Ouça-me escrita por Matheus Vieira


Capítulo 2
Capítulo 2




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Meu dia começou normal, acordei atrasada como sempre mais hoje tinha um motivo maior para ir para escola, ver o Kris, - me senti uma menininha agora- mas era a verdade, desci correndo já arrumada, vi que o café tava pronto com um bilhete da minha mãe:

Filha quando cheguei ontem você estava dormindo e não quis incomodar, mas estou bem e vou ficar fora hoje ate mais tarde, tenho dois clientes para hoje, um em cada canto da cidade, parece que esse mês vai ser um pouco melhor.
Com amor, sua mãe, Kalida.

Hoje tinha tudo planejado para conhecer o Kris mais a fundo, mas como de sempre o universo não agi em meu favor, ele faltou na única aula que tínhamos junto, aula de historia da America, e quando sai da escola fiquei olhando para todo lado, para vê se o encontrava mais não o vi, decidi então ir para casa, ligeiramente passou em minha mente que minha mãe tinha ido a casa dele ontem, mas não acreditei.

Enquanto ia da escola a caminho do parque, senti algo estranho.

Meu coração bateu forte, minhas mãos suaram, minha mente me levou a lugares que não conhecia, de repente senti um olhar me seguir, sabia que havia algo me seguindo, não soube descrever mas senti um arrepio, foi quando tive a certeza vi uma sombra se mover atrás de mim, mas continuei andando.

Nessa hora confirmei aquele velho ditado: minha vida passou em frente aos meus olhos, mas pra mim foi diferente tinha lutado por sobrevivência toda minha vida é sentia que ali não seria meu fim.

Não pensei duas vezes sai em disparada para cima da sombra quanto mais me aproximava sentia o medo tomar minha alma, não sei o que estava aqui mais era mais sombrio que muita historinha de ninar.

Olhei pra cima vi que o portão do Park estava aberto, foi minha sorte, ou realmente a sombra só queria dizer um Oi, porque a medida que eu ia em direção a sombras ela ia se afastando como se algo a estava repelindo, não estava prestando atenção nos detalhes mas via como se as folhas em volta estivessem voltando a vida a medida em que a sombra se ia.

Quando dei por mim estava fora do Park, e reparei que os guardas do local estavam de queixos caídos, seu olhares eram penetrantes, como se a morte tivesse mandando um oi junto a uma carta dizendo que dia iriam morrer, tive medo de perguntar o porquê, mas a curiosidade foi maior como sempre, mas nesse caso a curiosidade foi pior que o rio Flegetonte do tártaro, cronos acabava de passar ali e dado um Oi, eu estava parada, minha mente ao ouvir aquelas paradas ficou louca, mas não parava de me dizer que estava certo, que algo em mim estava mudando, e não era todo dia que você ouve alguém dizer que as sombras do parque foram sugadas para dentro de você e o pior: que você estava em trevas!

O lado bom de ser birrenta é que nem tudo que você ouvi você acredita, e nessa hora foi melhor não ter acreditado, mas meu medo era tanto, medo daquela sombra voltar a me seguir que respirei fundo e sai correndo em direção a parada de ônibus.

Minha casa fica no centro de Detron, cerca de 15 minutos de ônibus do parque, mas 15 minutos ali pareceram 60, minha mão estava mais suada, eu parecia ter corrido um maratona, fiquei encarando as pessoas no ônibus, procurando ver aquela sombra novo, mas a única coisa que queria era chegar em casa e saber que minha mãe estava lá, me esperando, se o universo cooperar ela estaria, o que parecia ser difícil.

Quando cheguei em casa, gritei minha mãe que nem uma louca, que acaba de ser solta do hospício:

– Mãe! Cadê você? Mãe - Parecia que conseguiria quebrar os vidros das janelas, mas estava apavorada.

– Filha to aqui, o que foi? O que aconteceu? - Minha parecia calma, com aquele cabelo preso, o avental amarrado na cintura, aqueles grandes olhos azuis que estavam com um ar que calmaria

– Mãe - respirei fundo, o que meu a sensação de que a historia que viria a seguir não passara da imaginação de uma criança de dez anos de idade- mãe para começar quero que a senhora se senti,

– Ta bom filha, mas se for pegadinha, a senhorita esta de castigo por um mês, eu não sei o que será, mas saiba que esta de castigo.....

– Mãe presta atenção - interrompi ela falar- mãe quando sai do colégio hoje, peguei o caminho do parque, achei que seria mais rápido, mas quando estava chegando ao parque - enquanto estava contando o que havia acontecido, minha mãe parecia ficar cada vez mais leve, como se realmente eu iria pegar aquele castigo, aqueles grandes olhos azuis acompanhavam a historia como se fosse um desenho animado da TV, o que mais me deixava com raiva, não foi um desenho, aconteceu.

–Filha, tenho certeza que você esta com medo da cidade, sei que é difícil, se acostumar, mas essa historia, parece coisa da sua mente, faça o seguinte suba e toma um banho quente, depois conversamos de novo.

Ouvir aquelas palavras da minha mãe me deixou calma, me fez pensar enquanto subia as escadas se minha mente não estava me pregando uma peça, quando cheguei ao banheiro que fica ao lado do quarto da minha mãe, cheguei à conclusão que precisava descansar, meu corpo doía.

Aqueles que nunca tomaram um banho de banheira eu lhes digo que não a coisa melhor no mundo, mas hoje em especial estava melhor que todos os dias anteriores, a água estava quentinha, as bolhas pareciam acariciar meu corpo, tudo que eu precisava se encontrava em uma banheira, e estava ali agora. Quando estava saindo do banheiro reparei que tinha esquecido a porta semiaberta, ouvi então minha mãe falar ao telefone:

– Preciso que vocês venham para cá agora, Karen, não está mais segura como tinha pensado, e não da pra ti contar o que aconteceu, só venha....

– Que historia é essa de eu estar em perigo? - perguntei gritando, nem reparei que enquanto gritava as lâmpadas do teto estouraram, como fogos de artifício,

– Não é nada filha, só quero nos deixar mais seguras.

– Mãe não minta para mim, você chamar essa pessoa para cá tem haver com o que aconteceu no parque, não tem?

Não deu tempo dela responder, o estrondo da porta da frente quebrando foi tão grande que levei um susto,

– Não temos muito tempo, achei que estávamos seguras,

– Mãe o que esta acontecendo? - perguntei assustada, não era todo dia que a porta da frente era destruída,

– Filha, depois te explico,

Descemos as escadas correndo, seguimos direção a cozinha, não sei por que, mas minha mãe nos levou para, no meio do caminho reparei que estava de toalha, mas o que era estar de toalha se sua casa esta sendo destruída, nada.

Minha mãe nunca me surpreendeu, ela sempre teve aquele ar de calmaria, sempre me passava confiança e segurança, o que estava na cara que seria provado naquela hora, quando chegamos na cozinha ela tirou uma roupa de dentro de um fundo falso na primeira gaveta da pia, puxou uma faca de cortar carne do cabo preto que ela amava, e o fundo da parede da pia se moveu, aquele fundo falso, tinha de pistolas até granadas pintadas com as cores do exercito. Minha mãe parecia uma verdadeira combatente do exercito, quando dei por mim ela estava montada no armamento, tinha arma e todas as partes do corpo, e fez aquilo com se fosse natural dela, já era habito, mas eu nunca a tinha visto daquela forma, seu rosto tinha mudado, de calma, para preocupada porem preparada, ela me puxou para de baixo do móvel

– Fique aqui ate eu te chamar!

– Claro - minha mente respondeu sem se quer me dizer o que ia fazer,

– Vai ser rápido prometo! - a confiança na sua voz permanecia intacta.

Aquele velho ditado: num piscar de olhos, acaba de ser realizado ao vivo e a cores, quando o gigante apareceu na porta, não deu tempo de piscar e minha mãe estava em cima dele o jogando no chão, e sim minha mãe de 1,60 de altura, acaba de colar um guarda roupa de 2,00 metros de altura no chão, o cara estava vestido como o pessoal do exercito, literalmente seu corte de cabelo era igualzinho, mas uma única coisa estava diferente, tinha um nome escrito no seu bolso da frente, O.R.D.E.M, ate então não sabia o que significava, mas tinha a certeza que aquela não seria a ultima vez a ver aquelas iniciais, e algo me dizia que também não era a primeira.

– Karen, corra agora!

Ouvir minha mãe me gritar não só me trouxe de volta a terra, como me deu energia para correr, mas antes que chegasse a ela senti aquela mesma sensação do parque, estava tudo se repetindo, as sombras se esvaindo, as lâmpadas da cozinha balançavam com força, tudo estava tremendo, parece que aquela sombra no parque realmente só tinha passado para dar um Oi.

Recomendo a não olhar para trás quando seu cérebro mandar, o que você vera não será muito legal, queria saber disso naquela hora, porque quando me virei estava lá parada a mesma sombra, mas mais viva do que nunca, como se estivesse se formando em um corpo humano, sua voz era roca, penetrava em seus ouvidos, parecia realmente que cronos estava em minha frente, sentir o tempo parar, e me puxava para perto dele, me chamava.

– NÃOOOOOOOOOOOO! Meu grito foi tão forte que me lembro da sombra mexer e desaparecer no nada, dai em diante lembro-me de ver um homem entrar pela porta e me puxar pelo braço, do mais minha mente deve ter apagado não me lembro de nada.


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