A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes
Notas iniciais do capítulo
Oi! =D
O resto da semana estava seguido tranquilamente. Rachel não gritava e chorava muito, e isso me deixava feliz e menos preocupada. Sexta rapidamente chegou, entrei na escola com um grande sorriso, logo sairia da escola e só voltaria segunda. Fui para a sala de aula, me sentei em uma das carteiras e vi Rachel entrando.
– Bom dia, Rachel.
– Bom dia. – ela respondeu sentando na carteira à frente.
– Você está bem hoje?
– Sim.
O professor entrou na sala, alguns alunos entraram atrás e a aula começou. Uma ou duas horas depois, Rachel começou a murmurar algo que eu não entendia, ela abaixou a cabeça e soluçou, assim percebi que ela estava chorando.
– Rachel, você está bem? – sussurrei.
Ela não respondeu, apenas se levantou e saiu da sala correndo. Eu me levantei, o professor olhou para Rachel saindo e em seguida olhou para mim.
– Santana, sente-se.
– Mas...
– Agora.
Me sentei, olhei para a porta e não consegui ficar parada, me levantei e saí correndo. Eu corri por alguns corredores atrás da Rachel, mas não a achava. Ao passar pelo corredor onde ficava seu armário, a vi em pé, encostada em um dos armários com um dedo na boca. Me aproximei rapidamente e a vi mordendo seu dedo.
– Rachel, o que está fazendo?
Novamente ela não respondeu, apenas olhou para mim e caiu sentada no chão. Me ajoelhei, pensei em puxar sua mão para que ela parasse, mas não queria a ouvir gritar.
– Pare com isso, Rachel...
Ela mordeu mais forte seu dedo, fez uma careta de dor e fechou os olhos. Me levantei, corri até meu armário e rapidamente voltei, me ajoelhando em sua frente.
– Olhe, quer trocar seu dedo por esse chiclete?
Rachel não olhou para mim, negou com a cabeça e mordeu mais seu dedo.
– Por favor, Rachel... Mastigue o chiclete, é melhor.
Aproximei mais o chiclete de sua boca, lentamente ela soltou seu dedo, eu coloquei o chiclete em sua boca, olhei para seu dedo e o vi sangrar.
– Você precisa ir até a enfermaria para limpar isso.
– N-não...
– Por que não? Está doendo? Deve estar...
– Eu não quero.
– Mas Rachel...
– Eu não quero! – ela gritou.
– Rachel...
Ela fechou os olhos e começou a bater a cabeça no armário. Era difícil ver aquilo e não poder fazer algo para ajudar.
– Pare com isso...
Rachel gemia com cada batida, mas não parava nem um minuto. Me levantei e dei dois passos para trás, meus olhos se encheram com as lágrimas, olhei em volta e corri.
– Rachel precisa de ajuda! – gritei assim que abri a porta da orientadora.
– O que aconteceu?
– Rachel...
Não consegui dizer, então segurei sua mão e a puxei. Achamos Rachel batendo a cabeça no armário, mas batia mais forte, as lágrimas caíam de seus olhos, o que fez as dos meus caírem também.
– Rachel! Pare de fazer isso!
– Ela não pára. Eu já tentei, mas...
– Tenho que ligar para a mãe dela. Fique aqui com ela, Santana.
Ela correu pelo corredor, me sentei ao lado da Rachel, ouvindo as batidas mais fortes e os gemidos doloridos. Fechei meus olhos, abaixei minha cabeça e suspirei.
– Rachel, não faça isso... por favor...
Senti meu coração doer, abri meus olhos e Rachel ainda batia a cabeça. Eu estava com medo de Rachel se machucar com as batidas, já que elas aumentavam cada vez mais. Olhei para ela, me aproximei e respirei fundo.
– Rachel, olhe para mim. Por favor, abra esses lindos olhos que só você tem e olhe para mim.
Lentamente ela abriu os olhos, mas ficava olhando para os armários da frente.
– Isso, obrigada. Faça mais um favor para mim? Pare de bater a cabeça no armário. Você pode se machucar, e eu não quero que isso aconteça.
Rachel bateu mais forte, como se algo em sua mente a mandava fazer o contrário do que eu pedia.
– Por favor, Rachel... Eu lhe dou o que você quiser, mas pare de fazer isso...
Ela olhou em volta, bateu mais algumas vezes e lentamente foi parando, eu fechei meus olhos e suspirei.
– Obrigada...
– Flor. – a ouvi sussurrar.
– O que?
– Flor.
A olhei confusa, ela bateu mais uma vez no armário e eu me levantei rapidamente.
– Entendi, espere aqui e, por favor, não bata mais a cabeça.
Corri para o jardim, peguei uma gardênia rosa e voltei correndo, mas não a achei no corredor, logo imaginei onde ela estaria. Fui até a sala da orientadora, bati rapidamente na porta e ela atendeu.
– Oh! Santana. Achei que tivesse voltado para a sala de aula.
– Não, eu...
– Flor! – ouvi Rachel gritar de dentro.
Entrei, vi Rachel sentada na cadeira, sua mãe à sua frente e a enfermeira ao lado.
– Flor...
– Sim, eu trouxe a flor.
Lhe entreguei, ela sorriu e sua mãe se ajoelhou de frente para ela.
– Bom, agora vamos cuidar desse dedo.
– Não.
– Rachel, ele está sangrando.
– Não.
Aproximei meu rosto do seu, percebi seu corpo se arrepiar.
– Escute, se você deixar sua mãe cuidar do seu dedo, eu pego outra flor para você, o que acha? – sussurrei em seu ouvido.
– Não.
– Rachel...
– Não.
– Por favor...
Ela olhou para mim, nossos lábios quase se tocaram, mas eu me afastei com o susto.
– Hum... Não.
Revirei meus olhos, o que a fez sorrir, olhei para sua mãe e ela sorriu.
– Pronto, o curativo está feito. – ela anunciou.
Rachel olhou para o seu dedo e sorriu.
– Rosa. – ela disse, colocando seu dedo em minha frente, o qual tinha um bandaid rosa.
– Sim, como sua flor.
Ela sorriu mais ainda, se levantou e começou a rodopiar pela sala com a gardênia na mão.
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