Mas o que é isso? – pensei.

Ela veio se aproximando ainda mais. Corria como nunca, era até difícil acompanhar com o olhar.

-Sasuke!! Sasuke-kun!!!

Então ela se lançou em cima de mim, me abraçando como se eu estivesse morrendo.

-Sasuke-kun! Você sumiu, eu achei que... que você estivesse- nem conseguiu terminar a frase, voltou a me abraçar forte. Eu nem mesmo movia um músculo em reação a ela.

Até que ela apertou meu ombro machucado.

-Ai, Karin! Ficou maluca?! O que você está fazendo aqui??

-Como assim o que eu estou fazendo aqui?? Eu estou te procurando já faz dias, Sasuke!!! Ah, e esse seu ombro!? Preciso ajudá-lo... - veio se aproximando, com a mão em direção ao meu ferimento. Seus olhos me fitavam com interesse até demais. Desviei sua mão com um tapa até forte para meu estado.

-Nem pense nisso. Eu posso fazer isso sozinho. – disse friamente. Mas seus olhos continuavam inebriados, olhando-me fixamente. Segurou-me pelos braços e inclinou seu rosto em minha direção.

-Sasuke-kun, por favor, precisa me deixar te ajudar! Deixe-me te ajudar!! – seu tom era de suplica. Por que alguém queria me ajudar? Essa não era a parte da historia onde eu ficava sozinho e procuraria o melhor caminho para a minha morte?? Por que Karin, ou qualquer um, interferiria nisso?

Então um pensamento passou rapidamente pela minha cabeça:

A menos que...

Mas fiz questão de esquecê-lo. Era realmente absurdo.

Andei em direção à árvore mais próxima que havia e me sentei embaixo dela. Karin me seguia.

-Onde estão Juugo e Suigetsu?

Ela fez uma cara de desdém, como sempre.

-Sasuke-kun, por favor, até mesmo mal desse jeito você quer saber daqueles inúteis?

Não respondi sua pergunta, eu esperava que ela respondesse a minha. Ela percebeu onde eu queria chegar.

-Bem,... Juugo fugiu atraindo aquele cara da Akatsuki para lutarem em um campo mais aberto,... aquele da máscara... Tobi. E o babaca do Suigetsu,... – ela fez menção de não dizer mais nada, mas insisti:

-Onde ele está?

-... bem, também lutou com aquele cara,... o Kisame. Disse que queria testar sua espada do Zabuza contra a de outro dos Sete Espadachins. Disse que seria uma honra.

Revirou os olhos enquanto dizia a última frase. Karin, era até engraçado o modo como rebaixava os outros em relação a mim. Por que ela me venerava tanto? Aquilo me fez lembrar dos tempos em Konoha, onde as meninas costumavam correrem atrás de mim. Karin era mais uma daquelas. Assim como Sakura,.... onde andaria ela naquele momento? Em Konoha,... com Naruto??

Surpreendi-me ao afastar a idéia da minha cabeça com força.

No fim, Karin acabou me ajudando a enfaixar o ferimento, e é claro, eu sempre cuidando para manter a distancia necessária entre nós, o que era difícil pra ela.

Percebi que teria de me acostumar com a presença dela ao meu lado quando ela me perguntou aonde eu iria, e quando eu respondi que andaria por aí, ele se ofereceu pra ir junto, já que, “claro, Sasuke-kun, você está ferido e fraco. Eu ficarei com você até que fique mais recuperado.”

Seria melhor se ela fosse embora antes disso. Com ela perto de mim, eu teria mais problemas para realizar minha missão final.

Na semana que continuou se passando, andei pelo País do Arroz quase todo. Karin estava comigo, obviamente. Foi difícil manter uma distancia segura dela enquanto dormíamos nos esconderijos que arrumei. De uma forma ou de outra, eu sempre acordava com ela perto de mim.

Um dia abri os olhos e vi que ela estava com a cabeça apoiada em meu peito. Dormia profundamente, não parecia fazer aquilo de propósito, mas seus braços rodeavam minha cintura. Descobri naquele momento que eu chegava a ter afeição por ela. Talvez, aquilo pudesse ser minha salvação: apegar-me a alguém.

Mas não havia salvação para um vingador. Eu realmente teria de manter distancia dela.

Talvez se eu me apegasse a Karin, meu final fosse ainda pior.

Talvez.

Então depois de algum tempo, estávamos em um outro país menor, a Aldeia da Chuva, se não me engano.

Eu estava sentado em um declive e Karin veio ver o céu comigo.

-Sasuke-kun, não se sente só?

Como ela sabia daquilo? Será que era nítido?

-Não.

Ela virou-se pra mim.

-Tem certeza?

Percebi que se ela se aproximasse mais alguns centímetros eu iria me arrepender de ficar ali. Quando ela já estava tão próxima de mim, que eu pude sentir seu chakra em meu rosto, desapareci.

Fugi. Eu já estava recuperado o suficiente para fazer isso, só não sei porque não fiz antes.

Karin não me viu mais.