A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes


Capítulo 3
The Truth


Notas iniciais do capítulo

Oi. Esse é só mais um cap. Nada de mais, acho.



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Ao entrar na sala de aula, todos olharam para mim. Sim, eu estava atrasada, mas com algumas notas boas, não ligariam se eu chegasse tarde. Me sentei na primeira carteira desocupada que eu vi, coloquei meu caderno em cima e a professora olhou para mim.

– Santana...

– Eu sei, eu sei. Me desculpe.

– Que isso não se repita mais.

– Com certeza.

Algumas pessoas riram de mim, mas eu apenas abri meu caderno e comecei a anotar a matéria.

– Santana Lopez, compareça à diretoria agora, por favor. – ouvi no som pendurado na parede da sala. – Santana Lopez, compareça à diretoria agora, por favor.

Todos olharam para mim, bufei e me levantei, já recebendo um olhar de aprovação para sair da professora.

– Já informo que não fiz nada, apenas cheguei atrasada! – comecei a dizer, assim que entrei na sala sem bater.

Vi Rachel em pé perto da porta com a cabeça baixa, a orientadora e uma mulher sentadas à frente do diretor. Todos olharam para mim confusos, fechei a porta e me aproximei.

– Senhora Berry, essa é Santana. – a orientadora disse.

A mulher se levantou, percebi que ela era bem parecida com Rachel.

– Sou Shelby, mãe da Rachel.

– Santana. Sou...

– Eu sei, amiga dela.

Amiga? Me nomearam amiga dela? Rachel era legal sim, mas acho que ainda não somos exatamente amigas.

– Estive conversando com a senhora Berry, sobre o que você disse, Santana. – a orientadora disse.

– Eu conversei com Rachel, ela disse que quer isso. – Shelby completou.

Olhei para Rachel, que ainda permanecia de cabeça baixa.

– E por que me chamaram? – perguntei, me sentando na outra cadeira.

– Já que você se manifestou com essa ideia, e é a única que sabe sobre Rachel, achei...

– Achou que eu diria à todos a verdade?

– Não. Eu só queria que você ficasse ao lado da Rachel, já que ela vai precisar de alguém próximo, sem ser a mãe dela.

– Olha, eu não conheço muito bem a Rachel, apenas acho ela legal, por ser a única que me ouve, sem se preocupar se vai virar popular ou não por estar falando comigo, mas não quer dizer que sejamos tão amigas assim.

– Eu quero. – Rachel disse, fazendo todos olhar para ela.

Me levantei, olhei para Rachel e suspirei.

– Você tem certeza, Rachel?

– Sim.

Fomos primeiro na sala onde eu estava, todos olharam para mim e a professora se sentou, já autorizando o anunciado. Olhei para Rachel, ela cruzou os braços e abaixou a cabeça.

– Atenção! – a orientadora disse em um tom alto para que todos ouvissem. – De uns dias para cá, eu ouvi reclamações sobre Rachel ter batido em alguns alunos, então para que isso não vire uma briga e para que vocês entendam, devo dizer que Rachel é autista.

Todos começaram a sussurrar entre eles, percebi que Rachel não estava confortável com todos olhando e falando dela, então me coloquei à sua frente, olhei para ela, aproximei minha boca de seus ouvidos e sorri.

– Eu estou aqui, está bem? – sussurrei.

Ela apenas afirmou com a cabeça. Olhei em seus olhos, estavam marejados, ela olhou para minha boca e sorriu.

– Alguém tem alguma pergunta? – a orientadora perguntou.

– Isso é contagioso? – ouvimos uma garota perguntar.

Rachel franziu os lábios, eu soltei uma pequena risada e ela sorriu.

– Não, isso não é contagioso.

– Isso quer dizer que, Rachel ainda irá bater nas pessoas? – um garoto perguntou.

– Provavelmente sim, por isso preciso que vocês sejam pacientes com ela.

– Rachel sabe falar? – alguém perguntou. – Porque eu tinha um vizinho que era autista e não sabia falar.

– Sim, ela sabe falar, só não se sente confortável para conversar abertamente.

Olhei novamente nos olhos dela, agora estavam brilhando, eu sorri e dei um passo para trás, dando-a um pouco de espaço.

– Mais alguém?

Levantei minha mão, a orientadora olhou para mim, eu ainda olhava para Rachel, que parecia confusa.

– Posso tocar nela? – perguntei, mesmo sabendo a resposta.

– Eu recomendo que não façam isso, ou Rachel começará a gritar, ou bater em quem fizer isso.

Ela sorriu, levantou sua mão e tocou lentamente meus lábios com seu dedo indicador, contornando toda a minha boca. Eu sorri, meu coração começou a bater mais forte, minha respiração ficou falha, fechei meus olhos e a senti parar, em seguida segurou um dos meus dedos.

– Muito obrigada pela atenção.

A orientadora saiu, eu olhei para a professora e ela afirmou com a cabeça, então saí da sala com Rachel puxando meu dedo.

***

Assim que entramos na sala da orientadora, depois de passar por todas as salas de aula, me sentei na cadeira e Rachel se aproximou da janela, começando a olhar para fora.

– Santana, você devia ir para a sala de aula. – a orientadora disse, sentando em sua cadeira.

– Não posso ficar um pouquinho?

– Não.

Revirei meus olhos e me levantei, caminhei até Rachel e olhei para fora.

– O que está olhando?

– Flor.

– Qual delas?

– Rosa. – ela respondeu sorrindo.

Eu sorri, olhei para a flor e em seguida para Rachel.

– Você gostou dela?

– Sim.

– Santana.

– Está bem, eu estou indo. Te vejo depois, Rachel. – eu disse, indo até a porta.

– Santana.

– Hum?

– Obrigada.

– Ah... eu só fiz o que acho que devia ter feito e...

– Santana. – ouvi a orientadora dizer.

– Ok. Até mais, Rachel.

– Até mais.


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Notas finais do capítulo

Então.. tá ai.