A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes


Capítulo 4
The Pains, The Tears, The Smile


Notas iniciais do capítulo

Oi! =D



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O resto da semana estava seguido tranquilamente. Rachel não gritava e chorava muito, e isso me deixava feliz e menos preocupada. Sexta rapidamente chegou, entrei na escola com um grande sorriso, logo sairia da escola e só voltaria segunda. Fui para a sala de aula, me sentei em uma das carteiras e vi Rachel entrando.

– Bom dia, Rachel.

– Bom dia. – ela respondeu sentando na carteira à frente.

– Você está bem hoje?

– Sim.

O professor entrou na sala, alguns alunos entraram atrás e a aula começou. Uma ou duas horas depois, Rachel começou a murmurar algo que eu não entendia, ela abaixou a cabeça e soluçou, assim percebi que ela estava chorando.

– Rachel, você está bem? – sussurrei.

Ela não respondeu, apenas se levantou e saiu da sala correndo. Eu me levantei, o professor olhou para Rachel saindo e em seguida olhou para mim.

– Santana, sente-se.

– Mas...

– Agora.

Me sentei, olhei para a porta e não consegui ficar parada, me levantei e saí correndo. Eu corri por alguns corredores atrás da Rachel, mas não a achava. Ao passar pelo corredor onde ficava seu armário, a vi em pé, encostada em um dos armários com um dedo na boca. Me aproximei rapidamente e a vi mordendo seu dedo.

– Rachel, o que está fazendo?

Novamente ela não respondeu, apenas olhou para mim e caiu sentada no chão. Me ajoelhei, pensei em puxar sua mão para que ela parasse, mas não queria a ouvir gritar.

– Pare com isso, Rachel...

Ela mordeu mais forte seu dedo, fez uma careta de dor e fechou os olhos. Me levantei, corri até meu armário e rapidamente voltei, me ajoelhando em sua frente.

– Olhe, quer trocar seu dedo por esse chiclete?

Rachel não olhou para mim, negou com a cabeça e mordeu mais seu dedo.

– Por favor, Rachel... Mastigue o chiclete, é melhor.

Aproximei mais o chiclete de sua boca, lentamente ela soltou seu dedo, eu coloquei o chiclete em sua boca, olhei para seu dedo e o vi sangrar.

– Você precisa ir até a enfermaria para limpar isso.

– N-não...

– Por que não? Está doendo? Deve estar...

– Eu não quero.

– Mas Rachel...

– Eu não quero! – ela gritou.

– Rachel...

Ela fechou os olhos e começou a bater a cabeça no armário. Era difícil ver aquilo e não poder fazer algo para ajudar.

– Pare com isso...

Rachel gemia com cada batida, mas não parava nem um minuto. Me levantei e dei dois passos para trás, meus olhos se encheram com as lágrimas, olhei em volta e corri.

– Rachel precisa de ajuda! – gritei assim que abri a porta da orientadora.

– O que aconteceu?

– Rachel...

Não consegui dizer, então segurei sua mão e a puxei. Achamos Rachel batendo a cabeça no armário, mas batia mais forte, as lágrimas caíam de seus olhos, o que fez as dos meus caírem também.

– Rachel! Pare de fazer isso!

– Ela não pára. Eu já tentei, mas...

– Tenho que ligar para a mãe dela. Fique aqui com ela, Santana.

Ela correu pelo corredor, me sentei ao lado da Rachel, ouvindo as batidas mais fortes e os gemidos doloridos. Fechei meus olhos, abaixei minha cabeça e suspirei.

– Rachel, não faça isso... por favor...

Senti meu coração doer, abri meus olhos e Rachel ainda batia a cabeça. Eu estava com medo de Rachel se machucar com as batidas, já que elas aumentavam cada vez mais. Olhei para ela, me aproximei e respirei fundo.

– Rachel, olhe para mim. Por favor, abra esses lindos olhos que só você tem e olhe para mim.

Lentamente ela abriu os olhos, mas ficava olhando para os armários da frente.

– Isso, obrigada. Faça mais um favor para mim? Pare de bater a cabeça no armário. Você pode se machucar, e eu não quero que isso aconteça.

Rachel bateu mais forte, como se algo em sua mente a mandava fazer o contrário do que eu pedia.

– Por favor, Rachel... Eu lhe dou o que você quiser, mas pare de fazer isso...

Ela olhou em volta, bateu mais algumas vezes e lentamente foi parando, eu fechei meus olhos e suspirei.

– Obrigada...

– Flor. – a ouvi sussurrar.

– O que?

– Flor.

A olhei confusa, ela bateu mais uma vez no armário e eu me levantei rapidamente.

– Entendi, espere aqui e, por favor, não bata mais a cabeça.

Corri para o jardim, peguei uma gardênia rosa e voltei correndo, mas não a achei no corredor, logo imaginei onde ela estaria. Fui até a sala da orientadora, bati rapidamente na porta e ela atendeu.

– Oh! Santana. Achei que tivesse voltado para a sala de aula.

– Não, eu...

– Flor! – ouvi Rachel gritar de dentro.

Entrei, vi Rachel sentada na cadeira, sua mãe à sua frente e a enfermeira ao lado.

– Flor...

– Sim, eu trouxe a flor.

Lhe entreguei, ela sorriu e sua mãe se ajoelhou de frente para ela.

– Bom, agora vamos cuidar desse dedo.

– Não.

– Rachel, ele está sangrando.

– Não.

Aproximei meu rosto do seu, percebi seu corpo se arrepiar.

– Escute, se você deixar sua mãe cuidar do seu dedo, eu pego outra flor para você, o que acha? – sussurrei em seu ouvido.

– Não.

– Rachel...

– Não.

– Por favor...

Ela olhou para mim, nossos lábios quase se tocaram, mas eu me afastei com o susto.

– Hum... Não.

Revirei meus olhos, o que a fez sorrir, olhei para sua mãe e ela sorriu.

– Pronto, o curativo está feito. – ela anunciou.

Rachel olhou para o seu dedo e sorriu.

– Rosa. – ela disse, colocando seu dedo em minha frente, o qual tinha um bandaid rosa.

– Sim, como sua flor.

Ela sorriu mais ainda, se levantou e começou a rodopiar pela sala com a gardênia na mão.


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Notas finais do capítulo

And?



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