, e de Peeta Mellark.