Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 26
Amor e Guerra


Notas iniciais do capítulo

Geeente, esse capítulo tá uma bomba, tá pisando na cara das inimigas de salto quinze! Pronto falei! kkkkkk
Não desmaiem na metade.
Câmbio e desligo



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PDV Blásio

O caminho até as masmorras foi feito em tempo recorde, quinze minutos pelas passagens secretas que só sonserinos sabem por causa do Professor Snape que nos ensinou no inicio do primeiro ano, até porque das masmorras até o resto do castelo é uma longa caminhada.

O salão comunal estava vazio a não ser por Theo e Dafne que estavam sentados na frente da lareira, os dois liam algum livro, mas o principal motivo era saber como eu me saí ao encontrar Rose. Sem fazer barulho me sentei no meio dos dois. Theo não parou de ler seu livro, mas Dafne virou em minha direção, parecendo um pouco curiosa, claro que ela nunca admitiria isso.

– Como foi Blásio? –Ela perguntou.

Theo levantou a varinha e murmurou um Abaffiato, nossa conversa era privada, senti o feitiço caindo ao nosso redor, como uma espécie de escudo.

– Sejam mais inteligentes, ninguém pode saber sobre essa conversa. –Ele nem se deu ao trabalho de levantar os olhos, estava mais concentrado em ler seu livro.

Provavelmente ele nem iria ficar me esperando, mas ficou ao lado de Dafne, pois seu cavalheirismo não o deixava sair do lado de uma dama sozinha.

–Ela adorou Dafne, obrigado por me ajudar. –Falei animado.

Acabei sorrindo abertamente, Dafne deu um sorriso mínimo.

– Fico feliz em ajudar. – ela fala baixo. Definitivamente ela estava orgulhosa de si mesma.

– Um dia ela vai cobrar esse favor, Blásio. – Theo fala, sorrindo acidamente ainda lendo o livro.

– Eu não sou como você Theo, talvez eu queira realmente ajudar Zabini com isso. – A voz gelada quebraria cristal.

Isso era o que eles chamavam de brincadeira amistosa. Era divertido olhar eles dois quando começavam.

Olhei os dois, Theo é diferente de mim e Dafne, ele tem um passado tenebroso, no banheiro eu vi as cicatrizes em seu corpo, pequenos cortes muito pequenos que ele esconde por baixo das vestes, eu e Dafne o acoplamos em nosso pequeno grupo, já que somos amigos desde a infância, nossas mães tomam chá uma vez por semana. Já Theo foi criado por seu pai insano, Tadeus Nott não é um homem bom. Theo é frio, e até um pouco calculista, eu e Dafne conseguimos fazê-lo melhorar com o tempo, mas vai exigir uma longa jornada para ele deixar de ser um babaca.

A gente continua na luta.

– O que vocês acham do Potter ter sido escolhido pelo cálice? – pergunto aos dois, acabando com a discussão.

– Que essa é sua chance para conquistar Rosemary Reed, ela é amiga do Potter. – Theo fala levantando os olhos e olhando para mim.

– Eu acho... que alguém quer matar Potter, isso é obvio. - Dafne falou tão pratica que eu suspirei, curta e grossa, sem rodeios. - Ele não tem aptidão mágica para burlar um objeto tão poderoso como o cálice de fogo, convenhamos! Mas também concordo com Theo, você deve ajudar ela a superar quando o Potter morrer no torneio.

–Credo Dafne. –Suspirei.

–O que? –Ela deu de ombros. –Só sendo realista.

– O último comando do lord das Trevas... Pelo menos para meu pai... Foi que se ele falhasse na missão deviam capturar Harry Potter. – Eu e Dafne estávamos olhando para Theo como se ele tivesse quatro cabeças, era do conhecimento geral que o pai dele era um comensal da morte, mas não era comprovado, ele se livrou de Askaban usando sua astucia e apoiando os políticos certos, Tadeus Nott nunca deu pinta de comensal, era um cidadão normal aos olhos de todos. Theo continua friamente, sem sarcasmo, sem ironia. – Se você quer realmente essa garota, você já deve começar a planejar uma forma de protegê-la.

Dafne respirou fundo e eu baixei o rosto.

A questão é: Eu quero isso? Eu quero realmente isso, querer Rosemary ao ponto de protege-la, sujar a linhagem Zabini, como dizem todos os extremistas puro-sangue, com uma nascida trouxa?

– Rosemary é uma menina que não lê o semanário das bruxas, não se envolve em brigas e nem nada, eu acho que vale a pena Blásio. –Dafne disse como se sentisse minha hesitação.

A frase de Dafne me deu mais convicção de que eu a quero sim, quero ela para o resto da vida, existe um poeta bruxo que fala que sabemos sobre nossa companheira quando sentimos um frio no estômago e uma leve carga mágica, como se a magia nos puxasse para quem o destino quer ao nosso lado.

– Eu concordo com Dafne. – Theo fala observando o fogo verde da lareira.

– Como é?! –Eu e Dafne falamos ao mesmo tempo. Não era todo dia que isso acontecia.

– Quando a marca negra surgiu no céu na copa mundial, meu pai falou algo muito sério, o feitiço só pode ser lançado quando o Lord das trevas esta vivo... Essa é a verdade. Eu creio que devemos começar a nos preparar para o que estar por vir. Rosemary Reed será um alvo fácil para os comensais, ela é uma sangue...- Theo olha para mim e sorri blasé, pela minha cara ele percebeu que brigaríamos se ele a chamasse de sangue ruim. – ...nascida trouxa, vive fora do mundo bruxo, tem um vínculo muito grande com Potter, ela pode ser como seus irmãos alvos fáceis demais para atingir Potter, que Merlin nos ajude se ele subir no poder novamente, quando eu falei que eu vou te ajudar, estou falando sério Blasio, tanto você como Dafne não sabe do que Eles são capazes.

Eles... Os comensais...

–Eu estou preocupado com você Theo, com todos nós. Você é só um adolescente. Como eu e Dafne. Somos adolescentes. Deveríamos estar namorando, não pensando no futuro.

–Imagino que um dia Theo vai se apaixonar, não importa guerra nem nada disso. –Dafne disse. –E ela vai ser assim, totalmente diferente dele.

Dafne fala, mais para quebrar a tensão do assunto serio, somos crianças brincando de uma guerra que não aconteceu. Eu pensei em Theo com uma garota mais leve, uma garota que fala o que pensa talvez uma grifinória, mas a garota deveria ser muito inteligente, Nott odeia pessoas burras.

Acabei caindo na gargalhada como Dafne, Theo nos olhou mais profundamente com aqueles olhos de velho.

–Calem a boca. –Ele disse, com o início de um sorriso.

– Eu gostaria de dizer também que... Quase beijei a Rosemary. – falo deixando os dois rindo da minha cara de bobo, assim dissipando toda a tensão.

– Vai com calma Blásio, somos cobras não leões. –Theo disse.

– Cobras... Leões... Quem se importa?! –Dafne falou surpreendendo nós dois. - Você ainda vai se apaixonar por alguém ligado a grifinória, e isso vai te trazer muita dor de cabeça.

– Eu não me apaixono Dafne, não como Zabini aqui. – ele ri na minha cara, mas foi bom ter esse momento com eles.

–--

PDV Rose

Quando desci na manhã seguinte tudo o que houve no jantar do dia anterior parecia um sonho ruim. Eu não conseguia acreditar que Harry era uma dos campeões e que teria que participar do torneio tribruxo. Lyra estava em pânico, ela nem sabia o que pensar. Eu tinha que arranjar um jeito de ajuda-lo.

Ao descer as escadas do dormitório avistei outra pessoa que se preocupava com Harry, uma pessoa que poderia ser de grande ajuda para mim e principalmente para ele, então sem acreditar que eu realmente faria isso me aproximei dela.

–Hermione? –Chamei.

Ela levantou o rosto em minha direção.

–--

–Ele deve estar descendo logo, mas não custa nada irmos lá. –Expliquei.

Tínhamos ido tomar café da manhã e nada de Harry aparecer, por isso tive a ideia de levar umas torradas para ele, Hermione aceitou e trazia as torradas num lencinho branco nas mãos.

–Foi uma surpresa para mim você vir falar comigo. –Ela disse como quem não queria nada. Estávamos nos corredores a caminho do salão comunal.

Eu olhei em direção a ela, a garota olhava para frente sem denunciar o que ela queria com aquela conversa.

–Por que? –Perguntei curiosa.

–Sei lá. –Ela deu de ombros, eu notei o movimento pela visão periférica. –Sempre achei que você não gostava de mim.

–Não é que eu não goste de você... –Falei me sentindo desconfortável e a puxei pelo braço.

Nós paramos em frente ao quadro da mulher gorda.

–Olha, você não precisa me explicar. –Ela disse, parecia arrependida de tocar naquele assunto.

–Não, a gente convive todos os dias, eu preciso ser sincera com você. Hermione, eu não te odeio... –Expliquei. –Talvez tenha te odiado um pouco algumas vezes, mas juro que não é por sua culpa.

–Como assim? –Ela parecia frustrada. –O que eu fiz de errado?

Eu a olhei incrédula, talvez pela Gina e a Lyra terem descoberto tão facilmente ou pelo fato de Hermione ser tão inteligente eu tinha achado que seria óbvio.

–Você não sabe... –Falei surpresa.

–Do que você está falando? –Ela me perguntou, confusa.

–Hermione... Eu sou completamente apaixonada pelo Nate. –Falei.

O queixo dela caiu. Não literalmente, mas sinto que ele cairia se pudesse.

–Mas... Vocês são irmãos! –Ela disse chocada.

–Não, nós não somos. –Respondi. –Nem temos o mesmo sangue!

–Sim, mas... –Ela não tinha argumentos. –Ainda assim, isso não explica o por que você me odiar.

Eu sorri, eu sabia que Hermione não era uma pessoa ruim e se não fosse esse sentimento que tenho pelo Nate, essa coisa que não consigo arrancar do peito, talvez teríamos sido tão amigas quanto ela e Lyra.

Então sentindo que devia aquilo a ela eu criei coragem de dizer.

–Hermione... O Nate é afim de você. –Eu disse sincera.

Acho que aquela informação a deixou muito mais chocada do que saber que eu era apaixonada pelo Nate.

–Ele é?! –Ela perguntou sem acreditar.

–Por favor, não me faça repetir isso. –Eu pedi sentindo um gosto ruim na boca.

Ela me encarou como se decidisse o que fazer, parecia se compadecer de mim.

–Eu gosto dele. –Ela disse.

–Eu sei. –Falei baixando o rosto, me sentindo envergonhada de estar naquela situação.

–Mas eu não quero que você me odeie Rose. –Falou ela. –Quero ser sua amiga. Podemos ser amigas e ainda gostarmos do mesmo cara.

Eu não pude evitar uma risada.

–É, acho que podemos. –Falei, realmente acreditando naquilo.

–Obrigada por ter sido sincera e que vença a melhor.

Então ela me esticou a mão para que eu apertasse, eu olhei para aquela mão e em seguida para o seu rosto sorridente, então apertei, disposta a tentar.

–Que vença a melhor. –Respondi.

Naquele momento o quadro da mulher gorda se abre e Harry sai parecendo melancólico.

–Hey. –Ele disse tristemente.

Hermione me olhou e eu acenei que sim com a cabeça.

–Oi Harry, trouxemos para você. –Ela disse mostrando as torradas.

–Quer dar uma volta? –Perguntei.

–--

Harry andou conosco até os jardins contando tudo o que houve depois que ele entrou na sala dos campeões, como duas garotas da Beauxbatons o defederam e das ameaças a sua vida.

–Vocês sabem que eu não me inscrevi, não é? –Ele perguntou se sentindo agoniado.

–Ah, por favor, que pergunta Harry. –Resmunguei.

–Bem, é claro que eu sabia que você não tinha se inscrito - disse Hermione. -A cara que você fez quando Dumbledore o chamou! Mas a pergunta é: Quem inscreveu você? Porque Moody pode ter razão, Harry... Acho que nenhum estudante teria sido capaz de fazer isso... Nunca teria sido capaz de enganar o Cálice de Fogo nem de anular o feitiço de Dumbledore...

– Você viu o Rony? - interrompeu-a Harry.

Hermione hesitou e olhou em minha direção, eu neguei com a cabeça indicando que não me meteria naquilo e ela suspirou frustrada.

– Hum... vi... Ele estava tomando café. –Ela disse.

– Ele ainda acha que eu me inscrevi? –Ele nos encarou, parando de andar para falar sobre aquilo.

– Bem... Não, acho que não... Não para valer - disse Hermione sem jeito.

– Que é que você está querendo dizer com esse “não para valer”?

– Ah, Harry, não está na cara? - respondeu Hermione desesperada. - Ele está com ciúmes!

– Com ciúmes?- repetiu o garoto sem acreditar. - Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira?

–Harry, é o torneio tribruxo, todo mundo quer participar. –Eu expliquei.

–Não eu! –Ele falou jogando as mãos para cima.

– Olha - disse Hermione pacientemente -, é sempre você que recebe todas as atenções, você sabe que é. Sei que não é sua culpa - acrescentou ela depressa, vendo Harry abrir a boca, indignado. - Sei que você não quer isso... Mas, bem... Sabe, Rony tem todos aqueles irmãos competindo com ele em casa, e você é o melhor amigo dele e é realmente famoso, Rony é sempre deixado de lado quando as pessoas olham para você, e ele aguenta isso sem reclamar, mas acho que mais essa vezinha foi demais...

– Ótimo - disse Harry com amargura. - Realmente ótimo.

–Eu sei que não é justo Harry, mas às vezes é impossível não sentir ciúmes, não se sentir deixado de lado. Ele só está confuso. –Eu falei, Hermione me olhou sorrindo pequeno, sabendo que eu falava de muito mais do que somente Rony.

–Diga a ele que troco de lugar quando ele quiser. Diga a ele que o meu lugar está às ordens... Gente olhando de boca aberta para a minha cicatriz para todo lado que vou... –Ele falou ainda resmungando irritado.

–Não vou dizer nada a ele - falou Hermione com rispidez. - Diga você mesmo, é o único jeito de resolver isso.

– Não vou correr atrás dele para fazê-lo crescer! - disse Harry, tão alto que várias corujas pousadas em uma árvore próxima levantaram voo assustadas.

– Talvez ele acredite que não estou me divertindo quando me partirem o pescoço ou...

–Harry! –Reclamei assustada.

–Isso não tem graça - disse Hermione baixinho. - Não tem a menor graça. –Ela parecia extremamente ansiosa. - Harry, estive pensando... Você sabe o que precisamos fazer, não sabe? Depressa, assim que voltarmos ao castelo?

– Sei, tacar no Rony um bom chute na b...

–Apesar de eu achar essa ideia interessante... –Eu o interrompi. –Não é isso que Hermione quis dizer.

– Eu quis dizer escrever a Sirius. Você tem que contar a ele o que aconteceu. Ele pediu para você o manter informado de tudo que estivesse acontecendo em Hogwarts... É quase como se ele esperasse que uma coisa dessas fosse acontecer. Trouxe pergaminho e uma pena comigo...

–Eu concordo com ela. –Falei apontando com o polegar em direção a Hermione.

– Sirius iria gostar que você contasse a ele - disse ela com severidade. – Ele vai descobrir de qualquer jeito...

–Como?

– Harry isso não vai poder ser abafado - disse ela seriamente. - Esse torneio é famoso e você é famoso. Eu ficaria realmente surpresa se já não tiver saído alguma coisa no Profeta Diário sobre a sua entrada no torneio... Você já aparece em metade dos livros que tratam do Você-Sabe-Quem, sabia? E Sirius iria preferir saber por você, eu sei que sim.

–Eu mandei uma carta para minha mãe ontem, explicando por cima, mas não falei muito. –Eu disse. –Queria que você contasse.

– OK, OK, vou escrever - disse Harry atirando o último pedaço de torrada no lago.

Nós ficamos parados observando o pão flutuar por um instante, antes de um grande tentáculo emergir e engoli-lo por baixo. Depois disso retornamos ao castelo.

–Eu vou usar a coruja de quem? –Ele perguntou. –Ele falou para não usar Edwiges de novo.

–Charlie ainda está em casa. –Eu disse.

–Pergunte a Rony se você pode pegar emprestada... –Hermione tentou, mas foi cortada por Harry.

–Não vou pedir nada ao Rony. –Ele disse.

–Você pode usar a coruja dela. –Eu disse sorrindo, apontando para frente.

Hermione e Harry olharam na direção apontada e Lyra estava sorrindo em nossa direção.

–Hey! –Ela acenou ao longe. –Eu estava procurando vocês.

–--

PDV Nate

As aulas haviam voltado a não muito tempo e as coisas em Hogwarts pareciam que não iriam se acalmar tão cedo, a primeira surpresa de todas foi quando Michelle apareceu nas aulas com os alunos de Hogwarts, todo mundo olhando chocado quando a professora Minerva apresentou a afilhada dizendo que ela cursaria as matérias com os alunos de Hogwarts enquanto Beauxbatons estivessem hospedados no castelo.

Lyra estava se sentindo doente, muito doente, com toda aquela situação. Harry estava apavorado e Rony não ajudava com sua atitude babaca, Eu particularmente não entendia a atitude de Rony, qual é, Harry é seu melhor amigo.

As coisas se encaminhavam a saltos e barrancos, mas se encaminhavam, isso era o que importava. Pelo menos era o que eu achava até o diretor e a professora Minerva aparecerem o salão comunal da Grifinória já tarde da noite, uma noite em especial que eu e Lyra ficamos até tarde no salão comunal... Parecia que eu estava sentindo que aconteceria alguma coisa.

–Não entendo o Rony, Nate, Harry é seu melhor amigo, eu não sei o que fazer para ajuda-los. – Lyra bufa frustrada jogando a cabeça para trás.

– Lyra o que podemos fazer é ajudar Harry a sobreviver a esse torneio, cara eu nem sei bem o que fazer pra dizer a verdade... – Falei suspirando preocupado.

– Você percebeu as pessoas olhando para ele? É como se o garoto fosse uma aberração... –Olhei para ela compartilhando aquele sentimento. - Eu só o quero vivo. –Confessou ela.

Foi quando Dumbledore e Mcgonagall apareceram.

– Boa noite Senhor Kepner e Senhorita Anderson, devo admitir, é um enorme prazer vê-los acordados até tarde. – O diretor Dumbledore falou, francamente aliviado.

–Está aí uma coisa que nunca imaginei ouvir o senhor falando. –Lyra falou chocada.

– O que aconteceu diretor?- Perguntei confuso.

– Precisamos de sua ajuda Senhor Kepner. Se puder me acompanhar. –Ele disse.

Já do lado de fora, andando pelos corredores, a professora Mcgonagall torcia as mãos, nervosa.

– Seria prudente falar abertamente e aos dois?- Ela olhou severamente em direção a Dumbledore. Seu rosto preocupado alertou alguma coisa dentro de mim.

–Até hoje Minerva, todos os segredos que compartilhei com senhorita Anderson foram mantidos em segredo. –Dumbledore reforçou.

Lyra me olhou, estava tão curiosa quanto eu, talvez mais, quando Dumbledore nos parou no corredor do primeiro andar e nos lançou um feitiço... Abbafiato foi o que ele pronunciou.

–Estou confiando em você Albus. –A professora falou para o diretor e em seguida olhou para nós. –O que for dito aqui deverá ser mantido em absoluto sigilo, entenderam?

–Tudo bem. - Falei.

–Certo. –Lyra respondeu.

– Não é preciso ficar receosa, eles irão guardar segredo, Minerva. –Então virou em nossa direção. -Uma aluna esta desaparecida, Michelle McGonagall, ela foi vista pela última vez saindo da carruagem de Beauxbottons na hora do jantar e foi na direção da floresta proibida.

Senti como se todo o meu sangue se tornasse água gelada e senti Lyra apertar minha mão pedindo que eu tivesse calma através desse gesto.

– Minha afilhada têm um... –Meio a contragosto ela se forçou a continuar. - ...Dom... Muito raro. É preciso guardar seu segredo muito bem guardado senhor Kepner e senhorita Anderson. – o olhar gelado dela não restava dúvidas do que ela faria contra quem tentasse machucar sua afilhada. –Ela é uma vidente.

– Videntes existem mesmo? – Lyra perguntou descrente.

Senti-me enjoado no mesmo momento, então era isso eu havia acontecido com ela quando nos conhecemos? Uma visão? Se ela estava daquele jeito perdida na floresta isso era um desastre! Aquilo a derrubava completamente.

–Temos que acha-la! –Falei preocupado.

–É por isso que está aqui, Senhor Kepner. –Dumbledore explicou. –O senhor é um lobisomem, e é de conhecimento geral o quão excepcional é o olfato de um lobo. Lobisomens em si podem rastrear pessoas usando seu faro e por isso precisamos que você nos guie na floresta proibida.

O diretor falou com tanta tranquilidade que eu fiquei chocado, eles queriam que eu fosse um cão de caça? Que rastreasse ela pelo cheiro? Mas que merda...!

– Eu não sei fazer isso muito bem Diretor. –Falei desconcertado. –E se eu errar?

–Você não vai!– o sorriso bondoso de Dumbledore me deu certa tranquilidade. –Estaremos todos com você, inclusive a senhorita Anderson.

– Quem faria mal a ela?- perguntei com certa angustia.

– Qualquer um! –Professora Minerva falou com lágrimas nos olhos. -Ela é muito poderosa, qualquer um gostaria de saber o futuro. Ela precisa ser encontrada senhor Kepner, já aconteceram catástrofes demais por Michelle ser uma vidente verdadeira, ela pode morrer naquela floresta.

– Vamos ajudar professora, só diga o que temos que fazer. –Lyra falou prontamente.

–----

PDV Lyra

– Seu pai rastreou muitas pessoas na primeira guerra contra Voldemort, salvou muitas vidas, era comum ele e Sirius Black estarem juntos, sua irmã Lyra vai estar aqui para ajudar com seu lobo, para que passe segurança e você tenha algo familiar, a senhorita Mcgonagall precisa ser encontrada, ela pode se machucar se for encontrada por alguma coisa na floresta ou...

“Ou por alguém.” Foi isso que Dumbledore não disse, mas o que estava óbvio. O castelo andava muito cheio de desconhecidos para se confiar em alguém. Nate aprecia ficar mais pálido a cada frase proferida.

– Eu estou aqui Nate, vamos salvar sua garota. –Disse.

Nate baixa sua cabeça respirando fundo, levou alguns minutos se concentrando, era como quando ele só fecha os olhos e deixa o vento bater no seu rosto, para se sentir calmo, uma meditação... E quando ele abriu seus olhos, eles estavam amarelos.

Ele virou para olhar em minha direção e rosnou baixinho. Eu sabia que ele era meu irmão, que ele estava ali, mas eu senti certo medo de olhar aqueles olhos, os olhos de quem feriu a Rose e me fizeram passar uma noite inteira arrodeada de dor e sangue.

Isso nunca sairia da minha cabeça.

– Quando você aprendeu a fazer isso? –Perguntei.

Ele suspirou fazendo uma nuvem de vapor sair de sua boca.

–Papai tem me ensinado a controlar o lobo nas épocas fora da lua cheia. –A voz dele tinha um tom diferente, mas ainda era o meu irmão e aquilo me reconfortava.

–Senhor Kepner... –A professora Minerva entrega uma blusa, provavelmente com o cheiro de Michelle, mas meu irmão nega.

–Eu conheço o cheiro dela. –Ele falou.

Então ele levanta o rosto respirando fundo, com olhos fechados, seus ombros tensos relaxam um pouco e ele me puxa pela mão.

–Ela veio por aqui. –Falou correndo em direção a casa de Hagrid.

Dumbledore e professora Mcgonagoll vinham logo atrás de nós, puxei a varinha do bolso da minha calça.

Lumus. –Pronunciei quando ao invés de ir para a casa de Hagrid como parecia, Nate entrou pela horta e foi floresta a dentro.

Não lembro quantas vezes tropecei em raízes, Nate estava tão concentrado na sua função que não falava nada, só seguia os cheiros e segurava minha mão com força.

As vezes ele parava e olhava em dúvida de um lado para o outro, em seguida seguia outro caminho, a professora Minerva parecia impaciente e preocupada cada vez que Nate parava como se não soubesse que caminho tomar, mas eu acreditava nele, eu sabia que ele poderia fazer aquilo.

Estar na floresta proibida não é uma coisa muito legal de fazer a noite, claro, aquela não havia sido a primeira vez que eu estive ali aquela hora, mas sombras davam um ar sinistro que parecia saído de um filme de terror, o barulho dos grilos e corujas me fazia dar pulinhos assustados a cada hora, e o silêncio era absoluto, nenhum dos quatro falava nada, eu não lembro do quanto nós caminhamos até finalmente encontrarmos ela.

Pelas minhas contas mentais já tinha se passado mais de duas horas caminhando, sentia minhas pernas doerem do esforço físico. Nate parou de repente, ainda segurando minha mão, seus olhos amarelos me olharam e sem seguida ele piscou e ficou na cor normal, o verde de sempre.

–Ali. –Ele disse apontando para um lugar que parecia uma cortina de cipós.

Dumbledore e a professota McGonagall passaram em nossa frente com as varinhas apontadas naquela direção tirando com um feitiço os cipós. O lugar era uma clareira, a lua crescente deixava tudo mais iluminado com a luz do luar, entrar naquele lugar fez todos os pelos dos meus braços eriçarem.

Estávamos no coração da floresta proibida, eu simplesmente sabia disso.

Olhei ao redor me acostumando com a luz e a primeira coisa que notei foram os cabelos vermelhos dela, bem no centro da clareira, usando pijamas de cor escura, ela parecia um fantasma de tão branca.

–Michelle! –A professora Mcgonagall correu em direção a afilhada, mas pouco antes de chegar até ela estancou no lugar. –Não se aproximem muito, pode ser perigoso.

Não entendemos exatamente o porquê daquilo, mas fomos andando devagar em direção a elas, até que vimos toda a cena.

Ao lado da garota do Nate tinha um lobo enorme e quando nos aproximamos perto o bastante para vê-lo realmente eu senti meu coração perder uma batida antes de acelerar loucamente ao notar... Era o mesmo lobo que estava naquela sala nas masmorras.

–Michelle... Michelle querida vem comigo. –A professora chamava a garota, mas ela não parecia ouvir.

Michelle olhava para o lobo e o lobo olhava para ela de volta.

–O que está acontecendo aqui? –Nate se perguntou olhando aquela cena.

Eu entendia quase tanto quanto Nate, ou seja, nada. Mas eu sabia que podia ajudar. Dumbledore intercalava olhares entre mim e a cena e aquilo só aumentava minha certeza, ele estava esperando que eu fizesse algo.

Aproximei-me da professora Mcgonagall tocando seu braço.

–O que está fazendo? Voltei para trás, ele pode machuca-la! –Ela falou preocupada, era compreensível, aquele era um lobo selvagem... Ou talvez não.

–Não, está tudo bem professora, acho que conheço aquele lobo. –Respondi.

–Como assim você conhece? –Nate engasgou.

Michelle e o lobo levantaram os olhares em nossa direção ao mesmo tempo, os olhos da garota estavam tingidos de vermelho sangue.

–Droga! Ela está tendo uma visão. –Nate avisou.

A garota não falou nada, seus olhos vazios, o sangue tingido no globo ocular, era assustador. Levantei a varinha e andei em direção a eles, o lobo observou enquanto eu me aproximava, e rosnou em minha direção, dei um passo para trás, então tentei de novo, dessa vez o lobo se levantou e rosnou mais alto.

Eu dei um pulo, mas o lobo parou de rosnar ainda me encarando... Ou melhor, encarando minha varinha. Olhei para o objeto na minha mão e em seguida para o animal e sorri.

–Então é isso? –Perguntei.

Virei e joguei minha varinha em direção a Nate, o garoto pareceu surpreso por um segundo, mas segurou o objeto antes que caísse no chão.

–Lyra! –A professora Mcgonagall exclamou preocupada com a minha ação.

–Se acalme Minerva. –O diretor falou segurando a professora pelo cotovelo.

–Mas Alvo, é realmente sensato deixarmos crianças lidarem com isso? –Ela perguntou.

–A senhorita Anderson sabe o que está fazendo. –Ele respondeu.

E eu sabia mesmo. De algum modo estranho eu simplesmente sabia que o lobo não ia me machucar, ele só não queria que eu estivesse com a varinha ao redor dele.

–Viu? Estou desarmada. –Mostrei minhas mãos vazias.

Michelle acariciou a cabeça do lobo e ele voltou a se deitar. Ele era como um protetor para ela.

–Ele gosta de você. –A voz dela falou.

A garota deu dois passos na minha direção ficando logo a minha frente. Eu estava hipnotizada nos olhos vermelhos.

–Está tudo bem agora Michelle, nós podemos voltar para o castelo. –Eu disse tocando seu ombro.

Mas no momento em que eu a toquei ela se afastou de mim como se tivesse levado um choque, ela tinha uma expressão desvairada no rosto e colocou as mãos na cabeça como se estivesse explodindo de dor.

–Michelle! –A professora gritou, preocupada.

A garota correu em direção a Nate e o segurou pela camisa, fazendo com que ele fosse obrigado a encara-la. Quando ela abre sua boca novamente, não era mais a sua voz que saia, foi uma voz soturna, carregada com magia e aquilo me deixou ao mesmo tempo apavorada e encantada.

Quando o texugo dessa vida se for, o Lord das Trevas renascerá... O leão vai cair e a linhagem negra retornará... Usurpando o lugar de sua alma gêmea, ela ceifará sua alma para as trevas e trocará a luz por escuridão... Deixará de existir dando lugar a morte... Suas escolhas o destino do escolhido ditarão... De inimigo a amigo, aquele em negação será seu aliado e no meio do caos a fênix nascerá outra vez... Ajudando aquela que todos pensavam morta estar... Mudará o destino da guerra bruxa mais uma vez.

O lobo uivou quando ela terminou e correu para dentro da floresta, a garota fecha os olhos e vai caindo no chão de joelhos, mas Nate a segura firme.

– Meus olhos, minha cabeça. –Ela murmura, era a sua voz novamente. –Nate...

Então ela desmaia e Nate a levanta nos braços.

– O que foi isso? –Nate pergunta aos gritos, apavorado, seu rosto branco feito papel.

A professora Minerva que até aquele momento só havia observado assustadoramente calada virou em direção a Dumbledore que acenou positivamente com a cabeça.

–Parece senhor Kepner, que a minha filhada fez sua primeira profecia. –Ela explicou, tão apavorada quanto todos nós.

–Uma profecia? Sobre o que? –Perguntei confusa com toda aquela história.

–Tem certeza que não sabe senhorita Anderson? –Dumbledore perguntou.

Ele me encarava através daqueles seus oclinhos de meia lua e eu senti de novo aquele arrepio eriçando os pelos dos meus braços, eu não sabia sobre quem aquela profecia falava, mas aquele olhar me dava uma pista.

Eu só esperava estar errada.

–--

PDV Nate

No dia seguinte aquela noite na floresta proibida parecia muito mais um sonho do que realidade. Quando voltei para o meu quarto não consegui dormir por um tempo, pensando sobre aquela profecia, sobre tudo, por isso no dia seguinte eu estava um bagaço de tão cansado.

–Você está bem Nate? –Harry Perguntou ao me acordar de manhã cedo, não havia nem sinal de Rony no quarto.

–Não. –Falei emburrado. –Você não vai acreditar no que aconteceu ontem à noite depois que você foi dormir.

Então eu contei sobre a vidência de Michelle, sobre o lobo, sobre a profecia e tudo mais. Chocado era pouco para o que ele parecia.

–Será que ela viu que eu seria sorteado para o torneio? –Harry se perguntou andando de um lado para o outro no quarto.

–Não tenho ideia cara. –Levantei da cama pegando uma camisa no chão para vestir.

–Ela estava na sala dos campeões, eu te contei lembra? Ela veio me ajudar. Disse que não havia sido eu. –Ele explicou.

–Hogwarts tá pegando fogo Harry.

Nós descemos para o salão comunal.

–--

Mais tarde Michelle estava andando pelos corredores com as amigas como se nada tivesse acontecido, enquanto eu e Lyra desfilávamos por aí feito dois zumbis.

–Como ela pode parecer tão bem?! –Lyra perguntou revoltada ao me encontrar no caminho para a aula de Trato de Criaturas mágicas.

–Está aí uma boa pergunta. –Respondi olhando para ela se despedir da campeã de Beauxbatons, Fleur Delacour.

–Uh. Ela está vindo, boa sorte. –Lyra disse sorrindo e correu para encontrar Harry que ia andando mais a frente, acompanhado de Hermione. ermioneh

–Ei! Espera! –Chamei.

Mas não tive tempo de ir atrás dela.

–Nate! –Michelle me chamou.

Virei para ela e mesmo sem querer me vi sorrindo em sua direção. Deus do céu, ela é linda!

–Michelle... –Ofeguei.

Ela veio correndo em minha direção e fomos andando juntos.

–Eu só queria agradecer por você ter ido me salvar ontem. –Ela disse meio encabulada.

–Sem problemas. –Falei meio envergonhado.

–Eu não me lembro muito bem do que houve, mas... Eu sei que você estava lá.

Ela colocou a mão no meu ombro me fazendo parar de andar, Michelle me olhou sorrindo e levou seus lábios até a minha bochecha, me dando um beijo.

Em seguida ela baixou o rosto sorrindo envergonhada e correu na frente. Eu coloquei a mão na minha bochecha, surpreso e ao mesmo tempo maravilhado com aquilo. Foi quando Rony apareceu na minha frente, ele sorria malicioso.

–Ela me beijou. –Falei incrédulo, ainda com a mão na bochecha.

Rony riu.

–Sim, ela beijou.

–Eu estou me sentindo estranho. –Falei confuso.

–Cara, eu posso não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas eu sei quando um amigo está apaixonado.

Ele colocou o braço no meu pescoço e me puxou em direção a aula enquanto ríamos juntos. Às vezes era bom ter amigos homens para dividir essas coisas, descobertas que eu não podia dividir com a Lyra por ela ser mulher.

Eu só gostaria que Rony e Harry se resolvessem logo.

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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo